4ª FEIRA da 1ª SEMANAAdvento
S. Francisco Xavier Presb, memória
Cor: Branco
Evangelho - Mt 15,29-37
Jesus cura muitos e multiplica os pães.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 15,29-37
Naquele tempo:
29Jesus foi para as margens do mar da Galiléia,
subiu a montanha, e sentou-se.
30Numerosas multidões aproximaram-se dele,
levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos,
e muitos outros doentes.
Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou.
31O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando,
os aleijados sendo curados,
os coxos andando e os cegos enxergando.
E glorificaram o Deus de Israel.
32Jesus chamou seus discípulos e disse:
'Tenho compaixão da multidão,
porque já faz três dias que está comigo,
e nada tem para comer.
Não quero mandá-los embora com fome,
para que não desmaiem pelo caminho.'
33Os discípulos disseram:
'Onde vamos buscar, neste deserto,
tantos pães para saciar tão grande multidão?'
34Jesus perguntou: 'Quantos pães tendes?'
Eles responderam: 'Sete, e alguns peixinhos'.
35E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão.
36Depois pegou os sete pães e os peixes,
deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos,
e os discípulos, às multidões.
37Todos comeram, e ficaram satisfeitos.
e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
Reflexão - Mt 15, 29-37
Todas as promessas que foram feitas no Antigo Testamento a respeito de Jesus começam a ser realizadas. Jesus cura todas as deficiências, de modo que as pessoas, além de não serem mais escravas do mal que possuíam, também podem ser novamente inseridas na vida social, deixando de ser excluídas e dependentes do auxílio dos demais. Jesus também multiplica os pães mostrando que Deus quer a saciedade de todos e que não quer entre os homens a fome e a miséria, pois o Reino de Deus é o reino da abundância de bens e de dons. Fonte CNBB
JESUS, O HOMEM QUE CURA Mt 15,29-37 HOMILIA
É difícil acolher quando nosso coração já se encontra cheio de tantas coisas. Neste Tempo do Advento é preciso ter um “coração vazio” de si mesmo, como o de José e o de Maria, como o de João Batista e o dos pobres e simples do evangelho, que acolheram e reconheceram em Jesus o Filho de Deus que veio para nos salvar. Se outras coisas ocuparam o lugar de Deus em nós, então Deus não tem lugar em nosso coração. Mas, em sua misericórdia, podemos mudar nosso jeito e nosso modo de ser. Agora a decisão é nossa.
O traço marcante da ação de Jesus foi a sua capacidade de acolher a todos. Os pobres e marginalizados foram os que melhor captaram esta predisposição do Messias. Houve quem o hostilizasse, o rejeitasse e assumisse contra ele postura de inimigo. Neste caso, jamais a iniciativa partiu do Mestre. Ele tinha consciência de ter sido enviado para a salvação de todos.
Os coxos, aleijados, cegos, mudos e toda sorte de gente flagelada por doenças e enfermidades, levados a Jesus para serem curados, retratam a imensa misericórdia contida de seu coração, e seu desejo de comunicá-la à humanidade sofredora. Por seu amor eficaz, os mudos começavam a falar, os aleijados, a sarar, os coxos, a andar, os cegos, a enxergar. Nenhuma necessidade humana passava-lhe despercebida. O Messias Jesus, apesar de sua condição de Filho de Deus, preocupava-se com os problemas materiais do povo, como foi o caso da falta de alimento para os que tinham vindo escutá-lo, numa região bastante afastada.
O episódio da multiplicação dos pães serviu-lhe para ensinar às multidões a lição da solidariedade e da partilha. Este, sem dúvida, foi seu milagre maior: eliminar o egoísmo presente no coração de seus ouvintes, e movê-los a colocar em comum o que cada um possuía para sua própria alimentação, de modo que todos pudessem ser igualmente saciados. Desta forma, a acolhida do Messias estava dando os seus primeiros frutos nos corações dos que o seguiam.
A multidão aproxima-se de Jesus para escutá-lo. Aproximam-se os pobres, os coxos, os aleijados, os abandonados e a todos Ele curava física e espiritualmente. E de mim se aproximam as pessoas quando abro a minha boca para falar? Minhas palavras salvam, curam, libertam ou matam, oprimem e condenam?
O Deus que vem e permanece entre nós é aquele que traz a vida e liberta. Quando nós cristãos nos tornamos semelhantes a Jesus e bem próximos de sua missão, certamente nos aproximaremos dos mais pobres, dos sofredores e dos marginalizados.
Que a fé verdadeira me desacomode e me leve ao encontro dos que estão à margem de oportunidades e da vida. Pois, louvor maior que agrada a Deus é a misericórdia que faz viver. Fonte Padre BANTU SAYLA
Comemoração de todos os Fiéis Defuntos . Solenidade
Cor: Roxo
Evangelho - Mt 5,1-12a
Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,1-12a
Naquele tempo:
1Vendo Jesus as multidões,
subiu ao monte e sentou-se.
Os discípulos aproximaram-se,
2e Jesus começou a ensiná-los:
3"Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos,
porque serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos
por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos Céus.
11Bem-aventurados sois vós,
quando vos injuriarem e perseguirem,
e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós,
por causa de mim.
12aAlegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus.
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
REFLEXÃO Os encontros de Jesus despertam a fé na vida.
Jesus caminha para Jerusalém, metáfora do seu caminho para o Pai (cf. Lc 9,51). Enquanto caminha, instrui os discípulos por seus ensinamentos e atos de poder, bem como pela acolhida que ele oferece a quem quer que se aproxime dele. A quem o Senhor encontra, ele desperta a fé na vida. No caminho, Jesus envia setenta e dois discípulos em missão (10,1-12.17-20). O evangelho de hoje se situa na volta deles. O trecho desse dia é um hino de louvor dirigido ao Pai, Criador do céu e da terra. O que é revelado a uns e escondido a outros é a comunhão entre o Pai e o Filho. É o Filho quem revela o Deus invisível (Jo 14,8-11; Cl 1,15). Somente os “pequeninos”, isto é, aqueles que se abrem à revelação de Deus, podem conhecer o Deus revelado por Jesus. Esse conhecimento não se alcança pelo exercício da razão ou da inteligência; ele é revelação e deve ser aceito como dom de Deus (cf. Mt 16,17). A bem-aventurança dos discípulos está em que eles podem contemplar a imagem de Deus em Jesus, pois, estando diante de Jesus, estão diante de Deus. Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
JESUS VIU AQUELAS MULTIDÕES Mt 5,1-12a HOMILIA
Segundo o Antigo Testamento, a Moisés, na montanha, foi atribuída a Lei, a qual, usada como instrumento de favorecimento das elites religiosas e econômicas, se tornou extremamente opressora e excludente do povo. Os trabalhadores empobrecidos, em condições precárias de vida, não tinham como observar os inúmeros preceitos da Lei, sendo considerados "pecadores", e ficavam em débito com os códigos de purificação a serem cumpridos no Templo de Jerusalém, mediante ofertas e sacrifícios. Por outro lado, as elites religiosas e econômicas vinculadas ao Templo e às sinagogas, cumprindo esses códigos, julgavam-se "puras", "justas" e "santas". Agora, na montanha, Jesus proclama as bem-aventuranças como o caminho da libertação e do amor, para ser o fermento da transformação do mundo.
As bem-aventuranças não têm o mesmo caráter que os mandamentos. Elas são um convite e uma proposta de vida nova, na prática da justiça que conduz à paz. Priorizando o direito à vida plena, conforme a vontade do Pai, Jesus empenha-se em remover as cadeias da lei injusta e opressora. Realiza-se o anúncio de Maria em seu cântico por ocasião da visita a sua prima Isabel, ambas grávidas: "[Deus] agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso. Depôs os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias" (Lc 1,51-53).
Lucas, no seu evangelho, apresenta quatro bem-aventuranças para os pobres em contraste com as quatro lamentações sobre os ricos (Lc 6,20-26). A esperteza, a ambição da riqueza, a sede de poder na acumulação de bens, que são a "sabedoria" deste mundo, representam na realidade loucura e perdição diante de Deus; por sua vez, os pobres que se reúnem fraternalmente nas comunidades dos discípulos de Jesus, encontram a vida em abundância, em comunhão com Deus. Os pobres descobrem seu espaço nas novas comunidades onde se vive a partilha. Os que choram passam a sorrir no novo convívio fraterno. Os mansos cativam os corações aproximando-os entre si. Os que têm fome e sede de justiça clamam e questionam a sociedade opressora, exploradora e excludente, empenhando-se na construção de uma nova sociedade, justa e fraterna. Os misericordiosos, cheios de compaixão, libertam aqueles que têm a consciência carregada de culpabilidade, moldada sob a ideologia do sistema opressor. Os de coração puro são sensíveis a tudo o que há de bom e digno nos irmãos, valorizando cada um, sem nenhuma discriminação. Os pacíficos se comprometem na construção de um mundo livre da ambição e da violência daqueles que, seduzidos pela acumulação de riquezas, fazem a guerra e tiram o alimento dos pobres para transformá-lo em armas de destruição maciça.
