terça-feira, 31 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 6,36-38 - 02.04.2015 - Perdoai e sereis perdoados.

Senhor,
despertai-nos para a humildade
e ajudai-nos a lavar os pés dos nossos irmãos necessitados.
2ª-feira da 2ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Lc 6,36-38

Perdoai e sereis perdoados.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 6,36-38

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
36Sede misericordiosos,
como também o vosso Pai é misericordioso.
37Não julgueis e não sereis julgados;
não condeneis e não sereis condenados;
perdoai, e sereis perdoados.
38Dai e vos será dado.
Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante
será colocada no vosso colo;
porque com a mesma medida com que medirdes os outros,
vós também sereis medidos.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 6, 36-38

A justiça de Deus é muito diferente da justiça dos homens. A justiça dos homens parte de dois pressupostos: o primeiro diz que a cada um deve ser dado o que lhe pertence, e o segundo afirma que cada pessoa deve receber os méritos pelo bem que promovem e os castigos pelos males que causa. A justiça divina é aquela que distribui gratuitamente todos os bens e dá todas as condições para que o homem possa ser feliz e ter uma vida digna e é por isso que Deus criou todas as coisas e as deu gratuitamente para os homens que não viveram a gratuidade e se apossaram do mundo segundo seus interesses. A justiça divina é aquela que não nos trata segundo as nossas faltas, mas age com misericórdia e nos convida a fazer o mesmo.
Fonte CNBB



A TUA MISSÃO É A MISERICÓRDIA Lc 6,36-38
HOMILIA

No imenso tesouro do Evangelho, a misericórdia é como uma gema preciosa: sólida e delicada ao mesmo tempo; verdadeira e transparente na sua simplicidade; brilhante pela vida e alegria que difunde. Compaixão, solidariedade, ternura e perdão são como seus ângulos de polimento, por onde se reflete – em raios coloridos e acessíveis – o amor regenerador de Deus.

Para mim neste tempo da Quaresma, a misericórdia de Deus se traduz em resgate, cura, abrigo, libertação, sustento, proteção, acolhida, generosidade e salvação – tão marcantes na caminhada do Povo de Deus. No decorrer dos séculos, a comunidade cristã tem atualizado esta experiência em novos contextos, lugares e relacionamentos. A liturgia a celebra; a prece a invoca; a pregação a proclama; os místicos a enfatizam; o magistério a propõe; as obras a cumprem.

Antiga e sempre nova, a misericórdia de Deus se pode entender em outras palavras sob três pontos:  bem-aventurança, profecia e terapia. Como bem-aventurança, a misericórdia aproxima o Reino de Deus das pessoas, e as pessoas do Reino de Deus. É prática que dignifica o ser humano: tanto quem a dá, quanto quem a recebe. Está repleta de gratuidade e alegria, como disse Jesus: “Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). As obras de misericórdia são também profecias da justiça do Reino, que supera toda fronteira de raça, credo ou ideologia: diante da humanidade ferida e carente, somos servidores da vida e da esperança, dentro e fora da Igreja, para crentes e não-crentes, afim de que “todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10,10).

Jesus nos indicou o exemplo do bom samaritano para mostrar a todos que a misericórdia não aceita fronteiras! Enfim, a misericórdia é também terapia: compaixão que restaura, toque que regenera e cuidado que aquece. As obras de misericórdia têm eficácia curadora: socorrem nossa humanidade ferida pelo pecado e pelo desamor, restaurando em nós a imagem do Cristo glorioso, para que suas feições resplandeçam na nossa face, na face da Igreja, na face de toda a humanidade redimida.

Se a compaixão é um sentir que nos comove na direção do próximo, a misericórdia se caracteriza como gesto que realiza este sentir solidário. Na compaixão temos um sentimento que mobiliza; na misericórdia temos o exercício deste sentimento. Daí os verbos: cumprir, mostrar, fazer e agir – que expressam a eficácia do amor misericordioso humano e, sobretudo, divino (cf. Êx 20,6; Sl 85,8; Lc 1,72 e 10,37). A misericórdia tem caráter operativo: é amor em exercício de salvação. Se o amor é a qualidade essencial de Deus; a misericórdia é este mesmo amor exercitado para com a criatura humana, revelando a qualidade ativa de Deus. Assim, a misericórdia se mostra muito mais na experiência do dia a dia, do que na conceituação teológica, catequética ou espiritual. E ainda que tal experiência se revista de beleza, o lar da misericórdia não é o discurso e nem explicações. Porque as crianças abandonadas, os andarilhos e os excluídos da sociedade não comem explicações. O lar da misericórdia é a solidariedade. Seu órgão vital é o coração e as mãos: erguem o caído, curam o ferido, abraçam o peregrino, alimentam o faminto.

A misericórdia que Deus exige de ti e de mim não é outra senão a evangélica, que consiste em 14 obras: 7 corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, acolher o forasteiro, vestir quem está nu, visitar os doentes e assistir aos prisioneiros e sepultar dignamente os mortos. Sete obras, centradas na exortação “cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (25,40). E 7 espirituais: dar bom conselho a quem necessita, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rogar a Deus pelos vivos e mortos.

Obras de misericórdia corporais: dar de comer ao faminto, dar de beber ao sedento, vestir os maltrapilhos, abrigar os peregrinos, cuidar dos enfermos, visitar os encarcerados,

Meu irmão, minha irmã, em Emaús e à beira do lago da Galiléia, Jesus toma o pão, abençoa e reparte: os discípulos o reconhecem, por causa de seu tato característico (Lc 24,30; Jo 21,12-13). Que gestos tens feito para que as pessoas te reconheçam como discípulo de Jesus? Saiba que os gestos alimentam, curam e restauram! Eles são toques da misericórdia de Deus.

O nosso mandato é a prática da misericórdia para com o irmão: “Vai e faze o mesmo!”
Fonte Canção Nova

segunda-feira, 30 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 26,14-25 - 01.04.2015 - O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que o trair.

Senhor Jesus,
vós que caminhastes na dor e na morte para nos salvar,
não nos deixeis desviar de vossa verdade
e de vosso Evangelho.
4ª-feira da Semana Santa Páscoa
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 26,14-25

O Filho do Homem vai morrer,
conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que o trair.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 26,14-25

Naquele tempo:
14Um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes,
foi ter com os sumos sacerdotes
15e disse: 'O que me dareis se vos entregar Jesus?'
Combinaram, então, trinta moedas de prata.
16E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade
para entregar Jesus.
17No primeiro dia da festa dos Ázimos,
os discípulos aproximaram-se de Jesus
e perguntaram: 'Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?'
18Jesus respondeu: 'Ide à cidade,
procurai certo homem e dizei-lhe:
'O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo,
vou celebrar a Páscoa em tua casa,
junto com meus discípulos'.'
19Os discípulos fizeram como Jesus mandou
e prepararam a Páscoa.
20Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa
com os doze discípulos.
21Enquanto comiam, Jesus disse:
'Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair.'
22Eles ficaram muito tristes
e, um por um, começaram a lhe perguntar:
'Senhor, será que sou eu?'
23Jesus respondeu:
'Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato.
24O Filho do Homem vai morrer,
conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem!
Seria melhor que nunca tivesse nascido!'
25Então Judas, o traidor, perguntou:
'Mestre, serei eu?'
Jesus lhe respondeu: 'Tu o dizes.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 26, 14-25

O amor que Deus tem por todas as pessoas nunca foi plenamente correspondido, pois sempre o pecado manifestou o desamor que o homem tem por ele. O episódio da traição de Judas nos mostra de um modo muito mais profundo esta verdade. O Filho, verdadeiro Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, por amor a nós, renuncia à sua condição divina e se faz homem, tornando-se um de nós. A resposta que ele encontra dos homens não é o amor, mas a traição e a morte. Mas nem mesmo esta realidade diminui o amor que Deus tem por nós, uma vez que, por amor, Jesus nos dá livremente a sua vida.
Fonte CNBB



O DESTINO DE JESUS Mt 26,14-25
HOMILIA

Estamos hoje diante da agonia de Jesus no Monte das Oliveiras quando, diante do sofrimento que passaria nas próximas horas, Jesus, numa tristeza mortal, num gesto humano suplica ao Pai: “Meu Pai, se possível, que este cálice passe de mim” (Mt 26, 39). Mas imediatamente, como cordeiro que vai para o matadouro, diz: “Contudo, não seja feito como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26, 39). É a Vítima perfeita que se entrega, é o Cordeiro Pascal, é aquele que tira o pecado do mundo por amor! O Bom Pastor, aquele que dá a vida por suas ovelhas!
São Mateus nos revela hoje o modo como Jesus foi traído por um dos seus homens de confiança. O evangelho destaca que o gesto estava inserido num contexto maior do desígnio divino sobre o destino do Messias. Nem por isso sua responsabilidade foi menor. As palavras terríveis que recaíram sobre ele não deixam dúvida a este respeito: “Seria melhor que nunca tivesse nascido!” Só Judas age na contramão da vontade do Mestre, mesmo que sua decisão, já estivesse no contexto da vontade de Deus.
Estamos no final do tempo de Quaresma. O Senhor nos convida à compartilhar a sua vida. E isto exige de nós abraçarmos a vida de penitência e a conversão de nosso coração. Não deixe de experimentar este momento na Santa Missa, no sacramento da Reconciliação, na leitura orante da Palavra de Deus. Faça jejum, dê esmola, ore muito. Marque a sua vida querendo ser inteiramente de Deus. Não desista do amor que o Senhor tem por você. Eu entendo e julgo que também você já entendeu que Quaresma é tempo de preparação para a Páscoa. Portanto, duas são as atitudes fundamentais deste tempo para todo o cristão: a conversão para Deus e a solidariedade para com os necessitados. Assim como Cristo partilhou a Sua vida conosco assim você dever partilhar a sua com os seus irmãos e irmãs. A oração é o melhor meio para orientar a vida neste caminho.
A atitude cristã, que devemos ter, é a de corresponder com a graça divina, e não desprezá-la, traindo o amor de Cristo, como fez Judas. Peçamos ao Senhor que nos conceda uma fé firme e permanente a ponto de fazermos à diferença neste mundo cheio de ganância e uma busca constante de privilégios e, sobretudo, onde parecendo que não ainda o grito de Maquiavel “o fim justifica os meios” continua ditando normas. Tira-se a vida em troca de Poder, Prazer e Posse.
Jesus faz do dom de sua vida entregue, doada livremente por nós, a Nova e eterna Aliança com o Pai celeste. Afim de que livres do pecado vivamos agora na liberdade de filhos e filhas de Deus.
Pai, reforça minha comunhão com teu Filho Jesus, de forma que nenhuma atitude minha possa colocar em risco este relacionamento profundo propiciado por ti.

Fonte Padre BANTU SAYLA

domingo, 29 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 13,21-33.36-38 - 31.03.2015 - Um de vós me entregará... O galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes.

