— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia. De muitos modos, Deus outrora nos
falou pelos profetas; nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho (Hb
1,1s). Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 2 16 Os pastores
foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na
manjedoura. 17 Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste
menino. 18 Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os
pastores. 19 Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu
coração. 20 Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que
tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito. 21
Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe
posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no
seio materno. Palavra da Salvação.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
O nome do menino
Eles foram depressa, e encontraram Maria e José, e viram o
menino deitado na manjedoura. Então contaram o que os anjos tinham dito a
respeito dele. Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito
admirados. Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito
nelas. Então os pastores voltaram para os campos, cantando hinos de louvor a
Deus pelo que tinham ouvido e visto.
E tudo tinha acontecido como o anjo havia falado. Uma semana
depois, quando chegou o dia de circuncidar o menino, puseram nele o nome de
Jesus. Pois o anjo tinha dado esse nome ao menino antes de ele nascer.
O ano litúrgico antecipa-se ao ano civil, iniciando-se com o
tempo do Advento que prepara o Natal. Na oitava do Natal, em 1º de janeiro, a
Igreja faz a comemoração de Maria, “Mãe de Deus”. Este título de Maria,
atribuído pelo Concílio de Éfeso (431), realça a íntima união entre a divindade
e a humanidade, revelada na encarnação de Jesus. A maternidade divina de Maria
vem, de certo modo, preencher a carência do feminino na imagem tradicional de
Deus, particularmente no Primeiro Testamento. Nas devoções a Maria, os fiéis
buscam a face materna de Deus. Nos evangelho Maria ocupa um papel mais discreto
na Bíblia se comparado com a tradição católica. Os dados estritamente
biográficos derivados dos Evangelhos dizem-nos que era uma jovem donzela
virgem, quando concebeu Jesus, o Filho de Deus. Era uma mulher verdadeiramente
devota e corajosa. O Evangelho de João menciona que antes de Jesus morrer,
Maria foi confiada aos cuidados do apóstolo João e a Igreja Católica viu aí que
nele estava representada toda a humanidade, filha da Nova Eva.
«A virgem engravidará e dará à luz um filho… Mas José não
teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome
de Jesus. » (Mateus 1,23-25), “Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe
porá o nome de Jesus. … será chamado Filho do Altíssimo.” Maria pergunta ao
anjo Gabriel: “Como acontecerá isso, se não conheço homem?” O anjo respondeu:
«O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua
sombra. Assim, aquele que nascer será chamado santo, Filho de Deus.» (Lucas
1,26-35).
Lucas é o evangelista da misericórdia e dos pobres. Em sua
narrativa, são os humildes pastores que, movidos pela esperança da libertação e
do resgate de sua dignidade, vão ao encontro do recém-nascido. Maria acolhe o
novo que se manifesta e, em oração, medita sobre seu significado. Em Jesus, que
recebeu um nome comum em sua época, revela-se o projeto de Deus de nos conceder
a salvação por meio da humildade e da comum condição da encarnação.
Convido-te a dar o primeiro passo no novo ano de mãos dadas
com Santa Maria, a Mãe de Deus e nossa Mãe Ela nos dá segurança, porque traz em
seus braços o Príncipe da Paz. Sem o acolhimento de nosso Salvador; o mundo
celebra inutilmente o dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal. Os homens
têm provado, ao longo dos séculos, que são impotentes para construir a
verdadeira Paz por si própria. Continuam poderosos apenas para multiplicar a
violência e provocar mortes. Por isso, hoje é um dia de súplica universal pela
Paz e pela Fraternidade, que somente Jesus pode fazer-nos construir. Alías é o
que significa o Seu Nome. Jesus Cristo, O Ungido do Senhor, o Deus conosco, O
Emanuel. Suplicamos confiantes, porque ora conosco e por nós a Mãe de Deus,
Aquela que deu ao mundo a nossa Paz! Jesus Cristo o Príncipe da Paz! Maria
Rainha da Paz, daí-nos a Paz!
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e
a Palavra era Deus. 2No princípio, estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela
e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era
a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram
dominá-la.
6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele
veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé
por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz:
9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser
humano.
10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio
dela – mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus
não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se
tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de
Deus mesmo.
14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós
contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio
de graça e de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de
quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele
existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça.
17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram
através de Jesus Cristo.
18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que
está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
A palavra da vida
Estamos diante do portão de entrada, a primeira coisa que se
vê ao abrir o Evangelho de João. O Prólogo é como uma fonte, da qual quanto
mais se tira água, mais água aparece. Por isso que há muito escritos sobre o
Prólogo de João e nunca se esgota o assunto.
No princípio era a Palavra, luz para todo ser humano. “No
princípio era a Palavra…” faz pensar na primeira frase da Bíblia que diz: “No
princípio Deus criou o céu e a terra”. Deus criou por meio da sua Palavra. “Ele
falou e as coisas começaram a existir”. Todas as criaturas são uma expressão da
Palavra de Deus. O prólogo diz que a presença universal da Palavra de Deus é
vida e luz para todo ser humano. Esta Palavra viva de Deus, presente em todas
as coisas, brilha nas trevas. As trevas tentam apagá-la, mas não conseguem. A busca
de Deus renasce constantemente no coração humano. Ninguém consegue abafá-la.
João Batista não era a luz. João Batista veio para ajudar o
povo a descobrir e saborear esta presença luminosa e consoladora da Palavra de
Deus na vida. O testemunho de João Batista foi tão importante que muita gente
pensava que Ele fosse o Cristo (Messias) (At 19,3; Jo 1,20). Por isso o Prólogo
continua: “João Batista veio apenas para dar testemunho da luz!” (Jo 12,7s).
Os seus não a receberam (Jo 1,9-11): Assim como a Palavra de
Deus se manifesta na natureza, na criação, da mesma maneira ela se manifesta no
“mundo”, isto é, na história da humanidade e, de modo particular, na história
do povo de Deus. Mas o “mundo” não reconheceu nem recebeu a Palavra. Desde os
tempos de Abraão e Moisés, ela “veio para o que era seu, mas os seus não a
receberam”. Quando fala “mundo” João indica o sistema tanto do império como da
religião da época, fechados sobre si e incapazes de reconhecer e receber a Boa
Nova (Evangelho) da presença luminosa da Palavra de Deus.
Os que aceitam tornam-se filhos de Deus. As pessoas que se
abriam, aceitando a Palavra, tornavam-se filhos de Deus. A pessoa se torna
filho ou filha de Deus não por mérito próprio, nem por ser da raça de Israel,
mas pelo simples fato de confiar e crer que Deus, na sua bondade, nos aceita e
nos acolhe. A Palavra entra na pessoa fazendo-a sentir-se acolhida por Deus
como filho(a). É o poder da graça de Deus.
A Palavra se fez carne. Deus não quer ficar longe de nós.
Por isso a sua Palavra chegou mais perto ainda e se fez presente no meio de nós
na pessoa de Jesus. Literalmente o texto diz: “A Palavra se fez carne e montou
sua tenda no meio de nós!”. No tempo do Êxodo, lá no deserto, Deus vivia numa
tenda, no meio do povo (Ex 25,8). Agora, a tenda onde Deus mora conosco é
Jesus, “cheio de graça e de verdade!”. Jesus veio revelar quem é este nosso
Deus que está presente em tudo, desde o começo da criação.
Moisés deu a Lei, Jesus trouxe a Graça e a Verdade (Jo
1,15-17): Estes versículos resumem o testemunho de João Batista a respeito de
Jesus: “Aquele que vinha antes de mim passou na minha frente porque existia
antes de mim!” (Jo 1,15.30). Jesus nasceu depois de João, mas ele já estava com
Deus desde antes da criação. Da plenitude dele todos nós recebemos, inclusive o
próprio João Batista. Moisés, dando a Lei, nos manifestou a vontade de Deus.
Jesus trouxe a graça e a verdade que nos ajudam a entender e a observar a Lei.
É como a chuva que lava. Este último versículo resume tudo.
