quinta-feira, 6 de março de 2025

LITURGIA HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 5:27-32 - 08.03.2025

 Liturgia Diária


8 – SÁBADO 

DEPOIS DAS CINZAS


(roxo – ofício do dia)


Atendei-nos, Senhor, porque grande é a vossa misericórdia; olhai para nós, Senhor, por vossa imensa bondade (Sl 68,17).


A comunhão verdadeira se manifesta na liberdade do espírito que reconhece a dignidade inalienável de cada ser. O convite à mesa transcende a condição imposta pelos homens, reafirmando que a graça não se restringe a privilégios, mas se estende a todos que buscam a verdade. Aquele que sacia e renova não impõe barreiras, mas chama à transformação interior, onde cada um, por escolha própria, pode reencontrar seu caminho. Assim, a restauração não vem pela imposição externa, mas pelo reconhecimento da própria luz, que desperta na alma o desejo autêntico de elevar-se rumo à plenitude do ser.



Evangelium secundum Lucam 5,27-32

27 Et post hæc exiit, et vidit publicanum nomine Levi, sedentem ad telonium, et ait illi: Sequere me.
E depois disso, saiu e viu um cobrador de impostos chamado Levi, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me.

28 Et, relictis omnibus, surgens secutus est eum.
E, deixando tudo, levantou-se e seguiu-o.

29 Et fecit ei convivium magnum Levi in domo sua: et erat turba multa publicanorum, et aliorum qui cum illis erant discumbentes.
Levi ofereceu-lhe um grande banquete em sua casa; e havia uma grande multidão de cobradores de impostos e outros que estavam com eles à mesa.

30 Et murmurabant pharisæi et scribæ eorum, dicentes ad discipulos ejus: Quare cum publicanis et peccatoribus manducatis et bibitis?
Os fariseus e seus escribas murmuravam, dizendo aos discípulos dele: Por que comeis e bebeis com cobradores de impostos e pecadores?

31 Et respondens Jesus, dixit ad illos: Non egent qui sani sunt medico, sed qui male habent.
E, respondendo, Jesus lhes disse: Não são os sãos que precisam de médico, mas os que estão doentes.

32 Non veni vocare justos, sed peccatores ad pœnitentiam.
Não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento.

Reflexão:

"Non veni vocare iustos, sed peccatores ad paenitentiam."

"Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, para que se arrependam dos seus pecados." (Lc 5:32)

Esta declaração enfatiza a missão de Jesus de buscar e redimir aqueles que se afastaram, oferecendo-lhes a oportunidade de transformação e renovação espiritual.

A liberdade autêntica não se define por exclusões, mas pela possibilidade de cada um refazer sua trajetória à luz da verdade. No chamado de Levi, vemos que a transformação não ocorre pela imposição externa, mas pela resposta íntima de quem reconhece sua própria sede de plenitude. O convite à mesa não é privilégio, mas abertura para a renovação do ser. Ao contrário das amarras do juízo alheio, a verdadeira ordem surge quando cada um se move por sua própria vontade em direção ao bem. Assim, o caminho se constrói pela ascensão consciente, onde cada passo é uma escolha livre.


HOMILIA

O Encontro do Divino com o Cotidiano

Queridos irmãos e irmãs,

No Evangelho de Lucas 5,27-32, testemunhamos o momento singular em que Jesus chama Levi, um cobrador de impostos, para segui-lo. Esse gesto transcende as convenções e as barreiras sociais, revelando que o amor e a misericórdia não se limitam aos que se enquadram em padrões pré-estabelecidos, mas se estendem àqueles que se encontram à margem. Jesus não busca a perfeição exterior, mas a abertura do coração, convidando cada um a uma renovação profunda e transformadora.