A prática libertadora do amor subverte a ordem dos ricos poderosos e violentos. Quem assume essa prática fica sob a ameaça da perseguição e da difamação. E muitos foram os que tiveram a vida imolada por sua solidariedade com os empobrecidos, humilhados e explorados. Porém, a alegria de unir sua vida com a vida de todos, em comunhão com o Pai, é eterna.
Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus. Fonte Padre BANTU SAYLA
Evangelho - Mt 8,5-11
Muitos virão do Oriente e do Ocidente para o Reino do Céu.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 8,5-11
Naquele tempo:
5Quando Jesus entrou em Cafarnaum,
um oficial romano aproximou-se dele, suplicando:
6'Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa,
sofrendo terrivelmente com uma paralisia.'
7Jesus respondeu: 'Vou curá-lo.'
8O oficial disse: 'Senhor,
eu não sou digno de que entres em minha casa.
Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado.
9Pois eu também sou subordinado
e tenho soldados debaixo de minhas ordens.
E digo a um : 'Vai!', e ele vai;
e a outro: 'Vem!', e ele vem;
e digo ao meu escravo: 'Faze isto!', e ele faz.'
10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado,
e disse aos que o seguiam:
'Em verdade, vos digo:
nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé.
11Eu vos digo:
muitos virão do Oriente e do Ocidente,
e se sentarão à mesa no Reino dos Céus,
junto com Abraão, Isaac e Jacó.
Palavra da Salvação Fonte CNBB
Reflexão - Mt 8, 5-11
A presença de Jesus no meio dos homens significa a chegada dos tempos messiânicos e o pleno cumprimento de todas as profecias do Antigo Testamento. Os sinais que Jesus realiza atestam este fato. Mas para que as pessoas participem do Reino de Deus de modo a usufruir dos dons que lhes são oferecidos nestes tempos messiânicos, faz-se necessária a aceitação plena de Jesus e de sua palavra, assim como a adesão à causa do Reino de Deus. Não basta ser católico para participar das coisas do alto, é necessário assumir a fé e ter uma vida coerente com ela. Fonte CNBB
A MOLA MESTRA DA NOSSA VIDA Mt 8,5-17 HOMILIA
“tudo acontece conforme a fé”
Jesus veio nos ensinar que a fé é a mola mestra da nossa vida espiritual e é ela quem sustenta a nossa esperança de que o que aguardamos irá acontecer. Ao se dirigir a Jesus, mesmo que estivesse apreensivo e sofrendo por causa da paralisia do seu empregado, o oficial romano já tinha convicção de que Jesus tinha poder para curá-lo. Apesar de ser uma autoridade e de ter também subalternos, ele não se arvorou da sua condição e reconheceu que só Jesus teria poder para resolver aquela situação. Ele não era judeu, portanto, não fazia parte do povo a quem Jesus viera chamar, no entanto se humilhou, reconheceu a sua indignidade e pediu a Jesus que pronunciasse apenas uma palavra para que o milagre acontecesse.
Uma só Palavra de Jesus basta para aquele que pede com fé e reconhece a sua própria limitação e o poder de Deus. Como o oficial romano, nós também dizemos: “Senhor, eu não sou digno… mas dize uma só palavra…” E Jesus diz também hoje para nós: “E seja feito como tu creste”. O Senhor também espera o nosso lamento, a nossa necessidade, Ele precisa ouvir dos nossos lábios o clamor do nosso coração para que o Seu Nome seja glorificado pelo grande e pelo pequeno.
A fé é, portanto, o termômetro que mede a capacidade para a realização das nossas reivindicações diante do Senhor. E mesmo que estejamos acamados como a sogra de Pedro ou desenganados no final da vida, não podemos perder a esperança, pois um simples toque de Jesus bastará para que a nossa saúde seja restaurada e recebamos novamente a vida. Jesus tomou sobre si as nossas dores e carregou as nossas enfermidades, portanto aquele que está deitado, desalentado, levante-se porque Jesus Cristo venceu o mundo.
Estes dois milagres, da cura do criado do centurião e da sogra de Pedro, integram um bloco de dez milagres coletados por Mateus, em preparação ao envio missionário que se segue no capítulo 10. O primeiro milagre destaca a fé de um gentio que supera a fé de Israel. No segundo, a casa, oprimida pelo sistema religioso, é libertada para ser o lugar de serviço e encontro das comunidades. Os possessos e doentes, humilhados pela dor física, e humana, vão a Jesus, na casa, e não ao Templo, buscando a libertação da dominação ideológica e das privações da exclusão.
Você já experimentou humilhar-se diante do Senhor, reconhecendo de coração o seu pecado? Você reconhece a sua indignidade diante de Deus? Você está precisando de cura? Você já sentiu dor no coração pelos pecados dos outros? Como está a sua solidariedade para com os doentes, reclusos, os pobres e abandonos ao deus dará? Peça a Jesus com fé. Porque com Jesus e pela força da oração, tudo pode ser mudado!
Pai, a solidariedade de Jesus com os doentes e sofredores foi exemplar. Faze-me também ser solidário com quem necessita ser libertado de suas opressões. Fonte Padre BANTU SAYLA
Evangelho - Mc 13,33-37
Vigiai: não sabeis quando o dono da casa vem.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 13,33-37
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
33Cuidado! Ficai atentos,
porque não sabeis quando chegará o momento.
34É como um homem que, ao partir para o estrangeiro,
deixou sua casa sob a responsabilidade de seus
empregados, distribuindo a cada um sua tarefa.
E mandou o porteiro ficar vigiando.
35Vigiai, portanto, porque não sabeis
quando o dono da casa vem:
à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer.
36Para que não suceda que, vindo de repente,
ele vos encontre dormindo.
37O que vos digo, digo a todos: Vigiai!'
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
REFLEXÃO Advento, tempo de graça.
Com o primeiro domingo do Advento, começamos um novo ano litúrgico. Para os cristãos, trata-se de um verdadeiro início de ano, pois a vida cristã é marcada pela celebração do mistério de Deus, revelado em Jesus Cristo. O Advento é um tempo de graça, um itinerário que nos prepara para celebrarmos o mistério do Natal do Senhor. A disposição requerida para esse tempo é a “vigilância”.
No centro do trecho do livro do profeta Isaías está a confissão da culpa do povo: ele se afastou do Deus único e verdadeiro. É em razão dessa distância que o povo não consegue mais reconhecer a face de Deus (64,6). O mal em nós oculta a imagem de Deus, faz os nossos olhos pesados, incapazes de reconhecer o Senhor e a sua ação, na história, em favor do povo, porção de sua herança. “Escondeste de nós a tua face” (64,6). O autor do nosso texto talvez não imaginasse que a verdadeira face de Deus só poderia ser conhecida em Jesus Cristo, “imagem do Deus invisível” (Cl 1,15).
O capítulo treze do evangelho de Marcos é denominado de discurso escatológico de Jesus, isto é, discurso sobre as coisas últimas ou definitivas. Esse tipo de discurso não tem por finalidade prever ou contar como será o futuro, mas insiste sobre a necessidade de se estar espiritualmente preparado para os eventos que acontecerão. Fundamentalmente, podemos falar de três aspectos dessa preparação espiritual: “superar a superficialidade da vida; vencer as armadilhas da sensualidade que nos mantêm prisioneiros das coisas terrenas; desmontar o engano proveniente das necessidades da existência”, que fecham cada um na busca desenfreada do seu próprio bem-estar. Nesse sentido, a vigilância é uma atitude de quem está atento aos enganos do inimigo da natureza humana e, com a graça de Cristo, supera suas armadilhas. “Vigiar” é, ainda, se manter fiel à tarefa dada por Deus; trata-se de assumir o seu papel e sua tarefa no Reino de Deus. A vigilância exige, ainda, a oração para não cair no poder da tentação (cf. Lc 22,46). Fonte Carlos Alberto contieri, sj - Paulinas
VIGIAI E ORAI QUE O SENHOR VEM! Mc 13,33-37 HOMILIA
Iniciamos hoje o tempo do Advento e as palavras vigiai e orai constituem uma constante da Igreja primitiva. Eis alguns exemplos. Marcos, em Getsêmani, põe em lábios de Jesus a repreensão dirigida a Pedro: Simão estás dormindo? Não foste capaz de vigiar por uma hora? Vigiai e orai para que não entreis em tentação: pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mc 14,17). A mesma recomendação a encontramos em Mateus 26, 41. A vigília sem a oração é inútil ou prejudicial. Os banquetes da época celebravam-se durante as horas noturnas. Tanto romanos como judeus vigiavam, porém de forma diversa à dos cristãos. Eram célebres os banquetes entre fariseus ao entardecer da sexta feira, ou seja, ao iniciar-se o sábado ( Lc 14, 13 ).