Ele evoca a profecia de Isaías segundo a qual a Palavra de Deus é como a chuva
que vem do céu e para lá não volta sem ter realizado a sua missão aqui na terra
(Is 55,10-11). Assim é a caminhada da Palavra de Deus. Ela veio de Deus e
desceu entre nós na pessoa de Jesus. Através da obediência de Jesus ela
realizou sua missão aqui na terra. Na hora de morrer, Jesus entregou o Espírito
e voltou para o Pai. Cumpriu a missão que tinha recebido.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo
Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
41Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a
festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como
de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o
menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44Pensando que
ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a
procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram
para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no Templo.
Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os
que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas.
48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse:
— “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai
e eu estávamos, angustiados, à tua procura”.
49Jesus respondeu:
— “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa
de meu Pai?”
50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes
dissera.
51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes
obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.
52E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de
Deus e diante dos homens.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Jesus no templo
São Lucas, que se pode chamar “o evangelista do coração”,
tem páginas que tocam profundamente o coração da gente. É ele que conta a
parábola do filho pródigo, a conversão do publicano Zaqueu, da pecadora
Madalena e do ladrão crucificado ao lado de Jesus. Narra também vários fatos da
infância de Jesus e coroa a história dessa infância, narrando o episódio da
peregrinação a Jerusalém, quando o Menino se afastou da comitiva e só foi
encontrado três dias depois, no Templo, encantando aos doutores com suas
perguntas e suas respostas. As mães são aquelas que mais vivamente percebem a
dolorosa beleza dessa página. Principalmente se é alguma mãe que teve a triste
experiência de um filho afastado de casa, sem ela saber o paradeiro. Um
sequestro talvez! Curiosamente isso acontece às vezes em romarias, como
aconteceu com Maria e José nessa peregrinação ao Templo.
A Liturgia nos faz ler este episódio na Missa deste domingo
depois do Natal, que é dedicado a celebrar a Sagrada Família. E muito
sabiamente! Muito pedagogicamente! Porque nesse episódio aparecem de maneira
muito viva os valores da família: a dedicação e a responsabilidade dos pais, o
tesouro que é um filho, a religião na família, o deixar-se guiar pela vontade
de Deus, manifestado de maneira tão sublime nas palavras do Menino Jesus: “Não
sabíeis que eu me devo ocupar nas coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). São Lucas
registra que Maria ia guardando a lembrança de todas essas coisas no seu
coração (Ibid., v 51).
Ficou muito bem ter a Igreja colocado dentro das
comemorações do mistério do Natal esse olhar para a Sagrada Família. Jesus quis
passar por essa experiência. Não apareceu de repente já adulto, pregando ao
povo. Como assinalou elegantemente o Papa Leão XIII, o divino Sol da justiça,
antes de iluminar o mundo com a plenitude do seu esplendor, quis brilhar
suavemente entre as paredes de um lar: a humilde casa de Nazaré. Aí nós
encontramos o amor, a fé, a harmonia, o trabalho, a humildade. E podemos
adivinhar a edificação e a presença serviçal que dessa casa se irradiavam para
a vizinhança. Era como se uma estrela tivesse baixado à terra para iluminar de
perto a pequena aldeia da Galileia. A família – realidade tão sagrada! – tem
sido muito agredida pela mentalidade materialista e hedonista dos tempos que estamos
vivendo. A Igreja vê tudo isso com apreensão. E sabe que grande parte dos males
da sociedade tem sua raiz na falta da família ou na família desajustada. Falta
a preparação para o casamento, falta a seriedade do compromisso conjugal, falta
o empenho para fazer de cada lar um ambiente de amor e de harmonia. Há muita
família desajustada pela falta de recursos, por essa pobreza extrema que leva
tanta gente ao desespero. Mas há também muita família desajustada, na qual não
faltou o dinheiro, mas faltou o amor, faltou a coragem, faltou a fé. É mais do
que sabido que com o dinheiro se constrói uma casa, até grande e luxuosa; mas
com nenhum dinheiro deste mundo se constrói um lar. O lar é feito de valores
mais altos, esses valores exatamente que o materialismo vai destruindo. Há
muitos jovens por aí que tomaram caminhos desviados, não porque Ihes tivesse
faltado em casa dinheiro e conforto; mas porque Ihes faltou a sensação de que
eram realmente amados. Eles também – é claro! – podem ter contribuído para isso,
influenciados, talvez, por maus exemplos. O problema é frequentíssimo em casais
divorciados! E a escola do divórcio está aí abrindo suas portas
escancaradamente, sobretudo, através das luzes e das cores das telenovelas.
Quanta responsabilidade!
O Concílio Vaticano II, na sua maravilhosa constituição
sobre “A Igreja no mundo de hoje” -”Gaudium et Spes” – se estende ricamente
sobre o problema da família. É preciso que os casais estudem esse documento. E
aí aprenderão as melhores lições sobre o amor conjugal – gloriosamente ordenado
à procriação de filhos -, sobre a educação da prole, sobre o lar como Igreja
doméstica e escola de fé, sobre a família como primeira escola das virtudes
sociais e como célula vital da sociedade, da qual, portanto, depende a saúde do
corpo social.
Que a humilde casa de Nazaré ilumine com as luzes de seus
sublimes exemplos cada família deste nosso planeta enlouquecido! E que as
crianças cresçam em estatura e graça como Jesus, diante de Deus e dos homens”.
Deus tem um propósito de crescimento para ti e para os teus filhos também.
Espírito que orienta nossa vida para Deus, ajuda-me a
crescer cada dia, em sabedoria e graça, buscando como Jesus adequar minha vida
ao querer do Pai.
— Proclamação do Evangelho de
Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
22Quando se completaram os
dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e
José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme
está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado
ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois
pombinhos – como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem
chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, 26e esperava a consolação do povo
de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que não
morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27Movido pelo Espírito,
Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o
que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus:
29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em
paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos
os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.
33O pai e a mãe de Jesus
estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e
disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como
de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim
serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti uma espada te
traspassará a alma”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Jesus é apresentado no templo
Esta cena evangélica nos
apresenta a futura missão de Jesus. A cena da apresentação do menino Jesus no
templo e o rito de purificação de Maria são ricos em detalhes que evidenciam a
identidade do Salvador. Revestem-se de um conjunto de elementos proféticos,
pelos quais a existência de Jesus se pautará.
Ele foi apresentado como
pobre. Seus pais ofereceram um casal de rolinhas ou dois pombinhos, como era
previsto para as famílias mais pobres. Aliás, toda a vida de Jesus transcorrerá
na pobreza.
Com o rito de oferta, o
Messias tornava-se uma pessoa consagrada ao Pai. Esta será uma marca
característica de sua existência. Não se pertencerá a si mesmo; todo seu ser
estará posto nas mãos do Pai, por cuja vontade se deixará guiar.
O velho Simeão definiu a
missão do Messias Jesus: ser luz para iluminar as nações e manifestar a glória
de Israel para todos os povos. Por meio de Jesus, a humanidade poderia caminhar
segura, sem tropeçar no pecado e na injustiça, e, assim, chegar ao Pai. Por
outro lado, o Messias Jesus estava destinado a ser sinal de contradição. Quem
tivesse a coragem de acolhê-lo, seria libertado de seus pecados. Mas, para quem
se recusasse aderir a Ele, seria motivo de queda. Portanto, Jesus seria escândalo
para uns, e ressurreição para outros.
Os olhos de Simeão, homem
justo e piedoso, viram a Salvação assim que pousaram em Jesus, porque o
Espírito Santo estava com ele. Assim acontece com todos nós que voltamos o
nosso olhar para Jesus e esperamos pelas promessas de Deus. É o Espírito Santo
quem nos faz ter uma experiência da Salvação de Jesus e, quando isto acontece,
nada mais será importante na nossa vida. Pode dizer que teve um encontro
pessoal com Jesus o homem e a mulher que sentiram a força na hora do desamparo,
que experimentaram a alegria no momento de tristeza, que mantêm acesa a chama
da fé nas horas de maior desespero.
Simeão, homem velho, já quase
no final da vida, poderia estar desiludido e desanimado, no entanto, ele
frequentava o Templo todos os dias porque o Espírito Santo já lhe havia
anunciado antes que ele não morreria sem ver o Messias. Por isso, ele continuou
firme e cheio de esperança. O Espírito Santo também hoje nos assegura de que
Jesus já veio mais uma vez no Natal e que se mantivermos os nossos olhos
voltados para Ele, com certeza, nós poderemos ter novamente uma experiência de
Salvação.
