segunda-feira, 30 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,51-56 - 01.10.2013 - Ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém.

Verde. 3ª-feira da 26ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 9,51-56

Ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,51-56

51Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu.
Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém
52e enviou mensageiros à sua frente.
Estes puseram-se a caminho
e entraram num povoado de samaritanos,
para preparar hospedagem para Jesus.
53Mas os samaritanos não o receberam,
pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém.
54Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram:
'Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu
para destruí-los?'
55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os.
56E partiram para outro povoado.
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 9, 51-56

A mentalidade dos homens é bem diferente da mentalidade de Deus e o Evangelho de hoje nos mostra muito bem essa verdade. Deus não abandona o homem ao poder do pecado e da morte, mas vem em seu socorro através do seu próprio Filho que, com sua morte, destrói o pecado e a morte, e conquista para todos nós a vida. Os apóstolos agem de maneira completamente diferente. Diante da resistência do povo da Samaria em receber Jesus, querem que caia fogo do céu e devore a todos. Os homens querem punição e morte, enquanto Deus quer misericórdia e vida.



OS SAMARITANOS NÃO RECEBEM JESUS Lc 9,51-56
HOMILIA

Lucas inicia a narrativa da caminhada de Jesus da Galiléia a Jerusalém. Jesus toma a firme decisão de se dirigir ao centro do judaísmo, Jerusalém e o Templo, para ali fazer seu anúncio libertador, em um confronto direto com o estado teocrático judaico. Jesus sabia que com tal decisão arriscava sua própria vida. "Ia se completando o tempo para ser elevado ao céu": com esta afirmativa Lucas prepara sua própria e original narrativa da Ascensão que será feita no livro de Atos. Ao atravessarem a Samaria, os discípulos enviados a um povoado para preparar hospedagem devem ter cometido um equívoco. Com sua visão triunfalista tradicional devem ter falado de um Jesus glorioso, restaurador de Israel, o que suscitou a rejeição dos moradores, que eram discriminados pelos judeus. E, ainda, com espírito vingativo, estes discípulos queriam um fogo do céu para destruí-los. Jesus repreende-lhes esta sua ideologia. O problema não estava nos samaritanos, mas na cegueira dos discípulos enviados. O próprio Lucas, na parábola do samaritano, e, depois, João em seu evangelho destacam a acolhida dos samaritanos a Jesus.
Neste Evangelho, mais uma vez Jesus mostrou que Deus não quer exterminar ninguém, e não se compraz em liquidar com as pessoas. Ele seguia firme para Jerusalém a fim de completar a Sua missão e sabia que a hora da sua entrega já estava chegando. Porém, teria que ir, primeiro, para Jerusalém, ser aclamado como Rei, e depois, ser condenado à morte pelo mesmo povo que o aplaudira. Ele tinha consciência da sua missão. Os discípulos que O acompanhavam não estavam entendendo nada. Os samaritanos, porque não se davam bem com os judeus não aceitaram hospedar Jesus no povoado da Samaria.
Os discípulos, prepotentes como todos nós, insinuaram para que Jesus fizesse algo contra os samaritanos. Queriam aproveitar-se do poder de Jesus para revidarem aos samaritanos. Jesus, porém não os aprovou e os repreendeu. Mesmo tendo todo o poder Jesus sabia ter bom senso e mudou a sua rota evitando assim o confronto com os samaritanos. Que lição de humildade Jesus nos dá: nós não nos conformamos quando somos rejeitados por alguém e queremos logo dar o troco, nos valendo muitas vezes da nossa posição social, ou financeira, achamos que podemos “mandar descer fogo do céu” para prejudicar a quem nos feriu.
Qual a lição que você tira para a sua vida? – Você é uma pessoa vingativa que quer dar o troco seja de que jeito for? – Você aceita perder numa discussão, num jogo, numa competição? – Você, é daquelas pessoas que evitam os conflitos ou dão tudo por uma confusão? – Você gosta de se aproveitar de situações que o privilegiam.
Pai, livra-me de ser levado por impulso e pelas paixões ao me deparar com quem se recusa a acolher a mensagem do Reino. Que a minha mansidão possa conquistá-lo para ti.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

domingo, 29 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,46-50 - 30.09.2013 - Aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior.

Branco. 2ª-feira da 26ª Semana Tempo Comum
S. Jerônimo, PresbDr, memória

Evangelho - Lc 9,46-50

Aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,46-50

Naquele tempo:
46Houve entre os discípulos uma discussão,
para saber qual deles seria o maior.
47Jesus sabia o que estavam pensando.
Pegou então uma criança, colocou-a junto de si
48e disse-lhes:
'Quem receber esta criança em meu nome,
estará recebendo a mim.
E quem me receber,
estará recebendo aquele que me enviou.
Pois aquele que entre todos vós for o menor,
esse é o maior.'
49João disse a Jesus:
'Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome.
Mas nós o proibimos, porque não anda conosco.'
50Jesus disse-lhe:
'Não o proibais, pois quem não está contra vós,
está a vosso favor.'
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 9, 46-50

A lógica que nos é proposta por Jesus nos desafia a entender as relações de autoridade e de poder de uma forma totalmente diferente da proposta pelo mundo: autoridade significa conduzir as outras pessoas para uma vida melhor e poder significa serviço e humildade. Com isso, o Evangelho nos mostra que devemos nos afastar da opressão, da dominação e do autoritarismo do poder pelo poder. O Evangelho de hoje também nos mostra que o fato de sermos a Igreja de Jesus Cristo não nos dá o direito de nos apossarmos da sua pessoa e da sua ação, uma vez que ele chama diferentes pessoas através de modos diferentes para que, de diferentes modos, continue agindo no meio dos homens.



O MAIS IMPORTANTE Lc 9,46-50
HOMILIA

O Evangelho de hoje trata de um assunto que nunca sai de moda: a vaidade, a soberba, o orgulho, a avareza, ou seja, dos sete pecados capitais que se resume no desejo de ser grande. O desejo de se sentir importante é um dos mais primitivos desejos do ser humano. Aliás, o ditado popular diz que o coração do homem é insaciável de ambições. Quanto mais tem mais quer.
            Diferentemente da nossa maneira de pensar, olhar e ver humanos, Jesus nunca olha para uma pessoa, mas sempre olha através da pessoa. Quando olhamos para alguém, não percebemos o que aquela pessoa está passando, pensando, sentindo. Isso nós só conseguimos saber quando nos anulamos e nos colocamos no lugar da outra pessoa. Jesus foi, então, o maior de todos os psicólogos que já existiu. Ele sondava o coração, e era capaz de ser aquela pessoa.
            Na passagem de hoje, Ele sondou o coração dos discípulos e sentiu que eles se perguntavam quem, dentre os Doze, seria o maior. Eles eram humanos como nós, e dentro do grupo, procuravam uma posição de destaque. Observe que Jesus não coloca todos no mesmo patamar. Jesus admite que haja a possibilidade de alguém ser maior que os outros. Existe uma hierarquia no Reino dos Céus! Mas essa hierarquia é o inverso da nossa.
            Aqui, neste mundo, quanto maior for a sua posição, mais inacessível você se torna. Na hierarquia de Jesus, quanto mais acessível você for, maior a sua posição. Viu como inverte duplamente? Neste mundo, você cresce e se torna inacessível; no Reino dos Céus, você se torna acessível e cresce!
            Quando as pessoas tiverem medo e resistência em falar com você, significa que algo está errado. O primeiro passo é assumir. Se você não assumir, não vai conseguir nem passar para o segundo passo: descobrir o porquê. A maioria das pessoas quer interagir mais, ter mais e melhores amigos. Mas só o farão se encontrarem abertura no seu coração. E isto pode ser na forma de um sorriso, uma brincadeira ou até em você saber o nome da pessoa e chamá-la pelo nome. E esse já é o terceiro passo: abrir-se. Em pouco tempo, você já vai ser tão solicitado, que não vai dar nem conta de tanta responsabilidade.
            O missionário do Reino, portanto, não pode desprezar ninguém! A criança que Jesus tomou em seus braços nesta passagem, representa não só as crianças, mas todos os que são excluídos neste mundo.
            Jesus nos revela hoje a novidade do projeto de Deus: é um mundo de justiça, de vida plena para todos, abolindo os privilégios daqueles que concentram poder a partir da acumulação de riquezas ou do prestígio religioso. Percebe-se, nos Evangelhos, que os discípulos vindos do judaísmo sempre tiveram dificuldades em compreendê-lo. Estavam tomados pela ideologia messiânica nacionalista. Como Jesus falou para eles sobre a fragilidade de sua condição humana, vulnerável ao sofrimento e à morte, aludindo ao fim que pressentia acontecer em Jerusalém e os discípulos não entenderam e logo em seguida, passam a discutir quem seria o maior, pensando que Jesus estaria na iminência de conquistar o poder, assim também Ele quer falar para nós. Jesus nos apresenta como exemplo e, sobretudo, condição para sermos os maiores no Seu Reino o olhar puro e simples de uma criança. A criança como símbolo e modelo de humildade e exclusão do Reino dos Céus. Somos chamados a viver dedicados ao serviço, sem pretensões ao poder e a privilégios.
            Pai, que eu busque sempre destacar-me no serviço ao meu semelhante, de modo especial, aos mais necessitados, pois nisto consiste minha verdadeira grandeza de discípulo. E que nesta busca eu seja simples, puro e humilde como as crianças.


Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

sábado, 28 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 16,19-31 - 29.09.2013 - Tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro os males; agora ele encontra aqui consolo e tu és atormentado.

Verde. 26º DOMINGO Tempo Comum

Evangelho - Lc 16,19-31

Tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro os males;
agora ele encontra aqui consolo e tu és atormentado.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 16,19-31

Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus:
19'Havia um homem rico,
que se vestia com roupas finas e elegantes
e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas,
estava no chão à porta do rico.
21Ele queria matar a fome
com as sobras que caíam da mesa do rico.
E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu,
os anjos levaram-no para junto de Abraão.
Morreu também o rico e foi enterrado.
23Na região dos mortos, no meio dos tormentos,
o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão,
com Lázaro ao seu lado.
24Então gritou: 'Pai Abraão, tem piedade de mim!
Manda Lázaro molhar a ponta do dedo
para me refrescar a língua,
porque sofro muito nestas chamas'.
25Mas Abraão respondeu: 'Filho, lembra-te
que tu recebeste teus bens durante a vida
e Lázaro, por sua vez, os males.
Agora, porém, ele encontra aqui consolo
e tu és atormentado.
26E, além disso, há um grande abismo entre nós:
por mais que alguém desejasse,
não poderia passar daqui para junto de vós,
e nem os daí poderiam atravessar até nós'.
27O rico insistiu: 'Pai, eu te suplico,
manda Lázaro à casa do meu pai,
28porque eu tenho cinco irmãos.
Manda preveni-los, para que não venham também eles
para este lugar de tormento'.
29Mas Abraão respondeu:
'Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!'
30O rico insistiu: 'Não, Pai Abraão,
mas se um dos mortos for até eles,
certamente vão se converter'.
31Mas Abraão lhe disse:
`Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas,
eles não acreditarão,
mesmo que alguém ressuscite dos mortos'.'
Palavra da Salvação.



REFLEXÃO
Quais os meios para entrar no Reino de Deus?

Os versículos 14 a 18 do capítulo 16 fazem a transição da parábola do administrador desonesto para o do rico e Lázaro.
Estes versículos nos deixam a impressão de que os fariseus amam o dinheiro (cf. v. 14) e exaltam em seus corações o que é detestável (até mesmo idolátrico) aos olhos de Deus (cf. v. 15). O que é um momento pobre para os fariseus é, na verdade, um grande momento, pois é um tempo em que todo homem se esforça por entrar no Reino de Deus (cf. v. 16), pela obediência à Lei (cf. v. 17). O que Jesus está tentando fazer ver aos fariseus é que, num tempo onde os meios para entrar no Reino de Deus estão na Lei de Deus, eles correm o risco de abraçar não a Lei, mas o que é abominável aos olhos de Deus.
É sobre esse pano de fundo que Jesus conta a parábola do rico e de Lázaro, nosso evangelho de hoje, em que se vive a vida como se a Lei não impusesse obrigações com relação ao próximo, como: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). O desprezo pelo outro compromete o cumprimento dos mandamentos. Marcos no seu evangelho nos alerta para situação semelhante: “Abandonais o mandamento de Deus, apegando-vos à tradição dos homens” (Mc 7,8). Da região dos mortos (v. 23), o rico compreende que é a obediência à Lei o meio de entrar no Reino de Deus, por isso ele pede a Abraão que envie Lázaro ao seu irmão para alertá-lo (vv. 27-28). Mas Abraão insiste que eles já têm os meios: Moisés e os Profetas (v. 29.31), isto é, toda a Escritura, que é preciso ouvir (v. 29). Se eles rejeitam este meio, rejeitarão também Lázaro, ressuscitado dos mortos (cf. v. 31).
Cabe a eles, como também a nós, buscar os meios adequados, não quaisquer meios, mas os consignados na Escritura, para entrar no Reino de Deus. A Lei e os Profetas são dados para esta vida em vista do Reino de Deus.

Carlos Alberto Contieri, sj



A PARÁBOLA DO RICO E DE LÁZARO Lc 16,19-31
HOMILIA

Esta parábola é uma seqüência de parábolas mencionadas por Jesus no Evangelho de Lucas, a do filho pródigo, o administrador infiel e automaticamente a parábola do rico e Lázaro. Existe uma suposição de que Jesus queria dizer através desta parábola que os homens bons e maus recebiam suas recompensas após a morte, porém esta alegoria contradiz dois princípios:
1º) Um dos princípios mais relevantes de interpretação, é que cada parábola tem um propósito de ensinar uma verdade fundamental.
2º) O sentido de cada parábola deve ser analisado a partir do contexto geral da Bíblia.
Na verdade Jesus nesta parábola não estava tratando do estado do homem na morte, nem do tempo quando se darão as recompensas. Ademais interpretar que esta parábola ensina que os homens recebem sua recompensa imediatamente após a morte, é contradizer claramente o que a Bíblia apresenta por um todo (Mt 16:27, 25:31-40, ICo 15:51-55, Isa 4:16, 17, Ap 22:12), dentre outros textos. Obviamente nesta parábola Jesus estava fazendo uma clara distinção entre a vida presente e a futura, pretendendo através desta relação mostrar que a salvação do judeu-fariseu, ou de qualquer homem, seria individual e não coletiva, como criam, e isso através da verdadeira consideração a imutável lei de Deus aos profetas (Lc 16:27-31).
A parábola do rico e Lázaro tem o propósito de ensinar que o destino futuro fica determinado pelo modo que o homem aproveita as oportunidades nesta vida. Em conexão com o contexto da parábola anterior do administrador infiel. “Se, pois, não vos tornardes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” Lc 16:11. Sendo assim, compreende-se que os fariseus não administravam suas riquezas de acordo com a vontade divina, e por isso estavam arriscando seu futuro, perdendo a vida eterna.
Portanto, fica estabelecido que interpretar esta parábola de forma literal, resultaria em ir contra os próprios princípios encontrados nas escrituras. Fosse essa história uma narrativa real, enfrentaríamos, o absurdo de ter que admitir ser o ‘seio de Abraão’ o lugar onde os justos desfrutarão o gozo, e que os ímpios podem se ver e falar uns com os outros. As lições apresentadas nesta parábola são claras e convincentes, porém os justos ou injustos receberam suas recompensas somente no dia da ressurreição (Jo 14:12-15,20 e 21, Sl 6:5, 115:17, Ec 9:3-6 e Isa 38:18).
Na verdade esta parábola traça um contraste entre o rico que não confiava em Deus e o pobre que nele depositava confiança. Os Judeus criam ser a riqueza um sinal das bênçãos de Deus pelo fato de serem descendentes de Abraão, e a pobreza indício, do seu desagrado para com os ímpios. O problema não estava no fato do homem ser rico, mas sim por ser egoísta. A má administração dos bens concedidos por Deus havia afastado os fariseus e os Judeus da verdadeira riqueza, que é a vida eterna, esqueceram do segundo objetivo que se encerra na lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” Mt 22:39.
Pai, não permitas que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me solidário com ele.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,43b-45 - 28.09.2013 - O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.

