sábado, 28 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 6,36-38 - 02.03.2015 - Perdoai e sereis perdoados.

Jesus, manso e humilde de coração,
que em meu coração cresça, cada vez mais,
o amor por vós e pelo próximo.
2ª-feira da 2ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Lc 6,36-38

Perdoai e sereis perdoados.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 6,36-38
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
36Sede misericordiosos,
como também o vosso Pai é misericordioso.
37Não julgueis e não sereis julgados;
não condeneis e não sereis condenados;
perdoai, e sereis perdoados.
38Dai e vos será dado.
Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante
será colocada no vosso colo;
porque com a mesma medida com que medirdes os outros,
vós também sereis medidos.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 6, 36-38

A justiça de Deus é muito diferente da justiça dos homens. A justiça dos homens parte de dois pressupostos: o primeiro diz que a cada um deve ser dado o que lhe pertence, e o segundo afirma que cada pessoa deve receber os méritos pelo bem que promovem e os castigos pelos males que causa. A justiça divina é aquela que distribui gratuitamente todos os bens e dá todas as condições para que o homem possa ser feliz e ter uma vida digna e é por isso que Deus criou todas as coisas e as deu gratuitamente para os homens que não viveram a gratuidade e se apossaram do mundo segundo seus interesses. A justiça divina é aquela que não nos trata segundo as nossas faltas, mas age com misericórdia e nos convida a fazer o mesmo.
Fonte CNBB



A TUA MISSÃO É A MISERICÓRDIA Lc 6,36-38
HOMILIA

No imenso tesouro do Evangelho, a misericórdia é como uma gema preciosa: sólida e delicada ao mesmo tempo; verdadeira e transparente na sua simplicidade; brilhante pela vida e alegria que difunde. Compaixão, solidariedade, ternura e perdão são como seus ângulos de polimento, por onde se reflete – em raios coloridos e acessíveis – o amor regenerador de Deus.

Para mim neste tempo da Quaresma, a misericórdia de Deus se traduz em resgate, cura, abrigo, libertação, sustento, proteção, acolhida, generosidade e salvação – tão marcantes na caminhada do Povo de Deus. No decorrer dos séculos, a comunidade cristã tem atualizado esta experiência em novos contextos, lugares e relacionamentos. A liturgia a celebra; a prece a invoca; a pregação a proclama; os místicos a enfatizam; o magistério a propõe; as obras a cumprem.

Antiga e sempre nova, a misericórdia de Deus se pode entender em outras palavras sob três pontos:  bem-aventurança, profecia e terapia. Como bem-aventurança, a misericórdia aproxima o Reino de Deus das pessoas, e as pessoas do Reino de Deus. É prática que dignifica o ser humano: tanto quem a dá, quanto quem a recebe. Está repleta de gratuidade e alegria, como disse Jesus: “Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). As obras de misericórdia são também profecias da justiça do Reino, que supera toda fronteira de raça, credo ou ideologia: diante da humanidade ferida e carente, somos servidores da vida e da esperança, dentro e fora da Igreja, para crentes e não-crentes, afim de que “todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10,10).

Jesus nos indicou o exemplo do bom samaritano para mostrar a todos que a misericórdia não aceita fronteiras! Enfim, a misericórdia é também terapia: compaixão que restaura, toque que regenera e cuidado que aquece. As obras de misericórdia têm eficácia curadora: socorrem nossa humanidade ferida pelo pecado e pelo desamor, restaurando em nós a imagem do Cristo glorioso, para que suas feições resplandeçam na nossa face, na face da Igreja, na face de toda a humanidade redimida.

Se a compaixão é um sentir que nos comove na direção do próximo, a misericórdia se caracteriza como gesto que realiza este sentir solidário. Na compaixão temos um sentimento que mobiliza; na misericórdia temos o exercício deste sentimento. Daí os verbos: cumprir, mostrar, fazer e agir – que expressam a eficácia do amor misericordioso humano e, sobretudo, divino (cf. Êx 20,6; Sl 85,8; Lc 1,72 e 10,37). A misericórdia tem caráter operativo: é amor em exercício de salvação. Se o amor é a qualidade essencial de Deus; a misericórdia é este mesmo amor exercitado para com a criatura humana, revelando a qualidade ativa de Deus. Assim, a misericórdia se mostra muito mais na experiência do dia a dia, do que na conceituação teológica, catequética ou espiritual. E ainda que tal experiência se revista de beleza, o lar da misericórdia não é o discurso e nem explicações. Porque as crianças abandonadas, os andarilhos e os excluídos da sociedade não comem explicações. O lar da misericórdia é a solidariedade. Seu órgão vital é o coração e as mãos: erguem o caído, curam o ferido, abraçam o peregrino, alimentam o faminto.

A misericórdia que Deus exige de ti e de mim não é outra senão a evangélica, que consiste em 14 obras: 7 corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, acolher o forasteiro, vestir quem está nu, visitar os doentes e assistir aos prisioneiros e sepultar dignamente os mortos. Sete obras, centradas na exortação “cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (25,40). E 7 espirituais: dar bom conselho a quem necessita, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rogar a Deus pelos vivos e mortos.

Obras de misericórdia corporais: dar de comer ao faminto, dar de beber ao sedento, vestir os maltrapilhos, abrigar os peregrinos, cuidar dos enfermos, visitar os encarcerados,

Meu irmão, minha irmã, em Emaús e à beira do lago da Galiléia, Jesus toma o pão, abençoa e reparte: os discípulos o reconhecem, por causa de seu tato característico (Lc 24,30; Jo 21,12-13). Que gestos tens feito para que as pessoas te reconheçam como discípulo de Jesus? Saiba que os gestos alimentam, curam e restauram! Eles são toques da misericórdia de Deus.

O nosso mandato é a prática da misericórdia para com o irmão: “Vai e faze o mesmo!”
Fonte Canção Nova

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mc 9,2-10 - 01.03.2015 - Este é meu Filho amado.

Jesus, divino Mestre,
eu louvo e agradeço o vosso Coração
porque entregaste vossa vida por mim.
2º Domingo Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mc 9,2-10

Este é meu Filho amado.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9,2-10

Naquele tempo:
2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João,
e os levou sozinhos a um lugar à parte
sobre uma alta montanha.
E transfigurou-se diante deles.
3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas
como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar.
4Apareceram-lhe Elias e Moisés,
e estavam conversando com Jesus.
5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus:
'Mestre, é bom ficarmos aqui.
Vamos fazer três tendas:
uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.'
6Pedro não sabia o que dizer,
pois estavam todos com muito medo.
7Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra.
E da nuvem saiu uma voz:
'Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!'
8E, de repente, olhando em volta,
não viram mais ninguém,
a não ser somente Jesus com eles.
9Ao descerem da montanha,
Jesus ordenou que não contassem a ninguém
o que tinham visto,
até que o Filho do Homem
tivesse ressuscitado dos mortos.
10Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si
o que queria dizer 'ressuscitar dos mortos'.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão
O Pai age em Jesus, revelando a sua filiação divina

O livro do Gênesis é o livro das origens: da criação, do mal e da fé no Deus único e verdadeiro. Na primeira leitura, temos o relato do sacrifício de Abraão. Deus não pretende tirar a vida de Isaac, como se pode notar no próprio relato – filho que Abraão teve com Sara já na sua velhice –, mas testar e aprofundar a fé do Patriarca. Para o Antigo Testamento, o sacrifício não é algo negativo, mas positivo, porque une o homem a Deus. Pela sua confiança em Deus, Abraão estava disposto e preparou tudo para oferecer o seu filho. Seu sacrifício e sua fé constituíram-se numa fonte de bênçãos. A promessa de Deus de uma descendência numerosa para Abraão é consequência de sua obediência a Deus. Na leitura cristã do Antigo Testamento, o sacrifício de Isaac é figura do sacrifício de Jesus. O relato da transfiguração do Senhor é a sequência do primeiro anúncio da paixão, morte e ressurreição do Senhor (Mc 8,31-33) e da apresentação das exigências para seguir Jesus (Mc 8,34-38). Os discípulos, entre outros, têm dificuldade de aceitar a novidade do messianismo vivido por Jesus, um Messias que passa pelo sofrimento e pela morte. Desde então, a glória de Jesus está ligada à sua paixão e morte. O caminho do discípulo, no entanto, é o caminho do Mestre. A transfiguração é uma prolepse do mistério pascal de Jesus Cristo. O passivo divino “foi transfigurado” significa que o Pai é quem age em Jesus, revelando a sua filiação divina. A observação de que as vestes ficaram brancas como nenhuma lavadeira conseguiria fazê-lo é o modo bíblico de dizer que se trata de uma revelação de Deus. O desconcerto de Pedro diante do mistério deve ser vencido pela escuta do Filho bem amado de Deus. É preciso escutar Jesus, pois sua mensagem descortina o mistério de Deus; é preciso escutar o Senhor, pois só ele tem “palavras de vida eterna”. A transfiguração de Jesus nos ajuda a compreender que aquele que vai sofrer a paixão e ser glorificado é o Filho de Deus que se encarnou para a nossa salvação. O que sustenta nossa vocação cristã, o que sustenta nossa fé é a graça da ressurreição do Senhor. O sofrimento e a morte não são a última palavra. O Senhor, ressuscitado dos mortos, venceu o mal e a morte; glorioso, nos faz participantes de sua vitória. Este é o conteúdo da esperança cristã. É preciso manter os ouvidos abertos e o olhar fixo no Senhor, que passou pelo sofrimento e pela morte, e ressuscitou. A experiência dos efeitos de sua ressurreição conduz os discípulos, todos nós, a vivermos a adesão à pessoa de Jesus Cristo no cotidiano de nossa vida.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas



NÃO BASTA SER CRISTÃO, É PRECISO SER TRANSFIGURADO Mc 9,2-10
HOMILIA

Convido você meu irmão, minha irmã a louvar e agradecer a Deus; porque foi num dia como hoje que das mãos de Dom Óscar Lino Lopes Fernandes Braga, então Bispo diocesano de Benguela – Angola, recebi a graça do sacerdócio! Deus me estabeleceu “ponte” entre Ele e o Seu povo! Como digo sou ainda pequeno e frágil, muitas vezes a tempestade e a água que passa debaixo de mim me fazem abalar e agitar. Por outras as vezes o peso das pessoas que passam por cima de mim quase que me quebram ao meio. Mas como dizia são Paulo: prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas porque quanto me sinto fraco então é que sou forte. Sou forte porque Cristo me faz ver que por detrás da cruz está a glorificação, ou seja, a transfiguração.