Ó Deus,
dai-nos a coragem de vosso Filho
que assumiu com fidelidade a missão que vós lhe destes
e tornai-nos semelhantes a Ele
em nossas atitudes, gestos e palavras.
3ª-feira da Semana Santa Páscoa
Cor: Roxo

Evangelho - Jo 13,21-33.36-38

Um de vós me entregará...
O galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 13,21-33.36-38

Naquele tempo:
Estando à mesa com seus discípulos,
21Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou:
'Em verdade, em verdade vos digo,
um de vós me entregará.'
22Desconcertados,
os discípulos olhavam uns para os outros,
pois não sabiam de quem Jesus estava falando.
23Um deles, a quem Jesus amava,
estava recostado ao lado de Jesus.
24Simão Pedro fez-lhe um sinal
para que ele procurasse saber
de quem Jesus estava falando.
25Então, o discípulo,
reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe:
'Senhor, quem é?'
26Jesus respondeu:
'É aquele a quem eu der o pedaço de pão
passado no molho.'
Então Jesus molhou um pedaço de pão
e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
27Depois do pedaço de pão,
Satanás entrou em Judas.
Então Jesus lhe disse:
'O que tens a fazer, executa-o depressa.'
28Nenhum dos presentes compreendeu
por que Jesus lhe disse isso.
29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam
que Jesus lhe queria dizer:
'Compra o que precisamos para a festa',
ou que desse alguma coisa aos pobres.
30Depois de receber o pedaço de pão,
Judas saiu imediatamente.
Era noite.
31Depois que Judas saiu,
disse Jesus:
'Agora foi glorificado o Filho do Homem,
e Deus foi glorificado nele.
32Se Deus foi glorificado nele,
também Deus o glorificará em si mesmo,
e o glorificará logo.
33Filhinhos,
por pouco tempo estou ainda convosco.
Vós me procurareis,
e agora vos digo, como eu disse também aos judeus:
'Para onde eu vou, vós não podeis ir'.
36Simão Pedro perguntou:
'Senhor, para onde vais?'
Jesus respondeu-lhe:
'Para onde eu vou,
tu não me podes seguir agora,
mas me seguirás mais tarde.'
37Pedro disse:
'Senhor, por que não posso seguir-te agora?
Eu darei a minha vida por ti!'
38Respondeu Jesus:
'Darás a tua vida por mim?
Em verdade, em verdade te digo:
o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 13, 21-33.36-38

Mesmo entre os discípulos de Jesus, a humanidade, com a sua fraqueza, falou mais alto nos momentos mais difíceis. Todos estão à mesa com ele, celebrando a Páscoa, mas ninguém está pronto para viver a Páscoa de Jesus. Judas Iscariotes abandona a mesa celebrativa para procurar os sumos sacerdotes e trair Jesus. Simão Pedro afirma que dará a vida por Jesus e, como resposta, ouve a profecia de que o negará três vezes ainda naquela noite. Com exceção de João, que esteve acompanhando Jesus até o alto do Calvário, todos os demais se dispersaram.
Fonte CNBB



A TRAIÇÃO Jo 13,21-33.36-38
HOMILIA

Estamos na terça feira da Semana Santa. Os textos do evangelho destes dias nos confrontam com os fatos terríveis que levaram à prisão e à condenação de Jesus. Os textos não trazem só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas também relatam as traições e negações dos próprios discípulos que possibilitaram a prisão de Jesus pelas autoridades e contribuíram enormemente para aumentar o sofrimento de Jesus.
Nesta ceia estão com Jesus, os apóstolos. Destacam-se João, aquele "a quem Jesus amava", Simão Pedro, representando as pessoas em busca de identidade e Judas Iscariotes, o traidor. Nas refeições solenes, dar um pedaço de pão umedecido no molho era sinal de carinho especial. Jesus entrega este pedaço de pão a Judas Iscariotes. Com isto o Evangelho dá a entender que Jesus ama de maneira extraordinária aquele que o trairá. A traição não é obra de inimigos de Jesus. Acontece por meio de um dos seus. Pedro está distante de Jesus, não só fisicamente, mas precisa da mediação de João para se comunicar com o Mestre.
O anúncio da traição. Depois de ter lavado os pés dos discípulos e de ter falado da obrigação que temos de lavar os pés uns dos outros, Jesus se comoveu profundamente. E não era para menos. Enquanto ele estava fazendo aquele gesto de serviço e de total entrega de si mesmo, ao lado dele um discípulo estava tramando a maneira de como traí-lo naquela mesma noite. Jesus expressa a sua comoção e diz: Em verdade lhes digo: um de vocês vai me trair! Não diz: Judas vai me trair, mas um de vocês. É alguém do círculo da amizade dele que vai ser o traidor.
A reação dos discípulos. Os discípulos levam susto. Não esperavam por esta declaração tão séria de que um deles seria o traidor. Pedro faz um sinal a João para ele perguntar a Jesus qual dos doze iria cometer a traição. Sinal de que eles nem sequer desconfiavam quem pudesse ser o traidor. Ou seja, sinal de que a amizade entre eles ainda não tinha chegado à mesma transparência de Jesus para com eles. João se inclinou para perto de Jesus e perguntou: Quem é?
Jesus indica Judas. Jesus disse: é aquele a quem vou dar um pedaço de pão umedecido no molho. Ele pegou um pedaço de pão, molhou e deu a Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes de uma ceia costumavam fazer entre si. E Jesus disse a Judas: O que você tem que fazer, faça logo! Judas tinha a bolsa comum. Era o encarregado de comprar as coisas e de dar esmolas para os pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anúncio da traição está uma evocação do salmo em que o salmista se queixa do amigo que o traiu: Até o meu amigo, em quem eu confiava e que comia do meu pão, é o primeiro a me trair. Judas percebeu que Jesus estava sabendo de tudo. Mesmo assim, não voltou atrás, e manteve a decisão de trair Jesus. É neste momento que se opera a separação entre Judas e Jesus. João diz que o satanás entrou nele. Judas levantou e saiu. Ele entrou para o lado do adversário (satanás). João comenta: Era noite. Era a escuridão.
Começa a glorificação de Jesus. É como se a história tivesse esperado por este momento da separação entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entraram em Judas quando ele decidiu de executar o que estava tramando. Neste mesmo momento se fez luz em Jesus que declara: Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo! O que vai acontecer daqui para frente é contagem regressiva. As grandes decisões foram tomadas, tanto da parte de Jesus e agora também da parte de Judas. Os fatos se precipitam. E Jesus já dá o aviso: Filhinhos, é só mais um pouco que vou ficar com vocês. Falta pouco para que se realize a passagem, a Páscoa.
O novo mandamento. O evangelho de hoje omite estes dois versículos sobre o novo mandamento do amor e passa a falar do anúncio da negação de Pedro.
Anúncio da negação de Pedro. Junto com a traição de Judas, o evangelho traz também a negação de Pedro. São os dos dois fatos que mais contribuíram para o sofrimento de Jesus. Pedro diz que está disposto a dar a vida por Jesus. Jesus o chama à realidade: “Você dar a vida por mim? O galo não cantará sem que me renegues três vezes”. Marcos tinha escrito: “O galo não cantará duas vezes e você já me terá negado três vezes” (Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do galo é rápido. Quando de manhã cedo o primeiro galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os galos estão cantando. Pedro é mais rápido na negação do que o galo no canto.
O que o texto diz para mim, hoje? Também me coloco na mesa, junto a Jesus. Em que lugar? Identifico-me com Pedro, João, ou com qual apóstolo? Os bispos, na Conferência de Aparecida falaram da comunidade de amor que nasce da Eucaristia e constrói a unidade. A Igreja, como "comunidade de amor é chamada a refletir a glória do amor de Deus que, é comunhão, e assim atrair as pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade desejada por Jesus, os homens e mulheres de nosso tempo se sentem convocados e recorrem à formosa aventura da fé. Que também eles vivam unidos a nós para que o mundo creia (Jo 17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo mas por 'atração': como Cristo 'atrai tudo a si' com a força de seu amor. A Igreja atrai quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou!
Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a ele.
Fonte Padre BANTU SAYLA

sábado, 28 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 12,1-11 - 30.03.2015 - Deixa-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura.

Jesus, nós vos adoramos,
Filho unigênito de Deus,
vindo ao mundo para dar aos homens a vida em plenitude.
2ª-feira da Semana Santa Páscoa
Cor: Roxo

Evangelho - Jo 12,1-11

Deixa-a; ela fez isto
em vista do dia de minha sepultura.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 12,1-11

1Seis dias antes da Páscoa,
Jesus foi para Betânia,
onde morava Lázaro,
que ele havia ressuscitado dos mortos.
2Ali ofereceram a Jesus um jantar;
Marta servia
e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
3Maria, tomando quase meio litro de perfume
de nardo puro e muito caro,
ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos.
A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo.
4Então, falou Judas Iscariotes,
um dos seus discípulos,
aquele que o havia de entregar:
5'Por que não se vendeu este perfume
por trezentas moedas de prata,
para as dar aos pobres?'
6Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres,
mas porque era ladrão;
ele tomava conta da bolsa comum
e roubava o que se depositava nela.
7Jesus, porém, disse:
'Deixa-a; ela fez isto
em vista do dia de minha sepultura.
8Pobres, sempre os tereis convosco,
enquanto a mim, nem sempre me tereis.'
9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia,
foram para lá,
não só por causa de Jesus,
mas também para verem Lázaro,
que Jesus havia ressuscitado dos mortos.
10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro,
11porque, por causa dele,
muitos deixavam os judeus
e acreditavam em Jesus.
Palavra do Senhor.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 12, 1-11

A vida e as atitudes de Jesus sempre causaram reações contraditórias de aceitação ou rejeição. A morte de Jesus também não foi diferente. Para os principais dentre os judeus, a morte de Jesus significou a realização dos seus planos e uma vitória conquistada no sentido da manutenção da ordem estabelecida. Para o poder romano, não significou nada, pois ele foi mais um entre os muitos que são condenados à morte. Mas quem o amava, houve um momento de carinho e atenção à sua pessoa antes que a morte chegasse trazendo o sofrimento, a dor e a separação.
Fonte CNBB