Assim entendemos a explicação de Lucas, em que Jesus admoesta os discípulos para ficar de sobreaviso, para que seus corações não fiquem atordoadas pela embriaguez, pelas orgias e pelos cuidados da vida, de modo a cair sobre vocês esse dia, repentinamente, como uma cilada (Lc 21,34). Daí também a oração que se pede acompanhe a vigília.
Em 1 Tes 5,4-9: Vós, porém, meus irmãos , não andeis nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão , pois que todos vós sois filhos da luz , filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas. Portanto não durmamos, a exemplo dos outros; mas vigiemos e sejamos sóbrios. Quem dorme, dorme de noite. Nós, pelo contrário, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestidos da couraça da fé e da caridade, e do capacete da esperança da salvação. Sem dúvida que os que vigiam ou estão despertos são os que não dormem à noite. A sobriedade é porque os banquetes celebravam-se à noite e geralmente demoravam durante todo o período numa espécie de orgia de vinho e luxúria. Com o raciocínio anterior, as metáforas usadas por Paulo permitem entender melhor o texto de Marcos e o de Lucas, que sem dúvida contêm certas explicações explícitas (Lc 21,34-36) e que temos explicado anteriormente. Por isso Lucas exorta a ficar acordados, orando em todo momento, para ter a força de escapar de tudo o que deve acontecer e de ficar de pé diante do Filho do Homem. Esta oração-vigília, é recomendada por Paulo em Ef 4,2: Perseverai na oração ,vigilantes, com ação de graças. A impressão que temos hoje após a história iluminar as palavras de Jesus é de que os primeiros cristãos foram dominados pelo estilo apocalíptico, de medo e apreensão, o que acontece também agora em grande número de cristãos e é aproveitado, sobretudo por determinadas seitas. Os apóstolos tiveram, porém, que acalmar os ânimos de modo a devolver paz e confiança, deixando uma porta aberta a um saudável temor.
Que mensagem encontramos neste evangelho para os dias de hoje? Tendo como fundo a segunda vinda em majestade ou poder de Jesus, vista do ângulo do castigo divino a Jerusalém, podemos refletir em três idéias chaves no evangelho de hoje. A primeira é de que na ausência do Mestre, todos e cada um dos seus discípulos em particular receberam um poder para realizar o seu trabalho na propagação do Reino. Uma segunda recomendação é a vigilância. Significa estar atentos para que o dia da volta do Senhor não encontre seus servos não preparados, dormindo, como poderia ser o caso do porteiro que não sabia a hora da volta de seu amo. A vigilância era necessária porque a vinda era um castigo como foi o dilúvio nos tempos de Noé (Gn 7) ou o incêndio das cidades pecadoras de Sodoma e Gomorra (Gn19).
Quando as forças humanas tanto intelectuais como biológicas pareciam insuficientes, temos a força divina que sempre nos acompanha, mas que é necessário pedir. Deus não age primária e solitariamente. Ele espera ser rogado, porque assim nós encontramos em nossa impotência a poderosa presença de Deus. A oração confirma nossa insignificância e afirma nossa fé.
Nos tempos atuais a proximidade de um juízo e castigo divinos parecem estar fora do marco da História. Mas não é verdade. As muitas guerras, as violências de todo gênero, as calamidades dos fenômenos da natureza exigem que pessoalmente estejamos preparados por meio da vigilância que o apóstolo pedia (1 Ts 5) e a oração que sempre é companheira e guia de nossas vidas. A nossa morte é sempre incerta e será o início de nosso julgamento final. Portanto, vigiai e orai que o Senhor em breve chegará. Fonte Padre BANTU SAYLA
ajuda-me a estar em permanente vigilância e oração,
preparando-me para o encontro com teu Filho Jesus
e ser acolhido por ele.
Sábado da 34ª SemanaTempo Comum
Cor: Verde
Evangelho - Lc 21,34-36
Ficai atentos a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,34-36
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
34Tomai cuidado para que vossos corações
não fiquem insensíveis por causa da gula,
da embriaguez e das preocupações da vida,
e esse dia não caia de repente sobre vós;
35pois esse dia cairá como uma armadilha
sobre todos os habitantes de toda a terra.
36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento,
a fim de terdes força
para escapar de tudo o que deve acontecer
e para ficardes em pé diante do Filho do Homem.'
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
Reflexão - Lc 21, 34-36
A nossa vida é marcada por preocupações constantes que são exigências da agitada vida moderna. Essas preocupações muitas vezes acabam por fazer de si mesmas o centro da nossa vida. Na verdade, a gente deixa de viver a vida que a gente quer para viver a vida que é exigida de nós. Assim, não temos tempo para a oração, para a contemplação, para o encontro com Deus e o estabelecimento de comunhão com ele. O resultado de tudo isso é que deixamos de viver na sua presença e nos fechamos num mundo que cada vez mais nos escraviza e nos impede de viver a verdadeira vida, a vida dos filhos e filhas de Deus em perfeita comunhão e relação com o Pai. Fonte CNBB
O AMOR DE DEUS É INFINITO Lc 21,34-36 HOMILIA
Ao escrever o evangelho, Lucas preocupa-se com a nova história inaugurada com a presença de Jesus no meio de nós. A zombaria dos chefes junto à cruz não faz senão revelar qual foi a preocupação dele: “A outros salvou…”. De fato, ele criou com os marginalizados e a partir deles sociedade e história completamente novas. O Evangelho de Lucas é um convite incessante para que as pessoas se comprometam com as propostas de Jesus. Quem vai com ele?
No episódio de hoje temos a resposta a essa pergunta. Quem entra com Jesus no “paraíso” da nova sociedade são os banidos, criminosos, publicanos, prostitutas, lesbicas, gays e outros. Pessoas que a sociedade excludente considerou “malditos” e crucificou, juntamente com Jesus. Isso porque a misericórdia divina, tema que atravessa todo o Evangelho de Lucas, é proposta aberta até o fim, até mesmo onde as esperanças humanas de salvação e vida parecem ter desaparecido.
Segundo Lucas, junto à cruz de Jesus estão espectadores curiosos (povo), lideranças político-religiosas judaicas e soldados. Juntamente com o criminoso do v. 39, essas pessoas representam os que se sentiram traídos em suas expectativas quanto ao tipo de messianismo e realeza que Jesus inaugurou a partir dos pobres e marginalizados. De fato, a zombaria gira em torno dos títulos Messias, o Escolhido, Rei dos Judeus. A caçoada dos chefes e soldados evidencia o modo como essas pessoas imaginavam o messianismo: “…que salve a si mesmo, se é de fato o Messias, o Escolhido de Deus… Se tu és o Rei dos Judeus, salva-te a ti mesmo”.
Já na transfiguração (cf. 9,35), Jesus fora apresentado como o Eleito de Deus, não no sentido triunfalista de quem exige a vida dos outros para poder viver, mas enquanto aquele que o Pai escolheu para salvar os que haviam sido postos à margem, os excluídos, os malditos… O título “Eleito” associa Jesus ao Servo de Javé de Isaías 42,1. Mediante o sofrimento e a entrega da vida, não procurando se salvar, mas dando a vida para salvar, é que Jesus se torna Messias, Eleito e Rei dos Judeus.
Havia um letreiro fixado à cruz: “Este é o Rei dos Judeus”. Só agora, depois de haver apresentado a zombaria dos que se excluem da sociedade e história novas, é que Lucas chama a atenção para o fato. O letreiro, apesar dos insultos e caçoadas, afirma que em Jesus está presente a realeza capaz de dar a vida.
O episódio do “bom ladrão” é próprio de Lucas. Com isso o evangelista quer realçar as características próprias desse evangelho. Em primeiro lugar, mostra que a misericórdia de Deus jamais se esgota se as pessoas estão dispostas a aceitá-la e a mudar de vida. Em segundo lugar, afirma que justamente aí, na cruz, é que inicia a realeza autêntica: “Jesus, lembra-te de mim, quando começares a reinar”. A súplica do “bom ladrão” representa o clamor de todos os “malditos” da nossa sociedade, dos quais Jesus se lembra e começa a reinar com eles e a partir deles: “Hoje você estará comigo no paraíso”. Temos aqui um dos pólos do Evangelho de Lucas. A atividade libertadora de Jesus iniciara a partir de seu programa na sinagoga de Nazaré (cf. 4,21: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabaram de ouvir”) para terminar no “paraíso”, onde ele entra com os excluídos que clamam: “Jesus, lembra-te de mim…” O paraíso recorda o jardim do Éden (cf. Gn 2,8), onde o ser humano experimentou o prazer de uma sociedade fraterna e igualitária. Expulso de lá, pode agora retornar, sem demora, quando entra pela porta que é Jesus, a expressão máxima da misericórdia do Pai. Você que está vivendo uma situação difícil, acredite e cante com Ricardo Sá - http://letras.terra.com.br/ricardo-sa/835598/
Pai, ajuda-me a estar em permanente vigilância e oração, preparando-me para o encontro com teu Filho Jesus e ser acolhido por ele.
pois nele o teu Reino se faz presente na nossa história,
realizando, assim, tua promessa de salvação.