Verde. Sábado da 25ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 9,43b-45

O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.
Eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,43b-45

Naquele tempo:
43bTodos estavam admirados
com todas as coisas que Jesus fazia.
Então Jesus disse a seus discípulos:
44'Prestai bem atenção às palavras que vou dizer:
O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.'
45Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia.
O sentido lhes ficava escondido,
de modo que não podiam entender;
e eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 9, 43b-45

Muitas pessoas encontram dificuldades para compreender o que Jesus nos fala, e essas dificuldades existem porque verdadeiramente não conhecem Jesus e não comungam as suas propostas e os seus valores. A única contribuição que podemos dar para que essas pessoas possam compreender Jesus é, auxiliados pela graça divina, nos lançarmos num verdadeiro trabalho missionário, juntamente com toda a Igreja, no sentido de possibilitar às pessoas um verdadeiro encontro com o Divino Mestre, a fim de que possam de fato conhecê-lo, compreender a sua Palavra e viver o seu Evangelho.



JESUS FALA DA SUA MORTE Lc 9,43b-45
HOMILIA

Cristo insiste em anunciar a Sua Paixão e Morte. Primeiro veladamente à multidão, e depois com mais clareza aos discípulos no Evangelho de hoje. Estes, porém, não entendem as Suas palavras, não porque não sejam claras, mas pela falta das disposições adequadas, pela falta de fé. Talvez você também fique chocado: como é possível o Filho do dono da vida morrer? Se isso tiver de acontecer contigo é sinal de que ainda não chegou para ti o entendimento pleno do mistério do sofrimento, o significado da cruz. E então deves escutar o comentário de São João Crisóstomo: “Ninguém se escandalize ao contemplar uns Apóstolos tão imperfeitos, porque ainda não tinha chegado a Cruz nem tinha sido dado o Espírito Santo.”
            Os discípulos tinham uma admiração e carinho extraordinários por Jesus. Percebendo isso, Jesus avisou-os: O Filho do Homem será entregue aos homens. Para nós, que sabemos o que Jesus passou da Quinta-feira Santa até a Crucificação, essa frase de Jesus é muito clara, mas o que tem de mais interessante no Evangelho de hoje é fazer o exercício de se colocar no lugar dos discípulos, e tentar entender o que se passava em seus corações e mentes.
            O Evangelho de Lucas diz que os discípulos não alcançaram o sentido, e tinham medo de perguntá-lo a respeito. Eles não alcançaram o sentido porque não se passava em suas cabeças que Jesus poderia ser entregue à morte! E tinham medo de perguntá-lo porque sabiam que não iriam gostar do que iriam ouvir.
            Os discípulos admitiram a fragilidade de não fazerem perguntas a Jesus sobre esse assunto porque tinham medo. Será que nós também não temos medo de saber sobre algum assunto desagradável? Se os discípulos tivessem perguntado a Jesus sobre o que Ele estava falando, certamente poderiam ter se preparado melhor para os acontecimentos… Se o exame tivesse sido analisado a tempo, uma vida poderia ter sido salva… Se o assunto delicado tivesse sido conversado com calma, talvez muitos aborrecimentos pudessem ter sido evitados.            É preciso que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos homens para que nós tenhamos a vida e vida em plenitude. E quem no-lo confirma é o próprio Jesus: se o grão de trigo caído na terra não morre, permanece só. Mas se morre dá muito fruto. Permita que te diga meu irmão, a vida autêntica vai ser entregue nas mãos dos homens, para que os homens a possuam. Pois, na lógica humana, só é vivo quem tem a vida e para nós a termos é necessário que alguém a conceda. E então se justifica a entrega da vida de Jesus aos homens. No Evangelho segundo João 10,10 Jesus diz: eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. Como a teríamos em plenitude se Ele não morresse na cruz?
Senhor, dá-me a graça de entender que a vida autêntica de fé e de missão é entrega e doação plena como vós mesmos fizestes. Que eu seja um dom, uma doação para os meus irmãos e irmãs. O mistério da Cruz, que não é outro senão o mistério Pascal da salvação do mundo em Cristo morto e ressuscitado domina toda a vida de Jesus. Para os discípulos de todos os tempos, ele será sempre uma realidade misteriosa, difícil de ser acreditada. No entanto, é n’Ele que se revela todo o mistério de Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,18-22 - 27.09.2013 - Tu és o Cristo de Deus. O Filho do Homem deve sofrer muito.

Branco. 6ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum
S. Vicente de Paulo, Pb, memória

Evangelho - Lc 9,18-22

Tu és o Cristo de Deus.
O Filho do Homem deve sofrer muito.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,18-22

Aconteceu que,
18Jesus estava rezando num lugar retirado,
e os discípulos estavam com ele.
Então Jesus perguntou-lhes:
'Quem diz o povo que eu sou?'
19Eles responderam: 'Uns dizem que és João Batista;
outros, que és Elias; mas outros acham
que és algum dos antigos profetas que ressuscitou.'
20Mas Jesus perguntou: 'E vós, quem dizeis que eu sou?'
Pedro respondeu: 'O Cristo de Deus.'
21Mas Jesus proibiu-lhes severamente
que contassem isso a alguém.
22E acrescentou: 'O Filho do Homem deve sofrer muito,
ser rejeitado pelos anciãos,
pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei,
deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia.'
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 9, 18-22

Jesus não é simplesmente um personagem histórico ou um mero objeto da razão humana, é uma pessoa viva, e uma pessoa só pode ser verdadeiramente conhecida através do encontro e do relacionamento. Só conhece verdadeiramente Jesus quem realiza na sua própria vida a experiência do Ressuscitado presente e atuante na sua história pessoal e comunitária, quem descobre que Cristo não é o sobrenome de Jesus, mas quem ele é verdadeiramente: o Messias, o Ungido de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Deus Encarnado, o Redentor de toda a humanidade. Mas é preciso que a descoberta de tudo isso seja de forma existencial, de modo que essas verdades não sejam um conjunto de palavras teóricas e vazias, mas manifestam o que Jesus significa nas nossas vidas.



A AFIRMAÇÃO DE PEDRO Lc 9,18-22
HOMILIA

O Evangelho nos fala que “Jesus estava rezando num lugar retirado e os discípulos estavam com Ele.” À medida que caminhamos com Jesus Ele também nos atrai para um lugar a parte a fim de que possamos conversar com Ele assim como faziam os Seus discípulos. Aí, então, Ele nos vai revelando os projetos do Pai para nós, como também vai se desnudando e, na partilha, na camaradagem, na confiança, sonda o nosso coração para coisas que precisamos entender. O Evangelho de ontem narra a reação de Herodes ante as notícias que se espalhavam sobre Jesus. Após esse episódio, Lucas narra a multiplicação dos pães, e hoje continua com o versículo 18, onde Jesus pergunta o que dizem d’Ele, e o que os discípulos pensam dEle. E o interessante disso tudo é que os discípulos escutavam os mesmos comentários que chegaram aos ouvidos de Herodes que, Jesus era ou João Batista, ou Elias, ou algum dos profetas antigos que ressuscitou. Mas o que Jesus realmente queria saber era o que os seus discípulos pensavam a respeito d’Ele. E nesse momento é Pedro quem se adianta, dizendo: "Tu és o Cristo de Deus!"
        A palavra "Cristo" vem do grego, é uma tradução literal de "Messias", e significa "ungido". Esta resposta de Pedro tem todo um significado, e é sobre isso que vamos refletir hoje.
Na verdade, quando Jesus dirigiu-se aos Seus discípulos e lhes perguntou o que “os outros” diziam Dele, era apenas um pretexto para tocar nesse assunto. O Seu desejo era que os Seus seguidores tivessem consciência de quem Ele era e aprendessem a expor a sua opinião de uma forma consciente e concreta. Em outras palavras, que eles O conhecessem e ao mesmo tempo se conhecessem. O Senhor nos exercita nesse sentido. Saber quem é Jesus e conhecê-Lo intimamente nos garante a possibilidade para que nós também nos conheçamos e, aos pouquinhos, percebamos o plano de Deus para nós e do que precisamos para que a vontade do Pai se realize na nossa vida. Jesus não estava interessado na opinião dos outros.
        Os livros proféticos do Antigo Testamento falam da vinda do Messias, o Salvador. E atribui a Ele o poder de curar os doentes, expulsar demônios, e trazer a paz ao povo. João Batista sabia disso. E é por isso que quando ele mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele era o Messias, Jesus pediu que os discípulos de João o acompanhassem durante aquela tarde enquanto Ele realizou a cura de cegos e aleijados. Depois disso, Jesus disse aos discípulos de João que voltassem para dizer o que tinham visto. Jesus não queria dizer, neste momento, que Ele era o Messias, pois muitas coisas ainda precisavam acontecer antes do seu martírio. João Batista, como conhecedor das escrituras, sabia desses sinais. Se Jesus já afirmasse desde esse momento que era a Promessa de Deus, o alvoroço e a polêmica seriam ainda maiores do que este que já estava acontecendo. E isso poderia encurtar a sua trajetória no meio de nós.
        Mas então as pessoas da época não sabiam que Ele era o Ungido de Deus? O Filho de Deus? Que não deveriam esperar que viesse outro? Pois é, não sabiam. Somente os discípulos sabiam disso. E foram severamente proibidos de comentar isso com alguém até que Ele passasse pelo martírio, morte e ressurreição.
        Hoje, também, Ele não quer saber de nós o que um ou outro conhecem sobre Ele, porém, o que Ele quer de nós é o conhecimento aprofundado da Sua pessoa e, como Pedro, tenhamos a convicção do Espírito para afirmar: “Tu és o Cristo de Deus!” Assim sendo, teremos a esperança e a confiança plena de que, depois do sofrimento e, mesmo da morte, nós também, como Ele, seremos ressuscitados.
Você tem buscado ficar sozinho com Jesus?- Quem é Jesus para você?- Quem é você para você mesmo?- Você tem dúvidas em relação à sua intimidade com Jesus?- Você, também, como Pedro, pode afirmar que Jesus é o Cristo de Deus, isto é, que Jesus é o seu Salvador?
Pai, só tu podes revelar-me a identidade de teu Filho Jesus. Que eu a conheça de forma verdadeira para poder conformar com ela a minha vida.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,7-9 - 26.09.2013 - Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?