À MIM NEM SEMPRE TEREIS CONVOSCO Jo 12,1-11
HOMILIA

A mim nem sempre tereis convosco. Iniciamos hoje a Semana Santa. Semana na qual celebramos a centralidade da nossa fé que tiveram início na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ou seja, a Paixão - subida de Jesus Cristo ao Monte Calvário, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo para a nossa salvação; para nos resgatar das mãos do demônio, e nos transferir para o mundo da luz, para a liberdade dos filhos de Deus. Jesus morre na Cruz para reconciliar o homem com Deus. É a semana da nossa reconciliação com Deus. É a semana da vitória da vida sobre a morte. Do pecado sobre a graça. Quando os fiéis são batizados, aplica-se a cada um deles os efeitos redentores da Morte e Ressurreição de Cristo. Por isso, o cristão católico convicto celebra com alegria a cada função litúrgica da Semana Santa que começa hoje e termina na celebração do Tríduo Pascal e da Páscoa.
A mesma Maria que antes já havia sentado aos pés do Mestre e que também vira seu irmão Lázaro ser ressuscitado por Jesus, nos dá, agora, uma demonstração de amor e gratidão. Ao derramar o seu perfume precioso e caríssimo nos pés de Jesus e enxugá-los com seus cabelos ela entregava a Ele o que tinha de melhor, a sua vida. Jesus sabia que estava prestes a ser entregue e que vivia os seus últimos momentos aqui na terra e já se despedia dos seus amigos, por isso, aceitou de bom grado aquele presente mesmo sob o protesto de Judas que querendo confundir os outros falava da necessidade de pessoas pobres. Jesus soube argumentar: “pobres, sempre terei convosco, mas a mim nem sempre me tereis”.
Neste Evangelho nós aprendemos com Maria e com Jesus. Com Maria nós apreendemos que a vida atual aqui na terra é o momento propício para que nós também façamos a oferta de tudo quanto temos de precioso: o perfume da nossa oração, da nossa adoração, mas também dos nossos atos concretos de amor, de despojamento. Com Jesus nós aprendemos a perceber os sinais de misericórdia que Deus nos dá quando estamos nos momentos cruciais da nossa vida e a aceitar os presentes e as dádivas que vêm do céu por meio das pessoas que nos oferecem algo precioso. Com certeza, o gesto de Maria foi para Jesus como o perdão que damos a quem nos ofende, a reconciliação que promovemos na nossa família, a compreensão que temos com os erros dos nossos irmãos, o tempo que dedicamos às causas justas.
Assim, portanto, nós ainda temos oportunidade de também derramar aos pés de Jesus o que temos de tão precioso, o tempo em que vivemos para demonstrar a alguém a nossa gratidão, perdão e reconciliação.
Como você tem aproveitado o tempo que você está vivendo? A quem você tem se dedicado? Você tem cuidado somente das suas “coisinhas” ou você tem tido interesse pela vida de alguém mais? Você tem oferecido a Deus o momento presente da sua vida? Você se preocupa com os pobres?
Façamos também nós o mesmo; ofereçamos para Nosso Senhor aquilo que temos de melhor e precioso: o melhor cálice, a mais bela patena, o mais piedoso ostensório, os melhores paramentos, a nossa vida, tudo o que somos e temos. Pois, todo o luxo, majestade e beleza são poucos, perante a tamanha grandeza de Jesus no Mestre.
Acolhendo o mistério redentor de Cristo e sua Palavra, meditando os acontecimentos da nossa redenção, só poderemos crescer na alegria e na paz do Deus que nos ofertou sua vida. Deixemos, pois que o Espírito de Deus tome conta de nossa existência, para que sejamos conduzidos à eterna alegria da salvação e da ressurreição.
Senhor Jesus, a exemplo de Maria de Betânia, desperta em mim uma amizade autêntica, que me coloque em perfeita sintonia contigo.
Fonte Padre BANTU SAYLA

sexta-feira, 27 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mc 14,1-15,47 - 29.03.2015 - Procuravam um meio de prender Jesus à traição, para matá-lo.

Senhor Jesus,
não nos deixeis desviar de vossa verdade
e de vosso Evangelho.
Domingo de Ramos da Paixão do Senhor Quaresma
Cor: Vermelho

Evangelho - Mc 14,1-15,47

Procuravam um meio de prender Jesus à traição, para matá-lo.

+ Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos 14,1-15,47

1Faltavam dois dias para a Páscoa
e para a festa dos Ázimos.
Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei
procuravam um meio de prender Jesus à traição,
para matá-lo.
2Eles diziam: 'Não durante a festa,
para que não haja um tumulto no meio do povo.'
Derramou perfume em meu corpo, preparando-o para a sepultura.
3Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso.
Quando estava à mesa,
veio uma mulher com um vaso de alabastro
cheio de perfume de nardo puro, muito caro.
Ela quebrou o vaso
e derramou o perfume na cabeça de Jesus.
4Alguns que estavam ali ficaram indignados e comentavam:
'Por que este desperdício de perfume?
5Ele poderia ser vendido
por mais de trezentas moedas de prata,
que seriam dadas aos pobres.'
E criticavam fortemente a mulher.
6Mas Jesus lhes disse:
'Deixai-a em paz! Por que aborrecê-la?
Ela praticou uma boa ação para comigo.
7Pobres sempre tereis convosco
e quando quiserdes podeis fazer-lhes o bem.
Quanto a mim não me tereis para sempre.
8Ela fez o que podia: derramou perfume em meu corpo,
preparando-o para a sepultura.
9Em verdade vos digo,
em qualquer parte que o Evangelho for pregado,
em todo o mundo,
será contado o que ela fez,
como lembrança do seu gesto.'
Prometeram a Judas Iscariotes dar-lhe dinheiro.
10Judas Iscariotes, um dos doze,
foi ter com os sumos sacerdotes
para entregar-lhes Jesus.
11Eles ficaram muito contentes quando ouviram isso,
e prometeram dar-lhe dinheiro.
Então, Judas começou a procurar
uma boa oportunidade para entregar Jesus.
Onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?
12No primeiro dia dos ázimos,
quando se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos disseram a Jesus:
'Onde queres que façamos os preparativos
para comeres a Páscoa?'
13Jesus enviou então dois dos seus discípulos
e lhes disse: 'Ide à cidade.
Um homem carregando um jarro de água
virá ao vosso encontro. Segui-o
14e dizei ao dono da casa em que ele entrar:
'O Mestre manda dizer: onde está a sala
em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?'
15Então ele vos mostrará, no andar de cima,
uma grande sala, arrumada com almofadas.
Ali fareis os preparativos para nós!'
16Os discípulos saíram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus havia dito,
e prepararam a Páscoa.
Um de vós, que come comigo, vai me trair.'
17Ao cair da tarde, Jesus foi com os doze.
18Enquanto estavam à mesa comendo,
Jesus disse: 'Em verdade vos digo,
um de vós, que come comigo, vai me trair.'
19Os discípulos começaram a ficar tristes
e perguntaram a Jesus, um após outro:
'Acaso serei eu?'
20Jesus lhes disse:
'É um dos doze, que se serve comigo do mesmo prato.
21O Filho do Homem segue seu caminho,
conforme está escrito sobre ele.
Ai, porém, daquele que trair o Filho do Homem!
Melhor seria que nunca tivesse nascido!'
Isto é o meu corpo.
Isto é o meu sangue, o sangue da aliança.
22Enquanto comiam, Jesus tomou o pão
e, tendo pronunciado a bênção,
partiu-o e entregou-lhes, dizendo:
'Tomai, isto é o meu corpo.'
23Em seguida, tomou o cálice, deu graças,
entregou-lhes e todos beberam dele.
24Jesus lhes disse:
'Isto é o meu sangue, o sangue da aliança,
que é derramado em favor de muitos.
25Em verdade vos digo,
não beberei mais do fruto da videira,
até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de
Deus.'
Antes que o galo cante duas vezes, três vezes tu me negarás.
26Depois de terem cantado o hino,
foram para o monte das Oliveiras.
27Então Jesus disse aos discípulos:
'Todos vós ficareis desorientados,
pois está escrito:
'Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão.'
28Mas, depois de ressuscitar,
eu vos precederei na Galiléia.'
29Pedro, porém, lhe disse:
'Mesmo que todos fiquem desorientados,
eu não ficarei.'
30Respondeu-lhe Jesus:
'Em verdade te digo,
ainda hoje, esta noite,
antes que o galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás.'
31Mas Pedro repetiu com veemência:
'Ainda que tenha de morrer contigo, eu não te negarei.'
E todos diziam o mesmo.
Começou a sentir pavor e angústia.
32Chegados a um lugar chamado Getsêmani,
disse Jesus aos discípulos:
'Sentai-vos aqui, enquanto eu vou rezar!'
33Levou consigo Pedro, Tiago e João,
e começou a sentir pavor e angústia.
34Então Jesus lhes disse:
'Minha alma está triste até a morte.
Ficai aqui e vigiai.'
35Jesus foi um pouco mais adiante
e, prostrando-se por terra, rezava
que, se fosse possível, aquela hora se afastasse dele.
36Dizia: 'Abbá! Pai! Tudo te é possível:
Afasta de mim este cálice!
Contudo, nóo seja feito o que eu quero,
mas sim o que tu queres!'
37Voltando, encontrou os discípulos dormindo.
Então disse a Pedro:
'Simão, tu estás dormindo?
Não pudeste vigiar nem uma hora?
38Vigiai e orai, para não cairdes em tentaçóo!
Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.'
39Jesus afastou-se de novo
e rezou, repetindo as mesmas palavras.
40Voltou outra vez e os encontrou dormindo,
porque seus olhos estavam pesados de sono
e eles não sabiam o que responder.
41Ao voltar pela terceira vez, Jesus lhes disse:
'Agora podeis dormir e descansar.
Basta! Chegou a hora!
Eis que o Filho do Homem é entregue
nas mãos dos pecadores.
42Levantai-vos! Vamos!
Aquele que vai me trair já está chegando.'
Prendei-o e levai-o com segurança!'
43E logo, enquanto Jesus ainda falava,
chegou Judas, um dos doze,
com uma multidão armada de espadas e paus.
Vinham da parte dos sumos sacerdotes,
dos mestres da Lei e dos anciãos do povo.
44O traidor tinha combinado com eles um sinal,
dizendo: 'É aquele a quem eu beijar.
Prendei-o e levai-o com segurança!'
45Judas logo se aproximou de Jesus, dizendo:
'Mestre!', e o beijou.
46Então lançaram as mãos sobre ele e o prenderam.
47Mas um dos presentes puxou a espada
e feriu o empregado do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha.
48Jesus tomou a palavra e disse:
'Vós saístes com espadas e paus para me prender,
como se eu fosse um assaltante.
49Todos os dias eu estava convosco, no Templo, ensinando,
e não me prendestes.
Mas isto acontece para que se cumpram as Escrituras.'
50Então todos o abandonaram e fugiram.
51Um jovem, vestido apenas com um lençol,
estava seguindo a Jesus, e eles o prenderam.
52Mas o jovem largou o lençol e fugiu nu.
Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?
53Então levaram Jesus ao Sumo Sacerdote,
e todos os sumos sacerdotes, os anciãos
e os mestres da Lei se reuniram.
54Pedro seguiu Jesus de longe,
até o interior do pátio do Sumo Sacerdote.
Sentado com os guardas, aquecia-se junto ao fogo.
55Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um testemunho contra Jesus,
para condená-lo à morte, mas não encontravam.
56Muitos testemunhavam falsamente contra ele,
mas seus testemunhos não concordavam.
57Alguns se levantaram
e testemunharam falsamente contra ele, dizendo:
58'Nós o ouvimos dizer:
'Vou destruir este templo feito pelas mãos dos homens,
e em três dias construirei um outro,
que não será feito por mãos humanas!`'
59Mas nem assim o testemunho deles concordava.
60Então, o Sumo Sacerdote levantou-se no meio deles
e interrogou a Jesus:
'Nada tens a responder ao que estes
testemunham contra ti?'
61Jesus continuou calado, e nada respondeu.
O Sumo Sacerdote interrogou-o de novo:
'Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?'
62Jesus respondeu: 'Eu sou.
E vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo-Poderoso,
vindo com as nuvens do céu.'
63O Sumo Sacerdote rasgou suas vestes e disse:
'Que necessidade temos ainda de testemunhas?
64Vós ouvistes a blasfêmia! O que vos parece?'
Então todos o julgaram réu de morte.
65Alguns começaram a cuspir em Jesus.
Cobrindo-lhe o rosto, o esbofeteavam e diziam:
'Profetiza!'
Os guardas também davam-lhe bofetadas.
Nem conheço esse homem de quem estais falando.
66Pedro estava em baixo, no pátio.
Veio uma criada do Sumo Sacerdote,
67e, quando viu Pedro que se aquecia,
olhou bem para ele e disse:
'Tu também estavas com Jesus, o Nazareno!'
68Mas Pedro negou, dizendo:
'Não sei e nem compreendo o que estás dizendo!'
E foi para fora, para a entrada do pátio.
E o galo cantou.
69A criada viu Pedro,
e de novo começou a dizer aos que estavam perto:
'Este é um deles.'
70Mas Pedro negou outra vez.
Pouco depois,
os que estavam junto diziam novamente a Pedro:
'É claro que tu és um deles, pois és da Galiléia.'
71Aí Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo:
'Nem conheço esse homem de quem estais falando.'
72E nesse instante um galo cantou pela segunda vez.
Lembrou-se Pedro da palavra que Jesus lhe havia dito:
'Antes que um galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás.'
Caindo em si, ele começou a chorar.
Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?
15,1Logo pela manhã, os sumos sacerdotes,
com os anciãos, os mestres da Lei e todo o Sinédrio,
reuniram-se e tomaram uma decisão.
Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos.
2E Pilatos o interrogou:
'Tu és o rei dos judeus?'
Jesus respondeu: 'Tu o dizes.'
3E os sumos sacerdotes
faziam muitas acusações contra Jesus.
4Pilatos o interrogou novamente:
'Nada tens a responder?
Vê de quanta coisa te acusam!'
5Mas Jesus não respondeu mais nada,
de modo que Pilatos ficou admirado.
6Por ocasião da Páscoa,
Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem.
7Havia então um preso, chamado Barrabás,
entre os bandidos, que, numa revolta,
tinha cometido um assassinato.
8A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir
que ele fizesse como era costume.
9Pilatos perguntou:
'Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?'
10Ele bem sabia que os sumos sacerdotes
haviam entregado Jesus por inveja.
11Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão
para que Pilatos lhes soltasse Barrabás.
12Pilatos perguntou de novo:
'Que quereis então que eu faça
com o rei dos Judeus?'
13Mas eles tornaram a gritar: 'Crucifica-o!'
14Pilatos perguntou: 'Mas, que mal ele fez?'
Eles, porém, gritaram com mais força: 'Crucifica-o!'
15Pilatos, querendo satisfazer a multidão,
soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus
e o entregou para ser crucificado.
Teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça.
16Então os soldados o levaram para dentro do palácio,
isto é, o pretório,
e convocaram toda a tropa.
17Vestiram Jesus com um manto vermelho,
teceram uma coroa de espinhos
e a puseram em sua cabeça.
18E começaram a saudá-lo: 'Salve, rei dos judeus!'
19Batiam-lhe na cabeça com uma vara.
Cuspiam nele e, dobrando os joelhos,
prostravam-se diante dele.
20Depois de zombarem de Jesus,
tiraram-lhe o manto vermelho,
vestiram-no de novo com suas próprias roupas
e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.
Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota.
21Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene,
pai de Alexandre e de Rufo, que voltava do campo,
a carregar a cruz.
22Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota,
que quer dizer 'Calvário'.
Ele foi contado entre os malfeitores.
23Deram-lhe vinho misturado com mirra,
mas ele nóo o tomou.
24Então o crucificaram
e repartiram as suas roupas, tirando a sorte,
para ver que parte caberia a cada um.
25Eram nove horas da manhã quando o crucificaram.
26E ali estava uma inscrição
com o motivo de sua condenação: 'O Rei dos Judeus'.
27Com Jesus foram crucificados dois ladrões,
um à direita e outro à esquerda.
(28)Porque eu vos digo:
É preciso que se cumpra em mim
a Palavra da Escritura:
'Ele foi contado entre os malfeitores.'
A outros salvou, a si mesmo não pode salvar!
29Os que por ali passavam o insultavam,
balançando a cabeça e dizendo:
'Ah! Tu que destróis o Templo
e o reconstróis em três dias,
30salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!'
31Do mesmo modo, os sumos sacerdotes,
com os mestres da Lei,
zombavam entre si, dizendo:
'A outros salvou, a si mesmo não pode salvar!
32O Messias, o rei de Israel...
que desça agora da cruz,
para que vejamos e acreditemos!'
Os que foram crucificados com ele também o insultavam.
Jesus deu um forte grito e expirou.
33Quando chegou o meio-dia,
houve escuridão sobre toda a terra,
até as três horas da tarde.
34Pelas três da tarde, Jesus gritou com voz forte:
'Eli, Eli, lamá sabactâni?',
que quer dizer: 'Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonaste?'
35Alguns dos que estavam ali perto, ouvindo-o, disseram:
'Vejam, ele está chamando Elias!'
36Alguém correu e embebeu uma esponja em vinagre,
colocou-a na ponta de uma vara
e lhe deu de beber, dizendo:
'Deixai! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz.'
37Então Jesus deu um forte grito e expirou.
Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.
38Neste momento a cortina do santuário
rasgou-se de alto a baixo, em duas partes.
39Quando o oficial do exército,
que estava bem em frente dele,
viu como Jesus havia expirado, disse:
'Na verdade, este homem era Filho de Deus!'
40Estavam ali também algumas mulheres,
que olhavam de longe;
entre elas, Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago Menor e de Joset, e Salomé.
41Elas haviam acompanhado e servido a Jesus
quando ele estava na Galiléia.
Também muitas outras
que tinham ido com Jesus a Jerusalém, estavam ali.
José rolou uma pedra à entrada do sepulcro.
42Era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado,
e já caíra a tarde.
43Então, José de Arimatéia,
membro respeitável do Conselho,
que também esperava o Reino de Deus,
cheio de coragem, veio a Pilatos
e pediu o corpo de Jesus.
44Pilatos ficou admirado,
quando soube que Jesus estava morto.
Chamou o oficial do exército
e perguntou se Jesus tinha morrido há muito tempo.
45Informado pelo oficial,
Pilatos entregou o corpo a José.
46José comprou um lençol de linho,
desceu o corpo da cruz e o envolveu no lençol.
Depois colocou-o num túmulo, escavado na rocha,
e rolou uma pedra à entrada do sepulcro.
47Maria Madalena, e Maria, mãe de Joset,
observavam onde Jesus foi colocado.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mc 14,1-15,47
Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

Com o Domingo de ramos e da paixão do Senhor tem início a semana santa. A primeira ideia a considerar é que Jesus é o servo obediente de Deus; obediência que o Senhor aprendeu pelo sofrimento. Toda a vida de Jesus é movida pela escuta de Deus, escuta que o sustentou ao longo de toda a sua vida; escuta que fez com que ele não esmorecesse diante da traição, do sofrimento e da morte. A segunda consideração nos vem do relato da paixão: Jesus é traído por um dos seus, que partilhou com ele a vida e a fé. Mas não foi somente um que o traiu, mas todos os seus discípulos também o fizeram, pois negar e abandonar é também trair. Não tiveram a coragem de permanecer com o Senhor que eles diziam amar. Pedro, porta-voz do grupo dos discípulos, havia dito que as palavras de Jesus continham a vida eterna que lhes fazia experimentar a força da vida de Deus (cf. Jo 6,67-68). Mas naquele momento de profundo sofrimento para Jesus, não conseguiram permanecer fiéis àquele que era a Palavra encarnada do Pai. Que dor pode ser maior que a traição e o abandono? A espada mais cortante do que a que feriu a orelha do servo do centurião é a traição, pois essa atinge a confiança, o coração. Uma terceira consideração é que Jesus é o inocente condenado injustamente à morte. A inveja, segundo Marcos, é o motivo da condenação e morte de Jesus. A inveja não é racional; como toda paixão que afeta o coração do ser humano, ela é irracional. Dominado pela
inveja, o ser humano age perversamente buscando eliminar quem quer que seja. Pilatos, diz o evangelho, sabia da inocência de Jesus e do motivo sórdido pelo qual ele foi entregue, mas por razões políticas a sua decisão foi conivente com a injustiça dos que acusaram e entregaram Jesus à morte. Na paixão, Jesus permanece praticamente calado. O silêncio do Senhor denuncia a maldade daqueles que o condenam à morte. O silêncio de Jesus revela também a sua compreensão de que no desfecho dramático da sua existência terrena se realiza o desígnio de Deus. O silêncio é sinal de sua entrega nas mãos do Pai. Jesus sofre, se angustia, mas nem uma coisa nem outra o faz desistir de realizar a vontade de Deus. Ao contrário, do alto da cruz, ele faz a sua entrega definitiva: “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito”. Do ponto de vista puramente humano, a paixão de Jesus é dolorosa e escandalosa, mas, do ponto de vista teológico, a paixão do Senhor é positiva, pois ela é a manifestação mais completa do imenso amor de Deus pela humanidade.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas



HOSANA AO FILHO DE DAVI Mc 14,1-15,47
HOMILIA

Desde o princípio da Quaresma vimos a preparar-nos com obras de penitência e de caridade. Neste dia, a Igreja recorda a entrada de Cristo, o Senhor, em Jerusalém, para consumar o seu mistério pascal. Por isso, em todas as Missas se comemora esta entrada do Senhor na cidade santa: ou com a procissão, ou com a entrada solene antes da Missa principal, ou com a entrada simples antes das outras Missas.

Foi para realizar este mistério da sua morte e ressurreição que Jesus Cristo entrou na sua cidade de Jerusalém. Por isso, recordando com fé e devoção esta entrada triunfal na cidade santa, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora na sua cruz, mereçamos um dia ter parte na sua ressurreição.