6ª-feira da 34ª SemanaTempo Comum
Cor: Verde
Evangelho - Lc 21,29-33
Quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,29-33
Naquele tempo:
29Jesus contou-lhes uma parábola:
'Olhai a figueira e todas as árvores.
30Quando vedes que elas estão dando brotos,
logo sabeis que o verão está perto.
31Vós também, quando virdes acontecer essas coisas,
ficai sabendo que o Reino de Deus está perto.
32Em verdade, eu vos digo:
tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração.
33O céu e a terra passarão,
mas as minhas palavras não hão de passar.
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
Reflexão - Lc 21, 29-33
Devemos ser capazes de reconhecer os sinais dos tempos para que possamos perceber os apelos do Reino de Deus na nossa vida, assim como sermos capazes de descobrir a presença de Jesus na história das pessoas. Somente quando somos capazes de analisar os acontecimentos a partir da ótica da fé é que somos capazes de interpretar os fatos como sendo sinal dos tempos e ação da graça divina no nosso dia a dia. Para que isso seja possível, a Palavra de Jesus deve ser o critério fundamental para a interpretação dos acontecimentos. Fonte CNBB
A LIÇÃO DA FIGUEIRA Lc 21,29-33 HOMILIA
Esta curta parábola está inserida no discurso escatológico. O escatológico-apocalíptico, que é a expectativa de um fim glorioso para Israel, tem sua origem na tradição do Dia de Javé, o dia da vingança sobre os seus inimigos e de glória e poder para o povo eleito. Os discípulos originários do judaísmo, com sua visão messiânico-escatológica ainda não compreendiam as palavras de Jesus. Jesus os adverte: Vós, do mesmo modo... ficai sabendo...É fundamental que fiquemos atentos para não sermos surpreendidos.
Os cristãos são admoestados a se manterem em contínuo estado de vigilância em relação à história, uma vez que ela está sendo fermentada pelas realidades escatológicas. Urge, pois, perceber como nela se manifestam os sinais do fim.
A mensagem de Jesus nada tem a ver com os apocalipses da época, reservados a um grupo restrito de iniciados. Jesus ensina publicamente, sem a preocupação de selecionar seus ouvintes. Embora só os discípulos o compreendam, sua doutrina deve ser anunciada a todos os povos. Basta abrir-se para ele, para entender o conteúdo de seus ensinamentos.
A tensão que se estabelece é a tensão da esperança. A esperança é o desejo ardente de realizar, hoje, a vontade de Deus. O Reino de Deus já está acontecendo. É a sedução do bem, da vida, da comunhão com Deus, da solidariedade, da fraternidade, da partilha, da alegria. E as palavras de Jesus são anunciadas como convite à participar do banquete da Vida.
A figueira e as demais árvores foram empregadas para ilustrar a parábola da escatologia. Vendo-as frutificar, é possível afirmar, sem perigo de engano, que o verão se aproxima. Igualmente, pode-se declarar que algo de novo estará acontecendo na história, quando a morte ceder lugar à vida, a escravidão abrir espaço para a liberdade, a injustiça for sobrepujada pela justiça, o ódio e a inimizade forem vencidos pelo amor e pela reconciliação.
Este germinar de esperança é um sinal evidente da presença do Filho do Homem, fazendo a escatologia acontecer. Chegará um tempo de plenitude. Este, porém, está sendo preparado pela aproximação paulatina daquilo que todos esperamos. Fonte Padre BANTU SAYLA
Evangelho - Lc 21,20-28
Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,20-28
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
20Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos,
ficai sabendo que a sua destruição está próxima.
21Então, os que estiverem na Judéia,
devem fugir para as montanhas;
os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se;
os que estiverem no campo, não entrem na cidade.
22Pois esses dias são de vingança,
para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras.
23Infelizes das mulheres grávidas
e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias,
pois haverá uma grande calamidade na terra
e ira contra este povo.
24Serão mortos pela espada
e levados presos para todas as nações.
e Jerusalém será pisada pelos infiéis,
até que o tempo dos pagãos se complete.
25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas.
Na terra, as nações ficarão angustiadas,
com pavor do barulho do mar e das ondas.
26Os homens vão desmaiar de medo,
só em pensar no que vai acontecer ao mundo,
porque as forças do céu serão abaladas.
27Então eles verão o Filho do Homem,
vindo numa nuvem com grande poder e glória.
28Quando estas coisas começarem a acontecer,
levantai-vos e erguei a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima.'
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
Reflexão - Lc 21, 20-28
A libertação verdadeira da pessoa humana é fruto de dois elementos importantes: o primeiro é o seu compromisso pessoal e comunitário com o Reino de Deus e com a comunidade à qual pertence, de modo que a sua vida passa a ser uma constante luta histórica de transformação da realidade tendo como critério os valores do Evangelho; o segundo é a confiança inabalável da presença atuante de Deus na sua vida e na história dos homens como o grande parceiro que está ao lado dos que assumem a luta por um mundo novo. Somente a união entre esses dois elementos pode garantir um processo histórico verdadeiramente libertador. Fonte CNBB
JESUS FALA DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM Lc 21,20-28 HOMILIA
Estamos vivendo o tempo que precede o Advento, tempo de espera e arrependimento. Ocasião propicia para que estejamos conscientes das nossas ações e atentos ao que podem significar as coisas que acontecem ao nosso redor. Jesus nos adverte dos fenômenos que acontecerão no mundo e com as pessoas antes da Sua vinda gloriosa. Se prestarmos atenção, muitos sinais já se fazem notar hoje, no mundo. A maioria das pessoas se apavora quando ouve falar desses prognósticos, porém, os que têm a percepção dos ensinamentos evangélicos, compreendem que as palavras de Jesus vêm nos edificar e nos ajudam a manter a esperança na nossa libertação.
O mundo à nossa volta se angustia e sofre. Muitas pessoas passam por dificuldades e se sentem perdidas, no entanto, isto é prenúncio de libertação. Jesus mesmo nos esclarece quando diz: “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. Jesus já veio como homem e chegou para nós por meio do seio de Maria, se entregou por nós, foi crucificado, morto e ressuscitado para a nossa Salvação. Não podemos mudar os prognósticos de Jesus, todos esses fatos já estão acontecendo. Porém, o que nós podemos fazer é assumir o nosso posto de guardiões da fé sem temor, na certeza de que o tempo da libertação se aproxima e deixando que a manifestação da vida de Jesus aconteça no nosso coração primeiro.
Expressão retomada por todos os Evangelhos Sinóticos numa retomada da profecia de Daniel 9,27 sobre as 70 Semanas. Cremos que este mundo, conforme a profecia de Jesus está caminhando para o fim? O que Jesus fala sobre o fim dos tempos, o dia do julgamento e a destruição de Jerusalém não era novidade para os judeus. Jesus alerta sim para a iminência da destruição de Jerusalém pela rejeição do Evangelho. Segundo o historiador Josefo mais de um milhão de pessoas morreram quando os romanos destruíram Jerusalém com seu templo no ano 70. A ruína de Jerusalém deveu-se à sua indiferença diante da visita de Deus, na pessoa do Senhor Jesus Cristo (Lc 19,44).
A abominação é o termo específico para condenar os ídolos, como também a profanação e a apostasia que eles trazem consigo. Por isso, Jesus fala também do julgamento do fim do mundo. Só a cegueira espiritual nos pode impedir de reconhecer os claros sinais que anunciam o dia do julgamento para os que recusam a palavra de Deus a respeito da graça e da salvação. S.Cipriano e S. Agostinho afirmam que neste dia final não se salvarão os que carecem de fé, embora permaneçam na comunidade dos fiéis e participem dos sacramentos. Aliás, a palavra desolação, segundo a etimologia da palavra grega, significa tornar um deserto, vazio da vida de Deus.
Jesus tinha dito aos discípulos o que lhes custaria segui-lo. E prometeu que jamais os deixaria sozinhos, mesmo no tempo de tribulação. Os santos e mártires que foram submetidos aos tormentos e à morte fizeram da prisão um templo de oração e acesso para o trono da glória de Deus. Eles reconheceram a presença salvadora de Jesus em suas vidas em todas as circunstâncias. O discípulo que seguia Jesus podia perder sua vida corporal, mas não sua alma.
O maior dom que nos é dado é o de nossa redenção e de adoção como filhos de Deus. Jesus nos redimiu da escravidão do pecado, do medo da morte e da destruição final. Somos gratos porque nossa esperança está no céu e na promessa que Jesus retornará para estabelecer seu reino de paz e de justiça. Sua segunda vinda será marcada por sinais que todos reconhecerão. Seu julgamento é um sinal de esperança para os que confiaram nele.
Qual é a percepção que você tem das palavras de Jesus? Você se atemoriza quando ouve falar desses acontecimentos? As coisas que você vê acontecer no mundo, hoje, já confirmam isto? - Jesus já veio para você?