Diante do escândalo da Cruz, a Palavra de Deus apresenta-nos o Cristo glorificado através de uma magnífica teofania, isto é, a manifestação de Deus. Revela-nos sua glória para dar sentido à morte de Jesus na cruz. Jesus levou seus discípulos escolhidos para uma alta montanha e se transfigurou diante deles. Suas vestes se tornaram brancas e brilhantes. Apareceram-lhe Moisés e Elias, símbolos da Lei e dos Profetas, síntese da antiga Aliança. Jesus condensa em si a Lei e a Profecia. Ele, em seu sangue sela a nova Aliança (Lc 22,20). Nesse momento entraram na nuvem que significa a presença de Deus. O Pai apresenta Jesus aos discípulos como seu Filho amado.

O Evangelho da Transfiguração liga-se à Paixão, pois tira os discípulos do escândalo da Cruz, dando-lhes a visão da futura glorificação pascal. Refletindo o tema da Aliança e Transfiguração participamos desta realidade. A obediência de Jesus deu-lhe a vitória. A meta do cristão é a transfiguração de sua fragilidade pela obediência da fé.

Somos transfigurados por Cristo a partir do Batismo e da presença do Espírito em nós. Somos revestidos de Cristo. Para chegar a isso somos convidados a subir o monte que é Jesus. Estando na presença de Deus pelo amor, ouviremos as palavras do Pai: Este é meu Filho amado, escutai o que Ele diz. O Filho diz as palavras que ouviu do Pai.

Deus prova Abraão pedindo o sacrifício de Isaac. A Jesus é oferecida a Cruz. Abraão e Jesus deram a resposta de aceitação da vontade de Deus. Somos instigados a responder com fé, mesmo tendo que sacrificar nosso Isaac, nossos caprichos. Sem isso jamais teremos uma fé que seja redenção. Na Eucaristia renovamos a aliança e somos transfigurados.

O episódio da transfiguração de Jesus deixa a mensagem que São Paulo em plenitude viveu, tendo podido assegurar: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. (Gl 2,20). Trata-se da mudança radical do cristão no modelo divino. Imitação perfeita do Filho de Deus, cujo conhecimento não deve ser meramente especulativo e cujo amor tão pouco não pode ser apenas afetivo. Tanto os estudos sobre a pessoa de Cristo como a fé no Redentor necessitam estar unidos às obras nas quais se reflete a personalidade de cada um. Conhecimento prático, amor operativo. Ele é a causa eficiente da regeneração do batizado e a causa exemplar de sua santificação, modelo de todos os que se dizem seus discípulos.

Cristo se fez um modelo acessível e atraente, perfeito e abrangente. Os cristãos podem transfigurar sua vida se identificando com Ele: pobres, ricos, sábios e ignorantes e isto em qualquer circunstância dado que Ele a todos resgatou, deu a vida sobrenatural e lhes comunica seus dons celestiais. Ele manifesta uma ética geral e uma disciplina universal de conduta para que se proceda como Ele agia, para que se viva como Ele vivia, para que se sofra como Ele sofria. Ele quer se fazer presente no mundo através de seus discípulos. O Apóstolo dizia: “Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo” (1 Cor 4,16). Deste modo o fiel se torna a imagem viva do seu Senhor.

Jesus sempre presente nas palavras, nas obras, no coração e na mente de cada um. Cristo o ideal da vida do batizado, o objeto de suas aspirações, o imã de seus corações. Para isto é cada um se interrogar a cada instante: Que pensaria Jesus neste momento? Como Ele faria esta tarefa? Que quer Ele de mim aqui e agora? Como o posso agradar neste momento?

Dá-se então o vir a ser do fiel no seu Salvador numa total identificação com Ele no gotejar da renúncia de cada minuto. O próprio Cristo afirmou: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 4,14). Não somos o fogo que deve arder nesta terra, mas devemos ser os propagadores de sua chama de amor, dado que Ele é a fornalha ardente de caridade e veio para colocar chama na terra (Lc 12,49).

Grandeza e responsabilidade do cristão! Depende de cada um fazer da vida uma interrogação, um chamado sempre susceptível de ser ouvido por todos as testemunhas que o vêem. É a imponderável ação de uma alma sobre a outra. É se transfigurando em Cristo que o cristão pode tornar os homens melhores. Com seu exemplo, mesmo sem palavras, o verdadeiro seguidor de Cristo já torna seu irmão melhor. Onde uma pessoa boa, submissa a Deus vive, reza, sofre, trabalha há uma lareira de calor sublime que aquece, arrasta nos eflúvios das mensagens celestes.

Não basta estar cristão, é preciso ser cristão transfigurado no modelo que é Cristo Jesus!
Fonte Canção Nova

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 5,43-48 - 28.02.2015 - Sêde perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.

Nós vos louvamos, Senhor, pelo exemplo que nos dais.
Vossa vida nos diz: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.
Sábado da 1ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 5,43-48

Sêde perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 5,43-48

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
43Vós ouvistes o que foi dito:
'Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!'
44Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos
e rezai por aqueles que vos perseguem!
45Assim, vos tornareis filhos
do vosso Pai que está nos céus,
porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons,
e faz cair a chuva sobre justos e injustos.
46Porque, se amais somente aqueles que vos amam,
que recompensa tereis?
Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa?
47E se saudais somente os vossos irmãos,
o que fazeis de extraordinário?
Os pagãos não fazem a mesma coisa?
48Portanto, sede perfeitos
como o vosso Pai celeste é perfeito.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 5, 43-48

Um dos valores mais determinantes da nossa vida é a justiça, mas na maioria das vezes deixamos de lado a justiça de Deus para viver a justiça dos homens, fundamentada na troca de valores e não na gratuidade de quem de fato ama. Quem ama verdadeiramente reconhece que Deus é amor e tudo o que somos e temos vem dele, como prova desse amor gratuito. Assim, as nossas atitudes não podem ser determinadas pelas diferentes formas de comportamento das pessoas que nos rodeiam, mas pelo amor gratuito de Deus que deve fazer com que sejamos capazes de superar toda forma de vingança em nome da justiça e procurar dar a nossa contribuição para que o mundo seja cada vez melhor.
Fonte CNBB



AMAR AS PESSOAS PORQUE DEUS AS AMA Mt 5,43-48
HOMILIA

O evangelho abre a perspectiva do relacionamento humano para além das fronteiras que os homens costumam construir. Amar o inimigo é entrar em relação concreta com aquele que também é amado por Deus, mas que se apresenta como problema para mim. Os conflitos também são uma tarefa do amor. Os discípulos são chamados a um comportamento que os torne filhos testemunhando a justiça do Pai. Sobre os cobradores de impostos
Como pessoas humanas nós compreendemos porque os filhos se parecem com os pais. Como filhos e filhas de Deus, também é compreensível que nós sejamos parecidos com Ele. Deus é perfeito no Amor e nós somos filhos de Deus na medida em que vivenciarmos o amor. A perfeição é a vivência do amor de Deus por nós. Somos parecidos com o Pai quando vivenciamos o Seu Amor nos nossos relacionamentos. Às vezes confundimos perfeição com perfeccionismo.
Acreditamos que ser perfeito é fazer tudo muito certo para não dar margem à que outras pessoas nos julguem e Jesus vem nos ensinar que ser perfeito é saber perdoar, amar, acolher, aceitar o erro do outro. Aos olhos do mundo o que Jesus nos ensina neste Evangelho é um verdadeiro contra-senso: Na maioria das vezes damos o primeiro lugar na nossa vida às pessoas de quem mais gostamos; só oramos por aqueles nossos mais queridos; só cumprimentamos a quem simpatizamos; só ajudamos às pessoas que podem nos recompensar; gostamos sempre de permanecer no grupo perto das pessoas com quem mais nos identificamos e assim por diante! As outras pessoas, são como ilustres desconhecidos para não dizer inimigos, estão fora do nosso convívio. Desse modo, Jesus nos direciona a vivermos também como o nosso Pai Celeste, o Criador da nossa alma! E nos ordena: “Amai os vossos inimigos e rezai porque aqueles que vos perseguem, porque assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus”! E acrescenta: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”! Buscar a santidade e a perfeição é a meta do filho de Deus e viver o amor verdadeiro é o caminho para a paz e para a justiça.
E você? Ama os seus inimigos? Você ora por eles? Qual a sua atitude para com aqueles que o perseguem? Você aceita a ordem de Jesus? Por isso, reflita e coloque-se em diálogo franco com o Senhor sobre esse assunto!
Pai, faze-me teu imitador, e não me deixes cair na tentação de fazer acepção de pessoas. Que eu ame a todos, sem qualquer distinção e sobretudo os meus inimigos!
Fonte Padre BANTU SAYLA

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 5,20-26 - 27.02.2015 - Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.