A leitura atenta da Paixão suscita uma inevitável pergunta: quem foram os responsáveis, os Judeus ou os Romanos? Na morte de Jesus misturaram-se motivos políticos e religiosos, embora a responsabilidade mais direita caia, de acordo com a narração evangélica, sobre as autoridades judaicas daquele tempo, não sobre todo o povo de em tão. Porém, a leitura crente do Evangelho, descobre outros responsáveis da morte de Cristo. Somos todos nós. Ele mesmo foi abatido pelas nossas iniquidades (Is. 53, 3). Cada um de nós pode ouvir, dirigidas a si, as palavras que o profeta Natão dirigiu a David quando este lhe perguntou quem foi o malvado que matou a única ovelha do pobrezinho. Ele responde: esse homem és tu. (2 Reis 12, 7) . Sim, foste tu e fui eu e fomos todos, cada um dos homens. Não estão sós Judas que O atraiçoou, Pedro que O negou, Pilatos que lava as mãos, a multidão que repete: crucifica-O, os soldados que repartem em si as vestes do condenado, os ladrões criminosos. Estamos todos.

Mas não podemos ficar aqui. Sabemos não só que Jesus morreu verdadeiramente e foi sepultado. Sabemos também que ressuscitou ao terceiro dia e subiu para a direita do Pai. Morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa salvação.

Desde hoje temos de olhar já para o domingo de Páscoa. Mas para que este olhar não seja um sentimento vazio, precisamos de tomá-lo verdadeiramente a sério: Morrer pelo arrependimento e a confissão dos nossos pecados sobretudo pelos pecados mortais, e assim ressuscitar para a vida da graça.

.Bendito seja o que vem em nome do Senhor! A liturgia do Domingo de Ramos é como que um Pórtico de ingresso solene na Semana Santa.

Associa dois momentos entre si contrastantes: o acolhimento de Jesus em Jerusalém e o drama da Paixão; o «Hosana!» de festa e o grito repetido várias vezes: «Crucificai-O»; a entrada triunfal e a derrota aparente da morte na Cruz. Assim, antecipa o «momento» em que o Messias deverá sofrer muito, será morto e ressuscitará no terceiro dia (cf. Mt 16, 21), e prepara-nos para viver em plenitude o mistério pascal.

Portanto, «Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti» (Zc 9, 9). A Cidade em que vive a memória de David rejubila ao receber Jesus; a Cidade dos profetas, muitos dos quais nela sofreram o martírio por causa da verdade; a Cidade da paz, que ao longo dos séculos conheceu a violência, a guerra e a deportação.

De certa forma, Jerusalém pode ser considerada a Cidade-símbolo da humanidade, sobretudo no dramático começo do terceiro milênio que estamos a viver. Por isso, os ritos do Domingo de Ramos adquirem uma particular eloquência. Ressoam confortadoras as palavras de Zacarias: «Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, humilde, montado num jumento. O arco de guerra será quebrado. Proclamará a paz para as nações» (9, 9-10). Hoje estamos em festa, porque Jesus, o Rei da paz, entra em Jerusalém.

Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus! Ouvimos de novo a clara profissão de fé, pronunciada pelo centurião, que «O viu expirar daquela maneira» . Daquilo que viu, surge o testemunho surpreendente do soldado romano, o primeiro que proclamou que aquele homem crucificado «era o Filho de Deus».

Senhor Jesus, também nós vimos como sofrestes e como morrestes por nós. Fiel até ao extremo, tu nos libertaste da morte com a tua morte. Senhor Jesus, como o oficial romano, confesso a tua condição de Filho de Deus crucificado. Que eu compreenda o verdadeiro sentido de tua paixão e possa professar: VERDADEIRAMENTE ESTE HOMEM ERA FILHO DE DEUS! Hossana ao Filho de David. Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel. Hossana nas alturas.
Fonte Canção Nova

quinta-feira, 26 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 11,45-56 - 28.03.2015 - E também para reunir na unidade os filhos de Deus dispersos.

Jesus Mestre,
nós vos louvamos e agradecemos,
porque morrestes na cruz para obter-nos a vida divina
que nos comunicais no Batismo
e alimentais com a Eucaristia e os outros sacramentos
Sábado da 5ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Jo 11,45-56

E também para reunir na unidade
os filhos de Deus dispersos.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 11,45-56

Naquele tempo:
45Muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria
e viram o que Jesus fizera, creram nele.
46Alguns, porém, foram ter com os fariseus
e contaram o que Jesus tinha feito.
47Então os sumos sacerdotes e os fariseus
reuniram o Conselho e disseram:
'O que faremos?
Este homem realiza muitos sinais.
48Se deixamos que ele continue assim,
todos vão acreditar nele,
e virão os romanos
e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação.'
49Um deles, chamado Caifás,
sumo sacerdote em função naquele ano, disse:
'Vós não entendeis nada.
50Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo
do que perecer a nação inteira?'
51Caifás não falou isso por si mesmo.
Sendo sumo sacerdote em função naquele ano,
profetizou que Jesus iria morrer pela nação.
52E não só pela nação,
mas também para reunir os filhos de Deus dispersos.
53A partir desse dia, as autoridades
judaicas tomaram a decisão de matar Jesus.
54Por isso,
Jesus não andava mais em público no meio dos judeus.
Retirou-se para uma região perto do deserto,
para a cidade chamada Efraim.
Ali permaneceu com os seus discípulos.
55A Páscoa dos judeus estava próxima.
Muita gente do campo tinha subido a Jerusalém
para se purificar antes da Páscoa.
56Procuravam Jesus
e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si:
'O que vos parece?
Será que ele não vem para a festa?'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 11, 45-56

Jesus, caminho, verdade e vida, é condenado à morte antes do seu próprio julgamento. Os sumos sacerdotes e os fariseus não conheceram Jesus, não souberam perceber o tempo em que foram visitados e não descobriram o sentido mais profundo da sua presença na história da humanidade. Quem conhece Jesus, o Deus da Vida, constrói a vida, mas quem não o conhece, mata! Evangelizar significa também apresentar Jesus como o Deus da Vida presente no meio de nós, a fim de que, ao reconhecer essa presença, as pessoas entendam que ser cristão significa ser compromissado com a vida e ser capaz de transformar essa sociedade de morte.
Fonte CNBB



SERÁ QUE ELE NÃO VIRÁ À FESTA? Jo 11,45-56
HOMILIA

O evangelho de hoje traz a parte final do longo relato da ressurreição de Lázaro em Betânia, na casa de Marta e Maria (João 11,1-56). A ressurreição de Lázaro é o sétimo milagre de Jesus no evangelho de João e é também o ponto alto e decisivo da revelação que ele vinha fazendo de Deus e de si mesmo.
A pequena comunidade de Betânia, onde Jesus gostava de hospedar-se, reflete a situação e o estilo de vida das pequenas comunidades do Discípulo Amado no fim do primeiro século lá na Ásia Menor. Betânia quer dizer "Casa dos pobres". Eram comunidades pobres de gente pobre. Marta quer dizer "Senhora" (coordenadora): uma mulher coordenava a comunidade. Lázaro significa "Deus ajuda": a comunidade pobre esperava tudo de Deus. Maria significa "amada de Javé": era a discípula amada, imagem da comunidade. O episódio da ressurreição de Lázaro comunicava esta certeza: Jesus traz vida para a comunidade dos pobres. Jesus é fonte de vida para todos que nele acreditam.
Depois da ressurreição de Lázaro (Jo 11,1-44), vem a descrição da repercussão deste sinal no meio do povo. O povo estava dividido. Muitos judeus, que tinham ido à casa de Maria e que viram o que Jesus fez, acreditaram nele. Mas outros foram ao encontro dos fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. Estes últimos fizeram a denúncia. Para poder entender esta reação negativa de uma parte do povo é preciso levar em conta que a metade da população de Jerusalém dependia em tudo do Templo para poder viver e sobreviver. Por isso, dificilmente eles iriam apoiar um desconhecido profeta da Galiléia que criticava o Templo e as autoridades. Isto também explica como alguns se prestavam para ser informantes das autoridades.
A notícia da ressurreição de Lázaro fez crescer a popularidade de Jesus. Por isso, os líderes religiosos convocam o conselho, o sinédrio, a autoridade máxima, para discernir o que fazer. Assim, a partir deste momento, os líderes, preocupados com o crescimento da liderança de Jesus e motivados pelo medo dos romanos, decidem matar Jesus.
O resultado final é que Jesus tinha que viver como clandestino. “Ele não andava mais em público entre os judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto. Foi para uma cidade chamada Efraim, onde ficou com seus discípulos”. A páscoa estava próxima. Nessa época do ano, a população de Jerusalém triplicava por causa do grande número de peregrinos e romeiros. A conversa de todos era em torno de Jesus: Que é que vocês acham? Será que ele não vem para a festa? Da mesma maneira, na época em que foi escrito o evangelho, no fim do primeiro século, época da perseguição do imperador Domiciano (81 a 96), as comunidades cristãs que traziam a vida para os outros se viam obrigadas a viver na clandestinidade.
Lázaro estava doente. As irmãs Marta e Maria mandaram chamar Jesus: Aquele a quem amas está doente! (Jo 11,3.5). Jesus atende ao pedido e explica aos discípulos: Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por nela seja glorificado o Filho de Deus! (Jo 11,4) No evangelho de João, a glorificação de Jesus acontece através da sua morte (Jo 12,23; 17,1). Uma das causas da sua condenação à morte vai ser a ressurreição de Lázaro (Jo 11,50; 12,10). Muitos judeus estavam na casa de Marta e Maria para consolá-las da perda do irmão. Os judeus, representantes da Antiga Aliança, só sabem consolar. Não trazem vida nova.. Jesus é que vai trazer vida nova! Assim, de um lado, a ameaça de morte contra Jesus! De outro lado, Jesus chegando para vencer a morte! É neste contexto de conflito entre vida e morte, que se realiza o sétimo sinal da ressurreição de Lázaro.
Marta diz que crê na ressurreição. Os fariseus e a maioria do povo também acreditavam na Ressurreição. Acreditavam, mas não a revelavam. Era apenas fé na ressurreição no fim dos tempos e não na ressurreição presente na história, aqui e agora. Esta fé antiga não renovava a vida. Pois não basta crer na ressurreição que vai acontecer no final dos tempos, mas tem que crer que a Ressurreição já está presente aqui e agora na pessoa de Jesus e naqueles que acreditam em Jesus. Sobre estes a morte já não tem mais nenhum poder, porque Jesus é a ressurreição e a vida. Mesmo sem ver o sinal concreto da ressurreição de Lázaro, Marta confessa a sua fé: Eu creio que tu és o Cristo, o filho de Deus que vem ao mundo (Jo 11,27).
Jesus manda tirar a pedra. Marta reage: Senhor, já cheira mal! É o quarto dia! (Jo 11,39). Novamente, Jesus a desafia apelando para a fé na ressurreição, aqui e agora, como um sinal da glória de Deus: Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus? (Jo 11,40). Retiraram a pedra. Diante do sepulcro aberto e diante da incredulidade das pessoas, Jesus se dirige ao Pai. Na sua prece, primeiro, faz ação de graças: "Pai, dou-te graças, porque me ouviste. Eu sabia que tu sempre me ouves! (Jo 11,41-42). Jesus conhece o Pai e confia nele. Mas agora ele pede um sinal por causa da multidão que o rodeia, para que possa acreditar que ele, Jesus, é o enviado do Pai. Em seguida, ele grita em alta voz, grito criador: Lázaro, vem para fora! E Lázaro veio para fora (Jo 11,43-44). É o triunfo da vida sobre a morte, da fé sobre a incredulidade! Meu irmão, a mim e ti cabe retirar a pedra! E aí Deus ressuscita a tua vida, os meus e os teus e toda a comunidade. Tem gente que não quer tirar a pedra, e por isso a comunidade deles não tem vida!
O que significa para mim, bem concretamente, crer na ressurreição? Parte do povo aceitava Jesus, parte não aceitava. Hoje, parte do povo aceita a renovação da igreja, e parte não aceita. E eu?
Pai, ajuda-me a compreender, sempre mais profundamente, o caminho para encontrar-me contigo, que Jesus nos ensinou. Livra-me, também, do apego aos esquemas já superados.
Fonte Padre BANTU SAYLA