Senhor, enchei meu coração de gratidão pelo dom da redenção e aumentai minha esperança em vosso retorno na glória. Que aquele dia me traga alegria e paz. Ajudai-me a servir-vos fielmente, e que eu faça o melhor uso de meu tempo agora à luz do tempo que virá! Fonte Padre BANTU SAYLA
Evangelho - Lc 21,12-19
Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,12-19
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
12Antes que estas coisas aconteçam,
sereis presos e perseguidos;
sereis entregues às sinagogas e postos na prisão;
sereis levados diante de reis e governadores
por causa do meu nome.
13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé.
14Fazei o firme propósito
de não planejar com antecedência a própria defesa;
15porque eu vos darei palavras tão acertadas,
que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater.
16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais,
irmãos, parentes e amigos.
E eles matarão alguns de vós.
17Todos vos odiarão por causa do meu nome.
18Mas vós não perdereis
um só fio de cabelo da vossa cabeça.
19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
Reflexão - Lc 21, 12-19
Ganhar a vida eterna significa ser capaz de lutar no dia a dia pelos valores que a caracterizam. Mas os valores que caracterizam a vida eterna são completamente diferentes dos valores que caracterizam a nossa sociedade de hoje, sendo que a conseqüência dessa diferença é o conflito, que é seguido da perseguição, do ódio e, muitas vezes, da morte. Mas quem de fato acredita na vida eterna e a deseja ardentemente para si assume o projeto de Deus e os valores do Reino dos céus e luta constantemente por eles, não temendo a perseguição e desafiando até mesmo a morte, porque sabe que nada o separará da vida e vida em abundância. Fonte CNBB
PERSEGUIÇÕES E SOFRIMENTOS: CAMINHO PARA A VIDA Lc 21,12-19 HOMILIA
Jesus continua falando sobre as perseguições que os discípulos sofrerão. Estas advertências estão inseridas na fala de Jesus ao fazer o envio missionário. As provações dos discípulos de Jesus têm um alcance escatológico, isto é, anteciparão não só a destruição de Jerusalém, mas também a própria Parusia. Os discípulos serão perseguidos, tanto pelas sinagogas judaicas, como por reis e governadores gentios.
Nos evangelhos sinóticos encontramos conjuntos de textos escatológicos, com estilo apocalíptico, que prenunciam o fim dos tempos, de maneira trágica, com a volta do "Filho do Homem". Este estilo literário reproduz a forma encontrada no Primeiro Testamento, no qual, a partir do Dia de Javé, dia de terror para o mundo, porém, de glória para Israel, se elaborou uma literatura apocalíptica. A presença destes textos no Segundo Testamento é o reflexo da antiga tradição das primeiras comunidades de convertidos do judaísmo. Tais textos são encontrados, em bloco, nos "discursos escatológicos", em Mateus (cap. 24-25) e em Marcos (cap. 13), e em dois discursos em Lucas. A invariabilidade das sentenças dos textos, nos três evangelhos, leva a supor que os evangelistas recorreram às mesmas fontes de tradição, especificamente escatológicas.
O discurso escatológico em Marcos prioriza o prenúncio da destruição de Jerusalém, à qual é associada a vinda do Filho do Homem. No discurso escatológico de Mateus, as sentenças sobre a destruição de Jerusalém e sobre a vinda do Filho do Homem estão entremeadas. Lucas, em um primeiro discurso, destaca o tema escatológico da vinda do Filho do Homem (17,22-37) e, em outro, retoma este tema a partir do tema da destruição de Jerusalém, incluindo também a perseguição contra os discípulos missionários (21,5-36). No início do ministério de Paulo havia uma expectativa da volta iminente de Jesus, a parusia. Contudo, essa expectativa surtiu efeito negativo, na medida em que muitos passaram a viver uma vida ociosa e desordenada. Com o tempo, a expectativa da parusia foi desaparecendo, dando lugar à consciência da presença atual de Jesus nas comunidades dos discípulos, que lutam por um mundo novo possível.
O testemunho, nas perseguições e diante dos tribunais, não é resultado da eloqüência, mas, sim, do abandono confiante nas mãos de Deus. É o próprio Jesus é que dá ao discípulo as palavras adequadas a serem proferidas diante dos tribunais. Lucas tinha em mente o testemunho de Estevão e outros mártires. As comunidades dos discípulos, comprometidas com a missão, ao longo da história, têm vivido sob as diversas provações impostas pelos poderosos. A perseverança nas tribulações, suportadas em nome de Jesus, é o caminho para a vida. Daí-me Senhor a graça da perseverança nas tribulações afim de que eu tenha vida plena em Vós. Fonte Padre BANTU SAYLA
Evangelho - Lc 21,5-11
Não ficará pedra sobre pedra.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,5-11
Naquele tempo:
5Algumas pessoas comentavam a respeito do Templo
que era enfeitado com belas pedras
e com ofertas votivas.
Jesus disse:
6'Vós admirais estas coisas?
Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra.
Tudo será destruído.'
7Mas eles perguntaram:
'Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal
de que estas coisas estão para acontecer?
8Jesus respondeu: 'Cuidado para não serdes enganados,
porque muitos virão em meu nome, dizendo:
'Sou eu!' - e ainda: 'O tempo está próximo.'
Não sigais essa gente!
9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções,
não fiqueis apavorados.
É preciso que estas coisas aconteçam primeiro,
mas não será logo o fim.'
10E Jesus continuou:
'Um povo se levantará contra outro povo,
um país atacará outro país.
11Haverá grandes terremotos,
fomes e pestes em muitos lugares;
acontecerão coisas pavorosas
e grandes sinais serão vistos no céu.
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
Reflexão - Lc 21, 5-11
Não podemos por na realidade material o sentido final da nossa vida e a causa da nossa felicidade, pois o mundo material é transitório e só encontra o seu verdadeiro sentido enquanto é relacionado com o definitivo, ou seja, o mundo espiritual, e contribui para que a pessoa encontre nos valores que não são transitórios a causa da sua vida e da sua felicidade. Assim, devemos ser capazes de submeter os valores transitórios aos valores definitivos, pois somente eles podem nos garantir a nossa plena realização. Fonte CNBB
JESUS FALA DA DESTRUIÇÃO DO TEMPLO Lc 21,5-11 HOMILIA
Este discurso introduz a narrativa da Paixão, que é uma tradição com características próprias, que circulava entre as primeiras comunidades.
O Templo era a sede do judaísmo no tempo de Jesus. Ele já denunciara que o Templo tornara-se um antro de ladrões (cf. 23 nov.). Sua palavra sobre a destruição do Templo, além do fato histórico, tem o sentido do abandono da antiga doutrina emanada do Templo para dar lugar à novidade de Jesus. As religiões excludentes, que consolidam grupos privilegiados religiosos ou raciais, são descartadas para a grande revelação do Deus de amor universal, que chama a si todos os povos e todas as raças, comunicando-lhes sua vida divina e eterna.
A fala de Jesus é motivada pela admiração que a grandiosidade do Templo causava nas pessoas. Todo poder tem como arma a ostentação de riqueza. A ostentação do Templo levava as pessoas a admirarem, se curvarem e se submeterem. Porém, toda ostentação será destruída, pedra por pedra, torre por torre. Jesus já denunciara que o Templo de Jerusalém tornara-se um antro de ladrões. A palavra de Jesus sobre a destruição do Templo, além de sua associação a um fato histórico acontecido, tem o sentido do abandono da antiga doutrina emanada do Templo para dar lugar à novidade de Jesus.
Após a menção do Templo, Jesus descarta que o advento de falsos profetas ou de guerras e abalos telúricos sejam sinais da proximidade do fim.
Assim, os discípulos devem despertar para a presença atual do Filho do Homem, na pessoa de Jesus, transformando o mundo por sua palavra e sua prática amorosa.
Pai, teu Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba acolhê-lo como manifestação de tua misericórdia, e só nele colocar toda a minha segurança. Pois o cenário deste mundo passará e deixará ruínas. Só no Céu encontraremos todas as belezas eternas. Fonte Padre BANTU SAYLA
2ª-feira da 34ª SemanaTempo Comum
Sto. André Dung-Lac Presb e Comps. Mts, memória
Cor: Vermelho
Evangelho - Lc 21,1-4
Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,1-4
Naquele tempo:
1Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas
depositando ofertas no tesouro do Templo.
2Viu também uma pobre viúva
que depositou duas pequenas moedas.
3Diante disto, ele disse:
'Em verdade vos digo que essa pobre viúva
ofertou mais do que todos.
4Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus,
aquilo que lhes sobrava.
Mas a viúva, na sua pobreza,
ofertou tudo quanto tinha para viver.'