Verde. 5ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 9,7-9

Eu mandei degolar João.
Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,7-9

Naquele tempo:
7O tetrarca Herodes ouviu falar
de tudo o que estava acontecendo,
e ficou perplexo, porque alguns diziam
que João Batista tinha ressuscitado dos mortos.
8Outros diziam que Elias tinha aparecido;
outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado.
9Então Herodes disse: 'Eu mandei degolar João.
Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?'
E procurava ver Jesus.
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 9, 7-9

Vemos o surgimento de diferentes formas de misticismo e as diferentes religiões estão se multiplicando por todos os lados. Para nos defender, afirmamos que existem falsos profetas que ficam enganando o povo para ganhar dinheiro e fazer da religião meio de vida. À luz do Evangelho de hoje, podemos analisar este fato. As pessoas falam muitas coisas a respeito de Jesus, embora muitas vezes porque desconhecendo verdade, e esse desconhecimento se dá porque não evangelizamos como devemos e também porque conhecemos a nossa fé de modo superficial, mas não admitimos a nossa ignorância e manifestamos nossa opinião como verdade de fé, basta ver o acúmulo de bobagens que cristãos de meia tigela veiculam na Internet, em sites que afirmam ser católicos , mas que na verdade são caóticos e escondem Jesus.



A DÚVIDA DE HERODES Lc 9,7-9
HOMILIA

Sabes o porque Herodes procurava ver Jesus? A razão é simples, as palavras e os milagres de Jesus atraiam em torno dele verdadeiras multidões. Contudo, era impossível controlar a intenção de cada pessoa. Muitos vinham por pura curiosidade. Outros, esperando que Jesus os curasse de alguma enfermidade ou, de qualquer forma, os libertasse. Outros, ainda eram movidos por um desejo sincero de escutar Jesus e tornar-se seus discípulos, escolhendo como projeto de vida a proposta do Reino.
Herodes mandara matar João Batista para ver-se livre da acusação que pesava sobre ele. Porém, ele não sabia que João Batista era apenas o precursor do Messias. O verdadeiro Salvador estava vivo e sendo interrogado, argüido, pelos prodígios que realizava. A palavra e a ação de Jesus, agora, deixam o povo e as autoridades sem saber o que pensar. Por isso, “Herodes procurava ver Jesus.” A pessoa de Jesus ainda hoje continua a ser questionada por aqueles que ainda não tiveram com Ele uma experiência de salvação. Muitos procuram Jesus, porém não têm consciência de que O procuram! “Quem é esse homem?” Jesus é o protótipo do homem vindo do céu, é o modelo que todo filho e filha de Deus precisam seguir para serem reconhecidos pelo Pai. Muitos, ainda hoje, escrevem sobre Jesus sem tê-Lo conhecido e fazem suposição sobre a Sua pessoa. Outros, com suas teorias e falsas doutrinas, levam a muitos a acreditarem em utopias e hipóteses vãs.
Esta variedade de intenções não influenciava a conduta do Mestre. Ele não satisfazia a curiosidade das pessoas, por exemplo, fazendo milagres sob encomenda. Suas curas beneficiavam somente àquelas que, de algum modo, demonstravam ter lê. Os corações sinceros dependiam da vontade ex­pressa de Jesus para se tornarem seus discípulos. Só se punha a segui-lo quem ele chamava pelo nome. Não adiantava oferecer-se.
O violento Herodes, tendo ouvido falar de Jesus, manifestou curiosidade de vê-lo. Este rei não sabia de quem se tratava. As hipóteses levantadas lhe satisfaziam. Daí seu desejo de vê-lo pessoalmente. Quiçá esperasse presenciar o espetáculo de um milagre realizado por Jesus, pois tivera notícia de sua fama. Seu desejo de ver o Mestre só seria realizado por ocasião da paixão. Mas, naquela ocasião, Jesus o decepcionou, por não ceder a seus caprichos.
Para que nós tenhamos convicção sobre quem é Jesus e qual o Seu verdadeiro papel na nossa vida nós precisamos conhecê-Lo através do estudo e reflexão da Palavra, ter intimidade com Ele na oração, na adoração, na Eucaristia. Assim sendo poderemos apresentá-Lo àqueles que ainda não O conhecem para que também, tenham eles, um Encontro com a Salvação.
O que você fala de Jesus você o diz com conhecimento de causa? – Você conhece Jesus porque lê muito sobre Ele ou porque encarna a Sua Palavra como uma comida para a Sua alma?
Pai, diversamente dos inimigos de Jesus, quero conhecer a identidade e a missão de teu Filho, pois é por ele que me guiarei para ser fiel a ti.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

terça-feira, 24 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,1-6 - 25.09.2013 - Enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos.

Verde. 4ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 9,1-6

Enviou-os a proclamar o Reino de Deus
e a curar os enfermos.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,1-6

Naquele tempo:
1Jesus convocou os Doze,
deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios
e para curar doenças,
2enviou-os a proclamar o Reino de Deus
e a curar os enfermos.
3E disse-lhes: 'Não leveis nada para o caminho:
nem cajado, nem sacola, nem pão,
nem dinheiro, nem mesmo duas túnicas.
4Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí;
e daí é que partireis de novo.
5Todos aqueles que não vos acolherem,
ao sairdes daquela cidade,
sacudi a poeira dos vossos pés, como protesto contra eles.'
6Os discípulos partiram e percorriam os povoados,
anunciando a Boa Nova e fazendo curas em todos os lugares.
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 9, 1-6

O Evangelho de hoje é uma espécie de "Manual do Evangelizador". Ele nos mostra que o evangelizador não age em nome próprio, pois ele não evangeliza por que quer, mas porque é enviado por Deus. Os poderes que tem para evangelizar não são próprios, são recebidos para serem usados em uma finalidade própria. Os bens materiais não podem ser um empecilho para o trabalho, nem podem ofuscar a força do anúncio e do testemunho. A inserção e a participação na vida das pessoas e das famílias é fundamental. Mas o mais importante são os dois objetivos que caracterizam a evengelização: a luta contra toda espécie de mal, que se manifesta na ordem da cura, e a proclamação da presença do Reino de Deus na vida de todas as pessoas.