Jesus, Mestre divino,
vós sois o Filho de Deus, caminho que leva ao Pai,
nossa única lei, nossa paz, nossa esperança.
6ª-feira da 1ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 5,20-26

Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
20Se a vossa justiça não for maior
que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus,
vós não entrareis no Reino dos Céus.
21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos:
'Não matarás!
Quem matar será condenado pelo tribunal'.
22Eu, porém, vos digo:
todo aquele que se encoleriza com seu irmão
será réu em juízo;
quem disser ao seu irmão: 'patife!'
será condenado pelo tribunal;
quem chamar o irmão de 'tolo'
será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando
a tua oferta para o altar, e ali te lembrares
que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24deixa a tua oferta ali diante do altar,
e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.
Só então vai apresentar a tua oferta.
25Procura reconciliar-te com teu adversário,
enquanto caminha contigo para o tribunal.
Senão o adversário te entregará ao juiz,
o juiz te entregará ao oficial de justiça,
e tu serás jogado na prisão.
26Em verdade eu te digo: dali não sairás,
enquanto não pagares o último centavo.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 5, 20-26

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça.
Fonte CNBB



O REINO DOS CÉUS Mt 5,20-26
HOMILIA

                Segundo o Evangelista Mateus, é importante que o homem tenha a consciência de que “A ira do homem não realiza a justiça de Deus” (Tg 1, 20). E que é pela prática da justiça que vem de Deus que a sua vida é restaurada sobre a terra. E isto é tão fundamental que se torna imprescindível na vida existencial do homem e extensivo a todas outras práticas no seu dia a dia para tornar possível a convivência dos homens entre si e entre o meio ambiente.
            Ouvistes o que foi dito… Eu, porém vos digo… Jesus não pretende reformar o complexo doutrinal do judaísmo. Jesus veio nos ensinar a viver em plenitude a Lei de Deus e nos adverte de que a nossa justiça deve ser maior do que a dos mestres da lei e dos fariseus. Eles viviam na rigidez da lei e esqueciam de que o maior mandamento da Lei era justamente o amor e que, mais importante que a Lei em si, é o bom relacionamento entre as pessoas. Muitas vezes nós também, como os escribas e os fariseus, nos apegamos ao que a lei nos exorta a não fazer e ficamos alerta para não cometer aquelas faltas que se constituem as mais graves, como matar, roubar, adulterar, ter maus pensamentos, etc.. “Todo aquele que se encoleriza com o seu irmão será réu de juízo”.
            O desejo primeiro de Deus, ao criar os seres humanos, é que vivam na mais perfeita comunhão, deixando de lado tudo quanto possa dividi-los e separá-los pelo muro da inimizade. O ódio e a divisão constituem flagrante desrespeito à vontade divino.
            O homicídio é uma forma incontestável de ruptura com o próximo, culminando com a sua eliminação. Para evitar isto, Deus condenou peremptoriamente esse crime, com o mandamento: “não matarás”. A eliminação física do próximo é antecedida por outros gestos de eliminação de igual gravidade. Por exemplo, a simples irritação contra os outros, as palavras ofensivas contra eles são formas sutis de atentar contra a vida alheia. O discípulo do Reino não pode agir desta maneira.
            A Palavra de Deus que Jesus veio esclarecer para nós vai muito mais além do que as coisas que nós praticamos, mas atinge também ao que nós pensamos e falamos ou expressamos a partir do nosso coração. Assim sendo, nós não podemos chamar os nossos irmãos e irmãs nem mesmo de tolos ou idiotas. Quanto ensinamento para nós! A oferta que fazemos ao Senhor será desnecessária, se primeiro não oferecermos a nossa compreensão e perdão às pessoas com as quais nos relacionamos. Enquanto caminhamos aproveitemos o conselho do Mestre para que a nossa justiça seja maior do que a justiça dos “mestres da lei” e dos “fariseus” de hoje. Como é a nossa justiça? O que é justo para Deus? A justiça de Deus é o Amor, é o perdão, é a reconciliação. E a nossa? Fazemos as nossas ofertas no Altar do Senhor, mas como está o nosso coração? Reflita agora: – Como você trata as pessoas com quem você convive? – Você tem costume de falar mal os seus amigos, suas amigas? – Você o faz de coração? – E quando você faz a sua oferta na hora do ofertório, qual é a sua atitude diante de Jesus?- Você já pensou que enquanto você faz a oferta do seu coração na hora da Missa, ele pode estar sujo com a injustiça da falta de perdão, da ofensa feita, do ódio por alguém?
            A reverência a Deus passa pelo respeito ao próximo. Na liturgia de hoje, Jesus exige de mim e de ti, como seus discípulos a reconciliação com seu próximo, antes de fazerem sua oferenda a Deus. Se alguém estava para fazer sua oferta, e se recordava de algum desentendimento com o próximo, deveria deixá-la ao pé do altar, para antes ir reconciliar-se. Caso contrário, a oferta não teria valor perante Deus.
            Ele vem revelar que qualquer doutrina ou lei só tem valor à medida que contribua para a libertação e a promoção da vida. Jesus não propõe uma doutrina, mas ensina a prática restauradora da vida. A grande novidade que Jesus me ensina hoje é o perdão sem limites e a reconciliação, que me levam à comunhão de vidas com Deus e com os meus irmãos.
            Por isso, quero neste dia ó Senhor Jesus que me ensineis a perdoar os meus irmãos e irmãs para poder estar em comunhão com o Vosso e o meu Deus e com os meus irmãos já aqui na terra.
Fonte Padre BANTU SAYLA

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 7,7-12 - 26.02.2015 - Todo aquele que pede, recebe.

Jesus, Mestre divino, queremos vos seguir.
Amar como amastes, buscar como buscastes a vontade do Pai.
5ª-feira da 1ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 7,7-12

Todo aquele que pede, recebe.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 7,7-12

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
7Pedi e vos será dado! Procurai e achareis!
Batei e a porta vos será aberta!
8Pois todo aquele que pede, recebe;
quem procura, encontra;
e a quem bate, a porta será aberta.
9Quem de vós dá ao filho uma pedra,
quando ele pede um pão?
10Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe?
11Ora, se vós, que sois maus,
sabeis dar coisas boas a vossos filhos,
quanto mais vosso Pai que está nos céus
dará coisas boas aos que lhe pedirem!
12Tudo quanto quereis que os outros vos façam,
fazei também a eles.
Nisto consiste a Lei e os Profetas.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 7, 7-22

A oração deve sempre estar vinculada com a prática da vontade do Pai. A nossa oração será ouvida e Deus nos concederá o bem que desejamos somente quando formos capazes de realizar o bem para com os nossos irmãos e irmãs. Sendo assim, Deus somente realizará por nós aquilo que nós queremos que ele nos faça quando formos capazes de realizarmos pelos nossos irmãos e irmãs aquilo que eles esperam de nós, pois estaremos com isso cumprindo a vontade de Deus e ele, como recompensa, cumprirá a nossa vontade.
Fonte CNBB


A oração confiante -  Mt 7, 7-22
HOMILIA

O texto do evangelho deste dia é um convite à oração de súplica confiante, pois nesse tipo de oração confessamos nossa própria miséria, uma vez que não podemos nos dar o que pedimos, nem sabemos se o que desejamos é o que Deus quer para a nossa vida. É necessário, no entanto, empenho para conhecer a vontade de Deus. Nosso texto de hoje é parte do sermão da montanha (Mt 5–7), em que Jesus é apresentado como o intérprete da Lei de Moisés. Mas por que pedir, se Deus sabe tudo e conhece profundamente cada pessoa (cf. Sl 138)? Em primeiro lugar, para reconhecer que tudo o que é bom para a vida do ser humano procede do Pai. Em segundo lugar, porque a súplica em favor das necessidades dos outros e das suas próprias abre a pessoa de fé para a relação filial com Deus Pai, que é a fonte de todo verdadeiro bem. A regra de ouro, bem anterior ao Novo Testamento, é não somente conclusão do trecho em questão, mas de toda a seção do sermão da montanha que trata da conduta a ser adotada em relação ao próximo. A regra de ouro é uma regra de solidariedade, que possibilita a convivência pacífica e respeitosa, anterior ao nosso texto e conhecida no mundo pagão. Eclo 31,14-15 apresenta um exemplo de aplicação dessa regra.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 11,29-32 - 25.02.2015 - Nenhum sinal será dado a esta geração a não ser o sinal de Jonas.

Jesus Mestre, santificai minha mente e aumentai minha fé.
Jesus Vida, fazei que minha presença contagie a todos
com o vosso amor e a vossa alegria.
4ª-feira da 1ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Lc 11,29-32

Nenhum sinal será dado a esta geração
a não ser o sinal de Jonas.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 11,29-32

Naquele tempo:
29Quando as multidões se reuniram em grande quantidade,
Jesus começou a dizer:
'Esta geração é uma geração má.
Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado,
a não ser o sinal de Jonas.
30Com efeito, assim como Jonas
foi um sinal para os ninivitas,
assim também será o Filho do Homem para esta geração.
31No dia do julgamento,
a rainha do Sul se levantará
juntamente com os homens desta geração,
e os condenará.
Porque ela veio de uma terra distante
para ouvir a sabedoria de Salomão.
E aqui está quem é maior do que Salomão.
32No dia do julgamento, os ninivitas
se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão.
Porque eles se converteram
quando ouviram a pregação de Jonas.
E aqui está quem é maior do que Jonas.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 11, 29-32

Para muitas pessoas, Deus deve manifestar-se constantemente para todos, pois somente assim o mundo poderá crer. Na verdade, essas pessoas querem uma demonstração evidente da existência de Deus e da sua presença no nosso dia a dia, porém o Evangelho de hoje nos mostra que assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, Jesus é um sinal para nós, e Jonas foi um sinal para os ninivitas apenas por suas palavras, que os ninivitas ouviram e creram. Deste modo, Jesus é um sinal para nós por sua palavra e é nela que devemos crer e não ficar exigindo que ele fique realizando "milagres" para que fundamentemos a nossa fé.
Fonte CNBB



DE QUE GERAÇÃO TU ÉS? Lc 11,29-32
HOMILIA

No tempo de Jesus as pessoas procuravam sinais do Messias enviado de Deus, e as autoridades pediam que Jesus realizasse um sinal que provasse que ele era de fato o Messias Mt 12,38. Segundo Lucas, Jesus recusa até mesmo apontar o sinal da ressurreição.