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
Reflexão - Lc 21, 1-4
Muitas vezes somos injustos com as pessoas porque fazemos do elemento quantitativo a principal fonte dos nossos juízos e das nossas decisões em relação a elas. Assumindo os critérios do mundo, o número cada vez mais torna-se o principal critério para a nossa avaliação. Jesus nos mostra que diante de Deus, devemos pensar de forma diferente. Não é o quanto foi dado que manifesta a generosidade da pessoa, mas o como, o porquê e o significado da quantia que são realmente importantes, pois nos revela o relacionamento da pessoa com Deus e o seu envolvimento com ele. Fonte CNBB
A OFERTA DA VIÚVA POBRE Lc 21,1-4 HOMILIA
Jesus, em Jerusalém, nos últimos dias do seu ministério, circulava pelo Templo, ensinando. O ambiente é imponente por seu luxo. Muralhas de pedra, grandes pátios com arcadas e a grande construção central do Templo, com pedras e ornatos com placas de ouro. Uma dependência do Templo, o Tesouro, guardava as riquezas acumuladas das ofertas.
Hoje, aprendemos de Jesus, o verdadeiro valor das coisas materiais. Parado à porta do Templo, Jesus observava o comportamento das pessoas que chegavam para participarem do culto. Perto de Jesus estava uma caixa para a coleta das ofertas que serviriam para a manutenção do Templo e, para socorrer os que estivessem necessitados. Ali, cada um colocava a sua contribuição livremente, de acordo com a sua vontade. Percebeu, então Jesus, que muitos ricos depositaram boas quantias e, percebeu , que os pobres também contribuíram. E, uma viuva pobre , por fim aproxima-se do cofre e deposita duas únicas moedinhas que tinha em sua bolsa. Jesus, após o culto, chama os seus apóstolos e lhes diz :-“Em verdade vos digo, que esta viuva pobre depositou muito mais do que todos os outros juntos pois, todos deram das sobras que sempre Têm, mas ela, deu tudo o que tinha, todo o seu sustento. “
Deduzimos desta lição que, a “doação” tem que representar, verdadeiramente, a vontade do nosso coração. Às vezes, sentimos muito quando presenciamos certas cenas que nos chocam, devido ao tamanho do sofrimento que um nosso irmão possa estar passando. Em vários locais que freqüentamos , não estamos livres de presenciar a dor o o sofrimento que deprimem e sufocam pessoas como nós, porém, que as adversidades da vida (não nos interessa os caminhos que as levaram a tal situação), o que presenciamos dói muito na carne e no espírito daqueles sofredores.
E, ficamos horrorizados, condoídos e com muita pena, com muito dó mas ... mesmo chegando até às lágrimas, a maioria, enxugando os olhos e limpando a garganta, sai abatida e com muita dor no coração, porque mesmo não estando naquele estado, leva uma vida muito apertada, com muita luta e coragem, conseguindo sobreviver e, , mesmo tendo muito pouco recurso sempre são os que mais ajudam. Mas, a minoria, privilegiada, (estou falando do nosso Brasil, da nossa e de todas as demais cidades), ignora aqueles sofredores e, até lastimam aquele quadro que enfeia a sua cidade; que mancha o bom nome que ela tem, mas, com raras exceções, procuram ajudar àqueles desfavorecidos, mesmo tendo dinheiro e posição social que pode lhes dar condições de acionar as autoridades, para conseguir mudar o tratamento destinado àqueles que nada têm . Gastam, gastam, gastam, mas... com raras exceções , gostam de partilhar.
Por isso Jesus fala que os ricos deram do que lhes sobrava. Isso não é dar com amor; é preciso partilharmos. Não basta Ter dó; não basta Ter pena; não basta chorarmos compadecidos; como muitos fazem nos velórios abraçam e deixam uma mensagem para os parentes e, depois, falam mal dos defuntos, comentando sobre a sua vida. Isso não muda nada na vida dos que sofrem as marcas de um esquema social que os coloca à margem dos planos dos que dirigem esta e outras nações. Que têm os mesmos problemas no mundo inteiro. Com auxílio material, com boa vontade de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito amor cristão, alguma coisa sempre se pode fazer. É preciso partilharmos o Deus que trazemos dentro de nós, com aqueles que encontramos nas esquinas da vida.
Pai, dá-me um coração de pobre, capaz de partilhar até do que me é necessário, porque confio totalmente no teu amor providente. Fonte Padre BANTU SAYLA
34º Domingo - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo Tempo Comum
Cor: Branco
Evangelho - Mt 25,31-46
Assentar-se-á em seu trono glorioso e separará uns dos outros.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,31-46
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
31Quando o Filho do Homem vier em sua glória,
acompanhado de todos os anjos,
então se assentará em seu trono glorioso.
32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele,
e ele separará uns dos outros,
assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
33E colocará as ovelhas à sua direita
e os cabritos à sua esquerda.
34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita:
`Vinde benditos de meu Pai!
Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou
desde a criação do mundo!
35Pois eu estava com fome e me destes de comer;
eu estava com sede e me destes de beber;
eu era estrangeiro e me recebestes em casa;
36eu estava nu e me vestistes;
eu estava doente e cuidastes de mim;
eu estava na prisão e fostes me visitar'.
37Então os justos lhe perguntarão:
`Senhor, quando foi que te vimos com fome
e te demos de comer?
com sede e te demos de beber?
38Quando foi que te vimos como estrangeiro
e te recebemos em casa,
e sem roupa e te vestimos?
39Quando foi que te vimos doente ou preso,
e fomos te visitar?'
40Então o Rei lhes responderá:
`Em verdade eu vos digo,
que todas as vezes que fizestes isso
a um dos menores de meus irmãos,
foi a mim que o fizestes!'
41Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda:
`Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno,
preparado para o diabo e para os seus anjos.
42Pois eu estava com fome e não me destes de comer;
eu estava com sede e não me destes de beber;
43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa;
eu estava nu e não me vestistes;
eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar'.
44E responderão também eles:
`Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede,
como estrangeiro, ou nu, doente ou preso,
e não te servimos?'
45Então o Rei lhes responderá:
`Em verdade eu vos digo,
todas as vezes que não fizestes isso
a um desses pequeninos,
foi a mim que não o fizestes!'
46Portanto, estes irão para o castigo eterno,
enquanto os justos irão para a vida eterna'.
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
REFLEXÃO Os que fazem a vontade do Pai.
Levando em consideração a ordem do evangelho, o texto de hoje é ressonância de Mt 7,21. A visita da família a Jesus é uma ocasião de ensinamento para ele: a sua família, isto é, os membros do povo que reúne, é mais ampla do que os membros de sua parentela, pois constituída por aqueles que fazem a vontade do Pai que está nos céus (v. 50; cf. 7,21). Por duas vezes o texto repete que a mãe de Jesus e alguns irmãos estão do lado de fora da casa (vv. 46-47). Essa observação, que poderia passar despercebida, é, ao nosso ver, importante: sem participar do círculo dos discípulos, seu ensinamento, seu trabalho incansável e seus gestos parecem loucura e sem sentido, como se ele estivesse fora de si. Corrobora com essa ideia a notícia de Marcos, para quem a razão de a família de Jesus ir procurá-lo é para levá-lo de volta para casa, pois pensavam que ele estava fora de si (Mc 3,20-21). Para poder compreender a missão de Jesus é preciso entrar no círculo de Jesus e situá-la no horizonte do desígnio salvífico de Deus. São Paulo, num texto em que ele procura resolver um problema de divisão interna da comunidade de Corinto, afirma que o modo de agir de Deus confunde o mundo e os que se julgam sábios (1Cor 1,27). Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
JUÍZO FINAL Mt 25,31-46 HOMILIA
Do evangelho de hoje podemos deduzir que o Filho do Homem se declara Rei e juiz de todas as nações. É a glória devida a seu triunfo sobre a cruz. Pois ele é o Poder de Deus e a sua Sabedoria (1 Cor 1, 24).
Cristo – o Jesus ressuscitado vindo com poder e grande glória (Lc 21, 27)- assume as funções do verdadeiro Deus: Sua sentença é definitiva: eterna como o fogo eterno preparado pelo pai para os anjos rebeldes. Ele está rodeado de todos os seus anjos o qual indica ser superior a eles (Hb 1, 3-4) embora segundo o que sabemos pelos padrões da época o homem era inferior aos anjos (Hb 2, 7).
Trata-se de um juízo final, ou do início de uma era histórica após a destruição de Jerusalém? No primeiro caso, Jesus- o Filho do Homem- será o juiz definitivo como vemos no parágrafo 2. No segundo caso indica quais entrarão a formar parte do novo reino entre os gentios. Os escolhidos serão os misericordiosos que alcnaçarão misericórdia( Mt 5, 7) ou seja os que agiram com compaixão com os necessitados. Quais são estes irmãos mais pequenos? A) Os escandalosos, que escandalizam os pequeninos (Mt 18, 6) e que praticam a iniquidade(13, 41) [não socorrendo os necessitados]que serão lançados na fornalha ardente. B) Os que recebem e ajudam os discípulos de Jesus a quem basta dar um copo de água fria a um desses pequeninos por ser discípulo (Mt 10, 42). Cremos que a segunda opinião não possa ser descartada em termos absolutos, a primeira coincidindo com a tradição, é a mais segura.