quarta-feira, 25 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 10,31-42 - 27.03.2015 - Procuravam prender Jesus, mas ele escapou-lhes das mãos.

Senhor,
queremos ser luz que arde e ilumina,
evangelhos vivos, portadores do vosso amor.
Sem vós, nada podemos, mas confiamos em vosso amor.
6ª-feira da 5ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Jo 10,31-42

Procuravam prender Jesus,
mas ele escapou-lhes das mãos.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 10,31-42

Naquele tempo:
31Os judeus pegaram pedras
para apedrejar Jesus.
32E ele lhes disse:
'Por ordem do Pai,
mostrei-vos muitas obras boas.
Por qual delas me quereis apedrejar?'
33Os judeus responderam:
'Não queremos te apedrejar por causa das obras boas,
mas por causa de blasfêmia,
porque sendo apenas um homem,
tu te fazes Deus!'
34Jesus disse:
'Acaso não está escrito na vossa Lei:
'Eu disse: vós sois deuses'?
35Ora, ninguém pode anular a Escritura:
se a Lei chama deuses
as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus,
36por que então me acusais de blasfêmia,
quando eu digo que sou Filho de Deus,
eu a quem o Pai consagrou
e enviou ao mundo?
37Se não faço as obras do meu Pai,
não acrediteis em mim.
38Mas, se eu as faço,
mesmo que não queirais acreditar em mim,
acreditai nas minhas obras,
para que saibais e reconheçais
que o Pai está em mim e eu no Pai.'
39Outra vez procuravam prender Jesus,
mas ele escapou das mãos deles.
40Jesus passou para o outro lado do Jordão,
e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado.
E permaneceu ali.
41Muitos foram ter com ele,
e diziam:
'João não realizou nenhum sinal,
mas tudo o que ele disse a respeito deste homem,
é verdade.'
42E muitos, ali, acreditaram nele.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 10, 31-42

Quando a gente não está com o coração aberto, não está disposto a acolher a palavra de Jesus, não querendo de fato assumir um compromisso de fé com Deus e com os irmãos, não buscando novos valores e não querendo uma constante mudança de vida para cada vez mais procurar uma união mais íntima e profunda com Deus, qualquer coisa torna-se motivo para a crítica e para a rejeição de Jesus.
Fonte CNBB



JESUS E OS FARISEUS Jo 10,31-42
HOMILIA

Estamos chegando perto da Semana Santa, em que comemoramos e atualizamos a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Desde a quarta semana da quaresma, os textos dos evangelhos diários são tirados quase exclusivamente do Evangelho de João, dos capítulos que acentuam a tensão dramática entre, de um lado, a revelação progressiva que Jesus faz do mistério do Pai que o enche por inteiro e, de outro lado, o fechamento progressivo da parte dos judeus, que, se tornam cada vez mais impenetrável à mensagem de Jesus. O trágico deste fechamento é que ele é feito em nome da fidelidade a Deus. É em nome de Deus que eles rejeitam Jesus.
Esta maneira de João apresentar o conflito entre Jesus e as autoridade religiosas não é só algo que aconteceu no longínquo passado. É também um espelho que reflete o que acontece hoje. É em nome de Deus que algumas pessoas se transformam em bombas vivas e matam os outros. É em nome de Deus que nós, membros das três religiões do Deus de Abraão, judeus, cristãos e muçulmanos, nos condenamos e nos combatemos mutuamente, ao longo da história. É tão difícil e tão necessário o ecumenismo entre nós. Em nome de Deus foram feitas muitas barbaridades e continuam sendo feitas até hoje. A quaresma é um período importante para parar e perguntar qual a imagem de Deus que habita o meu ser?
Os judeus querem apedrejar Jesus. Os judeus apanham pedras para matar Jesus. Jesus pergunta: Por ordem do meu Pai, tenho feito muitas coisas boas na presença de vocês. Por qual delas vocês me querem apedrejar? A resposta: Não queremos te apedrejar por causa de boas obras, e sim por causa de uma blasfêmia: tu és apenas um homem, e te fazes passar por Deus. Querem matar Jesus por blasfêmia. A lei mandava apedrejar tais pessoas.
A Bíblia chama todos de Filhos de Deus. Eles querem matar Jesus porque ele se faz passar por Deus. Jesus responde em nome da mesma Lei de Deus: "Por acaso, não é na Lei de vocês que está escrito: 'Eu disse: vocês são deuses'? Ninguém pode anular a Escritura. Ora, a Lei chama de deuses as pessoas para as quais a palavra de Deus foi dirigida. O Pai me consagrou e me enviou ao mundo. Por que vocês me acusam de blasfêmia, se eu digo que sou Filho de Deus?”.
Estranhamente, Jesus diz a lei de vocês. Ele deveria dizer nossa lei. Por que ele fala assim? Aqui transparece novamente a ruptura trágica entre Judeus e Cristãos, dois irmãos, filhos do mesmo pai Abraão, que se tornaram inimigos irredutíveis a ponto de os cristãos dizerem a lei de vocês, como se não fosse mais nossa lei.
Ao menos acreditem nas obras que faço. Jesus torna a falar das obras que ele faz e que são a revelação do Pai. Se não faço as obras do Pai não precisam crer em mim. Mas se as faço, mesmo que vocês não acreditem em mim, acreditem ao menos nas obras, para que vocês possam chegar a perceber que o Pai está em mim e eu no pai. As mesmas palavras Jesus vai as pronunciar para os discípulos na última Ceia (Jo 14,10-11).
Novamente querem matá-lo, mas ele escapou das mãos deles. Não houve nenhum sinal de conversão. Eles continuam achando que Jesus é blasfemo e insistem em querer matá-lo. Não há futuro para Jesus. Sua morte está decretada, mas sua hora ainda não chegou. Jesus sai e atravessa o Jordão para o lugar onde João tinha batizado. Assim mostra a continuidade da sua missão com a missão de João. Ajudava o povo a perceber a linha da ação de Deus na história. O povo reconhece em Jesus aquele que João tinha anunciado.
Os judeus condenam Jesus em nome de Deus, em nome da imagem que eles têm de Deus. Já aconteceu eu condenar alguém em nome de Deus e depois descobrir que eu estava errado? Jesus se diz Filho de Deus. Quando eu professo no Credo que Jesus é o Filho de Deus, qual o conteúdo que eu coloco nesta minha profissão de fé?
Pai, reforça minha fé em Jesus, em cujas palavras e ensinamentos tu te fazes presente na nossa história humana.

Fonte Homilia Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

terça-feira, 24 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 8,51-59 - 26.03.2015 - Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia.

Senhor Jesus,
concedei-me a graça de viver o vosso Evangelho,
de o ler, ouvir e anunciá-lo com o mesmo amor com que o pregastes.
5ª-feira da 5ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Jo 8,51-59

Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 8,51-59

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus:
51Em verdade, em verdade, eu vos digo:
se alguém guardar a minha palavra,
jamais verá a morte.'
52Disseram então os judeus:
'Agora sabemos que tens um demônio.
Abraão morreu e os profetas também,
e tu dizes:
'Se alguém guardar a minha palavra
jamais verá a morte'.
53Acaso és maior do que nosso pai Abraão,
que morreu, como também os profetas?
Quem pretendes tu ser?'
54Jesus respondeu:
'Se me glorifico a mim mesmo,
minha glória não vale nada.
Quem me glorifica é o meu Pai,
aquele que vós dizeis ser o vosso Deus.
55No entanto, não o conheceis.
Mas eu o conheço
e, se dissesse que não o conheço,
seria um mentiroso, como vós!
Mas eu o conheço e guardo a sua palavra.
56Vosso pai Abraão exultou,
por ver o meu dia;
ele o viu, e alegrou-se.'
57Os judeus disseram-lhe então:
'Nem sequer cinqüenta anos tens ,
e viste Abraão!'
58Jesus respondeu:
'Em verdade, em verdade vos digo,
antes que Abraão existisse,
eu sou'.
59Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus,
mas ele escondeu-se e saiu do Templo.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 8, 51-59

O nosso Deus é o Deus da vida e da vida em abundância. Ele é causa de alegria para todos os que verdadeiramente crêem nele e em Jesus ele manifesta todo o amor que tem por nós. Assim sendo, Jesus, que é o Filho do Deus vivo, veio nos ensinar o caminho da verdadeira vida, por isso nos diz que quem guarda a sua palavra jamais verá a morte. E como todos nós desejamos a vida e nos alegramos com ela, Jesus também é a causa de nossa alegria, assim como foi a causa para Abraão exultar de alegria ao ver o seu dia, ao reconhecer o seu Deus como o Deus da vida. Aos que não acreditam nas verdades do Reino de Deus e rejeitam os valores evangélicos, só resta a revolta, a tristeza e a morte.
Fonte CNBB



JESUS REVELA A SUA IDENTIDADE Jo 8,51-59
HOMILIA

Diante da incredulidade do mundo e dos desatinos que nele acontecem dia após dia, Jesus revela a Sua verdadeira identidade: Eu vos digo que isto é verdade: antes de Abraão nascer, “EU SOU”. Ontem como hoje, a maior parte dos homens não tem experiência com o amor de Deus, não observam os Mandamentos da Lei de Deus e como se não bastasse, ignorando a pessoa de Jesus procura obter sinais e se interrogam sobre quem seja Jesus. Convém dizer, porém, que somente quem conhece e guarda a Sua Palavra pode dizer que O conhece e experimenta o Seu amor. Jesus mesmo foi quem afirmou isso aos judeus: vós não conheceis aquele que vós dizeis ser o vosso Deus, mas eu o conheço e guardo a sua palavra. Não podemos dizer que conhecemos a Deus se não conhecemos a Sua Palavra. A Palavra de Deus é quem nos direciona para a vida eterna em Cristo Jesus, a qual começa no agora da nossa vida. Quem não compreende a Palavra, quem não tem abertura para o Espírito Santo, morre na ignorância do pecado e, lamentavelmente, nunca poderá conhecer a Deus.