Sentir a presença de Jesus
dentro do nosso coração é o maior bem e o melhor presente de Natal que nós já
recebemos.
Você já teve essa experiência
com Jesus? Como você tem olhado para Ele? Você consegue perceber os
“pensamentos do seu coração”? Procure mergulhar em você mesmo e peça ao
Espírito Santo que lhe revele o que o seu coração pensa.
Pai, que teu Filho Jesus seja
para mim motivo de crescimento e de promoção, levando-me a conhecer-te sempre
mais e a aderir ao teu Reino de amor.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
13Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em
sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o
Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para
matá-lo”. 14José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para
o Egito. 15Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor
havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu Filho”. 16Quando Herodes
percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar
todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para
baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. 17Então se cumpriu o
que foi dito pelo profeta Jeremias: 18“Ouviu-se um grito em Ramá, choro e
grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada,
porque eles não existem mais”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
A fuga para o Egito
Esta narrativa de Mateus expressa um êxodo às avessas. O
Egito não é mais o lugar da opressão, mas o lugar da proteção. O opressor não é
mais o faraó, mas o rei idumeu-judeu que reina sobre a Judeia e toda a
Palestina. Mateus nos mostra que um homem, acreditando nos sonhos, salvou Deus.
Assim ele fala: Após o regresso dos magos, eis que o Anjo do Senhor apareceu em
sonho a José e lhe disse: Levanta-te, toma o Menino e a Mãe e foge para o
Egito. Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o
matar. Foi um sonho. E para que soubéssemos disso, a única fonte foi o próprio
José.
Acreditando no sonho, ele partiu para uma viagem de muitos
quilômetros, no deserto do Sinai, tirando o Deus humanado das garras de um
sanguinário. A empreitada da fuga foi dolorosa. A temperatura no deserto, à
noite, chega a zero grau e durante o dia a cinquenta graus positivos. A Sagrada
Família seguiu por um caminho que nem José conhecia, mas sabia que devia, por
cautela, desviar dos caminhos por onde circulavam os judeus, egípcios e
romanos. Havia ainda o risco de encontrar ladrões e feras do deserto, até
chegarem às terras do Egito, onde se viram salvos.
Interessante: por volta do ano 1250 a.C., os judeus saíram
do Egito perseguidos pelo Faraó, que queria eliminá-los. Agora, aquela
estrutura do governo egípcio torna-se proteção ao Menino-Deus.
É impressionante como a salvação corre em fios tênues. Deus
deixou que José guiasse Maria e Jesus pelo deserto, até o Egito. E lá
permaneceram por mais de quatro anos, até a morte de Herodes, quando então
puderam voltar.
Esse capítulo se apóia na credibilidade de sonhos. Quantas
vezes temos sonhos, sinais e não acreditamos neles ou não lhes damos a devida
atenção. A psicologia e a parapsicologia modernas nos ensinaram a desvanecer do
nosso espírito esses avisos de Deus. A Bíblia está repleta dessas
manifestações. Os sonhos bíblicos geralmente levaram à restauração de alguma
coisa.
Esses sonhos tornaram-se, com o tempo, menos frequentes,
porque o homem está cada vez mais materialista, com a “vida voltada unicamente
para os gozos e bens materiais”, passando então a sonhar com o que professa:
matéria, matéria, matéria… A espiritualidade cedeu lugar à materialidade. Já
não acreditamos que Deus se comunica conosco também através de sonhos e sinais.
Mas são modos sutis de nos falar. Isto ficou bem claro ao colocar nas mãos de
José, através do sonho, o poder de salvar o Menino-Deus da fúria assassina de
outro homem. Deus poderia ter-lhe enviado um anjo, como fez a Maria; mas não,
José teve de acreditar através do sonho. E da mesma forma aconteceu aos três
magos: cumpriram a vontade de Deus através do sinal (a estrela) e do sonho
(sobre Herodes).
José salvou por duas vezes o Deus feito homem, por acreditar
na comunicação de Deus através do sonho. Na primeira, da difamação humana, ao
acreditar no sonho revelador da maternidade divina de Maria, que concebera por
obra do Espírito Santo. Na segunda, salvou-o da fúria de Herodes. Isto sem
falar de sua fixação em Nazaré, ao retornar do Egito para Israel, por receio de
Arquelau, sucessor de Herodes, “tendo recebido um aviso em sonho”.
Depois Deus levou José, para que o Verbo encarnado
executasse o plano de salvação que conhecemos. José deixa na terra Jesus e vai
para o Céu. A espiritualidade deste Evangelho se resume em nos fazer acreditar
nas revelações divinas, mesmo quando feitas através de sonhos e sinais.
Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o
serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil
em tuas mãos.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
No primeiro dia da semana, 2Maria Madalena saiu correndo e
foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes
disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram,
então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos,
mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao
túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu
as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça
de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então
entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu
e acreditou.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
O túmulo vazio
A questão do desaparecimento do corpo de Jesus deixando “O
túmulo Vazio” em Jerusalém, dois milênios atrás, ainda é fundamental para nossa
fé cristã. Pois aí está a nossa Fé na sua Ressurreição e aparição diante dos
Apóstolos e a muitos depois disso, confirmando o poder de nosso Deus. Quem
senão Deus poderia fazer seu filho Jesus Ressuscitar dos mortos!
A resposta à questão do Túmulo Vazio vem ao encontro dos
depoimentos de testemunhas da época convertidas devido às circunstâncias
verídicas dos fatos ocorridos entre eles. Jesus ressuscitou! Sobre isso não há
dúvida, pois ninguém daria sua vida como ocorre com seus seguidores Cristãos
por tanto tempo se o fato não fosse verídico e de tal forma que mudou a vida de
nossos irmãos no passado e que mudou a face da terra por séculos.
As mulheres fizeram planos para virem cedo na manhã de
domingo com mais especiarias para completar o embalsamamento. Mas quando
chegaram, encontraram a pedra tirada e nenhum corpo no Túmulo.
A proclamação de ressurreição por eles não lhes trouxe poder
nem prestígio, mas perseguição e pobreza tanto que se escondiam com medo,
jamais motivos para um roubo tão ousado. Eles morreram por seu testemunho da
ressurreição; os homens morrem pelo que crêem ser verdade, não pelo que sabem
ser mentira. Considere também os padrões morais dos discípulos. É razoável que
seu caráter inatacável e ensinamento puro fossem baseados numa mentira
premeditada e roubo? Mas, mesmo que o quisessem, os discípulos não poderiam ter
roubado o corpo porque o Túmulo estava guardado por soldados especialmente
encarregados da responsabilidade de prevenir o roubo desse corpo. A falta de um
motivo, a natureza moral dos discípulos e os soldados romanos todos permanecem
como testemunhas silenciosas. O corpo não foi roubado!
Jesus foi ressuscitado por Deus. Esta é a única explicação
que leva e conta, adequadamente, todos os fatos do caso. Mas, se Jesus foi
ressuscitado, o que isto significa ou importa para nós?
A ressurreição de Jesus abre as portas do Céu e garante
certeza de nossa Salvação e Ressurreição (1 Coríntios 15; 1 Tessalonicenses
4:13-18). A ressurreição de Jesus não é um assunto de mero interesse histórico,
mas serve como o protótipo da ressurreição de todo ser humano. Sua ressurreição
é a base para a esperança (1 Pedro 1:5). A ressurreição de Jesus prova que ele
julgará o mundo (Atos 17:30-31). Ele ainda vive e todos os homens o enfrentarão
seu julgamento como Juiz da humanidade, no dia já determinado por Deus e este
dia e está hora ninguém o conhece só Deus.
Este fato deve provocar sóbria reflexão em nossa vida hoje
mais que no tempo dos seus Discípulos. Se eles achavam que estava próxima sua
volta eu hoje não temo em dizer que estamos ainda mais perto de ouvirmos as
trombetas tocarem.
A ressurreição confirma as declarações de Jesus de ser o Filho
de Deus (Romanos 1:4). Serve como fundamento de seu reinado (Efésios 1:19-23) e
Sacerdote eterno (Hebreus 7:23-28).