Sobre o fogo preparado para o Diabo e os anjos, devemos comentar que na época de Jesus não se esperava que o Diabo estivesse no inferno, porque sabemos pelas palavras do próprio Jesus que viu Satanás cair do céu como um relâmpago (Lc 10, 18). Portanto o inferno não era sua morada mas o fogo ou lago de fogo será o destino definitivo do Diabo (Ap 20, 10) ao qual será lançado quem não for escrito no livro da vida(Ap 20, 15). Talvez isso explique a influência do maligno em nossa história.
Embora aionios é um adjetivo de qualidade como perpétuo, constante, sem início nem fim, tanto o castigo definido aqui oposto à vida, como no Apocalipse chamando-o de segunda morte ( Ap 21, 8) indicam um período sem fim. Podemos dizer que reflete perfeitamente Daniel 12, 2.
A condenação não é por atos de perversidade mas de omissão. Talvez porque os primeiros já estavam incluídos na mentalidade antiga. Os segundos eram o grande pecado e ainda são dos batizados chamados discípulos de Cristo. Por outra parte o evangelho de hoje serve para responder à pergunta: Como poderão salvar-se os que não conhecem Jesus ou consideram verdadeira a sua própria religião? Obviamente a fé será substituída pelas obras de misericórdia, necessárias também entre os cristãos porque a fé só está morta (Tg 2, 17) e Paulo afirma que a que tem valor é a fé que atua mediante o amor.
O rei, que é ao mesmo tempo juiz, também é o bom pastor, que sabe separar as ovelhas. Porque está escrito: Quando vier o filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono de sua glória, e todas as nações serão reunidas em sua presença e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas. E ele porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda.
JESUS é o bom pastor. Assim o conhecemos pelas histórias dos evangelistas. Pense no evangelho de João, capítulo 10. “EU SOU O BOM PASTOR”, diz JESUS e assim nós o vemos trabalhando. Sempre com muitas pessoas ao seu redor. “UM REBANHO QUE não TEM PASTOR”. Assim JESUS chamou num certo momento as pessoas, que o encontraram. E Ele ficou em pé e os curou, porque Ele era o bom pastor.
O Senhor tem misericórdia, porque o povo de Israel são as ovelhas dele! Mas ninguém cuida delas. Elas são vítimas daquelas pessoas que são como os leões e os lobos. Por isso o Senhor ajuda, E Ezequiel está mostrando isso. O Senhor mesmo vai guardar as ovelhas. Primeiramente, ele as congregará e depois ele procurará um bom lugar para elas; ele buscará as perdidas e tornará a trazer as desgarradas; as quebradas ligará e as enfermas fortalecerá.
Apesar disso, há um outro perigo para as ovelhas. Não só pastores maus, mas há também outras ovelhas, que ameaçam o bem estar do rebanho. O bom pastor deve interceder. E ele faz isso com as suas mãos e com o seu cajado. E ele fala quando ele está intercedendo. Podemos ver isso com pessoas que sempre vivem com animais. Assim o fazendeiro fala com as suas vacas e talvez vocês, ò criançada, fale assim também com o seu gato ou seu cachorro. Então, da mesma maneira, Ezequiel apresenta o Senhor como um pastor que está falando com as ovelhas.
JESUS diz: O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos. No lugar desta palavra servir, o nosso Senhor, originalmente, usou a palavra DIAKONEIN. É uma palavra estranha, grega. Mas não tão estranha. Ele queria dizer que ele chegou para ser diácono, servidor. E assim nós o vemos trabalhando. Ele deu muito aos outros. Dinheiro, saúde, até a vida dele próprio. Ele deu sua vida em resgate de muitos. CRISTO foi o melhor exemplo para todos os diáconos, que estão trabalhando agora.
O maior diácono, que este mundo conheceu, vivia assim e ele está esperando a mesma coisa dos seus alunos. Por isso ele nos avisa prematuramente. E por esse motivo os apóstolos estavam praticando isso logo depois do dia de Pentecostes. Porque todos os que criam vendiam suas propriedades e bens, e os repartiam para todos, segundo a necessidade de cada um. E no momento que este trabalho era demais para eles, eles não desistiram, dizendo: “É demais, então deixa; pregar e ensinar são muito mais importantes do que este trabalho”. Os apóstolos não disseram isso, mas logo instalaram sete diáconos, que ajudavam e coordenavam o serviço na comunidade e que estimulavam e mandavam os membros para ajudar outras pessoas. Pregar e praticar juntos.
Então é muito importante que toda a Igreja seja diaconal. Não só os diáconos. Quando CRISTO chegar, ele não convidará apenas os diáconos para dar o reino de DEUS. Ele convidará todos os irmãos que serviram outras pessoas.
O primeiro diácono do mundo será o último juiz e o julgamento dele será sobre o serviço que tivermos prestado aos nossos irmãos. Ele chamará e congregará todos os seus diáconos, dizendo: Vinde benditos de meu Pai, possui por herança o reino que vos está preparado deste a fundação do mundo, porque tive fome e me destes de comer... Fonte Padre BANTU SAYLA
Evangelho - Lc 20,27-40
Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 20,27-40
Naquele tempo:
27Aproximaram-se de Jesus alguns saduceus,
que negam a ressurreição,
28e lhe perguntaram:
'Mestre, Moisés deixou-nos escrito:
se alguém tiver um irmão casado
e este morrer sem filhos,
deve casar-se com a viúva
a fim de garantir a descendência para o seu irmão.
29Ora, havia sete irmãos.
O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos.
30Também o segundo
31e o terceiro se casaram com a viúva.
E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos.
32Por fim, morreu também a mulher.
33Na ressurreição, ela será esposa de quem?
Todos os sete estiveram casados com ela.'
34Jesus respondeu aos saduceus:
'Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se,
35mas os que forem julgados dignos
da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura,
nem eles se casam nem elas se dão em casamento;
36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos,
serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.
37Que os mortos ressuscitam,
Moisés também o indicou na passagem da sarça,
quando chama o Senhor 'o Deus de Abraão,
o Deus de Isaac e o Deus de Jacó'.
38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos,
pois todos vivem para ele.'
39Alguns doutores da Lei disseram a Jesus:
'Mestre, tu falaste muito bem.'
40E ninguém mais tinha coragem
de perguntar coisa alguma a Jesus.
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
Reflexão - Lc 20, 27-40
Como todos nós vivemos num mundo marcado pelo materialismo, cada vez mais somos tentados a fazer da matéria a causa da nossa felicidade e nos fecharmos nessa realidade para analisar todas as coisas e, com isso, não somos capazes de ver outros caminhos para a felicidade ou até mesmo outras condições de vida que Deus pode nos conceder para o nosso bem, como é o caso da vida eterna. O erro que os saduceus cometeram e que aparece no evangelho de hoje é esse: se tornaram tão materialistas que ficaram incapazes de abrir o próprio coração para a proposta da vida plena que nos é feita pelo próprio Deus. Fonte CNBB
A PERGUNTA SOBRE A RESSURREIÇÃO Lc 20,27-40 HOMILIA
A propósito de uma pergunta capciosa dos seus adversários que negavam a ressurreição dos mortos, Jesus procura fazer-lhes compreender que, no mundo novo da ressurreição, as coisas estão fora e acima do nosso modo de pensar terreno. A ressurreição dos mortos pertence já a esse “mundo que há-de vir” para além da morte, em que Deus vive como Deus de vivos, como Ele Se tinha revelado no episódio da sarça ardente, ao apresentar-Se a Moisés como Deus dos que tinham vivido antes, mas que para Ele são sempre vivos, Ele “o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob”.
Os saduceus, grandes proprietários de terras, formavam a elite dos sacerdotes(20,27-40). Não acreditavam na ressurreição, e propõem a Jesus um caso difícil, para mostrar que é absurdo crer na ressurreição. Jesus retifica a questão, mostrando que a vida da ressurreição não deve ser concebida como mera cópia da vida na dimensão presente. E os mortos ressuscitam? Referindo-se à célebre forma “Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó”, Jesus mostra que, sendo Deus dos vivos e da Vida, também Abraão, Isaac e Jacó devem estar vivos com ele. Com efeito, o sentido de toda a criação é viver para Deus, e essa vida não conhece fim. Ruma para a plenitude, sempre. O que está com Deus está vivo para gozar a vida em abundância.
Os saduceus queriam embaraçar Jesus fazendo perguntas a partir da prática do levirato (Dt 25.5-6). No livro do Deuteronômio está ordenado que, no caso de um irmão falecer sem descendência, é a obrigação de um irmão casar com a viúva para dar o nome à família. Se, nessa prática, uma viúva casar sucessivamente, de quem será a mulher na ressurreição? Jesus afirma a ressurreição (vv. 35-37), e mostra aos saduceus que as instituições pertencentes a esta ordem das coisas não continuarão pós-ressurreição. Em outras palavras, as instituições terrenas não continuarão no céu, que é o mundo da justiça plena. O mundo onde está presente o Reino de Deus. Todas as instituições e poderes são transitórios e provisórios, ainda.