A MISSÃO DOS APÓSTOLOS Lc 9,1-6
HOMILIA

De dois em dois como se fossem testemunhas de uma verdade perante o mundo que não a conhecia. Evidentemente, a verdade era o Reino para o qual deviam se preparar com nova mentalidade Jesus envia os seus discípulos. A autoridade sobre os espíritos impuros ou imundos é como o carimbo da divindade ao dominar os que na época se consideravam seus inimigos e triunfadores na luta entre o bem e o mal. O triunfo sobre eles indicava que o seu reino estava no fim e um novo reinado prestes a ser instaurado: o reinado da luz, da verdade e do bem em nome de Jesus, o representante do Deus vivo. Lucas em lugar paralelo, expressamente fala de proclamar o reino de Deus. O envio de dois em dois era próprio do tempo, pelo que dizia respeito aos mensageiros enviados para atestar uma mensagem. Também podemos ver nessa situação uma oportunidade para o mútuo apoio em situações difíceis. Jesus, no início de sua escolha, chama de dois em dois os irmãos pescadores. Os espíritos imundos: cremos que esta autoridade é para fazer calar os mesmos como Jesus fez na sinagoga de Cafarnaum ou expulsá-los como no caso da sogra de Simão, pois era considerada essa doença como causada por um espírito.  Os enfermos que curam eram os indispostos, para distingui-los dos que estavam mal e dos débeis. Não cremos que exista uma diferença real entre os termos que expressam uma mesma realidade: a doença.
E ordenou a eles de modo que não tomem para o caminho se não unicamente bordão, nem alforje, nem pão, nem cobre na cintura. Mas tendo atado as sandálias e não vestissem duas túnicas. As ordens eram umas positivas: bordão,  sandálias e uma túnica. Coisas necessárias para o caminho, pois nunca se caminhava descalço e um bordão era necessário tanto para se apoiar naqueles caminhos rudes e difíceis como arma defensiva contra os bandidos. Uma túnica é o mínimo que devia cobrir um corpo nu, ou seja, o necessário. As ordens negativas eram: não levar o alforje, que correspondia não ao cesto onde os judeus carregavam as provisões, especialmente o pão e vinho em sua peregrinação para Jerusalém, mas ao embornal dos mendigos que muitos missionários ambulantes levavam em suas missões. Também impede o dinheiro que era carregado numa bolsa na cintura ou dentro da faixa com que se atava a túnica ao redor dos rins. O texto fala de cobre, as moedas mais pobres sem ouro ou prata. Evidentemente com isto queria dizer que não podiam recolher qualquer dinheiro, nem como pobres, em sua missão.
Lucas diz que ordenou não tomar nada para o caminho, nem bordões, nem embornal, nem pão, nem prata, nem duas túnicas por cabeça. Dos textos vemos que não coincidem nos detalhes, especialmente Mateus para quem o bordão e as sandálias eram tão descartáveis como os alforjes e a túnica sobressalente. Os enviava com recursos até menores que, os que tinham os mendigos, os mais pobres, para indicar que seu trabalho missionário não dependia dos valores humanos, mas da confiança que a Ele deviam: ao jovem rico manda dar tudo aos pobres para segui-lo. A pobreza era uma das características de Jesus, que não tinha nem onde reclinar a cabeça.
            Pai, tendo recebido a tarefa de continuar a missão de Jesus, ensina-me a imitá-lo tanto no modo de ser e de pregar, quanto na pobreza e na coragem de enfrentar a rejeição.

Fonte Homilia Padre: Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 8,19-21 - 24.09.2013 - Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.

Verde. 3ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 8,19-21

Minha mãe e meus irmãos são aqueles
que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8,19-21

Naquele tempo:
19A mãe e os irmãos de Jesus aproximaram-se,
mas não podiam chegar perto dele, por causa da multidão.
20Então anunciaram a Jesus:
'Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver.'
21Jesus respondeu:
'Minha mãe e meus irmãos são aqueles
que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.'
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 8, 19-21

Existem muitas pessoas que querem demonstrar-se religiosas, mostrar a todos que participam da vida da Igreja e têm amizade com o clero e até usam dos cargos e funções sociais para conseguir isso. Porém, essas pessoas querem apenas se promover, não querem nenhum compromisso com o Evangelho e com o Reino de Deus. A atitude de Jesus nos mostra quem é importante para ele: aquele que ouve a Palavra de Deus e a coloca em prática, aquele que é capaz de amar, perdoar, partilhar, acolher, socorrer, consolar, compreender, ensinar, comprometer-se, doar-se, reunir, celebrar, orar, ser feliz com os que são felizes, chorar com os que choram, são empáticos, solidários, vivem o amor de Deus.



HOMILIA
A PROVA DE SER FILHO DE DEUS Lc 8,19-21

“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a mensagem de Deus e a praticam”. Ao declarar que todo aquele que faz a vontade de Deus é a Sua família, Ele não estava renunciando à Sua família segundo a carne. Como filho mais velho, Ele continuou a cuidar do bem estar da Sua mãe. Isto foi comprovado quando, ao dar a Sua vida na cruz, Ele passou essa responsabilidade ao discípulo a quem ele amava. Simplesmente Jesus define claramente que o parentesco de ordem humana, seja a mãe, os irmãos ou irmãs que ele tinha, não tem qualquer significação no Reino de Deus.
O relacionamento mais chegado do Senhor Jesus é com o Seu Pai, que está nos céus, o próprio Deus Pai. O único “parentesco” permanente que Ele pode ter é de ordem espiritual - e é com aqueles que fazem a vontade de Deus. A estes, Ele chama de meus irmãos.
Deixando de lado os laços sangüíneos, representado pelo parentesco segundo a carne com sua mãe e seus irmãos, o Senhor Jesus passará agora a ampliar o Seu ministério a todos aqueles que O receberem, sem distinção entre judeus e gentios. Não se dará mais exclusividade a Israel, devido à sua incredulidade e rejeição.
O relacionamento segundo a carne passa a ser inteiramente superado por afinidades espirituais. A obediência a Deus é agora o fator predominante e definitivo para estabelecer tais afinidades, sem outra distinção qualquer.
O mesmo se aplica a todo aquele que recebe Cristo como o seu Senhor e Salvador. Ele disse: Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. Nosso relacionamento espiritual com Cristo produz um vínculo maior do que nosso parentesco de sangue.
Um aspecto muito importante que deve ser esclarecido é sobre os irmãos de Jesus. Há dias uma das assíduas comentadoras da homilia diária perguntava sobre este aspecto. Os irmãos de Jesus, como fica claro pelo próprio texto bíblico, eram filhos de Alfeu e sua esposa, e não de José e Maria. A dúvida sobre se Maria teve outros filhos só revela a Em diversos lugares o Evangelho fala desses ‘irmãos’. Assim, S. Marcos e S. Lucas referem que ‘estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos que querem ver-te” (Mt 12, 46-47; Mc 3, 31-32; Lc 8, 19-20; e também em Jo 7, 1-10).
Toda a pessoa que pergunte sobre os irmãos de Jesus somente revela a sua ignorância da própria Bíblia. Até porque as línguas hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzam o nosso ‘primo’ ou ‘prima’, e serve-se da palavra ‘irmão’ ou ‘irmã’.
No Antigo Testamento encontramos e sobretudo em Gn 37, 16; 42, 15; 43, 5; 12, 8-14; 39, 15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23, 21), e primos segundos (Lv 10, 4) - e até ‘parentes’ em geral (Job 19, 13-14; 42, 11). Há muitos exemplos na Sagrada Escritura. Lê-se no Gêneses que ‘Taré era pai de Abraão e de Harão, e que Harão gerou a Lot (Gn 11, 27), que, por conseguinte, vinha a ser sobrinho de Abraão. Contudo, no mesmo Gênesis, mais adiante, chama a Lot ‘irmão de Abraão’ (Gn 13, 3). ‘Disse Abraão a Lot: nós somos irmãos” (Gn 14, 14). Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade, era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29, 12-15).
No Novo Testamento, fica claríssimo que os ‘irmãos de Jesus’ não eram filhos de Nossa Senhora. Os supostos ‘irmãos de Jesus’ são indicados por S. Marcos: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estão aqui conosco suas irmãs?” Tiago e Judas, conforme afirma S. Lucas, eram filhos de Alfeu e Cleófas: ‘Chamou Tiago, filho de Alfeu… e Judas, irmão de Tiago” (Lc 6, 15-16). E ainda: “Chamou Judas, irmão de Tiago” ( Lc 6, 16). Quanto a ‘José’, S. Mateus diz que é irmão de Tiago: “Entre os quais estava… Maria, mãe de Tiago e de José (Mt 27, 56). Em S. Mateus se lê: “Estavam ali (no calvário), a observar de longe…., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”. Essa Maria, mãe de Tiago e José, não é a esposa de S. José, mas de Cleofas, conforme S. João (19, 25). Era também a irmã de Nossa Senhora, como se lê em S. João (19, 25): “Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Mágadala”. Simão, irmão dos três outros, ‘Tiago, José e Judas’ são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu ou Cleophas é o pai deles.
Da mesma forma, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, ela não teria ficado aos cuidados de S. João Evangelista, que não era da família, mas com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés. Eis um dilema sem saída para os protestantes, pois os ‘irmãos de Jesus’ são filhos de Maria Cléofas e Alfeu.
Também decorre uma pergunta: Por que nunca os evangelhos chamam os ‘irmãos de Jesus’ de ‘filhos de Maria’ ou de ‘José’, como fazem em relação à Nosso Senhor? E por que, durante toda a vida da Sagrada Família, apenas conta-se três membros: Jesus, Maria e José?
Portanto, a própria Sagrada Escritura demonstra que os supostos ‘irmãos’ de Jesus são seus primos e não seus irmãos carnais. Sua afirmação de que o trecho de S. Mateus tem duas passagens, uma referindo-se à filiação carnal e a segunda à filiação espiritual fica sem sentido, visto que não conferem com o texto bíblico. Até porque o parentesco de sangue não é sequer mencionado pelos seus irmãos nas cartas que escreveram e que se encontram no Novo Testamento, indicando que não davam valor a isso. Ao invés disso, eles se dizem servos de Jesus Cristo.
Pai que minha condição de membro da grande família do Reino se expresse no meu modo de proceder. Pela disposição a amar, quero dar provas de ser teu filho.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

domingo, 22 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 8,16-18 - 23.09.2013 - Coloca a lâmpada no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz.