A ressurreição de Cristo provê o modelo (Romanos 6:3-5) e o
poder (1 Pedro 3:21) do batismo cristão. Todos os pecadores precisam morrer para
o pecado como Jesus morreu na cruz. Nós precisamos ser sepultados como Jesus e
ressuscitarmos no novo “batismo” para que possamos ser erguidos para caminhar
numa nova vida. “O que aconteceu com o corpo de Jesus?” Hoje somos desafiados a
responder à mesma pergunta e confirmar que “Jesus Cristo Ressuscitou dos
mortos”. Que Jesus Cristo está vivo e seu Espírito está entre nós neste momento
e em breve voltará para resgatar os seus escolhidos.
— Proclamação do Evangelho de
Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus
aos seus apóstolos: 17“Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos
tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. 18Vós sereis levados diante de
governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das
nações. 19Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados como falar ou o que
dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer. 20Com
efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é
que falará através de vós. 21O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai
entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão.
22Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até
o fim, esse será salvo.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Perseguições e sofrimentos
A perseguição é uma das
tribulações que pode nos sobrevir durante nossa caminhada cristã na terra. Para
entender o que ela significa, precisamos atentar para a palavra que Jesus usou.
O cristão sofre perseguições quando é maltratado com palavras vis que são
lançadas injustamente contra ele. Ele pode ser ofendido verbalmente, além de
ser alvo de piada e de zombaria por parte dos outros. Pelo fato de sermos
cristãos, é inevitável que isso nos aconteça. O próprio Cristo sofreu esse tipo
de perseguição. Nosso Senhor Jesus Cristo, de forma injusta e cruel, foi
zombado e insultado por muitos, especialmente no final de sua vida. Jesus já
sabia que esse tipo de perseguição o esperava (Lc 6,32). E foi exatamente o que
aconteceu com Ele antes e depois de ser pendurado na cruz. Ele foi zombado
pelos soldados, (Mt 27,29-31); pelos que passavam perto da cruz (Mt 27,39-40);
pelos líderes religiosos (Mt 27,41-43); pelos dois ladrões que estavam ao seu
lado (Mt 27,44). Ninguém foi tão insultado e zombado quanto o Senhor Jesus
Cristo e nem será. No entanto, Ele afirmou que seus discípulos sofreriam
perseguição por meio de insultos e zombarias. “Como o Senhor, também os
servos”, Ele disse. Seus discípulos foram os primeiros a serem zombados e
insultados por causa de sua fé em Cristo.
Se você é um cristão fiel,
não se surpreenda diante dos insultos e zombarias que pode lhe sobrevir do
mundo incrédulo. Você está sujeito a isso. Esse tipo de perseguição pode
acontecer na sua casa, no seu trabalho, na escola. Alguns exemplos: O jovem
cristão que não compartilha com os pecados de seus colegas descrentes na
escola, vai ser chamado de quadrado, bobo. O trabalhador fiel que evidencia sua
fé cristã em seu ambiente de trabalho pode ser zombado e criticado por seus
colegas de profissão que não conhecem a Cristo. Se esse tipo de coisa estiver
acontecendo, é sinal de que você está sendo perseguido. Não se surpreenda nem
se irrite com isso, mas lembre-se que Cristo, mais do que todos, sofreu esse
tipo de perseguição e, você, como seu discípulo está sujeito ao mesmo.
“Bem aventurados sois vós
quando, mentindo, disserem todo mal contra vós”. A perseguição que se dá na
vida do cristão pode também se expressar por meio de acusações falsas que são
levantadas contra ele. Jesus sofreu esse tipo de perseguição da parte de seus
oponentes. Acusaram o Senhor de comilão e beberrão, amigo de publicanos e
pecadores (Mt 11,19); afirmaram falsamente que Jesus expulsava demônios pelo
espírito de Belzebu (Mt 12,24). E se chamaram o dono da casa de Belzebu, quanto
mais os membros de sua família, disse Jesus (Mt 10,24). Se aconteceu ao Senhor,
pode acontecer na vida dos seus servos. Vemos uma evidência muito forte desse
tipo de perseguição na vida dos primeiros cristãos. Muitas acusações falsas
foram levantadas contra os cristãos da igreja primitiva. Aqueles nossos irmãos,
por causa de adorarem o único Deus e rejeitarem a idolatria do mundo pagão,
foram acusados de ateus; aqueles irmãos, por terem Cristo como seu único Senhor
e rejeitarem o culto ao imperador romano, foram acusados de anarquistas que
desrespeitavam as autoridades; aqueles irmãos, que se reuniam para adorar a
Deus, celebrar a Ceia do Senhor e expressar a comunhão dos santos, foram
acusados pelos incrédulos de se reunirem para cometerem toda sorte de
imoralidade. A esse tipo de perseguição os crentes estão sujeitos. O mesmo pode
se dar conosco, caso sejamos fiéis a Cristo. Não se surpreenda se falsas
acusações forem lançadas contra você pelo fato de ser um cristão fiel.
Para aqueles que não querem
ser perseguidos por causa da justiça e por amor a Cristo, existem meios de se
evitar a perseguição. Aprove o padrão do mundo, conformando-se às suas idéias e
costumes. Ria de suas piadas sujas, deleite-se nas suas novelas, programas e
músicas imorais e serás bem aceito por todos; você jovem crente, viva conforme
a liberdade dos jovens do mundo, faça o que eles fazem e não serás perseguido.
Evitemos a fiel pregação do Evangelho que denuncia o pecado e chama o pecador
ao arrependimento e a fé em Jesus, e preguemos o que o mundo gosta de ouvir e
ninguém vai zombar e criticar nossa Igreja. Mas eu pergunto: Isso vale a pena?
Existe algum proveito em deixar de ser perseguido por amor a Cristo? Não. Isso
é uma atitude de covardia. Os covardes assumem o padrão do mundo para não serem
perseguidos. Eles querem Cristo e o mundo, mas isso é impossível. Eles querem
achar sua vida no mundo, mas com sua atitude acabam perdendo-a. A Bíblia diz
que não há lugar para covardes no Reino dos Céus (Ap 21,8). Mas por outro lado,
Jesus afirma: “Bem aventurados os perseguidos”… porque deles é o Reino dos
Céus.
Você é chamado por Cristo a
ser perseguido por amor a Ele. Se você quer ser fiel a Deus, vai ser
perseguido. Por isso, não evite a perseguição, mas esteja disposto a sofrê-la
quando ela vier. Agora, existe um tipo de perseguição que devemos evitar: é
aquela que é sofrida por escândalo ou pecado. Sobre isso Pedro diz: “Não sofra
nenhum de vós como assassino, ladrão, criminoso ou como quem se intromete em
negócios alheios” (I Pe 4,15). Esse tipo de perseguição é lamentável e
vergonhosa, e não traz nenhum benefício para quem o sofre. Por outro lado,
existe uma perseguição gloriosa e que traz alegria e bênção para quem a sofre:
aquela que é sofrida por causa de nossa fidelidade a Cristo, conforme diz o
apóstolo Pedro: “Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes
são vocês… Se você sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus
com esse nome” (I Pe 4,14-16).
Que atitude o Senhor Jesus
ordenou aos seus discípulos diante da perseguição por sua causa? Regozijai-vos
e exultai-vos… (v.12). Ele está dizendo: “Alegrem-se grandemente, saltem de
alegria por estarem sofrendo por meu nome”. O que isso significa? Jesus está
nos sugerindo a ficar sorrindo no meio do sofrimento? Ou a pular de alegria
quando as pessoas nos insultam e
zombam por causa da nossa fé nele? Não podemos
ficar tristes diante da perseguição? Precisamos entender o seguinte: o que
Jesus está nos sugerindo é que não fiquemos desesperados diante da perseguição,
mas que tenhamos a plena certeza de que estamos sofrendo pela causa certa e que
devemos nos alegrar por isso, pois isso resultará em uma grande bênção para
nós. Os primeiros discípulos que foram perseguidos por causa de Cristo
expressaram essa alegria. Os apóstolos do Senhor, depois de terem sido presos e
açoitados pelos líderes religiosos da época, “saíram do Sinédrio, alegres por
terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome” (At
5,41). A alegria de Paulo e Silas era tão grande na perseguição que eles
cantavam louvores a Deus na prisão (At 16,25). Como explicar essa atitude de
alegria dos discípulos de Cristo? Deus dá forças aos seus servos em tempos de
perseguição. A alegria do crente na perseguição é resultado da graça do
Espírito Santo que neles habita. Além disso, as promessas de Deus nos motivam a
ser alegres na perseguição.