A continuidade entre o agora e o então está em Deus e na sua graça. E Jesus faz excursão mais profunda no Pentateuco, lembrando-os do que Moisés disse a respeito de Deus como o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó. A ressurreição é contrastada, por isso, pela imposição da morte; pelos determinismos e fatalismos da cultura, da religião, da política corrompida, nos sistemas de pensar. A ressurreição é a dádiva da vida e vem de Deus. Assim, à luz da ressurreição, a vida é vista e vivida sob o poder da graça. Em Lucas a ênfase recai na expressão: “não podem mais morrer” com referência aos filhos da ressurreição.
Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna. Fonte Padre BANTU SAYLA
Apresentação de Nossa Senhora . Memória
Cor: Branco
Evangelho - Mt 12,46-50
E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: Eis minha mãe e meus irmãos.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 12,46-50
Naquele tempo:
46Enquanto Jesus estava falando às multidões,
sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora,
procurando falar com ele.
47Alguém disse a Jesus:
'Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora,
e querem falar contigo.'
48Jesus perguntou àquele que tinha falado:
'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?'
49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse:
'Eis minha mãe e meus irmãos.
50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai,
que está nos céus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.'
Palavra da Salvação. Fonte CNBB
REFLEXÃO Os que fazem a vontade do Pai.
Levando em consideração a ordem do evangelho, o texto de hoje é ressonância de Mt 7,21. A visita da família a Jesus é uma ocasião de ensinamento para ele: a sua família, isto é, os membros do povo que reúne, é mais ampla do que os membros de sua parentela, pois constituída por aqueles que fazem a vontade do Pai que está nos céus (v. 50; cf. 7,21). Por duas vezes o texto repete que a mãe de Jesus e alguns irmãos estão do lado de fora da casa (vv. 46-47). Essa observação, que poderia passar despercebida, é, ao nosso ver, importante: sem participar do círculo dos discípulos, seu ensinamento, seu trabalho incansável e seus gestos parecem loucura e sem sentido, como se ele estivesse fora de si. Corrobora com essa ideia a notícia de Marcos, para quem a razão de a família de Jesus ir procurá-lo é para levá-lo de volta para casa, pois pensavam que ele estava fora de si (Mc 3,20-21). Para poder compreender a missão de Jesus é preciso entrar no círculo de Jesus e situá-la no horizonte do desígnio salvífico de Deus. São Paulo, num texto em que ele procura resolver um problema de divisão interna da comunidade de Corinto, afirma que o modo de agir de Deus confunde o mundo e os que se julgam sábios (1Cor 1,27). Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
A MÃE E OS IRMÃOS DE JESUS Mt 12,46-50 HOMILIA
Vemos neste texto de hoje que JESUS é interrompido de um sermão por alguém que diz: A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor.
O que Ele disse quando foi informado que Sua mãe e Seus irmãos estavam ali, nesta ocasião, parece consistir em desprezo aos seus familiares, mas na realidade o significado é mais profundo do que isso.
Ao declarar que todo aquele que faz a vontade de Deus é a Sua família, Ele não estava renunciando à Sua família segundo a carne. Como filho mais velho, Ele continuou a cuidar do bem estar da Sua mãe. Isto foi comprovado quando, ao dar a Sua vida na cruz, Ele passou essa responsabilidade ao discípulo a quem ele amava.
Simplesmente Jesus define claramente que o parentesco de ordem humana, seja a mãe, os irmãos ou irmãs que ele tinha, não tem qualquer significação no Reino de Deus.
O relacionamento mais chegado do Senhor Jesus é com o Seu Pai, que está nos céus, o próprio Deus Pai. O único “parentesco” permanente que Ele pode ter é de ordem espiritual - e é com aqueles que fazem a vontade de Deus. A estes, Ele chama de meus irmãos.
Deixando de lado os laços sangüíneos, representado pelo parentesco segundo a carne com sua mãe e seus irmãos, o Senhor Jesus passará agora a ampliar o Seu ministério a todos aqueles que O receberem, sem distinção entre judeus e gentios. Não se dará mais exclusividade a Israel, devido à sua incredulidade e rejeição.
O relacionamento segundo a carne passa a ser inteiramente superado por afinidades espirituais. A obediência a Deus é agora o fator predominante e definitivo para estabelecer tais afinidades, sem outra distinção qualquer.
O mesmo se aplica a todo aquele que recebe Cristo como o seu Senhor e Salvador. Ele disse: Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. Nosso relacionamento espiritual com Cristo produz um vínculo maior do que nosso parentesco de sangue.
Um aspecto muito importante que deve ser esclarecido é sobre os irmãos de Jesus. Há dias uma das assíduas comentadoras da homilia diária perguntava sobre este aspecto.
Os irmãos de Jesus, como fica claro pelo próprio texto bíblico, eram filhos de Alfeu e sua esposa, e não de José e Maria. A dúvida sobre se Maria teve outros filhos só revela a Em diversos lugares o Evangelho fala desses ‘irmãos’. Assim, S. Marcos e S. Lucas referem que ‘estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos que querem ver-te” (Mt 12, 46-47; Mc 3, 31-32; Lc 8, 19-20; e também em Jo 7, 1-10).
Toda a pessoa que pergunte sobre os irmãos de Jesus somente revela a sua ignorância da própria Bíblia. Até porque as línguas hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzam o nosso ‘primo’ ou ‘prima’, e serve-se da palavra ‘irmão’ ou ‘irmã’.
No Antigo Testamento encontramos e sobretudo em Gn 37, 16; 42, 15; 43, 5; 12, 8-14; 39, 15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23, 21), e primos segundos (Lv 10, 4) - e até ‘parentes’ em geral (Job 19, 13-14; 42, 11). Há muitos exemplos na Sagrada Escritura. Lê-se no Gêneses que ‘Taré era pai de Abraão e de Harão, e que Harão gerou a Lot (Gn 11, 27), que, por conseguinte, vinha a ser sobrinho de Abraão. Contudo, no mesmo Gênesis, mais adiante, chama a Lot ‘irmão de Abraão’ (Gn 13, 3). ‘Disse Abraão a Lot: nós somos irmãos” (Gn 14, 14). Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade, era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29, 12-15).
No Novo Testamento, fica claríssimo que os ‘irmãos de Jesus’ não eram filhos de Nossa Senhora. Os supostos ‘irmãos de Jesus’ são indicados por S. Marcos: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estão aqui conosco suas irmãs?” Tiago e Judas, conforme afirma S. Lucas, eram filhos de Alfeu e Cleófas: ‘Chamou Tiago, filho de Alfeu… e Judas, irmão de Tiago” (Lc 6, 15-16). E ainda: “Chamou Judas, irmão de Tiago” ( Lc 6, 16). Quanto a ‘José’, S. Mateus diz que é irmão de Tiago: “Entre os quais estava… Maria, mãe de Tiago e de José (Mt 27, 56). Em S. Mateus se lê: “Estavam ali (no calvário), a observar de longe…., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”. Essa Maria, mãe de Tiago e José, não é a esposa de S. José, mas de Cleofas, conforme S. João (19, 25). Era também a irmã de Nossa Senhora, como se lê em S. João (19, 25): “Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Mágadala”. Simão, irmão dos três outros, ‘Tiago, José e Judas’ são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu ou Cleophas é o pai deles.
Da mesma forma, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, ela não teria ficado aos cuidados de S. João Evangelista, que não era da família, mas com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés. Eis um dilema sem saída para os protestantes, pois os ‘irmãos de Jesus’ são filhos de Maria Cléofas e Alfeu.
Também decorre uma pergunta: Por que nunca os evangelhos chamam os ‘irmãos de Jesus’ de ‘filhos de Maria’ ou de ‘José’, como fazem em relação à Nosso Senhor? E por que, durante toda a vida da Sagrada Família, apenas conta-se três membros: Jesus, Maria e José?
A própria Sagrada Escritura demonstra que os supostos ‘irmãos’ de Jesus são seus primos e não seus irmãos carnais. Sua afirmação de que o trecho de S. Mateus tem duas passagens, uma referindo-se à filiação carnal e a segunda à filiação espiritual fica sem sentido, visto que não conferem com o texto bíblico. Até porque o parentesco de sangue não é sequer mencionado pelos seus irmãos nas cartas que escreveram e que se encontram no Novo Testamento, indicando que não davam valor a isso. Ao invés disso, eles se dizem servos de Jesus Cristo.
Portanto, Maria, é o templo divino, onde Deus fez sua morada. Nela, Deus realizou a nova e eterna aliança que é Jesus, trazendo-nos por meio de Seu Filho a salvação. Maria viveu para Deus, cumprindo sua vontade e colaborando com Ela na redenção. Hoje celebramos sua apresentação no Templo. Ela era o templo de Deus, categral iluminada, sonho do Pai eterno. Fonte Padre BANTU SAYLA