Ora vejam, os ninivitas se arrependeram e se converteram com a pregação de Jonas. Jesus veio como um sinal do Pai para a humanidade. Ele é maior do que Jonas e maior que Salomão que atraiu reis pela sua sabedoria. A quem Jesus chama de geração má? Será que fazemos parte dessa geração? A geração má é aquela que é constituída de uma multidão de gente que não crê na Palavra de Deus e não segue os ensinamentos de Jesus, esperando por alguma coisa que venha a acontecer e que seja visível aos seus olhos e sensível ao toque. É a geração daqueles (as) que querem um sinal para acreditar, que só vão, vendo, mas que não enxergam o que está um pouco além da mesma vidinha insignificante e sem objetivo do ter, do prazer, do poder, do divertir-se, do amealhar.

Nós achamos que fazemos parte da geração que tem Jesus como sinal, mas mesmo assim muitas vezes necessitamos de outros sinais para acreditar na força e no poder de Deus. Jesus nos abre os olhos: Os ninivitas acreditaram nas palavras de Jonas; a rainha do sul (rainha de Sabá) seguiu os conselhos de Salomão, e todos foram salvos. Eu e tu?

A quem devemos ouvir para não fazermos parte dessa geração que caminha para o mal? Convido-te a fazer uma reflexão da tua vida e pense se há alguma mensagem do Evangelho que tu não acreditas e por isso não tentas viver como Jesus ensinou? Devemos refletir ainda: tu ainda esperas algum outro sinal a não ser o sinal da Cruz?

A palavra de Deus te basta para que tu voltes atrás e te arrependas e tenhas vida nova? Tu sabes que foste assinalado com o selo do Espírito Santo de Deus? De tipo de geração tu fazes parte, boa ou má?

Escute a advertência de Jesus: a rainha de Sabá (1 Reis 10,1) e os ninivitas (Jonas 3,4-10) irão condenar os que rejeitam a Jesus.

Tome consciência! Oxalá seja diferente das autoridades. Jesus é mais sábio que o rei Salomão e muito maior do que Jonas, mas as autoridades não lhe dão ouvidos e não se convertem. Preferem continuar servindo aos seus próprios e mesquinhos interesses, em vez de se colocarem a serviço do projeto de Jesus que, através da justiça, constrói nova sociedade e nova história. Assim fazendo, as autoridades confirmam que estão contra Jesus, isto é, do lado de Satanás, que cria o reino da injustiça. Saia desta geração, desde partido converta-te para a geração dos que buscam a fase do Deus de Jacob, venha para Jesus e terás a vida em plenitude que é fruto da Justiça de Deus!
Fonte Canção Nova

domingo, 22 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 6,7-15 - 24.02.2015 - Vós deveis rezar assim.

Vinde, Espírito Santo, e dai-nos o dom da sabedoria,
para que possamos avaliar todas as coisas à luz da Palavra de Deus
e ler nos acontecimentos da vida os projetos de amor do Pai.
3ª-feira da 1ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 6,7-15

Vós deveis rezar assim.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 6,7-15

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
7Quando orardes,
não useis muitas palavras, como fazem os pagãos.
Eles pensam que serão ouvidos
por força das muitas palavras.
8Não sejais como eles,
pois vosso Pai sabe do que precisais,
muito antes que vós o peçais.
9Vós deveis rezar assim:
Pai Nosso que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
10venha o teu Reino;
seja feita a tua vontade,
assim na terra como nos céus.
11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
12Perdoa as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
13E não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal.
14De fato, se vós perdoardes aos homens
as faltas que eles cometeram,
vosso Pai que está nos céus
também vos perdoará.
15Mas, se vós não perdoardes aos homens,
vosso Pai também não perdoará
as faltas que vós cometestes.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 6, 7-15

A eficácia da oração não é determinada pela quantidade de palavras nela presentes, pelo seu volume ou pela sua visibilidade, mas antes de tudo pela capacidade de estabelecer um relacionamento sério, profundo e filial com Deus. Quem fala muito, grita e fica repetindo palavras é pagão, que não é capaz de reconhecer a proximidade de Deus e ter uma intimidade de vida com ele. A oração também deve ter um vínculo muito profundo com o próprio desejo de conversão e de busca de vida nova, de modo que ela não seja discursiva, mas existencial e o falar com Deus signifique estabelecer um compromisso de vida com ele e para ele.
Fonte CNBB



PAI NOSSO Mt 6,7-15
HOMILIA

Nas nossas orações, muitas vezes dizemos apenas palavras que saem da boca para fora e não do fundo do nosso coração. Assim sendo, nosso coração, nossos sentimentos e pensamentos estão distantes de Deus e de tudo o que apresentamos à Ele quer como gratidão quer como necessidade. Diante desta situação, Jesus nos ensina, de maneira muito simples, a nos dirigirmos ao Pai ensinando-nos a orar.
Esta oração, comum mente conhecida, por a Oração dominical ou simplesmente a Oração do Pai Nosso, é segundo Sto Tomás de Aguino, “a mais perfeita das orações... Nela não só pedimos tudo quanto podemos desejar corretamente, mas ainda segundo a ordem em que convém desejá-lo. De modo que esta oração não só nos ensina a pedir, mas ordena também todos os nossos afetos”.
Pai Nosso. Logo no início da Oração do Senhor nos é dada uma revelação essencial. Deus em seu infinito Amor nos adota como seus filhos. E nos ensina a rezar não só por nós mesmos, mas pelos nossos irmãos, por toda a comunidade. Pois nós não falamos "Meu Pai" e sim "Pai Nosso".
... que estás nos céus. Esta parte nos dá a entender que Deus não está especificamente em um lugar material, mas Ele está além de tudo. Ou seja, nos dá a idéia da transcendência de Deus.
Santificado seja o vosso Nome. Nesta passagem reconhecemos a Santidade de Deus, e queremos que todo o mundo o trate de maneira santa, como o Único que santifica e que é Santo por natureza. Para isto devemos igualmente caminhar no sentido de nossa santificação, pois como Ele mesmo disse: Sede santos, porque eu vosso Deus, sou santo (Lv19,2). Jesus também nos comunica isto em outra passagem: "Sede perfeitos, como o Pai celeste é perfeito".
Venha a nós o Vosso Reino. Aqui pedimos que o Reino de Deus, a volta de Cristo, no fim dos tempos, venha mais rápido. Pois nesse momento a Glória de Deus se manifestará a todos e os Justos verão a Sua Face. E da mesma forma que esperamos o fim dos tempos, tentamos realizar o Reino de Deus, pelo menos parcialmente, aqui na Terra; pois o Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14,17).
Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. Nesta passagem, reconhecemos a superioridade da Vontade Divina e desejamos ardentemente que ela seja realizada. É importante ressaltar que devemos fazer este pedido com sinceridade e que realmente desejamos que Sua Vontade seja realizada em detrimento da nossa que é falha e nem sempre nos leva para o nosso bem. A Vontade de Deus é perfeita por mais que , às vezes, não compreendamos. A Vontade de Deus é que nos salvemos, por isso nos mandou seu Filho. E quer que nos amemos uns aos outros. Quer que amemos a Ele acima de todas as coisas e que obedeçamos os seus mandamentos. Confiando na Vontade Divina e não na nossa encontraremos o verdadeiro sentido da vida e o Caminho da Verdade.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Pedimos aqui com confiança filial, o alimento de cada dia. Pedimos que Deus nos dê o mínimo necessário para sobrevivermos dignamente, tanto bens materiais como espirituais. Basta que procuremos o Reino de Deus, e como diz Jesus, tudo o mais nos será dado em acréscimo. Disse isso para não nos preocuparmos excessivamente com as coisas deste mundo e com nosso sustendo. Não quer dizer com isso que devamos ser passivos e esperar que tudo caia de bandeja nas nossas mãos. Mas disse isto com o intuito de nos libertar da inquietação e preocupação. Este pedido também gera um compromisso com nossos irmãos necessitados, pois se queremos que se cumpra também devemos agir.
Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido. Neste pedido, confessamos que somos pecadores e apelamos para misericórdia divina. Jesus Cristo veio ao mundo e morreu para permitir que nossos pecados fossem perdoados. Ele nos deu a possibilidade do perdão das nossas inúmeras faltas. Mas faz uma exigência. Que nós também perdoemos aqueles que nos ofendam. É necessária esta reciprocidade.
Não nos deixeis cair em tentação. Este sexto pedido está ligado de certa forma ao anterior, pois para alcançarmos o perdão dos pecados, devemos nos arrepender e não querer pecar novamente. A misericórdia de Deus não atinge os duros de coração, pois estes não a deixam penetrar. Como nós somos fracos, pedimos a Deus a força necessária para não sucumbirmos à escravidão do pecado. Como dizia São Paulo: "Posso tudo naquele que me fortalece"
Mas livrai-nos do Mal. Este pedido é uma referência bem específica ao Maligno. Satanás, aquele que é homicida desde o princípio, introduziu o pecado no mundo. Ele é o grande pecador, e já está condenado. Está condenado e afastado do convívio com Deus, e quer arrastar para perdição, junto com os outros anjos caídos, todos os seres humanos que for capaz. Ele usa de seus ardis para afastar-nos de Deus. Pedimos a Deus que nos afaste do tentador e nos mantenha junto de Seu Filho, que o venceu.
Amém. Significa "que assim seja".
Fonte Padre BANTU SAYLA

sábado, 21 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 25,31-46 - 23.02.2015 - Assentar-se-á em seu trono glorioso e separará uns dos outros.