A origem e o destino de Jesus foram motivos de controvérsia com os judeus. Por um lado, o Mestre proclamava: “Se alguém guarda a minha palavra, jamais verá a morte”. Por outro, afirmava: “Antes que Abraão existisse, Eu sou”.

Seus adversários raciocinavam de maneira aparentemente lógica. Os personagens mais veneráveis do povo, como Abraão e os profetas, morreram. Acreditava-se na volta do profeta Elias, que fora arrebatado ao céu numa carruagem de fogo. Não se tinha, porém, notícia de alguém que não iria experimentar a morte. Com Jesus, não haveria de ser diferente. Quanto à sua origem, era suficiente considerar sua idade bastante jovem – “Ainda não tens cinqüenta anos” – para se dar conta da falsidade de sua afirmação.

Este modo de pensar estava em total descompasso com a real intenção de Jesus. Referindo-se à morte, pensava em algo muito mais radical que a pura morte física. Suas palavras abririam caminho para a vida eterna, na comunhão plena com o Pai, para além das vicissitudes desta vida terrena. Ao referir-se à sua origem, não estava pensando no seu nascimento carnal, historicamente determinável, e sim na sua vida prévia, no seio do Pai. Neste sentido, pode-se dizer anterior ao patriarca Abraão, por possuir uma existência eterna.

Neste texto, temos a conclusão do tenso e longo diálogo de Jesus com os judeus em Jerusalém, por ocasião da festa das Tendas. Jesus mostra-se acolhedor e reafirma o dom da vida eterna, já: “Se alguém cumprir a minha palavra, nunca verá a morte”. Contudo os judeus permanecem firmes em sua rejeição a Jesus, procurando apedrejá-lo.

Jesus, que cumpre a palavra do Pai, já vive a eternidade. Pois antes que Abraão existisse, Eu sou. Disse Jesus àquele povo e continua dizendo o mesmo hoje. Quando estas palavras encontrarem espaço em nossos corações, então significa que vivemos em comunhão eterna com Jesus e com o Pai ao cumprirmos sua palavra, no despojamento e na partilha, na mansidão, na acolhida ao irmão, na prática da misericórdia e da justiça que liberta e promove a vida.

Voltando à questão da palavra diremos que o estudo da Sagrada Escritura é o melhor caminho para conhecermos quem é Jesus. Pois Ele é o Verbo, é a Palavra feita Carne. Ouvi-l’O é ouvir a Palavra de Deus. Assim, sem medo de errar quero que saibas que a Bíblia é a própria Palavra Pai dirigida a nós, afim de que possamos conhece-l’O e nos conhecer a nós mesmo e simultaneamente termos acesso ao Seu grande amor e Misericórdia. É feliz quem adora a Deus mergulhando nos Seus ensinamentos. Tu tens a Palavra de Deus como ensinamento para o seu dia a dia?
Fonte Canção Nova

segunda-feira, 23 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 1,26-38 - 25.03.2015 - Eis que conceberás e darás à luz um filho.

Jesus, divino Mestre,
eu vos louvo e agradeço
porque nos destes Maria Santíssima
como Mãe, Mestra e Rainha.
Anunciação do Senhor . Solenidade
Cor: Branco

Evangelho - Lc 1,26-38

Eis que conceberás e darás à luz um filho.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,26-38

Naquele tempo:
26O anjo Gabriel foi enviado por Deus
a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27a uma virgem, prometida em casamento
a um homem chamado José.
Ele era descendente de Davi
e o nome da virgem era Maria
28O anjo entrou onde ela estava e disse:
'Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!'
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a
pensar qual seria o significado da saudação.
30O anjo, então, disse-lhe:
'Não tenhas medo, Maria,
porque encontraste graça diante de Deus.
31Eis que conceberás e darás à luz um filho,
a quem porás o nome de Jesus.
32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo,
e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi.
33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó,
e o seu reino não terá fim'.
34Maria perguntou ao anjo:
'Como acontecerá isso,
se eu não conheço homem algum?'
35O anjo respondeu:
'O Espírito virá sobre ti,
e o poder do Altissimo te cobrirá com sua sombra.
Por isso, o menino que vai nascer
será chamado Santo, Filho de Deus.
36Também Isabel, tua parenta,
concebeu um filho na velhice.
Este já é o sexto mês
daquela que era considerada estéril,
37porque para Deus nada é impossível'.
38Maria, então, disse:
'Eis aqui a serva do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra!'
E o anjo retirou-se.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 1, 26-38

Maria recebe do anjo a noticia de que seria a mãe do Messias. Como poderia acontecer isso se ela não conhece homem? Fazendo uma relação com o Evangelho de ontem, percebemos que mulheres estéreis geraram filhos por obra divina, e filhos que atuaram decisivamente na história da salvação. Maria não podia ter filhos, mas isso era fruto de sua vontade, de sua consagração virginal. E nesta "esterilidade", Deus age. E sem a atuação de um homem, mas do próprio Espírito Santo, Maria gera no seu ventre virginal aquele que é o Senhor da história e que vai mudar radicalmente a vida das pessoas.
Fonte CNBB



MARIA DO SIM Lc 1,26-38
HOMILIA

“Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada.”! Com essa expressão o anjo se dirigiu a Maria e anunciou advento do Filho do Altíssimo, o qual reinaria eternamente segundo o plano de Deus para a redenção da humanidade. Porque conhecia as Escrituras e confiava na promessa do Pai, Maria submeteu-se a ação do Espírito Santo e deu o seu sim para que a humanidade fosse redimida. O sim de Maria trouxe-nos Jesus. As mesmas palavras que o anjo dirigiu à Mãe de Jesus nos são dirigidas também, hoje, quando somos escolhidos a cooperar na edificação do reino de Deus aqui na terra: “Não tenhas medo,… porque encontraste graça diante de Deus!”
No Evangelho de hoje três aspectos me chamaram a atenção: a Fé de Maria que não questiona a vontade de Deus transmitida pelo anjo, o conteúdo da mensagem do anjo e a obediência expressa na resposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”
            Maria recebeu o dom da divina maternidade porque teve fé e pela fé se torna felizarda. O nascimento de Jesus é obra da intervenção de Deus, pois Maria concebe sem conhecer homem algum. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente inédita.
            0 título Filho de Deus, associado à ostentação de poder, foi atribuído aos faraós e a outros chefes de nações ou impérios, além de ao próprio rei Davi.  Muitos discípulos de Jesus se inclinaram a essa interpretação. Jesus, contudo, sempre se colocou em relação de filiação com o Deus Pai, misericordioso e todo amoroso. Filho de uma jovem pobre e de um carpinteiro, Jesus revela-se como o Filho de Deus humilde e solidário com os pobres e excluídos, aos quais deseja comunicar a vida divina.
            Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Palavras muito simples mais que atraem responsabilidade. Pois doravante aquela pobre menina vai ser depositária dos desígnios de Deus. Deus entra no tempo por meio do sim de Maria que se coloca como escreva ao serviço do seu senhor 24 horas por dia.
Assim como precisou de Maria, Deus precisa de cada um de nós para introduzir o Seu reino nas famílias do mundo. Todos nós somos escolhidos para nos submeter à ação do Espírito Santo e assim conceber Jesus no nosso coração. Por isso, precisamos estar sempre disponíveis a fazer a vontade do Pai que quer realizar em nós coisas admiráveis a fim de que sejamos também cheios de graça. Maria é um exemplo de humildade e obediência ao Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.
Maria, Mãe de Jesus e minha mãe. Ensinai-me a dizer e viver o meu sim a Deus para que pelo meu sim eu possa continuar dando à luz a Jesus através das minhas palavras e obras aos meus irmãos.

Fonte Padre BANTU SAYLA

domingo, 22 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 8,21-30 - 24.03.2015 - Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou.

Jesus, divino Mestre,
nós vos adoramos, Filho unigênito de Deus,
vindo ao mundo para dar aos homens a vida em plenitude.
3ª-feira da 5ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Jo 8,21-30

Quando tiverdes elevado o Filho do Homem,
então sabereis que eu sou.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 8,21-30

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus:
21'Eu parto e vós me procurareis,
mas morrereis no vosso pecado.
Para onde eu vou,
vós não podeis ir.'
22Os judeus comentavam:
'Por acaso, vai-se matar?
Pois ele diz:
'Para onde eu vou,
vós não podeis ir'?'
23Jesus continuou:
'Vós sois daqui de baixo,
eu sou do alto.
Vós sois deste mundo,
eu não sou deste mundo.
24Disse-vos que morrereis nos vossos pecados,
porque, se não acreditais que eu sou,
morrereis nos vossos pecados.'
25Perguntaram-lhe pois:
'Quem és tu, então?'
Jesus respondeu:
'O que vos digo, desde o começo.
26Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito,
e a julgar também.
Mas aquele que me enviou é fidedigno,
e o que ouvi da parte dele
é o que falo para o mundo.'
27Eles não compreenderam que lhes estava falando do Pai.
28Por isso, Jesus continuou:
'Quando tiverdes elevado o Filho do Homem,
então sabereis que eu sou,
e que nada faço por mim mesmo,
mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou.
29Aquele que me enviou está comigo.
Ele não me deixou sozinho,
porque sempre faço o que é de seu agrado.'
30Enquanto Jesus assim falava,
muitos acreditaram nele.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 8, 21-30

Os judeus compreendem que a morte de Jesus pode estar próxima, uma vez que Jesus fala de sua partida para onde eles não poderão ir, mas levantam a hipótese de suicídio por parte de Jesus, deixando de perceber que a causa da morte de Jesus é a própria incredulidade deles, da recusa diante da revelação sobre quem de fato é Jesus, da não aceitação do fato que Jesus é o Filho de Deus, o enviado do Pai para fazer a vontade dele e viver em plena comunhão com ele. Alguns judeus creram e a semente do Reino foi lançada, mas muitos não creram, o que resultou na morte de Jesus.
Fonte CNBB