O cristão se alegra na
perseguição porque ele sabe que isso é uma bem aventurança na vida dele. Ele
confia nas palavras de Cristo: “Bem aventurados (abençoados) os perseguidos por
minha causa”. O Senhor não está nos encorajando a buscar perseguição, mas Ele
afirma que estamos sujeitos a ela e que somos verdadeiramente felizes se ela
nos acontece. Qual a razão dessa bem aventurança? Por que devemos ser alegres
na perseguição? O Senhor nos apresenta três razões:
1 – “Porque deles é o Reino
dos Céus”: Cristo promete o Reino dos Céus como uma herança para aqueles que
são perseguidos por sua causa. Esse Reino é caracterizado pelo domínio de
Cristo sobre seu povo que, como herdeiro desse Reino, tem a responsabilidade de
viver conforme as exigências do Rei e também o privilégio de desfrutar das
bênçãos desse Reino. Observe que Jesus inicia e termina as bem aventuranças com
a promessa da herança do Reino. Essa é a promessa da primeira e última bem
aventurança. As demais promessas das outras bem aventuranças são aspectos desse
Reino. Significa dizer que, os que são herdeiros do Reino em Cristo, participam
de todas as bênçãos que há nesse Reino: consolo, herança da terra, satisfação
da justiça, misericórdia, ver a Deus, ser filho de Deus. Quando você reconhece
a grande bênção de ser um herdeiro do Reino de Deus tanto agora como no mundo
porvir, não fugirá da perseguição nem se desesperará com ela, mas se alegrará
em ser perseguido por causa da justiça que é consequência do seu amor por
Cristo, pois Ele te deu o seu Reino como uma herança e ninguém pode tirar isso
de você.
2 -Porque é grande o vosso
galardão nos céus: O Senhor promete uma grande recompensa para aqueles que
sofrem por seu nome. O galardão do qual Jesus fala aqui é uma recompensa que
Ele dará a seus servos fiéis que foram perseguidos por seu nome. Essa
recompensa é também um aspecto do Reino dos Céus. Os herdeiros do Reino
receberão galardão de Deus. Esse galardão que Deus nos promete não é resultado
dos nossos próprios méritos, mas é fruto da graça do generoso Deus para
conosco. Por isso, não devemos nos orgulhar de nós mesmos, mas ser humildes em
reconhecer que Deus é livre para abençoar e nós, seus servos que fizemos apenas
o que devíamos fazer. Quando reconhecemos que nada merecemos de Deus, mas mesmo
assim Ele tem prazer em nos recompensar por nossa fidelidade, somos, então,
motivados ainda mais a enfrentar as perseguições que nos sobrevêm com coragem e
alegria, pois temos a certeza de que, pela graça de Deus, é grande o nosso
galardão nos céus.
3 – Porque assim perseguiram
os profetas que viveram antes de vós: Considerando o contexto no qual Jesus proferiu
estas palavras, logo percebemos que Ele tem em mente os fiéis profetas do
SENHOR do Antigo Testamento. Profetas tais como Isaías, Jeremias, Elias, Amós e
muitos outros profetas que foram perseguidos e até mortos pela causa de Deus.
Ao falar dos profetas do AT aqui na oitava bem aventurança, Jesus tem o
propósito de identificar seus discípulos e todos os cristãos com eles e, com
isso, motivá-los a serem alegres na perseguição. Que alegria traz para nós o
fato de sermos identificados com os profetas do Senhor? 1) Devemos reconhecer
que nós não somos os primeiros a serem perseguidos e muitos servos do Senhor
sofreram piores perseguições do que nós no passado. 2) O fato de sermos
identificados com os profetas indica que estamos na mesma posição deles: perseguidos
e, ao mesmo tempo, bem aventurados. Isso é motivo de alegria para nós, pois
sabemos que os profetas que sofreram perseguição aqui na terra, já desfrutam do
consolo eterno no Céu com Cristo, e o mesmo também se dará conosco.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e
a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela,
e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.
4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz
brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6Surgiu um homem
enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar
testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a
luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade,
que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
10A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio
dela — mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus
não a acolheram.
12Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se
tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes
não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de
Deus mesmo.
14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos
a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e
de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu
disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes
de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por
meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de
Jesus Cristo. 18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está
na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
A palavra da vida
Estamos diante do portão de entrada, a primeira coisa que se
vê ao abrir o Evangelho de João. O Prólogo é como uma fonte, da qual quanto
mais se tira água, mais água aparece. Por isso que há muito escritos sobre o
Prólogo de João e nunca se esgota o assunto.
No princípio era a Palavra, luz para todo ser humano. “No
princípio era a Palavra…” faz pensar na primeira frase da Bíblia que diz: “No
princípio Deus criou o céu e a terra”. Deus criou por meio da sua Palavra. “Ele
falou e as coisas começaram a existir”. Todas as criaturas são uma expressão da
Palavra de Deus. O prólogo diz que a presença universal da Palavra de Deus é
vida e luz para todo ser humano. Esta Palavra viva de Deus, presente em todas
as coisas, brilha nas trevas. As trevas tentam apagá-la, mas não conseguem. A
busca de Deus renasce constantemente no coração humano. Ninguém consegue
abafá-la.
João Batista não era a luz. João Batista veio para ajudar o
povo a descobrir e saborear esta presença luminosa e consoladora da Palavra de
Deus na vida. O testemunho de João Batista foi tão importante que muita gente
pensava que Ele fosse o Cristo (Messias) (At 19,3; Jo 1,20). Por isso o Prólogo
continua: “João Batista veio apenas para dar testemunho da luz!” (Jo 12,7s).
Os seus não a receberam (Jo 1,9-11): Assim como a Palavra de
Deus se manifesta na natureza, na criação, da mesma maneira ela se manifesta no
“mundo”, isto é, na história da humanidade e, de modo particular, na história
do povo de Deus. Mas o “mundo” não reconheceu nem recebeu a Palavra. Desde os
tempos de Abraão e Moisés, ela “veio para o que era seu, mas os seus não a
receberam”. Quando fala “mundo” João indica o sistema tanto do império como da
religião da época, fechados sobre si e incapazes de reconhecer e receber a Boa
Nova (Evangelho) da presença luminosa da Palavra de Deus.
Os que aceitam tornam-se filhos de Deus. As pessoas que se
abriam, aceitando a Palavra, tornavam-se filhos de Deus. A pessoa se torna
filho ou filha de Deus não por mérito próprio, nem por ser da raça de Israel,
mas pelo simples fato de confiar e crer que Deus, na sua bondade, nos aceita e
nos acolhe. A Palavra entra na pessoa fazendo-a sentir-se acolhida por Deus
como filho(a). É o poder da graça de Deus.
A Palavra se fez carne. Deus não quer ficar longe de nós.
Por isso a sua Palavra chegou mais perto ainda e se fez presente no meio de nós
na pessoa de Jesus. Literalmente o texto diz: “A Palavra se fez carne e montou
sua tenda no meio de nós!”. No tempo do Êxodo, lá no deserto, Deus vivia numa
tenda, no meio do povo (Ex 25,8). Agora, a tenda onde Deus mora conosco é
Jesus, “cheio de graça e de verdade!”. Jesus veio revelar quem é este nosso
Deus que está presente em tudo, desde o começo da criação.
Moisés deu a Lei, Jesus trouxe a Graça e a Verdade (Jo
1,15-17): Estes versículos resumem o testemunho de João Batista a respeito de
Jesus: “Aquele que vinha antes de mim passou na minha frente porque existia
antes de mim!” (Jo 1,15.30). Jesus nasceu depois de João, mas ele já estava com
Deus desde antes da criação. Da plenitude dele todos nós recebemos, inclusive o
próprio João Batista. Moisés, dando a Lei, nos manifestou a vontade de Deus.
Jesus trouxe a graça e a verdade que nos ajudam a entender e a observar a Lei.
É como a chuva que lava. Este último versículo resume tudo.
Ele evoca a profecia de Isaías segundo a qual a Palavra de Deus é como a chuva
que vem do céu e para lá não volta sem ter realizado a sua missão aqui na terra
(Is 55,10-11). Assim é a caminhada da Palavra de Deus. Ela veio de Deus e
desceu entre nós na pessoa de Jesus. Através da obediência de Jesus ela
realizou sua missão aqui na terra. Na hora de morrer, Jesus entregou o Espírito
e voltou para o Pai. Cumpriu a missão que tinha recebido.