Espírito Santo, dai-me um coração grande,
desejoso de se tornar semelhante ao coração do Senhor Jesus.
2ª-feira da 1ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 25,31-46

Assentar-se-á em seu trono glorioso
e separará uns dos outros.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,31-46

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
31Quando o Filho do Homem vier em sua glória,
acompanhado de todos os anjos,
então se assentará em seu trono glorioso.
32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele,
e ele separará uns dos outros,
assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
33E colocará as ovelhas à sua direita
e os cabritos à sua esquerda.
34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita:
`Vinde benditos de meu Pai!
Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou
desde a criação do mundo!
35Pois eu estava com fome e me destes de comer;
eu estava com sede e me destes de beber;
eu era estrangeiro e me recebestes em casa;
36eu estava nu e me vestistes;
eu estava doente e cuidastes de mim;
eu estava na prisão e fostes me visitar'.
37Então os justos lhe perguntarão:
`Senhor, quando foi que te vimos com fome
e te demos de comer?
com sede e te demos de beber?
38Quando foi que te vimos como estrangeiro
e te recebemos em casa,
e sem roupa e te vestimos?
39Quando foi que te vimos doente ou preso,
e fomos te visitar?'
40Então o Rei lhes responderá:
`Em verdade eu vos digo,
que todas as vezes que fizestes isso
a um dos menores de meus irmãos,
foi a mim que o fizestes!'
41Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda:
`Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno,
preparado para o diabo e para os seus anjos.
42Pois eu estava com fome e não me destes de comer;
eu estava com sede e não me destes de beber;
43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa;
eu estava nu e não me vestistes;
eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar'.
44E responderão também eles:
`Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede,
como estrangeiro, ou nu, doente ou preso,
e não te servimos?'
45Então o Rei lhes responderá:
`Em verdade eu vos digo,
todas as vezes que não fizestes isso
a um desses pequeninos,
foi a mim que não o fizestes!'
46Portanto, estes irão para o castigo eterno,
enquanto os justos irão para a vida eterna'.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Mt 25, 31-46

Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a verdadeira religião não é aquela que é marcada por ritualismos e cumprimento de preceitos meramente espirituais, afinal de contas ele não nos perguntará no dia do julgamento final se nós procuramos cumprir os preceitos religiosos, mas sim se fomos capazes de viver concretamente o amor. É claro que a religiosidade tem sentido, principalmente porque é através do relacionamento com Deus que recebemos as graças que nos são necessárias para a vivência concreta do amor, mas a religiosidade sozinha, desvinculada da prática do amor, é causa de condenação e não de salvação.
Fonte CNBB




A CHAVE DA VIDA Mt 25,31-46
HOMILIA

Ao dizer chave da vida, quero me referir o grande segredo que Jesus revela para todos nós: O amor! No fundo Jesus revela uma verdade profunda, que quando o homem terminar sua jornada na terra e apresentar-se diante de Deus uma única coisa terá valor para Deus: o amor que ele dedicou ao seu irmão. Qualquer religião que não conduza a este amor é falsa e não tem nenhum valor diante de Deus. E aqueles que não são cristãos? E os que praticam outra religião? E os ateus? Estarão perdidos? A parábola fala de reunir os homens todas as nações, portanto todas as raças, culturas e mesmo religiões diferentes estarão diante de Jesus. O texto, como boa notícia diz nos que não! Todavia, aponta algo sem o qual ninguém vai ao céu.
Aquele que faz o bem ao irmão, mesmo sem reconhecer nele Jesus, mesmo sem aderir a comunidade cristã receberá a recompensa. Já os Santos Padres falavam das “Sementes do Verbo” que são as sementes da Palavra de Deus espalhadas na criação e nos homens que buscam de coração a verdade e o bem. São os cristãos implícitos, pois pelo seu comportamento de justiça, busca do bem comum e amor aos irmãos aderem ao essencial da mensagem de Jesus. E, portanto irão para a festa do Reino! O critério do exame final não será a ortodoxia de doutrina, mas a prática do amor fraterno. Já dizia São João da Cruz: “No entardecer da vida seremos examinados sobre o amor”. É o amor a todo ser humano, e quanto mais necessitado mais ele é nosso próximo!
Assim a chave para não perder a vida é o amor ao irmão! Não adianta só dizer “Senhor, Senhor” (Mt 7,21), mas é preciso amar concretamente. Jesus já dizia que o sinal que distingue seu discípulo é justamente o amor fraterno (Jo 13, 35). Seremos julgados conforme nossa aceitação a Cristo, que não vemos, mas que se identifica com os irmãos mais pequenos (1 Jo 4,20). O próximo é o vídeo onde verificamos nossa conduta, e a solidariedade aos que sofrem o termômetro de nossa vida cristã. Não é à toa que nossa liturgia de Cristo Rei, no ano C, coloca o Evangelho da Paixão neste dia (Lc 23,35-43).  A mensagem é a mesma, Jesus Reina pelo amor! Jesus Reina do alto da cruz pela entrega de sua vida para gerar vida plena aos irmãos. É o pastor que dá a vida. É o pastor que cuida de modo especial das ovelhas doentes e mais débeis do rebanho.
Na sua entrega dolorosa, podemos experimentar o quanto o Senhor ama a cada um de nós. Ama e nos pede que amemo-nos como ele amou. Amar na prática do dia a dia deve ser o nosso valor maior. Mas não basta para nós uma ação caritativa apenas assistencialista. Há ocasiões que temos apenas que dar de comer, são situações extremas. Mas a caridade irá mais longe, na promoção da pessoa, na busca de uma melhor educação, na possibilidade de trabalho, e na transformação das estruturas sociais que diminuem o ser humano. Vivemos em sociedade, e todas as nossas ações, têm sempre repercussões sociais, por isto temos que investir nosso trabalho na área da verdadeira política. Não se trata de fazer política partidária, mas de amor ao bem comum. Ainda vale lembrar, mais uma vez, que Deus é justo não porque castiga e condena, mas por que é capaz de transformar as pessoas más em justas! E quem são as ovelhas e os cabritos? Os bons e os maus? Sem dúvida todos nós ás vezes nos comportamos como ovelhas e outras vezes como cabritos! Todos precisamos de uma continua conversão!      Que esta Quaresma não seja mais uma e sim, o tempo e a hora de nos voltarmos completamente para Deus na prática do amor!
Pai, reforça minha disposição para amar e servir meus semelhantes, sobretudo, os mais pobres e marginalizados. Esta será a única forma de me preparar para o encontro com Jesus.
Fonte Padre BANTU SAYLA

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mc 1,12-15 - 22.02.2015 - Foi tentado por Satanás, e os anjos o serviam.

Vivei em nós, Jesus, pelo vosso Espírito,
para que vos amemos com todo o nosso ser
e amemos o próximo como a nós mesmos, no vosso amor.
1º Domingo Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mc 1,12-15

Foi tentado por Satanás, e os anjos o serviam.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,12-15

Naquele tempo:
12O Espírito levou Jesus para o deserto.
13E ele ficou no deserto durante quarenta dias,
e ali foi tentado por Satanás.
Vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam.
14Depois que João Batista foi preso,
Jesus foi para a Galiléia,
pregando o Evangelho de Deus e dizendo:
15'O tempo já se completou
e o Reino de Deus está próximo.
Convertei-vos e crede no Evangelho!'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Jesus é o portador da vida nova
REFLEXÃO - Mc 1,12-15

Na última quarta-feira, com a celebração das Cinzas iniciamos o tempo da quaresma, tempo de graça e reconciliação. Esse tempo deve ser marcado pela penitência, com vista à conversão, e pela recordação de nosso batismo, a fim de que possamos assumir plenamente nossa vocação que nasce na fonte batismal. Os domingos do tempo da quaresma são como que etapas que nos preparam para a celebração do mistério pascal de Jesus Cristo. O trecho do livro do Gênesis na primeira leitura faz referência à aliança de Deus com Noé e toda a sua família, após o dilúvio. Vale lembrar que o dilúvio não foi, sobretudo, uma obra de destruição, mas de purificação, pois a maldade do homem era grande e a humanidade inteira havia se corrompido (cf. Gn 6,5-16). Noé, homem justo e íntegro, e toda a sua família, juntamente com um casal de cada espécie animal, foram preservados. Com Noé Deus faz uma aliança em favor de toda a terra. Deus promete não mais destruir nenhum ser vivo e que não haverá mais dilúvio. É o tempo da salvação. O sinal da aliança é um “arco na nuvem”, símbolo da paz. O relato das tentações de Jesus em Marcos é o mais breve dos evangelhos sinóticos, mas denso de significado. Nesse breve relato, Marcos não descreve as tentações de Jesus; ele se contenta em simplesmente dizer que Jesus foi tentado. Jesus vai ao deserto, lugar de provação e, ao mesmo tempo, de revelação da misericórdia de Deus para se preparar para o seu ministério público. Essa preparação, o texto nos sugere, é um combate espiritual, que acontece no coração de Jesus, contra as forças do mal. A sua missão requer uma preparação espiritual adequada. A menção dos anjos que serviam Jesus tem um duplo significado: Deus permanece com o seu Filho nesse combate espiritual e Jesus, pela sua união com Deus, vence as tentações. Após as tentações, Jesus começa o seu ministério. O início do ministério de Jesus está em continuidade com a pregação de João Batista: é um apelo à conversão. De que se trata quando se fala de conversão? A conversão é crer no Evangelho; é fé na pessoa de Jesus Cristo, ele que é a Boa-Notícia de Deus para a humanidade; é fé na palavra de Jesus, que é portadora de um sopro que faz viver. Sem essa confiança não é possível reconhecer a vida e a vinda do Verbo de Deus como dom, nem acolhê-lo.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas



CONVERTEI-VOS E CREDE NO EVANGELHO Mc 1,12-15
HOMILIA

O título desta homilia marca o final do Evangelho do primeiro Domingo da Quaresma. Como ouvimos, Marcos narra o ambiente e as circunstâncias da tentação de Jesus. Estamos diante de três elementos: o deserto, os anjos e o diabo. Os três são elementos representam o árduo caminho da quaresma, iniciado na última quarta-feira e a nossa grande missão durante este tempo: a conversão.