QUEM É JESUS PARA MIM? Jo 8,21-30
HOMILIA

A conversa que Jesus tem hoje, com os judeus, acontece pouco depois do episódio da mulher adúltera, e é a continuação do Capítulo 8 de São João, que estamos refletindo durante esta 5ª semana da Quaresma. O tema principal é a revelação que Jesus faz de si próprio, argumentando que foi enviado pelo Pai para trazer a mensagem da Salvação. Os judeus e fariseus não entendiam bem o que Jesus estava dizendo, e o que escutavam, interpretavam como queriam. Por exemplo: quando Jesus dizia que para onde iria, eles não poderiam acompanhá-lo, os judeus pensaram que Jesus estava dizendo que iria se matar! Quando Jesus falava d’Aquele que o enviou, os judeus pensavam em uma pessoa humana, e não compreendiam que Jesus estava falando de Deus.
“Nós não somos deste mundo” Jesus mesmo foi quem falou: “morrereis nos vossos pecados, se não acreditas que eu sou! ” Morrer no pecado é desconhecer e rejeitar a salvação de Jesus. Portanto, só quem nos pode tirar da morte do pecado é Jesus Cristo, Aquele que veio em nome do Pai para revelar ao mundo a Sua misericórdia. Os fariseus não entendiam nada do que Jesus falava porque não combinava com os seus interesses e o seu modo de pensar. Naquele tempo muitos não acreditaram em Jesus. Por isso Ele falou que seria elevado na Cruz, assim como Moisés elevou a serpente no deserto, e só assim acreditariam Nele. A mentalidade do mundo é diferente do modo de pensar de Deus.
A intimidade com o Pai fazia com que Jesus vivesse o que o Pai vivia. Hoje também há muitos que precisam de provas para manter a fé e perdem tempo na incredulidade esperando que algo mais aconteça e, por isso, não assumem o senhorio de Jesus, o Verdadeiro Salvador da humanidade. Nós também não somos deste mundo, mas, podemos viver neste mundo com a mentalidade do alto como Jesus vivia. O primeiro passo é a Fé. Fé em Jesus Cristo que já foi elevado, que já ressuscitou e já nos deu vida nova, vida em abundancia: agora é esperar e confiar.
Você também precisa de mais provas para crer que Jesus é o Senhor? O que significa para você o Sinal da Cruz? A salvação de Jesus tem causado efeito na sua vida? Para você o que significa viver na terra com os olhos voltados para o alto? Em que momento aqui na terra você sente o clima de céu? Você consegue explicar isto, a alguém?
Rezemos juntos a oração da Campanha da fraternidade: Ó Deus criador, do qual tudo nos vem, nós te louvamos pela beleza e perfeição de tudo que existe como dádiva gratuita para a vida. Nesta Campanha da Fraternidade Ecumênica, acolhemos a graça da unidade e da convivência fraterna, aprendendo a ser fiéis ao Evangelho. Ilumina, ó Deus, nossas mentes para compreender que a boa nova que vem de ti é amor, compromisso e partilha entre todos nós, teus filhos e filhas. Reconhecemos nossos pecados de omissão diante das injustiças que causam exclusão social e miséria. Pedimos por todas as pessoas que trabalham na promoção do bem comum e na condução de uma economia a serviço da vida.
Pai reforça minha fé em teu Filho Jesus, cuja morte nos resgata da escravidão do pecado e nos introduz no reino da fraternidade.

Fonte Padre BANTU SAYLA




sábado, 21 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 8,1-11 - 23.03.2015 - 'Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.'

Para que tenhamos consciência de nossos limites e fraquezas.
E sintamos a necessidade de aproximar-nos de vós,
com humildade e confiança,
para pedir-vos luz, amor e misericórdia.
2ª-feira da 5ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Jo 8,1-11

'Quem dentre vós não tiver pecado, seja
o primeiro a atirar-lhe uma pedra.'

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 8,1-11

Naquele tempo:
1Jesus foi para o monte das Oliveiras.
2De madrugada, voltou de novo ao Templo.
Todo o povo se reuniu em volta dele.
Sentando-se, começou a ensiná-los.
3Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus
trouxeram uma mulher surpreendida em adultério.
Colocando-a no meio deles,
4disseram a Jesus: 'Mestre,
esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
5Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres.
Que dizes tu?'
6Perguntavam isso para experimentar Jesus
e para terem motivo de o acusar.
Mas Jesus, inclinando-se,
começou a escrever com o dedo no chão.
7Como persistissem em interrogá-lo,
Jesus ergueu-se e disse:
'Quem dentre vós não tiver pecado,
seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.'
8E tornando a inclinar-se,
continuou a escrever no chão.
9E eles, ouvindo o que Jesus falou,
foram saindo um a um,
a começar pelos mais velhos;
e Jesus ficou sozinho,
com a mulher que estava lá, no meio do povo.
10Então Jesus se levantou e disse:
'Mulher, onde estão eles?
Ninguém te condenou ?'
11Ela respondeu: 'Ninguém, Senhor.'
Então Jesus lhe disse:'Eu também não te condeno.
Podes ir, e de agora em diante não peques mais.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 8, 1-11

Quando falamos em pecado, sempre nos referimos aos pecados que os outros cometeram, jamais aos nossos, porque os outros precisam ser condenados pelos seus erros e nós somos diferentes, precisamos ser compreendidos. Quando fazemos isso, geralmente escondemos dos outros a face amorosa e misericordiosa de Deus, porque esta face e só para nós, e lhes mostramos um Deus que pune e é vingativo, que quer o castigo de todos, e esta face não é para nós. Com isso, nos tornamos um obstáculo para a conversão dos outros e, em conseqüência disso, Deus não agirá com misericórdia e amor conosco.
Fonte CNBB



... NEM EU TE CONDENO, VAI EM PAZ Jo 8,1-11
HOMILIA

No Evangelho de hoje, a pergunta dos mestres da lei tinha uma resposta clara segundo a Torá e a tradição. Porém existiam umas conclusões que podiam colocar em situação crítica aquele que respondesse legalmente à pergunta solicitada. Caso Jesus desse uma resposta afirmativa, ele seria condenado pela autoridade romana como executor de uma sentença de morte, à qual não tinha direito; e, portanto seria punido como um assassino. Caso sua resposta fosse negativa, Jesus seria condenado como quem despreza a lei pátria e seu desprestígio seria máximo entre os judeus ortodoxos, com uma reputação totalmente negativa que o aniquilava como mestre em Israel.

Por isso, como bom Mestre, Jesus nada responde e se inclina para escrever no chão como quem desenha letras sem sentido na terra. Ele se desentende de um problema que não é seu e que não tem por que responder, pois ele não tinha testemunhado o adultério e não era juiz no caso, que como caso de morte seria o sinédrio quem o julgaria. Eram as testemunhas que deviam atuar através da denúncia ao juiz e atirando as primeiras pedras, para que o povo respondesse e assim evitar o mal que do contrário, contaminaria todo o povo (Dt 22, 22). È costume entre os árabes fazer traços com o dedo quando o que estão escutando não é de seu interesse. É possível que Jesus atuasse em consonância com esta última suposição. Por isso os acusadores insistem.

Para entendermos a resposta de Jesus, devemos buscar precedentes na tradição e na Lei. Já disse que são as testemunhas que deveriam ser as primeiras pessoas a atirar as pedras que deviam ser dirigidas ao coração da vítima para acabar de imediato com sua vida. Quem estiver sem pecado entre vós atire a primeira pedra. Pela resposta de Jesus e venho que naquele tempo os homens adúlteros eram tantos que se deixou de aplicar a lei. E então, suas atitudes estavam em confronto com a posição do Mestre: O sem pecado entre vós seja o primeiro a lhe atirar a pedra. Ninguém esperava esta resposta que respeita a lei e não é um mandato, mas um aviso e uma lição.

Meu irmão minha irmã, nós que gostamos de julgar e condenar os outros por pouco que façam de errado. Não podemos e nem temos o direito de julgar e condenar se somos culpados do mesmo delito. Veja que os mestres da lei atacaram a Jesus com a lei. Mas Ele os contra-ataca com a consciência, que é a lei suprema para todo homem em particular. O que aconteceu ontem se repete em nossos dias. Que aconteceu dentro da consciência dos acusadores? Por que começaram a desfilar, a começar pelos mais velhos? Eles ficaram com a consciência pesada de tantos pecados e por isso fora saindo um por um. Os mais velhos foram os primeiros. Efetivamente os jovens são como discos novos em que o pecado inicia seu caminho de vício e raia com a ação repetitiva a consciência do indivíduo. Os mais velhos não são mais pecadores, mas os que acumulam maior número de pecados. Os mais velhos entenderam por experiência que agora eram eles, as testemunhas, as que passavam de declarantes a juízes e o processo e a condenação estava transferido de Jesus a eles mesmos. Jesus não poderia ser incriminado nem pela relaxação da lei de Moisés, nem pela execução de uma pessoa que a lei romana não permitia na época.

A morte da adúltera não era o motivo principal da denúncia, pois o que pretendiam era a implicação de Jesus na morte da mesma. Faltando este último, o teatro urdido desmoronava como um castelo de cartas.

Falando do perdão S Agostinho, diz que no fim duas pessoas estavam presentes na cena: a miséria e a misericórdia. Se ninguém a condenava, Jesus tampouco a condena. A lei divina foi transformada por esta sentença: sempre que o arrependimento seja sincero e o acompanhe o propósito de não pecar mais, o perdão será absoluto O passado é apagado e o futuro só depende do presente e das disposições do momento. A memória servirá para enaltecer a bondade de Deus que perdoa, sem exigir compensações e reditos pelo passado.

É assim que Deus faz conosco quando erramos e Jesus nos ensina a fazer quando os nossos nos ofendem. Portanto, a sabedoria de Jesus dá um xeque-mate a quem pensava tê-lo apanhado. E é precisamente por meio de uma consciência que aparentemente não funcionava que os mais velhos reconhecem seu erro e retiram sua denúncia. Como está a tua consciência quando censuras o teu marido, esposa, filho, filha, pais, vizinho, colega, funcionário ou qualquer um com quem te encontras pelo caminho pelos mesmos delitos que nós usualmente cometemos e talvez até mais graves do que os que consegues enxergar dos outros? Lembro-te que muitas falhas erros que os outros cometem teriam solução na tua casa se nós os assumíssemos como nossos e nos empenhássemos a resolve-los. Até porque neles somente os contemplamos para criticá-los e não para ajuda na solução. Verdade ou mentira?

Levante os olhos e veja que o perdão divino é mais amplo do que nós geralmente acreditamos. Só exige que tenhamos a vontade de não optar mais pelo mal. Pare de olhar para o pecado do outro e de formular um juízo de condenação, pois os teus são maior do que os do outro. A única diferença é que os teus são invisível e dificilmente os vês com os teus olhos ao passo que os dos outros consegues ver. Mas se te colocas no lugar do outro e te propões a ajudar para que o outro se levante e caminhe. Terás ganhado o seu irmão e tu terás a tua recompensa nos céus.
Fonte Canção Nova