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - Vigília de Natal
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
1Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um
decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra.
2Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era
governador da Síria.
3Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal.
4Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da
cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia,
5para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
6Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o
parto, 7e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou
na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria.
8Naquela região havia pastores que passavam a noite nos
campos, tomando conta do seu rebanho.
9Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor
os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. 10O anjo, porém, disse aos
pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para
todo o povo: 11Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o
Cristo Senhor. 12Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido
envolvido em faixas e deitado numa manjedoura”.
13E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da coorte
celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: 14“Glória a Deus no mais alto dos
céus, e paz na terra aos homens por ele amados”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
O nascimento de Jesus
O Evangelho de Jesus nos diz que sua vida e morte
testemunham a natureza inigualável de sua realeza e reino. Mas o que seu
nascimento nos diz? Jesus é o único qualificado para ser Rei. Mateus traça a
linhagem de Jesus através de José (1:1-17), um descendente de Davi (1:6), uma
vez que somente um filho de Davi poderia reinar como Messias (Salmo 89:3-4).
Lucas traça do mesmo modo a linhagem de Maria até Davi (3:23,31), assim
qualificando duplamente Jesus para ser o Messias. Contudo, o Messias precisa
também ser o Filho do Céu (Salmo 2:7). Pela virgindade de sua mãe, Jesus
nasceria como o único Filho de Deus. O anjo Gabriel assegurou a Maria que o
“poder do Altíssimo” (Lucas 1:35) lhe daria a capacidade de conceber sendo
virgem (Mateus 1:20). E, “por isso, o ente santo” poderia ser “chamado Filho de
Deus” (Lucas 1:35).
O nascimento de Jesus demonstra sua divindade. Anjos
disseram a Maria (Lucas 1:26-38) e a José (Mateus 1:18-23) que seu “Filho do
Altíssimo” era mais do que apenas um filho. Antes, ele seria o Filho unigênito
de Deus (João 3:16), chamado apropriadamente “Emanuel”, ou seja, “Deus-conosco”
(Isaías 7:14; João 1:14).
E Jesus reinaria sobre a casa de Jacó reconstruída (Lucas
1:33; Atos 15:16-18). Desde que ele receberia quem quer que o temesse e fizesse
o que é reto (Atos 10:35), essa casa consistiria de judeus e de gentios. Ele
concederia a todos os seus cidadãos uma igualdade e comunhão que o mundo jamais
tinha conhecido (Gálatas 3:28), pois ele seria boa nova “para todo o povo” (Lucas
2:10).
Todavia Jesus não reinaria como um tirano, mas como
Salvador. Ele salvaria “seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21), trazendo a
eles a maior paz de todas, paz com Deus (Romanos 5:1). Ele salvaria, não
subjugaria. Desde que seu reino também traz salvação (Atos 2:23-24), ele não
poderia ser rei se não fosse Salvador (Zacarias 6:12-13; Hebreus 1:3).
Portanto, desde que ele salva, ele na verdade tem que reinar (Atos 2:33-36).
O modo de seu nascimento mostra como ele é inigualável. A
maioria dos reis nascem no luxo e na riqueza. Porém, não este Rei. Suas faixas
não foram de fina púrpura nem seu berço de ouro. Em vez disso, uma manjedoura
serviu como sua cama. Esse Rei humilde fez uma entrada quieta e não pretensiosa
para aquelas pessoas de humildade incomum que seriam seus cidadãos.
Os anjos não anunciaram seu nascimento aos poderosos e
prestigiosos, mas aos pastores. Eles, humildemente, vieram “apressadamente”
para encontrar “a criança deitada na manjedoura”. Encontrando-o, eles
glorificaram e louvaram a Deus. Para os corações que respondem, como os desses
pastores, em fé confiante nas palavras de Deus, Jesus seria Rei.
Entretanto, esse Rei seria “para ruína como para
levantamento” (Lucas 2:34). Porque a maioria rejeita sua mensagem (João 1:11),
eles caem enquanto outros sobem a “lugares celestiais, em Cristo Jesus”
(Efésios 2:6) pela obediência à sua vontade (Mateus 5:19). Até mesmo seus pais
representam o tipo de cidadãos que pertenceriam ao seu reino: justos, amorosos,
puros, e pessoas obedientes.
Seguindo a estrela até Herodes, homens sábios do oriente
aprenderam com o profeta Miquéias que o Messias nasceria em Belém. Eles
entraram na casa (não estábulo) e viram o menino (não o recém-nascido) (Mateus
2:11). Portanto, esses homens possivelmente viram Jesus antes de seu segundo
ano de idade, em vez de vê-lo na manjedoura, porque Herodes informou-se com os
homens sábios “quanto ao tempo em que a estrela aparecera” (2:7) e mais tarde
matou crianças de dois anos para baixo (2:16).
Até mesmo os visitantes do Oriente tipificam os cidadãos do
Reino. Dispostos a fazer uma viagem longa e árdua só para vê-lo, eles O
adoraram (Mateus 2:11). Eles trouxeram dádivas adequadas a um rei: ouro, uma
dádiva comum à realeza (1 Reis 10:14-22); incenso, freqüentemente ligado com
adoração a Deus (Levítico 2:1-16) e mirra, uma especiaria tipicamente cara
usada na adoração (Êxodo 30:23-33), na aromaterapia (Salmo 45:8), e no
embalsamamento (João 19:39).
Nós também precisamos chegar alegremente ao nosso Rei e
oferecer nossos corpos “por sacrifício vivo, santo, que é o vosso culto
racional” (Romanos 12:1). Seu nascimento valida seu direito ao trono de Davi,
sua divindade, seu domínio internacional e até a natureza de seu Reino. Mas o
que os pais, os pastores e os homens sábios demonstram é que nada menos do que corações
submissos e vidas obedientes são suficientes para esse Rei que eleva corações
humildes à glória no Reino dos Céus.
Sem fugir do tema e da festa de hoje gostaria pedir que
rezasses por mim. Pois indignamente da minha parte, Deus quis que hoje eu participasse
do aniversário natalício do Seu Filho. Faço hoje 38 primaveras. Peço ao Deus
Menino que me faça crescer em estatura e graça como Ele perante seu Pai.
Pai, dá-me um coração de pobre que me permita contemplar o
nascimento de teu Filho Jesus, que viveu pobre para ser solidário com os pobres.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa,
dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de
Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a
criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do
meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos,
a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que
acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Maria visita Isabel
Quando Maria ouve do anjo que sua prima Isabel está grávida
de seis meses, ela “pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se
apressadamente”. Vemos aí a subida de Maria ao monte onde estava a cidade de
sua prima Isabel. Para o judeu, o monte é sempre um lugar de oração. No Antigo
Testamento encontramos dois belos exemplos de oração no monte: Moisés e Elias.
Ainda que o objetivo principal de Maria não fosse o de orar, não podemos
imaginar que ela não reservasse largos momentos para sua oração, para seu
encontro pessoal, a sós, com o seu menino-Deus, enquanto ajudava sua prima.
Também na passagem da Transfiguração não está explícito no texto que Jesus
subira para orar, mas é claro que Ele leva seus discípulos para um lugar a
parte para isto, para orar! Está implícito, subentendido! E você? Também tem
reservado seus momentos para “subir ao monte” e rezar?
“Maria entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel” e esta,
“repleta do Espírito Santo, grita: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é
o fruto do teu ventre. Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?”.
Naquele momento, Isabel tem o mesmo sentimento dos apóstolos: “É bom estarmos
aqui!”. Ela e João, bem como seu marido Zacarias, são beneficiados com a visita
de Maria que traz Jesus.