O deserto indica um local de provação. Jesus é o novo Israel que passa 40 dias no deserto e vence a tentação, permanecendo fiel à vontade divina e à sua Aliança.

O diabo e os anjos representam o interior de cada um de nós. Dentro de nós pode morar um anjo e um diabo. Quando nos damos de corpo e alma a Deus em nós sobressai o lado angélico e quando nos damos aos prazeres da carne então fala mais alto o lado diabólico. Vivemos num mudo onde existem pessoas com corações diversificados. Há aqueles que são mais compreensivos e curtem a paz, até mesmo em momentos críticos. São os que têm como razão de viver o cultivo da vida interior com Deus e em Deus. Para estes, os anjos de Deus constantemente os servem com a paz, com a fortaleza, com a sabedoria, com o temor de Deus e assim por diante. Mesmo que tenham um temperamento forte, sabem controlar seus impulsos e seus instintos.

O diabo representado pelos impulsos e os instintos. Todos nós sabemos que os animais reagem por impulsos e instintos. E isso também existe dentro de cada um de nós quando não fazemos usa da nossa liberdade e vontade que vindos de Deus deveriam ser usados para escolher sempre o bem! Em alguns, parecem indomáveis estes dois elementos. Trata-se de pessoas impulsivas, que primeiro fazem e depois pensam, quando as conseqüências amargam na vida. O diabo que indomada existe em quem vive pelo instinto, incapaz de ter qualquer controle sobre si próprio.

No deserto, local da sede, da fome e da provação, o que acontece conosco, aconteceu com Jesus, porque ele era homem, igual a cada um de nós. Poderia se deixar levar pelo instinto e a impulsividade do diabo. Mas não. Ele vence a tentação optando pelo serviço dos anjos e isso acontece pela fidelidade ao plano divino. Eis a diferença entre nós e Ele. Enquanto muitas vezes nós nos deixamos vencer pelo diabo, Ele o desafia. E então Aquele que é fiel, envia os seus anjos para servi-lo. O que vemos em Jesus é um exemplo para vencermos as tentações. Os nossos desertos são muitos e podem ser localizados aqui na Canção Nova – Cachoeira Paulista onde moro e podem ser localizados aí na tua cidade, na tua casa. Podem ser na tua família, pode ser a escola, pode ser o trabalho. É nos locais onde vivemos, trabalhamos que a tentação aparece e faz transparecer o controle de si ou o terrível diabo que salta pelos olhos e pela boca.

Quero lembrar-te que esse tipo de reação não se trata com controles mentais ou técnicas de relaxamento ou por meio de uma consulta ao psicólogo ou psicanalista. Isso pode ajudar, mas a proposta da espiritualidade cristã diz que a vida interior só se resolve a partir do momento em que optamos por Deus. É o que fez Jesus. Pois, existe dentro de nós uma duplicidade: ou optamos por Deus e Ele nos serve, ou deixamos que nossos impulsos e instintos apareçam e estes tomam conta de nossa vida, a ponto de infernizá-la e então caímos nas malhas do diabo que nos domina o tempo todo.

A vida interior só se torna divinizada à medida que formos capazes de nos esvaziar de nós mesmos, de tirar de nós os instintos e os impulsos, para acolher com simplicidade, humildade e no espírito de pobreza, o que Deus nos oferece por meio do Seu Filho manso e humilde de coração.

Portanto, neste tempo quaresmal o nosso primeiro empenho é acolher o convite à conversão: CONVERTEI-VOS E CREDE NO EVANGELHO. E converter-se, hoje, significa considerar a vida interior de cada um de nós. Ver o que é mais saliente em nós: o lado divino ou o lado dos impulsos e instintos? O lado divino ou o lado humano? Lapidai-me ó Deus, para que convertido possa acolher o vosso Reino .  Acolhendo-o os vossos anjos me venham servir como fizeram a Jesus!
Fonte Canção Nova

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 5,27-32 - 21.02.2015 - Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores para a conversão.

Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida,
vivei em mim para que eu viva em vós.
Sábado depois das Cinzas Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Lc 5,27-32

Eu não vim chamar os justos,
mas os pecadores para a conversão.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 5,27-32

Naquele tempo:
27Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Levi,
sentado na coletoria.
Jesus lhe disse: 'Segue-me.'
28Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu.
29Depois, Levi preparou em casa
um grande banquete para Jesus.
Estava aí grande número de cobradores de impostos
e outras pessoas sentadas à mesa com eles.
30Os fariseus e seus mestres da Lei murmuravam
e diziam aos discípulos de Jesus:
'Por que vós comeis e bebeis
com os cobradores de impostos e com os pecadores?'
31Jesus respondeu:
'Os que são sadios não precisam de médico,
mas sim os que estão doentes.
32Eu não vim chamar os justos,
mas sim os pecadores para a conversão.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 5, 27-32

Nós queremos afastar os pecadores da Igreja e isso é o maior erro que podemos cometer. Jesus acolhia todos os pecadores e pecadoras e comia com eles, sendo que muitas vezes como, por exemplo, no evangelho de hoje, os chamava para ser seus seguidores, e até mesmo apóstolos. A nossa prática, no entanto, está na maioria das vezes fundamentada na discriminação das pessoas por causa de determinados tipos de pecado, e isso faz com que sejamos iguais aos fariseus do tempo de Jesus, que discriminavam os pecadores, os expulsavam do Templo e consideravam impuras todas as pessoas que se relacionavam com eles. Devemos acabar com o farisaísmo que muitas vezes marca a Igreja na discriminação dos pecadores e termos a atitude da acolhida que Jesus tinha.
Fonte CNBB



O CHAMAMENTO DE LEVI Lc 5,27-32
HOMILIA

No texto de hoje, Jesus mostra-nos a opção que faz pelos pobres, pecadores e excluídos da convivência dos privilegiados. Ele encontrou um cobrador de impostos chamado Levi e o convida para ser seu discípulo devemos e cada um em particular entrever-se. Pois o Mestre também nos chama. Assim como Levi segue imediatamente a Jesus oferecendo então, um banquete a Jesus, convidando os membros da sua classe também nós façamos o mesmo. Veja que Levi sendo um detestado cobrador de impostos, os únicos amigos que tinha eram outros cobradores de impostos, seus colegas. E os nossos são aqueles que eu e tu conhecemos. Pai, mãe, filhos, irmãos e irmãs, tios e tias, colegas sei lá! Convidemo-los a participar da mesa com o mestre. Que eles partilhem de igual modo da nossa conversão!
Como Levi, sejamos obedientes ao Mestre que nos chama para a sua missão. Saiba que a obediência ao chamado de Jesus é o único caminho de que dispõe a pessoa humana – ser inteligente e livre – para se realizar plenamente. Quando diz “não” a Deus a pessoa humana compromete o projeto divino e se diminui a si mesma, destinando-se ao fracasso. Diga sim ao projeto de Deus na tua vida e tu e os teus vivereis eternamente.
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.
Fonte Padre BANTU SAYLA

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 9,14-15 - 20.02.2015 - Dias virão em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão.

Senhor Jesus,
dá-me um coração simples para compreender a riqueza
de ensinamentos escondida em tua Palavra.
Que eu não tenha medo de escutá-la
e vivê-la conforme a tua vontade.
Sexta-feira depois das Cinzas Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 9,14-15

Dias virão em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 9,14-15

Naquele tempo:
14Os discípulos de João aproximaram-se de Jesus
e perguntaram:
'Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns,
mas os teus discípulos não?'
15Disse-lhes Jesus:
'Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto
enquanto o noivo está com eles?
Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles.
Então, sim, eles jejuarão.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Mt 9, 14-15

As práticas religiosas não podem ser simples ritualismos que cumprimos por costume ou tradição. Os fariseus e os discípulos de João faziam jejum, cumprindo os valores tradicionais da religiosidade de sua época, mas o cumprimento desses valores não lhes foi suficiente para que se tornassem capazes de reconhecer o tempo em que estavam vivendo e por quem foram visitados, de modo que não puderam viver a alegria de quem tem o próprio Deus presente em suas vidas e nem puderam usufruir de forma mais plena essa presença de graça. Somente quem viver uma verdadeira religiosidade que seja capaz de estabelecer um relacionamento profundo e maduro com Deus e perceber os seus apelos nos dos sinais dos tempos pode colher os frutos dessa religiosidade.
Fonte CNBB





O VERDADEIRO JEJUM Mt 9,14-15
HOMILIA

Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar”! Com estas palavras Jesus não aboliu nem o jejum e nem a oração.
Simplesmente Ele quis dizer aos discípulos de João Batista, e todos aqueles que ainda estavam presos ao passado que, jejum é feito em casos específicos, quando queremos servir melhor a Deus, quando estamos passando por tribulações, perseguições, doenças e calamidades, nos arrependimentos de pecados por nós e pelo povo, e conversões em massa.
Alías, Jejum, oração e boas obras são mencionados frequentemente por ambos judeus e cristãos. Oração não fica a frente do jejum, e boas obras, independente deles, mas como algo que os liga de dentro. O mais completo entendimento da oração é particularmente oferecido em conexão com o jejum. Quando nós olhamos o que é dito sobre a oração, e como ela é definida, nós podemos ver que a ênfase é naturalmente mais no estado do coração e alma que no corpo, como possível expressão da oração em geral.
Segundo São João Damasceno: “Oração é a subida da mente e do coração de alguém a Deus ou o pedido das boas coisas de Deus”.
Primariamente, a conversa com Deus como atividade espiritual é enfatizada. Todavia, há também a prática e a experiência de que não apenas pensamentos, conversa e atos espirituais por si só estão inclusos na oração, mas também é o corpo. A oração torna-se mais completa por meio do corpo e do movimento, que acompanha as palavras da oração. O corpo e seu movimento tornam a oração mais completa e expressiva para que ela possa mais facilmente envolver a pessoa inteira.
A unificação do corpo e da alma na oração é particularmente manifestada em jejuar e orar. O jejum físico torna a oração mais completa. Uma pessoa que jejua reza melhor e uma pessoa que reza, jejua mais facilmente. Desta forma, a oração não permanece somente uma expressão ou palavras, mas cobre o ser humano inteiro. O jejum físico é uma admissão para Deus diante dos homens que alguém não pode fazer sozinho e necessita de ajuda. Uma pessoa experimenta sua impotência mais facilmente quando ela jejua, e por isso, por meio do jejum físico, a alma está mais aberta a Deus. Sem jejum, nossas palavras na oração permanecem sem uma fundação verdadeira. No Antigo Testamento, os crentes jejuavam e rezavam individualmente, em grupos e em várias situações da vida. Por causa disso, eles sempre experimentavam a ajuda de Deus. Jesus confere uma força especial ao jejum e a oração, especialmente na batalha contra os espíritos do mal.
O jejum é um tipo de penitência no qual abrimos mão de algo que nos agrada, e oferecemos esse “sacrifício” por alguma boa intenção. E aqui entra um detalhe: só Deus precisa saber desse jejum! Não precisa sair por aí se gabando de jejuar, ou se mostrando abatido por causa do jejum! Pelo contrário, o verdadeiro jejum é feito escondido, para que somente o nosso Deus, que vê o que está escondido, tome conhecimento.
No evangelho de hoje, Jesus justificou que os seus discípulos não estavam em jejum porque Ele próprio estava presente, e isso era motivo de festa! E festa não combina com jejum! Chegaria o dia em que Jesus não estaria mais com eles. E aí sim, eles jejuariam. Querendo, pois fazer uma caminhada de penitência, sigámo-l’O. Hoje é o dia esta é a hora da prática do jejum. Abrindo mão de certos prazeres, ou até oferecendo as nossas dores e sofrimentos a Deus, a fim de que Ele amenize o sofrimento nosso ou de outras pessoas.
Pai, desejo preparar-me bem para celebrar a Páscoa, tempo de reencontro com o Ressuscitado. Que o jejum me predisponha, do melhor modo possível, para este momento.
Fonte Padre BANTU SAYLA

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,22-25 - 19.02.2015 - Quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.

Tende piedade de mim, ó Deus, por vosso amor!
Criai em mim um coração puro,
renovai um espírito firme no meu peito.
Quinta-feira depois das Cinzas Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Lc 9,22-25

Quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,22-25

Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos:
22'O Filho do Homem deve sofrer muito,
ser rejeitado pelos anciãos,
pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei,
deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia.'
23Depois Jesus disse a todos:
'Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo,
tome sua cruz cada dia, e siga-me.
24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la;
e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.
25Com efeito, de que adianta
a um homem ganhar o mundo inteiro,
se se perde e se destrói a si mesmo?
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 9, 22-25

O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que vive como o próprio Jesus e faz dele o modelo de sua vida. Jesus nunca viveu para si, mas sempre viveu para o Pai e para os seus irmãos e irmãs, fazendo do seu dia a dia um serviço a Deus e ao próximo. A exemplo de Jesus, nós devemos passar por esse mundo não para buscar a satisfação dos nossos interesses e necessidades, mas para deixar de lado tudo o que nos impede de ir ao encontro de nossos irmãos e irmãs que precisam de nós, da nossa presença e do nosso serviço, e que também nos impede de ir ao encontro do próprio Deus para vivermos com ele a sua vida.
Fonte CNBB



A VITÓRIA DA VIDA SOBRE A MORTE Lc 9,22-25
HOMILIA

Para Lucas, a morte de Jesus é a garantia da Sua ressurreição. Porque ele vê no anúncio a certeza deste falto. Pela confiança que ele próprio deposita nas palavras de Mestre: O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.
Portanto, narra a morte de Jesus como vitória sobre o sofrimento e, sobretudo sobre os poderes da morte ,e a de descer aos infernos e lutar com a morte, era uma idéia bem conhecida no oriente e no ocidente. Faz parte da mitologia de muitos povos que a aplicavam aos seus heróis. Esta idéia penetrou no judaísmo tardio e dali passou para o Novo Testamento. Nesta mesma perspectiva, também Cristo tem vencido os poderes da perdição. Ele conquistou a salvação descendo ao reino dos mortos, libertando os que aí estavam presos , desde Adão até o último homem.
“A concepção é de que Cristo, na hora de sua morte, desce até ali e derrota – numa luta – o príncipe dos demônios. No Novo Testamento encontram-se vestígios desta visão mítica. Em Mt 27,51-53 se narra que no momento da morte de Jesus a terra tremeu e se abriu, muitos mortos saíram de suas sepulturas e entraram na cidade. Assim Jesus, pela sua morte liberta os mortos que lá estavam presos. Com esta visão mítica, personifica-se o poder que age sobre a morte. O diabo, a morte e as forças do mal se confundem. A morte de Jesus assim é vista como resgate e a destruição deste poder. Pela sua morte Jesus destruiu a morte (1Cor 15,24.26; 2Ts 2,8; 2Tm 1,10; Hb 2,14). “Assim, pois, já que os filhos têm em comum o sangue e a carne, também Ele participou igualmente da mesma condição, a fim de, por sua morte, reduzir à impotência daquele que detinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb 2,14).
Através de sua morte, Jesus destruiu o poder da morte, deixando o ser humano livre. Mas, antes da Ressurreição existe a cruz. E Ele quer advertir os seus para que fiquem preparados para ela. Como aos apóstolos também cada um de nós está sendo convidado a segui-lo, passando por tudo o que Ele passou, a fim de que no final possamos ressuscitar com Ele para a eternidade.
Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
Fonte Padre BANTU SAYLA

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 6,1-6.16-18 - 18.02.2015 - E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa.

Senhor, sonda meu coração
e faze-me sempre trilhar os teus caminhos.
Quarta-feira de Cinzas Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 6,1-6.16-18

E o teu Pai, que vê o que está
escondido, te dará a recompensa.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 6,1-6.16-18

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
1'Ficai atentos
para não praticar a vossa justiça na frente dos homens,
só para serdes vistos por eles.
Caso contrário, não recebereis a recompensa
do vosso Pai que está nos céus.
2Por isso, quando deres esmola,
não toques a trombeta diante de ti,
como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas,
para serem elogiados pelos homens.
Em verdade vos digo:
eles já receberam a sua recompensa.
3Ao contrário, quando deres esmola,
que a tua mão esquerda nóo saiba
o que faz a tua mão direita,
4de modo que, a tua esmola fique oculta.
E o teu Pai, que vê o que está oculto,
te dará a recompensa.
5Quando orardes,
não sejais como os hipócritas,
que gostam de rezar em pé,
nas sinagogas e nas esquinas das praças,
para serem vistos pelos homens.
Em verdade vos digo:
eles já receberam a sua recompensa.
6Ao contrário, quando tu orares,
entra no teu quarto, fecha a porta,
e reza ao teu Pai que está oculto.
E o teu Pai, que vê o que está escondido,
te dará a recompensa.
16Quando jejuardes,
não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas.
Eles desfiguram o rosto,
para que os homens vejam que estão jejuando.
Em verdade vos digo:
Eles já receberam a sua recompensa.
17Tu, porém, quando jejuares,
perfuma a cabeça e lava o rosto,
18para que os homens não vejam
que tu estás jejuando,
mas somente teu Pai, que está oculto.
E o teu Pai, que vê o que está escondido,
te dará a recompensa.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Mt 6, 1-6.16-18

O verdadeiro espírito de conversão quaresmal é aquele de quem não busca simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras pessoas para conseguir a sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas sim aquele que encontra a sua motivação no relacionamento com Deus e busca superar as suas imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter uma vida mais digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas com a graça batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras pessoas um templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão ou da irmã que se encontram feridos na sua dignidade.
Fonte CNBB