Branco. 2ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum
S. Pio de Pietrelcina Presb, memória

Evangelho - Lc 8,16-18

Coloca a lâmpada no candeeiro,
a fim de que todos os que entram, vejam a luz.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8,16-18

Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
16Ninguém acende uma lâmpada
para cobri-la com uma vasilha
ou colocá-la debaixo da cama;
ao contrário, coloca-a no candeeiro,
a fim de que todos os que entram, vejam a luz.
17Com efeito, tudo o que está escondido
deverá tornar-se manifesto;
e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido
e claramente manifesto.
18Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis!
Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais;
e àquele que não tem,
será tirado até mesmo o que ele pensa ter.'
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 8, 16-18

O conhecimento da Palavra de Deus é muito importante, mas não é suficiente para que uma pessoa se torne verdadeiramente cristã. O importante é assumir os valores que estão presentes nela, de modo que a Palavra de Deus se torne vida das pessoas, e assim elas testemunhem esses valores para todos e manifestem o amor de Deus para com seus filhos e filhas. Jesus nos faz uma grave advertência no Evangelho de hoje: "Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis!" Existem doutores na Palavra de Deus, mas que fazem da Palavra de Deus apenas objeto de conhecimento. É claro que o conhecimento da Palavra de Deus é importante, mas devemos ser doutores na sua vivência.



SOMOS A LUZ DE CRISTO Lc 8,16-18
HOMILIA

Quando ouvimos falar de lâmpada, logo nos lembramos de luz. Jesus é Luz e acende em nós esta luz para que possamos irradiá-la por onde passamos. A lâmpada no lampadário é nosso Senhor Jesus Cristo, a verdadeira luz do Pai que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Dito de outra forma, é a Sabedoria e a Palavra do Pai; tendo aceitado a nossa carne, tornou-se realmente e foi chamada a “luz” do mundo. É celebrado e exaltado na Igreja pela nossa fé e pela nossa piedade. Torna-se assim visível a todas as nações e brilha para todos os da casa, isto é, para o mundo inteiro, tal como é dito nas suas palavras: Não se acende uma candeia para pô-la debaixo de um vaso, mas no candelabro onde brilhe para todos os da casa. Mais uma vez, com estas palavras, Jesus nos incita a levarmos uma vida sem mancha, aconselhando-nos a velar constantemente sobre nós mesmos, uma vez que estamos colocados diante dos olhos de todos os homens, tal como atletas num estádio visto por todo o universo na linguagem paulina.
A nossa vida é a lâmpada que deve irradiar a Luz de Deus. Porém, muitas vezes nós somos como luminárias apagadas ou mesmo cobertas. Não nos colocamos à vista, não nos apresentamos nem nos deixamos ser vistos. Ficamos como que escondidos, porque não queremos compromisso nem desejamos assumir encargos para uma vida mais profícua. Uma vida apagada, medíocre, voltada somente para as coisas fúteis, para os prazeres, os lucros, o bem estar da carne, é como uma lamparina coberta, não tem serventia. Se, somos pessoas que meditamos a Palavra de Deus, com certeza temos em nós a Sua Luz, o Seu direcionamento e conhecemos o Seu pensamento. Seremos cobrados por tudo quanto nós recebemos. Não nos enganemos: refletir com a palavra de Deus é assumir compromisso para mudar o mundo. Quanto mais recebemos, mas teremos que dar. Seremos julgados conforme a capacidade que ganhamos de Deus. Possui alguma coisa na vida, aquele que irradia ao mundo, a Luz de Jesus, os Seus ensinamentos e a Sua mensagem evangélica. A esse, será dado mil vezes mais, pois terá a vida eterna. Porém, aquele que vive só para o mundo, pensa que tem tudo, mas não possui nada. Por isso, no final, não terá mais nem a própria vida que pensa possuir. Continuará sem nada. Assim, iluminados por Cristo, não podemos sentar-nos tranqüilos, escondidos num cantinho do mundo, porque estamos à vista de todos os homens, tal como uma cidade situada no cimo de um monte, tal como em casa uma luz que se pôs sobre o lampadário. Saiba que as piores malícias não poderão lançar qualquer sombra sobre a nossa luz, se vivermos na vigilância dos que são chamados a conduzir para o bem o mundo inteiro.
Como tem sido a sua vida: uma lâmpada coberta ou colocada no candeeiro? – De que você tem consciência que precisa mudar para irradiar a Luz de Cristo? – Você tem a ousadia de querer mudar o mundo? – Como você poderá mudar este mundo: falando ou agindo? – A sua lâmpada está acesa e colocada à vista de todos? – A lâmpada, é o seu testemunho, e o compromisso que você assume para edificação do reino de Deus. Pense nisto e faça novos propósitos de vida, hoje, que a sua vida responda, pois, à santidade do seu ministério, para que a graça de Deus seja anunciada em toda a parte.

Fonte Homilia: Pdre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

sábado, 21 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 16,1-13 - 22.09.2013 - Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.

Verde. 25º DOMINGO Tempo Comum

Evangelho - Lc 16,1-13

Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 16,1-13

Naquele tempo:
1Jesus dizia aos discípulos:
'Um homem rico tinha um administrador
que foi acusado de esbanjar os seus bens.
2Ele o chamou e lhe disse:
'Que é isto que ouço a teu respeito?
Presta contas da tua administração,
pois já não podes mais administrar meus bens'.
3O administrador então começou a refletir:
'O senhor vai me tirar a administração.
Que vou fazer?
Para cavar, não tenho forças;
de mendigar, tenho vergonha.
4Ah! Já sei o que fazer,
para que alguém me receba em sua casa
quando eu for afastado da administração'.
5Então ele chamou cada um
dos que estavam devendo ao seu patrão.
E perguntou ao primeiro:
'Quanto deves ao meu patrão?'
6Ele respondeu: 'Cem barris de óleo!'
O administrador disse:
'Pega a tua conta, senta-te, depressa,
e escreve cinqüenta!'
7Depois ele perguntou a outro:
'E tu, quanto deves?'
Ele respondeu: 'Cem medidas de trigo'.
O administrador disse:
'Pega tua conta e escreve oitenta'.
8E o senhor elogiou o administrador desonesto,
porque ele agiu com esperteza.
Com efeito, os filhos deste mundo
são mais espertos em seus negócios
do que os filhos da luz.
9E eu vos digo:
Usai o dinheiro injusto para fazer amigos,
pois, quando acabar,
eles vos receberão nas moradas eternas.
10Quem é fiel nas pequenas coisas
também é fiel nas grandes,
e quem é injusto nas pequenas
também é injusto nas grandes.
11Por isso, se vós não sois fiéis
no uso do dinheiro injusto,
quem vos confiará o verdadeiro bem?
12E se não sois fiéis no que é dos outros,
quem vos dará aquilo que é vosso?
13Ninguém pode servir a dois senhores.
porque ou odiará um e amará o outro,
ou se apegará a um e desprezará o outro.
Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.'
Palavra da Salvação.



REFLEXÃO
É preciso sair do comodismo; o Reino de Deus exige empenho, inteligência, discernimento.