Um outro ponto interessante é podermos associar as figuras
de Moisés e Elias que conversam com Jesus, na Transfiguração, com Zacarias e
João Batista. Este, foi o último dos profetas e apontado pelo próprio Cristo
como figura de Elias. O sacerdote Zacarias exercia sua função no Templo,
oferecendo sacrifícios e intercedendo pelo povo como fazia também Moisés,
embora não existisse o Templo. Na Transfiguração, Pedro propõe: “Façamos três
tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Na Visitação, Deus
havia providenciado três tendas: A primeira, era a própria casa de Zacarias. A
segunda, era o ventre de Isabel que abrigou João Batista, e a terceira, o
ventre de Maria, que recebeu Jesus. Vemos nas três um certo crescimento em
ordem de construção: A primeira, a casa, fora feita por mãos humanas; a
segunda, o ventre de Isabel, a primeira mulher grávida que recebe o Espírito
Santo pela visita de Jesus no seio de Maria; e por fim, a própria Maria, a
Imaculada, a concebida sem pecado, foi a tenda perfeita para Jesus. Maria, com
efeito, é venerada na Ladainha com o título de “Casa de Ouro”. Zacarias, João
Batista e Jesus também podiam, cada um a seu modo, dizer: “É bom estarmos
aqui!”. “Este é um lugar seguro, pois aqui habita Deus!” E para você? Será que
sua casa é um lugar seguro, onde Deus faz sua morada?
Da nuvem luminosa saiu uma voz que disse: “Este é o meu
Filho amado em quem pus toda minha afeição, ouvi-o” ou “Este é o meu Filho
bem-amado, aquele que me aprouve escolher. Ouvi-o” (cf. as traduções da
Ave-Maria e TEB, respectivamente). Há uma diferença, embora sutil, entre as
duas traduções, mas somente nos lábios de Maria podemos colocar estas mesmas
palavras vindas do Pai, dirigidas ao Filho, inspiradas pelo Espírito Santo:
“Este é o meu filho muito amado, aquele em quem ponho toda a minha afeição e a
quem eu disse “sim” para que Ele fosse gerado. Eu o escolhi. Ouvi-o”. “Fazei
tudo o que Ele vos disser” (cf. Jo 2,5), completaria ela em Caná da Galiléia.
Depois destas leituras e meditações, já não temos muitas razões
para orar e contemplar? Faça, então, você mesmo sua oração, você que é templo
do Espírito Santo (cf. 1Cor 6,19). Glorifique o Senhor pelas maravilhas que Ele
faz em sua vida! Se quiser, inicie com o cântico de Maria, o Magnificat em Lc
1,46-55, mas deixe-se conduzir pelo Espírito!
Para sua contemplação, sugiro que “pinte” mentalmente um
ícone com os seguintes personagens: Maria grávida de Jesus, ao centro. Isabel,
exultando no Espírito com a visita, tendo o pequeno João Batista “pulando” de
alegria no seu ventre. No outro lado, o mudo sacerdote Zacarias em atitude de
respeito e adoração àquela divina presença em sua casa. Uma nuvem luminosa do
Espírito Santo envolvendo todo o ambiente em que se encontram e acima de todos
um triângulo representando a voz do Pai. Permaneça em silêncio por um bom
tempo, contemplando este lindo mistério de uma visita transfigurada do Senhor.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 46Maria disse: “A minha alma engrandece o
Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para
a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão
bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu
nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os
que o temem.
51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de
coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de
bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu
servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais,
em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três
meses com Isabel; depois voltou para casa.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
A canção de Maria
“Magnificat” é o
título latino muito cedo dado ao “Cântico de Maria”, o belo poema de Lc 1,
46-56. Mas engana-se quem pensa que Maria pronunciou tudo aquilo de improviso,
dando uma de “repentista”. O poema é uma coletânea de versos extraídos do
Primeiro Testamento, tendo como pano de fundo o chamado Cântico de Ana (1 Sm
2,1-10).
E, nesse sentido, é poema de mulheres pobres, não só por
marcar o encontro de Maria e Isabel, mas por se constituir em memória de um
grupo que por nós precisa ser melhor conhecido.
Ao atribuir o poema a Maria, a comunidade de Lucas quer,
entre outras coisas, afirmar que a jovem mãe fazia parte dos pobres de Deus.
Desde a época da destruição do país pela Babilônia, que
aconteceu por volta de 587 a.C., o povo israelita começa a esperar o
restaurador do reino davídico, o Messias. Com o passar do tempo, vão se
constituindo grupos e partidos, cada um com sua teologia própria, cada um
esperando um messias que viesse satisfazer seus interesses. Começam a se formular
compreensões diferentes dessa figura.
Os fariseus, por exemplo, aguardavam a chegada de um messias
que viesse restaurar o reino davídico a partir da exigência do cumprimento
total da Lei de Moisés. Os zelotas, por sua vez, aguardavam um messias guerrilheiro
que expulsasse a dominação romana por meio de uma revolução armada.
Apesar dos poucos registros históricos, sabemos da
existência de um outro grupo que se reunia para louvar ao Deus dos pobres, na
espera de um messias que viesse do meio dos pobres, tal como havia profetizado
Zacarias: “Eis que o teu rei vem a ti; ele é justo e vitorioso, humilde,
montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho da jumenta” (Zc 9,9).
Trata-se dos ‘anawîm’, os pobres de Deus. Desse grupo faziam parte,
provavelmente, Isabel e Zacarias, os pais de João Batista, justos diante de
Deus (Lc 1,5-6); o justo e piedoso Simeão, que aguardava a consolação de Israel
(Lc 2, 25); a profetiza Ana, com seus oitenta e quatro anos de sonho e
esperança (Lc 2, 36-38). E Maria, com seu noivo José, que também era justo,
conforme Mt 1,19.
O termo “justo” é um adjetivo frequentemente atribuído às
pessoas participantes do grupo dos ‘anawîm’. É notável a liderança das mulheres
entre os ‘anawîm’. Muito provavelmente em seus momentos de encontro, de oração,
elas iam coletando frases do Primeiro Testamento e compondo canções como o
Magnificat.
Os capítulos iniciais do Evangelho de Lucas recolhem ainda o
chamado Cântico de Zacarias (Lc 1, 68-75), outro exemplo desses poemas. Maria
sabia de cor essas canções, elas eram a história do seu povo. Composição de
mulheres que conhecem bem as Escrituras. Numa cultura onde as mulheres não
tinham acesso às letras, chama a atenção como no Magnificat se fazem presentes
os textos bíblicos.
É evidente a força feminina na manutenção da história
através da memória oral, visto que a escrita estava ligada a pequenos grupos,
normalmente de homens detentores do poder. Assim perceberemos como Maria e as
suas companheiras conheciam bem a história de seu povo e dela tiravam forças
para lutar. A principal fonte inspiradora do Magnificat é o Cântico de Ana,
mulher estéril, por isso discriminada e humilhada. Na amargura, chora e derrama
a sua alma diante de Deus (1 Sm 1,10.15). Mas sabe expressar a sua gratidão ao
se tornar mãe de Samuel: “eu o pedi a Javé” (1 Sm 1, 20).
Muito sabiamente, o redator de 1 Samuel a ela atribui o
poema presente em 1Sm 2,1-10. “O meu coração exulta em Deus, a minha força se
exalta, o arco dos poderosos é quebrado, os fracos são cingidos de força” (vv
1.4-5). Entretanto, o Magnificat percorre vários livros do Primeiro Testamento.
Isaías havia dito: “Transbordo de alegria em Javé, a minha alma se alegra,
porque ele me vestiu com vestes de salvação, cobriu-me com um manto de
justiça…” (Is 61,10). Hab 3,18 diz algo semelhante: “Eu me alegrarei em Javé,
exultarei no Deus de minha salvação”. A figura do “Servo Sofredor” também é
retomada, quando o poema diz que o Senhor “socorreu a Israel seu servo”(Lc
1,54).
Em Maria acontece algo extraordinário: toda a sua alma
concebe o Verbo de Deus, porque ela foi imaculada e isenta de vícios, guardou a
sua castidade com pudor inviolável. Assim, com Maria, engrandece ao Senhor,
aquele que segue dignamente a Jesus Cristo. A Virgem humilde de Nazaré vai ser
a Mãe de Deus; jamais a onipotência do Criador se manifestou de um modo tão
pleno. E o Coração de Nossa Senhora manifesta de modo transbordante a sua
gratidão e a sua alegria. E então, canta: “a minha alma engrandece o Senhor e o
meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Pai, faz-me sensível à espiritualidade daquela que
escolheste para ser mãe de teu Filho, porque ela penetrou, de modo admirável,
em teu mistério de amor.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa,
dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de
Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a
criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um
grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do
teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria
no meu ventre. 45“Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o
que o Senhor lhe prometeu”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Maria visita Isabel
Quando Maria ouve do anjo que sua prima Isabel está grávida
de seis meses, ela “pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se
apressadamente”. Vemos aí a subida de Maria ao monte onde estava a cidade de
sua prima Isabel. Para o judeu, o monte é sempre um lugar de oração. No Antigo
Testamento encontramos dois belos exemplos de oração no monte: Moisés e Elias.