Hoje, vivemos tempos em que o mundo é marcado por profundas divisões, exclusões e injustiças. Em meio a desigualdades e preconceitos, muitos se sentem rejeitados e esquecidos. No entanto, a mensagem do Evangelho nos lembra que o caminho para a cura e a evolução passa pelo reconhecimento da dignidade de cada indivíduo. Cada ser humano possui uma luz interior, uma potencialidade única que, quando cultivada, contribui para a edificação de uma comunidade mais justa e fraterna.

O chamado de Jesus a Levi é um convite para abraçarmos a transformação pessoal e coletiva. Ele nos impulsiona a olhar para além das aparências e a reconhecer que a verdadeira mudança se inicia no interior de cada um. Ao aceitar nosso próprio processo de aperfeiçoamento, abrimos espaço para que a diversidade floresça e para que a convivência se transforme em uma celebração contínua da vida.

Nesse espírito, somos convidados a desenvolver uma atitude de responsabilidade e abertura, onde a liberdade de cada indivíduo se alia à busca pelo bem comum. Ao valorizar a iniciativa pessoal e o diálogo, criamos condições para que o progresso se manifeste não apenas no âmbito material, mas também na dimensão do espírito. Cada passo rumo à transformação pessoal reverbera na sociedade, promovendo a inclusão e o respeito mútuo.

Assim como Levi, que deixou para trás seu antigo modo de viver, somos chamados a abandonar velhos preconceitos e a construir, com coragem, novos caminhos que integrem o ser humano em sua totalidade. A experiência do encontro com o divino nos inspira a repensar nosso papel no mundo, a reconhecer que a evolução de cada um é parte de um processo maior, que envolve a criação e o resgate de um futuro repleto de esperança.

Que possamos, a cada dia, acolher o outro com compaixão e generosidade, promovendo um ambiente onde a transformação interior se converta em um motor de mudança social. Ao seguirmos o exemplo de Jesus, tornamo-nos agentes ativos na construção de uma realidade em que o amor e a responsabilidade individual se unem para transformar desafios em oportunidades de crescimento.

Amém.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

A declaração de Jesus em Lucas 5:32 — "Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, para que se arrependam dos seus pecados" — encapsula a essência de Sua missão redentora e oferece profundas lições teológicas.

1. A Identidade dos "Justos" e "Pecadores"

Jesus frequentemente confrontava os fariseus e mestres da lei, que se consideravam justos devido à sua rigorosa observância da lei mosaica. Contudo, essa autopercepção de justiça frequentemente os tornava cegos à necessidade de arrependimento e transformação interior. Em contraste, os "pecadores" — como cobradores de impostos e marginalizados — reconheciam sua condição e estavam mais abertos à mensagem de redenção. Assim, Jesus enfatiza que Sua missão é direcionada àqueles que reconhecem sua necessidade de cura espiritual.

2. O Arrependimento como Caminho para o Reino de Deus

O chamado ao arrependimento é central no ministério de Jesus. Ele não busca simplesmente uma mudança comportamental superficial, mas uma transformação profunda do coração e da mente. Este arrependimento genuíno é o que permite aos indivíduos entrarem em comunhão com Deus e participarem do Seu reino.

3. A Universalidade da Salvação

Ao afirmar que veio chamar os pecadores, Jesus rompe as barreiras sociais e religiosas da época. Sua mensagem de salvação é inclusiva, estendendo-se a todos que reconhecem sua necessidade de Deus, independentemente de sua posição social ou passado. Isso sublinha a natureza universal do evangelho e a disposição de Deus em alcançar cada indivíduo. 

4. A Necessidade de Humildade para Receber a Graça

A declaração de Jesus também serve como um lembrete de que a autossuficiência e o orgulho podem ser obstáculos à graça divina. Somente aqueles que humildemente reconhecem sua condição de pecadores podem verdadeiramente experimentar o perdão e a renovação que Jesus oferece.

Em resumo, Lucas 5:32 destaca a missão de Jesus de buscar e salvar os perdidos, enfatizando a importância do arrependimento, a universalidade da oferta de salvação e a necessidade de humildade para receber a graça de Deus.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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