Esta parábola do início do capítulo 16 de Lucas dá continuidade ao capítulo precedente. Em que consiste esta conexão entre os capítulos 15 e 16? É o que podemos chamar de “elemento destoante”. O filho mais jovem admite a seu pai que ele pecou (vv. 18.21) e reconhece não ser mais digno de ser chamado “seu filho” (vv. 19.21). No entanto, sua motivação para voltar para a casa do pai é o desejo da própria preservação. Sua motivação não é estar de novo com o seu pai, mas ter o pão dos empregados do seu pai (cf. v. 17). O capítulo 16 continua o discurso do capítulo 15, mas o auditório é outro; agora se trata dos discípulos (cf. v. 1).
É outra história, a do “administrador injusto ou desonesto” (cf. v. 8). É preciso cuidado para interpretar bem o que a parábola diz, do contrário poderia induzir a erro, considerando que Jesus elogia a desonestidade do administrador. O que é louvada nesta parábola é a habilidade de uma pessoa de empregar meios para alcançar determinado fim; ele utiliza sua inteligência para encontrar o meio de assegurar sua felicidade.
O que preocupa Jesus são os meios para entrar no Reino de Deus – é exatamente isso que a parábola enfatiza. Não quaisquer meios, pois é preciso entrar pela “porta estreita”. A porta que dá acesso ao Reino de Deus é o próprio Jesus. Jesus urge para os discípulos deixarem a passividade e empreenderem tal “sabedoria” a fim de alcançar o seu objetivo, a saber, entrar no Reino de Deus. Assim como o filho mais novo da parábola do pai misericordioso escolhe os meios para salvar a própria vida, da mesma forma o administrador desonesto é louvado por ter-se aplicado em encontrar os meios pelos quais poderia ter a sua vida salva. Não é, reiteramos, elogio à desonestidade, mas ao esforço de buscar os meios para ter a vida salva. Esta é a lição dada aos discípulos e ao leitor do evangelho: é preciso sair do comodismo; o Reino de Deus exige empenho, inteligência, discernimento. A máxima de Santo Inácio de Loyola nos parece bem adequada aqui: “Fazei tudo como se tudo dependesse de nós e espera tudo como se tudo dependesse de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj




O DINHEIRO E A PRUDÊNCIA Lc 16,1-13
HOMILIA

Esta parábola – nem sempre bem interpretada – é dirigida aos fariseus que são amigos do dinheiro, seu verdadeiro Deus. Representa, como todas as outras, um caso extremo: um homem que está a ponto de ser despedido de seu trabalho e que necessita urgentemente para garantir o futuro, antes de ficar sem emprego. Para isso monta uma estratégia.
Acusado de desperdiçar os bens de seu dono (16,1), causa pela qual vai ser despedido do trabalho, decide abaixar a quantidade da divida de cada um dos credores de seu patrão, renunciando à comissão que lhe pertence como administrador. É sabido que os administradores não recebiam na Palestina um salário, mas uma comissão que era cobrada, colocando com frequência interesses exorbitantes aos credores. A atuação de administrador deve ser entendida assim: o que devia cem barris de azeite tinha emprestado cinqüenta e nada mais, os outros cinqüenta eram a comissão correspondente que o administrador renunciava com a vantagem de conseguir amigos para o futuro. Renunciando à comissão, o administrador não lesa em nada os interesses do seu patrão. Daí que o patrão o felicite por saber garantir o futuro dando o “dinheiro injusto” a seus credores. O patrão louva a estratégia daquele “administrador do injusto”, qualificativo que se dá no evangelho de Lucas ao dinheiro, pois, enquanto acumulado, procede de injustiça ou leva a ela.
            Para Lucas, tudo dinheiro é injusto. No entanto, se não o usa, desprendendo-se dele, para “ganhar amigos”, faz um bom investimento, não em termos financeiros, nem bancários, mas em termos humanos e cristãos. O dinheiro injusto, como encarnação da escala de valores da sociedade civil, serve de pedra de toque para ensaiar a disponibilidade do discípulo para que coloque a serviço dos demais o que de fato não é seu, mas que se apropriou em detrimento dos despossuídos e marginalizados.
            O dinheiro injusto é qualificado na conclusão da parábola como “o nada” e “o alheio”, enquanto oposto ao que “vale de verdade, o importante, o vosso”. E “o que vale de verdade” não é o dom do dinheiro, mas o Espírito de Deus que comunica vida aos seus (“quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedem”, cf. Lc 11, 13). Isso sim, para receber o Espírito (que é comunicação da vida de Deus que fortalece o homem) se requer o desprendimento e a generosidade para com os demais (11, 34-36).
            A parábola termina com esta frase lapidar: “Não podem servir a Deus e ao dinheiro”. A pedra de toque de nosso amor a Deus é a renuncia ao dinheiro. O amor ao dinheiro é uma idolatria. É preciso optar entre dois senhores: não há meio termo. O campo de treinamento desta opção é o mundo, a sociedade, onde os discípulos de Jesus tem que partilhar o que possuem com os que nada tem, com os oprimidos os despossuídos, os deserdados da terra.
            O afã do dinheiro é a fronteira que divide o mundo em dois; é a barreira que nos separa dos outros e faz com que o mundo esteja organizado em classes antagônicas: ricos e pobres, opressores e oprimidos; a ânsia do dinheiro é o inimigo número um que impossibilita o mundo ser uma família unida onde todos se sentem à mesa da vida. Por isso o discípulo, para garantir o futuro, deve estar disposto no presente a renunciar ao dinheiro que leva à injustiça e torna impossível a fraternidade.
Um outro aspecto a salientar ao escutar o Evangelho de hoje é o da falta da prudência. Pode-se perguntar: e “porque os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz” (Lc 16,8) se o Senhor nos mandou ser “prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas” (Mt 10,16)? Ao citar essa passagem, outra pergunta se impõe à nossa consideração: por que as serpentes servem como modelo de prudência? Quiçá porque, como se diz, elas não se expõem para atacar. Já no livro do Gênesis se dizia que “a serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado” (Gn 3,1). Neste capítulo também se pode ver a maneira espertalhona que a serpente, símbolo do diabo nesse caso, teve para levar os nossos primeiros pais ao pecado que nos trouxe a ruína espiritual. Mas, cuidado, prudência e astúcia são duas realidades distintas, ainda que, à primeira vista, poderíamos confundi-las. A astúcia, na verdade, é uma falsa prudência, porque está penetrada de simulação e interesse. A prudência, ao contrário, é uma virtude que – segundo a maneira de pensar de Santo Tomás de Aquino – nos dá uma visão clara das coisas, fazendo com que valorizemos mais a verdade que nelas há que as nossas tendências apetitivas. Um exemplo das mais variadas manifestações da virtude da prudência é – como dizia um santo – não expor-se como católico quando está de moda ser católico e, ao contrário, manifestar-se católico quando todos se acovardam. Pensemos, por um momento, em qual dessas duas situações nos encontramos.
            A prudência é uma virtude cardeal, ou seja, uma das quatro virtudes ao redor das quais giram os demais valores que constroem uma vida humana na verdade e na bondade e com uma unidade sem fissuras. Somente a pessoa prudente pode ser ao mesmo tempo forte, temperada e justa. Isso é assim porque a prudência nos ajuda a aplicar o conhecimento do bem que temos às nossas ações concretas. A primazia da prudência entre as virtudes cardeais é porque – como disse Josef Pieper – a realização do bem exige um conhecimento da verdade. Que Deus nos dê essa tamanha virtude. Afim de que sejamos fiéis na administração dos bens que Ele mesmo nos confiou.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 9,9-13 - 21.09.2013 - Não vim para chamar os justos mas os pecadores.

Vermelho. São Mateus, Apóstolo e Evangelista, Festa

Evangelho - Mt 9,9-13

Não vim para chamar os justos mas os pecadores.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 9,9-13

Naquele tempo:
9Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus,
sentado na coletoria de impostos,
e disse-lhe: 'Segue-me!'
Ele se levantou e seguiu a Jesus.
10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus,
vieram muitos cobradores de impostos e pecadores
e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos
discípulos: 'Por que vosso mestre come
com os cobradores de impostos e pecadores?'
12Jesus ouviu a pergunta e respondeu:
'Aqueles que têm saúde não precisam de médico,
mas sim os doentes.
13Aprendei, pois, o que significa:
`Quero misericórdia e não sacrifício'.
De fato, eu não vim para chamar os justos,
mas os pecadores'.
Palavra da Salvação.