CUIDADO COM A HIPOCRISIA Mt 6,1-6.16-18
HOMILIA

No Evangelho, Jesus pede a pratica da esmola, o jejum e a oração longe de toda hipocrisia: «Por isso, quando você der esmola, não mande tocar trombeta na frente, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa». Os hipócritas, energicamente denunciados por Jesus Cristo, se caracterizam pela falsidade de seu coração. Mas, Jesus adverte hoje não só da hipocrisia subjetiva senão também da objetiva: cumprir, inclusive de boa fé, tudo o que manda a Lei de Deus e a Escritura Santa, mas fazendo de maneira que fique na mera prática exterior, sem a correspondente conversão interior.
Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis recompensa do vosso Pai que está nos céus». A justiça da que Jesus nos fala consiste em viver conforme aos princípios evangélicos, sem esquecer que «Eu vos digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus».
A justiça nos leva ao amor, manifestado na esmola e em obras de misericórdia: «Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita». Não é que se devam ocultar as obras boas, mas que não se deve pensar em elogio humano ao fazê-lo, sem desejar nenhum outro bem superior e celestial. Em outras palavras, devo dar esmola de tal modo que nem eu tenha a sensação de estar fazendo uma boa ação, que merece uma recompensa por parte de Deus e elogio por parte dos homens.
Então, a esmola reduzida à “gorjeta” deixa de ser um ato fraternal e se reduz a um gesto tranqüilizador que não muda a maneira de ver o irmão, nem faz sentir a caridade de prestar-lhe a atenção que ele merece. O jejum, por outro lado, fica limitado ao cumprimento formal, que já não lembra em nenhum momento a necessidade de moderar nosso consumismo compulsivo, nem a necessidade que temos de ser curados da “bulimia espiritual”. Finalmente, a oração reduzida a estéril monólogo não chega a ser autêntica abertura espiritual, colóquio íntimo com o Pai e escuta atenta do Evangelho do Filho.
A religião dos hipócritas é una religião triste, legalista, moralista, de uma grande pobreza de espírito. “Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens, para serdes vistos por eles como fazem os hipócritas...” No dicionário do Aurélio, hipocrisia é afetação duma virtude, de um sentimento louvável que não se tem. É impostura, fingimento, simulação, falsidade. Os hipócritas enganam (ou pensam enganar) as pessoas que os vêem por sua aparência. Fingem ser uma coisa que não são. Por quanto tempo dura uma hipocrisia? Pois nada há de oculto que não seja um dia revelado. Que passageira recompensa recebem os hipócritas, não é mesmo? Recebem os louvores e reconhecimentos momentâneos. Até a hora em que são descobertos. Daí, então, a máscara cai e se revela a verdade do que são. Como não construíram sobre a rocha, a verdade, é grande sua ruína (cf. Mt 7,27).
Por que, então, cair neste pecado da hipocrisia? Se pensarmos bem, mesmo sem levar em conta o lado espiritual, não vale a pena. Seja no ambiente de trabalho, seja na sociedade ou na família, a hipocrisia é um grande contra-senso. Reflita e medite sobre isso em sua vida. Dirija-se ao Senhor pedindo perdão pelas vezes em que fingiu ou simulou algo apenas para ser visto pelos homens. Peça hoje uma graça de coerência e fidelidade ao chamado último de todos os homens: a santidade.
Fonte padre BANTU SAYLA

domingo, 15 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mc 8,14-21 - 17.02.2015 - Tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.

Senhor, que nosso coração esteja sempre aberto
para compreender os teus sinais.
Que não nos falte o pão do sustento e o pão da Palavra.
3ª-feira da 6ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mc 8,14-21

Tomai cuidado com o fermento dos fariseus
e com o fermento de Herodes.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 8,14-21

Naquele tempo:
14Os discípulos tinham se esquecido de levar pães.
Tinham consigo na barca apenas um pão.
15Então Jesus os advertiu:
'Prestai atenção e tomai cuidado
com o fermento dos fariseus
e com o fermento de Herodes.'
16Os discípulos diziam entre si:
'É porque não temos pão.'
17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes:
'Por que discutis sobre a falta de pão?
Ainda não entendeis e nem compreendeis?
Vós tendes o coração endurecido?
18Tendo olhos, vós não vedes,
e tendo ouvidos, não ouvis?
Não vos lembrais
19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas?
Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?'
Eles responderam: 'Doze.'
20Jesus perguntou:
E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas,
quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?
Eles responderam: 'Sete.'
21Jesus disse:
'E vós ainda não compreendeis?'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Mc 8, 14-21

Todos nós temos uma hierarquia de valores que servem como critério para a nossa vida e tudo o que temos e fazemos está subordinado a essa hierarquia. A maioria das pessoas orienta a sua vida para a satisfação das suas necessidades primárias e instintivas. Assim, os seus valores principais são a comida, a bebida e o sexo, de modo que essas pessoas, apesar de civilizadas, possuem a mesma hierarquia de valores que os animais: buscam apenas a satisfação dos próprios instintos. Essas pessoas não aceitam a Jesus e criticam a sua doutrina porque a sua dependência aos instintos lhes cega a vista e endurece os seus corações, de modo que não podem compreender a verdadeira hierarquia de valores que Jesus veio trazer para que as pessoas não vivam instintivamente, mas tenham vida em abundância.
Fonte CNBB



O FERMENTO DOS FARISEUS E O FERMENTO DE HERODES Mc 8,14-21
HOMILIA

No Evangelho de hoje dois pontos chamam atenção: a menção de Jesus para que os discípulos tomem cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes, e a reação d’Ele ao ver que os discípulos acharam que Jesus estava falando sobre comida.
            Primeiro precisamos entender de que fermento Jesus estava falando quando se referiu aos fariseus e a Herodes. Isso fica fácil quando sabemos o que movia Herodes e os fariseus: o poder e a vaidade. E era disso que Jesus estava falando quando pediu que os discípulos tivessem cuidado... Jesus queria que os discípulos não fossem movidos pelo poder e pela vaidade. Mas os discípulos pensaram que Jesus estava falando sobre fermento porque eles tinham apenas um pão no barco onde eles estavam, e por isso Jesus se decepcionou com a lentidão de pensamento dos discípulos.
Por mais que Jesus lhes mostrasse prodígios e milagres, os discípulos não O entendiam porque tinham o seu pensamento obscurecido pelas coisas materiais e porque não O escutavam com o coração. Mesmo depois dos milagres da multiplicação dos pães eles continuavam inseguros quanto á sua sobrevivência. Jesus os advertia sobre “o fermento dos fariseus” ( a falsidade), mas eles não compreendiam do que Jesus estava falando. O homem tem fome de Deus e se confunde pensando que a sua fome é de pão material. Assim somos nós também: “tendo olhos, nós não vemos e tendo ouvidos, nós não ouvimos”. Temos o coração endurecido, e não enxergamos o poder de Deus para providenciar tudo de que precisamos na nossa vida.
            A mensagem de hoje é para que não sejamos como Herodes ou os fariseus, que se orgulhavam do poder e da vaidade. Devemos ser o contrário disso: humildes e servidores, assim como foi Jesus. Os frutos que iremos colher virão bem depois.
Você tem medo de passar necessidades no futuro? – Você acredita na providência de Deus? – Você consegue entender espiritualmente os ensinamentos de Jesus para sua vida?
Pai, reforça minha fé na tua providência paterna que se manifestou de tantos modos em minha vida, e livra-me de colocar minha esperança nas coisas deste mundo.

Fonte Padre BANTU SAYLA

sábado, 14 de fevereiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mc 8,11-13 - 16.02.2015 - Por que esta gente pede um sinal?

Senhor, eu vos louvo e agradeço
pelo grande dom do Evangelho.
Que ele seja conhecido, aceito e amado por todos.
2ª-feira da 6ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mc 8,11-13

Por que esta gente pede um sinal?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 8,11-13

Naquele tempo:
11Os fariseus vieram e começaram a discutir com Jesus.
E, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu.
12Mas Jesus deu um suspiro profundo
e disse: 'Por que esta gente pede um sinal?
Em verdade vos digo,
a esta gente não será dado nenhum sinal.'
13E, deixando-os, Jesus entrou de novo na barca
e se dirigiu para a outra margem.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Mc 8, 11-13

Quando Jesus foi tentado pelo demônio no deserto, a segunda tentação era que ele se atirasse do pináculo do Templo, uma vez que os anjos cuidariam dele.Mas a resposta que Jesus deu ao demônio foi: "Não tentarás o Senhor teu Deus". O Evangelho de hoje nos mostra que existem pessoas que sempre estão tentando a Deus, pois, assim como os fariseus pediam um sinal do céu para por Jesus à prova, muitas pessoas querem fazer chantagem com Deus, fazendo uma série de exigências e pedidos mesquinhos para satisfazer seus desejos e fundamentam a sua fé não no amor a Deus, mas na satisfação de suas exigências.
Fonte CNBB



OS FARISEUS PEDEM UM MILAGRE Mc 8,11-13
HOMILIA

As provocações dos fariseus são insistentes. Já espionaram Jesus para ver se curava no sábado. A preocupação então não era o sinal da cura, mas a acusação da infração do sábado. Em casa, em Cafarnaúm, Jesus perdoou os pecados de um paralítico, e o cura, como sinal.
No evangelho de hoje, temos mais um conflito entre os fariseus e Jesus. E mais uma vez na tentativa de acusar Jesus perante as autoridades, pediam de Jesus, um sinal do céu, como uma prova de que Ele era o Messias enviado, queria ver um sinal do seu poder. Queriam que Jesus realizasse algo extraordinário, com fez Moisés, as pragas do Egito e a travessia do Mar Vermelho. Para os fariseus o Messias esperado era poderoso que buscasse glorias, que faria com que as elites conquistassem sua autonomia, e os libertaria da opressão do império romano, destruindo o inimigo.  Indignado e triste, Jesus, vendo a dureza de coração dos fariseus, Jesus diz: "... a essa geração não será dado nenhum sinal" e parte.
            Os fariseus eram incapazes de ver os sinais de Cristo na terra, eles não acreditavam no milagre na encarnação de Cristo. Não aceitavam Jesus porque se identificava com multidão de pobres, pecadores, excluídos, doentes, marginalizados, e sentiam seu poder ameaçado por Jesus. Tão cegos e sedentos de poder eram os fariseus, que não foram capazes de perceber o sinal da partilha dos pães.
E nós? Quantas vezes em nossas orações colocamos em dúvida o poder de Deus, seu amor por nós? Quando não somos prontamente atendidos, nossa fé é abalada. Sabemos que tudo o que pedimos com fé, Deus nos concederá. Precisamos ser pacientes em nossa fé, receberemos as graças de Deus quando estivermos prontos para recebê-la. Deus nos conhece, sabe quando será o melhor momento. Deus se homem, em seu Filho Jesus, que deu sua vida para nos salvar. Porque então pedir prova seu poder, de seu amor por nós? Confiemos em Deus e no seu amor por todos nós. E saibamos reconhecer os sinais de Deus na solidariedade, na partilha, na justiça, na paz, no irmão necessitado, que sofre preconceito e exclusão. Basta que  não tenhamos um coração frio e duro como dos fariseus.
Pai, dá-me sensibilidade para reconhecer a messianidade de teu filho Jesus manifestada no bem que ele fez ao povo e no seu modo simples de ser.
Fonte Padre BANTU SAYLA