Ainda que o objetivo principal de Maria não fosse o de orar, não podemos
imaginar que ela não reservasse largos momentos para sua oração, para seu
encontro pessoal, a sós, com o seu menino-Deus, enquanto ajudava sua prima.
Também na passagem da Transfiguração não está explícito no texto que Jesus
subira para orar, mas é claro que Ele leva seus discípulos para um lugar a
parte para isto, para orar! Está implícito, subentendido! E você? Também tem
reservado seus momentos para “subir ao monte” e rezar?
“Maria entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel” e esta,
“repleta do Espírito Santo, grita: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é
o fruto do teu ventre. Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?”.
Naquele momento, Isabel tem o mesmo sentimento dos apóstolos: “É bom estarmos
aqui!”. Ela e João, bem como seu marido Zacarias, são beneficiados com a visita
de Maria que traz Jesus.
Um outro ponto interessante é podermos associar as figuras
de Moisés e Elias que conversam com Jesus, na Transfiguração, com Zacarias e
João Batista. Este, foi o último dos profetas e apontado pelo próprio Cristo
como figura de Elias. O sacerdote Zacarias exercia sua função no Templo,
oferecendo sacrifícios e intercedendo pelo povo como fazia também Moisés,
embora não existisse o Templo. Na Transfiguração, Pedro propõe: “Façamos três
tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Na Visitação, Deus
havia providenciado três tendas: A primeira, era a própria casa de Zacarias. A
segunda, era o ventre de Isabel que abrigou João Batista, e a terceira, o
ventre de Maria, que recebeu Jesus. Vemos nas três um certo crescimento em
ordem de construção: A primeira, a casa, fora feita por mãos humanas; a
segunda, o ventre de Isabel, a primeira mulher grávida que recebe o Espírito
Santo pela visita de Jesus no seio de Maria; e por fim, a própria Maria, a
Imaculada, a concebida sem pecado, foi a tenda perfeita para Jesus. Maria, com
efeito, é venerada na Ladainha com o título de “Casa de Ouro”. Zacarias, João
Batista e Jesus também podiam, cada um a seu modo, dizer: “É bom estarmos
aqui!”. “Este é um lugar seguro, pois aqui habita Deus!” E para você? Será que
sua casa é um lugar seguro, onde Deus faz sua morada?
Da nuvem luminosa saiu uma voz que disse: “Este é o meu
Filho amado em quem pus toda minha afeição, ouvi-o” ou “Este é o meu Filho
bem-amado, aquele que me aprouve escolher. Ouvi-o” (cf. as traduções da
Ave-Maria e TEB, respectivamente). Há uma diferença, embora sutil, entre as
duas traduções, mas somente nos lábios de Maria podemos colocar estas mesmas
palavras vindas do Pai, dirigidas ao Filho, inspiradas pelo Espírito Santo:
“Este é o meu filho muito amado, aquele em quem ponho toda a minha afeição e a
quem eu disse “sim” para que Ele fosse gerado. Eu o escolhi. Ouvi-o”. “Fazei
tudo o que Ele vos disser” (cf. Jo 2,5), completaria ela em Caná da Galiléia.
Depois destas leituras e meditações, já não temos muitas
razões para orar e contemplar? Faça, então, você mesmo sua oração, você que é
templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 6,19). Glorifique o Senhor pelas maravilhas
que Ele faz em sua vida! Se quiser, inicie com o cântico de Maria, o Magnificat
em Lc 1,46-55, mas deixe-se conduzir pelo Espírito!
Para sua contemplação, sugiro que “pinte” mentalmente um
ícone com os seguintes personagens: Maria grávida de Jesus, ao centro. Isabel,
exultando no Espírito com a visita, tendo o pequeno João Batista “pulando” de
alegria no seu ventre. No outro lado, o mudo sacerdote Zacarias em atitude de
respeito e adoração àquela divina presença em sua casa. Uma nuvem luminosa do
Espírito Santo envolvendo todo o ambiente em que se encontram e acima de todos
um triângulo representando a voz do Pai. Permaneça em silêncio por um bom
tempo, contemplando este lindo mistério de uma visita transfigurada do Senhor.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma
cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um
homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor
está contigo!”
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a
pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não
tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que
conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será
grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu
pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu
reino não terá fim”.
34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não
conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder
do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será
chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho
na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque
para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do
Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Jesus é anunciado
O evangelho de hoje dá continuidade ao evangelho lido no dia
do Natal. Aos pastores que guardavam os rebanhos de seu patrão, é anunciado o
nascimento de Jesus. Eles vão às pressas ao encontro do recém-nascido. Lucas,
com suas narrativas de infância de João Batista e de Jesus, no início de seu
evangelho, já apresenta um de seus temas fundamentais. Em Jesus, Deus se revela
como o Deus dos pobres, fracos e excluídos.
A escolha de Maria, uma jovem da periferia da Galiléia, para
ser a mãe de Jesus, Filho de Deus, nos revela que o projeto de Deus difere dos
projetos dos homens neste mundo.
O poder e o prestígio tão ansiosamente buscados, nada
significam para Deus. Maria viveu a humildade e o serviço e nisto identifica-se
com seu filho Jesus. O título de “rainha” aplicado a Maria não indica poder e
superioridade, mas sim amor que se doa cativa, e se comunica. Maria está
presente em nossos lares, nas alegrias e nos sofrimentos, nos confortando, como
mãe e companheira de caminhada no seguimento de Jesus.
Seu amor misericordioso é universal e a fonte da paz a ser
consolidada pelos laços de fraternidade e justiça entre todos, homens e
mulheres.
Unindo o Filho que se encarna e a Mãe que o acolhe, aparece
misteriosamente a obediência, o “Sim” de total disponibilidade ao Pai: o sim
eterno do Filho, que ecoa no tempo através do sim da Virgem Maria. Assim,
aparece o quanto a salvação do mundo e da humanidade manifesta-se na atitude de
obediência, o contrário da atitude do pecado original: a humanidade voltará pela
obediência Àquele de quem se afastou pela covardia da desobediência. O Criador
e a criatura, de modo admirável e incompreensível, comungam nessa obediência ao
plano amoroso de salvação.
Somos convidados a contemplar a atitude de fé, madura e
disponível de Nossa Senhora: crente porque se confia totalmente ao Senhor, como
Abraão, que partiu sem saber para onde ia (Hb 12,8): casamento, futuro, filhos,
tudo isso a Virgem Mãe deixou nas mãos de Deus, sem pedir explicações, sem
pedir provas, sem pedir garantias… Atitude madura porque humildemente procurou
compreender o quanto possível o plano de Deus a seu respeito para melhor aderir
a ele; atitude disponível, pela sua insuperável resposta ao convite do Senhor:
“Eis a Serva!” – Não se pertence a si própria, não considera sua vida e seu
destino a partir de seus interesses e projetos; ela se confia total e
absolutamente ao seu Senhor e Deus.
Concluindo diremos que a anunciação do anjo mostra a
dinâmica da fé e de Maria: sendo virgem, descobre-se grávida; perturba-se e tem
medo; descobre a mão de Deus ao Espírito Santo; toma consciência que o que
cresce em seus seios é o Divino; não duvida desta iluminação interior; apenas
pergunta como se fará isso. Aceita realidades que não se vêem. Ela creu, pois
para Deus nada é impossível. A fé consiste exatamente nisso: na antecipação das
coisas que se esperam, na prova das realidades que não se vêem. (Hb 11,1). Com
Maria digamos sim, à voz de Deus, e Jesus continuará nascendo em mim e em ti
todos os dias.
Vem Senhor Jesus, o coração já bate forte ao te ver, é esta
canção que quer preparar o nosso coração para adorar e bendizer o nome do
Senhor. Vem Senhor Jesus andar, curar e restaurar a vida, a vida que tem se
perdido no mundo sem Ti, vem Senhor Jesus, transformar a nossa vida! AMÉN.