Reflexão - Mt 9, 9-13

Todos nós vivemos afirmando que Jesus é misericordioso, que veio para trazer a salvação para todas as pessoas e coisas do gênero, mas na hora da convivência com as pessoas, parece que não é bem assim, pois somos proibitivos e sabemos sempre evidenciar os erros e os pecados que são cometidos para provocarmos discórdia, separação e exclusão. É muito comum ouvirmos nas comunidades: "Eu acho que Fulano não pode participar de tal coisa porque ele fez isso e aquilo". Devemos crer que de fato não somos nós quem chamamos para o serviço do Reino, é Jesus quem chama e ele sabe muito melhor que nós quem está chamando e porque ele está chamando. A nós compete criar condições para que todos possam assumir a própria vocação.



JESUS E O PECADOR Mt 9,9-13
HOMILIA

O Evangelho de hoje nos diz que Jesus viu primeiro. Referindo-se a Mateus, é vê-lo na sua situação cotidiana: Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos. Mas o olhar de Jesus é capaz de ir além do que um simples olhar enxerga de um judeu cobrador de impostos. Ele reconhece em Mateus um filho muito querido de Deus, e isso é o que Ele comunica primeiro para o cobrador de impostos. Seu olhar sobre Mateus está carregado da ternura e misericórdia de Deus Pai-Mãe, que cura as feridas e perdoa os pecados, amando-o incondicionalmente.
Enganamo-nos achando que somente os que já vivem cumprindo os mandamentos têm primazia no reino dos céus. Entendemos que os grandes pecadores, isto é, os que cometem barbaridades não têm mais chances com Deus por causa das suas grandes transgressões. Jesus Cristo, neste Evangelho vem nos dizer justamente o contrário: “eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”. Ele compara o pecador àquele que está doente e, por isso, precisa de médico para ser curado. Todos nós precisamos de médico, pois somos doentes, pecadores. Portanto, Jesus Cristo é o médico que foi enviado pelo Pai para nos devolver a saúde.
Por isso, Ele nos chama e nos atrai para si, mesmo que estejamos “sentados na coletoria de impostos” com a mente cheia de interesses pecaminosos e com mil planos para colocar em ação. Jesus nos vê e se apieda do nosso coração doente e nos chama com autoridade: “Segue-me”! Quando escutamos a Sua Palavra que nos chama, nós não conseguimos mais ficar parados no mesmo posto. Como Mateus, nós também nos levantamos e O seguimos. O seguimento de Jesus nos leva, então, a negar tudo o que o mundo nos ensinou e a assumir compromisso com uma vida digna de filhos e filhas de Deus. Jesus chama os pecadores, a sua missão é esta. Em qualquer lugar ou situação em que nos encontremos Ele nos faz o convite para segui-Lo, no entanto, Ele deseja ser convidado para entrar na nossa casa e levar para lá a salvação, não importando como esteja a nossa família. Ele não quer só a nós, Ele quer a todos.
Qual é a sua postura diante daqueles que são “pecadores públicos”? – Você acha que eles também têm direito a salvação? – Você se reconhece doente, necessitado de médico? – Jesus veio para você? – Você sente-se também julgado por alguém quando erra?
Senhor Jesus, faze-me trilhar o caminho da solidariedade, para que eu me aproxime daqueles aos quais deve ser levada a salvação.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 8,1-3 - 20.09.2013 - Andavam com êle várias mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam.

Vermelho. 6ª-feira da 24ª Semana Tempo Comum
Ss. André Kim Taegon Presb, Paulo Chong Hasang e Comps. Mts. memória

Evangelho - Lc 8,1-3

Andavam com ele várias mulheres que ajudavam a Jesus
e aos discípulos com os bens que possuíam.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8,1-3

Naquele tempo:
1Jesus andava por cidades e povoados,
pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus.
Os doze iam com ele;
2e também algumas mulheres
que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças:
Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios;
3Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes;
Susana, e várias outras mulheres
que ajudavam a Jesus e aos discípulos
com os bens que possuíam.
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 8, 1-3

Assim como Jesus não parava, mas vivia caminhando de um lado para o outro anunciando a chegada do Reino de Deus, a sua Igreja não pode ficar parada. Ela deve ir sempre ao encontro do outro, abrir novas fronteiras no trabalho evangelizador para que todos possam ter a oportunidade de conhecer o Reino de Deus, assim como livremente optar por ele. Para realizar a sua missão, a Igreja deve, assim como o divino Mestre, envolver o maior número possível de pessoas, sem distinção entre elas, que queiram colocar a sua vida a serviço do Reino de Deus, como fizeram as mulheres, conforme nos narra o Evangelho de hoje.



A MULHER NÃO É PRODUTO DE COMÉRCIO Lc 8,1-3
HOMILIA

Jesus tinha um grupo de discípulas, formado de mulheres que o seguia por dois motivos:  Primeiro, eram mulheres que foram curadas por Jesus, e em sinal de gratidão o seguiam para ajudá-lo em sua caminhada, pois eram mulheres ricas.  Vejam que uma delas era nada mais nada menos a Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes. Não era fraca não! O segundo motivo destas mulheres seguirem Jesus, é que a situação da mulher naqueles tempos era de grande humilhação, inferioridade  e discriminação por parte dos homens, não havendo nenhuma consideração de igualdade entre marido e mulher, muito pelo contrário a mulher servia apenas para procriar.
            Como Jesus, era contra todo tipo de discriminação e preconceito, defendia a igualdade da mulher em relação ao seu marido. Mais uma motivo de gratidão daquelas mulheres para seguir o Mestre e o ajudar em sua caminhada.  Assim O grupinho das discípulas de Jesus estava ligado a ele por laços de afeto e gratidão. Não se tratava de fãs, nem de paquera, como alguém possa pensar. Jesus aceita essa colaboração do grupo feminino, vendo isso de uma forma sadia e como uma ajuda muito bem-vinda.  E essas mulheres são tratadas em pé de igualdade com os discípulos e sua tarefa consistia em prestar assistência a Jesus com seus bens, e, assim, aliviá-lo de certas preocupações materiais, inevitáveis para qualquer ser humano.
            Comparando aquelas mulheres com as de hoje, percebemos que todo extremismo acarreta uma situação oposta.  A posição de inferioridade da mulher em relação ao homem gerou o movimento de libertação feminina que analisado nos mínimos detalhes, resultou em um movimento de desvalorização feminina.  Isto porque, libertação feminina não pode ser interpretada como libertinagem feminina.  Constantemente vemos garotas dizendo e gritando  palavrões  pela rua. Certamente, isto não é libertação feminina, mais sim desvalorização da menina.
Por outro lado, ser livre, não é ser promíscua, não é fazer o que lhe vem na cabeça. Ser livre não é fugir do casamento, fugir de construir uma família, e botar filhos no mundo sem pensar nas consequências.  Ser livre não é promover os famosos encontros de “ficar por ficar” com um rapaz sem compromisso. Isto é tornar-se coisa, é instrumentalizar-se, para não dizer escravizar-se. É tornar-se objeto de prazer dos homens. É isso que quer dizer emancipação? Liberdade e igualdade de direitos? O que é ser mulher para ti? Não tenho nada contra estas meninas que agem assim, pois elas não têm culpa, pois são vítimas de uma mídia que as ensinou que liberdade da mulher significa vulgarizar a mulher, significa comercializar o seu próprio corpo e personalidade. Sabia de alguma coisa? A mulher não tem de ser submissa nem de ser vista como objeto de prazer, ou de procriação. Mas precisa se valorizar, e ser valorizada pela sociedade a partir dela mesma. Você que é mulher não se conceder uma melancia, mulher produto. Porque estando no mercado serás comercializada. E quanto mais saturação do mercado, menos valor terá. Sabemos que no mundo as mulheres são mais do que os homens. Mas isso não significa que você se coloque nas prateleiras do supermercado, da feira e do shopping Center! É você que tem que trabalhar a sua própria personalidade e personeidade. Precisa ser tratada em pé de igualdade pelos homens. E não em pé de mercadoria ou comida, carro, casa, material de higiene etc.
É verdade que existem moças que por causa deste ou de outro motivo se tornaram escravas do sexo, o que não justifica a sua conduta. Mas também, mãe solteira, por exemplo, não pode ser discriminada, pois são nossas irmãs em Cristo e precisam ser acolhidas, orientadas e se possível, evangelizadas. Desse jeito, estamos dando à mulher, o valor que ela merece, assim como nós gostaríamos que fosse tratada a nossa mãe. E não nos esqueçamos que sempre atrás de um grande homem, está sempre uma grande mulher.
Pai, reveste-me do amor e da fidelidade necessárias para ser servidor do Reino. Que eu demonstre meu reconhecimento a ti, colocando minha vida a serviço do meu próximo.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla