domingo, 30 de setembro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 9,46-50 - 01.10.2018

Liturgia Diária

1 – SEGUNDA-FEIRA   
SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS – VIRGEM E DOUTORA DA IGREJA

(branco – ofício da memória)

Teresa (França, 1873-1897), jovem de profunda mística e oração, buscou o Carmelo com o desejo de servir a Deus. Passou o resto de sua breve vida no convento, tornando-se “pequena como uma criança”. Celebrando a padroeira das missões, peçamos ao Senhor a graça de sermos uma Igreja em constante saída.

Evangelho: Lucas 9,46-50

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 46houve entre os discípulos uma discussão para saber qual deles seria o maior. 47Jesus sabia o que estavam pensando. Pegou então uma criança, colocou-a junto de si 48e disse-lhes: “Quem receber esta criança em meu nome estará recebendo a mim. E quem me receber estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior”. 49João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lho proibimos, porque não anda conosco”. 50Jesus disse-lhe: “Não o proibais, pois quem não está contra vós está a vosso favor”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 9,46-50
«Aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior»

Prof. Dr. Mons. Lluís CLAVELL
(Roma, Italia)

Hoje, caminho de Jerusalém em direção à paixão, «surgiu entre os discípulos uma discussão sobre qual deles seria o maior» (Lc 9,46). Cada dia os meios de comunicação e também nossas conversas estão cheias de comentários sobre a importância das pessoas: dos outros e de nós mesmos. Esta lógica só humana produz, freqüentemente, desejo de vitoria, de ser reconhecido, apreciado, correspondido, e a falta de paz, quando estes reconhecimentos não chegam.

A resposta de Jesus a estes pensamentos -até mesmo comentários- dos discípulos, lembra o estilo dos antigos profetas. Antes das palavras estão os gestos. Jesus «pegou uma criança, colocou-a perto de si» (Lc 9,47). Depois vem o ensinamento: «aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior» (Lc 9,48). -Jesus, por que custa tanto aceitar que isto não é uma utopia para as pessoas que não estão implicadas no tráfico de uma tarefa intensa, na qual não faltam os golpes de uns contra os outros, e que, com a tua graça, podemos vivê-lo todos? Se o fizéssemos, teríamos mais paz interior e trabalharíamos com mais serenidade e alegria.

Esta atitude é também a fonte da onde brota a alegria, ao ver que outros trabalham bem por Deus, com um estilo diferente do nosso, mas sempre assumindo o nome de Jesus. Os discípulos queriam impedi-lo. Em troca, o Mestre defende aquelas outras pessoas. Novamente, o fato de sentir-nos filhos pequenos de Deus facilita-nos a ter o coração aberto para todos e crescer na paz, na alegria e na gratidão. Estes ensinamentos valeram à Santa Teresinha de Lisieux o titulo de Doutora da Igreja: em seu livro História de uma alma, ela admira o belo jardim de flores que é a Igreja, e está contenta de perceber-se uma pequena flor. Ao lado dos grandes santos -rosas e açucenas- estão as pequenas flores -como as margaridas ou as violetas- destinadas a dar prazer aos olhos de Deus, quando Ele dirige o seu olhar à terra.

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O MAIS IMPORTANTE DO REINO Lc 9,46-50
HOMILIA

O Evangelho de hoje trata de um assunto que nunca sai de moda: a vaidade, a soberba, o orgulho, a avareza, ou seja, dos sete pecados capitais que se resume no desejo de ser grande. O desejo de se sentir importante é um dos mais primitivos desejos do ser humano. Aliás, o ditado popular diz que o coração do homem é insaciável de ambições. Quanto mais tem mais quer.

Diferentemente da nossa maneira de pensar, olhar e ver humanos, Jesus nunca olha para uma pessoa, mas sempre olha através da pessoa. Quando olhamos para alguém, não percebemos o que aquela pessoa está passando, pensando, sentindo. Isso nós só conseguimos saber quando nos anulamos e nos colocamos no lugar da outra pessoa. Jesus foi, então, o maior de todos os psicólogos que já existiu. Ele sondava o coração, e era capaz de ser aquela pessoa.

Na passagem de hoje, Ele sondou o coração dos discípulos e sentiu que eles se perguntavam quem, dentre os Doze, seria o maior. Eles eram humanos como nós, e dentro do grupo, procuravam uma posição de destaque. Observe que Jesus não coloca todos no mesmo patamar. Jesus admite que haja a possibilidade de alguém ser maior que os outros. Existe uma hierarquia no Reino dos Céus! Mas essa hierarquia é o inverso da nossa.

Aqui, neste mundo, quanto maior for a sua posição, mais inacessível você se torna. Na hierarquia de Jesus, quanto mais acessível você for, maior a sua posição. Viu como inverte duplamente? Neste mundo, você cresce e se torna inacessível; no Reino dos Céus, você se torna acessível e cresce!

Quando as pessoas tiverem medo e resistência em falar com você, significa que algo está errado. O primeiro passo é assumir. Se você não assumir, não vai conseguir nem passar para o segundo passo: descobrir o porquê. A maioria das pessoas quer interagir mais, ter mais e melhores amigos. Mas só o farão se encontrarem abertura no seu coração. E isto pode ser na forma de um sorriso, uma brincadeira ou até em você saber o nome da pessoa e chamá-la pelo nome. E esse já é o terceiro passo: abrir-se. Em pouco tempo, você já vai ser tão solicitado, que não vai dar nem conta de tanta responsabilidade.

O missionário do Reino, portanto, não pode desprezar ninguém! A criança que Jesus tomou em seus braços nesta passagem, representa não só as crianças, mas todos os que são excluídos neste mundo.

Jesus nos revela hoje a novidade do projeto de Deus: é um mundo de justiça, de vida plena para todos, abolindo os privilégios daqueles que concentram poder a partir da acumulação de riquezas ou do prestígio religioso. Percebe-se, nos Evangelhos, que os discípulos vindos do judaísmo sempre tiveram dificuldades em compreendê-lo. Estavam tomados pela ideologia messiânica nacionalista. Como Jesus falou para eles sobre a fragilidade de sua condição humana, vulnerável ao sofrimento e à morte, aludindo ao fim que pressentia acontecer em Jerusalém e os discípulos não entenderam e logo em seguida, passam a discutir quem seria o maior, pensando que Jesus estaria na iminência de conquistar o poder, assim também Ele quer falar para nós. Jesus nos apresenta como exemplo e, sobretudo, condição para sermos os maiores no Seu Reino o olhar puro e simples de uma criança. A criança como símbolo e modelo de humildade e exclusão do Reino dos Céus. Somos chamados a viver dedicados ao serviço, sem pretensões ao poder e a privilégios.

Pai, que eu busque sempre destacar-me no serviço ao meu semelhante, de modo especial, aos mais necessitados, pois nisto consiste minha verdadeira grandeza de discípulo. E que nesta busca eu seja simples, puro e humilde como as crianças.

Fonte https://homilia.cancaonova.com



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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 9,38-43.45.47-48 - 30.09.2018

Liturgia Diária

DIA 30 – DOMINGO   
26º DO TEMPO COMUM

(verde – 2ª semana do saltério)

Sugestão: Na liturgia da Palavra, introduzir solenemente a Bíblia ou o Lecionário, lembrando o dia da Bíblia.

Reunidos em nome de Cristo, queremos acolher a força profética e soberana do Espírito. Ele nos leva a superar a mentalidade sectária e intolerante, animando-nos a ser solidários com os pobres e desprezados e ajudando-nos a extirpar tudo o que possa ferir a caminhada da comunidade. Celebremos a páscoa semanal de Cristo, presente em nosso meio, juntamente com o dia da Bíblia, a qual alegra nosso coração e nos aponta o caminho do reino de Deus.

Evangelho: Marcos 9,38-43.45.47-48

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor. 41Em verdade eu vos digo, quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na vida sem uma das mãos do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na vida sem um dos pés do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no reino de Deus com um olho só do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre e o fogo não se apaga’”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 9,38-43.45.47-48
«Ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim»

Rev. D. Valentí ALONSO i Roig
(Barcelona, Espanha)

Hoje, conforme ao modelo atual de quem faz televisão, contemplamos a Jesus colocando vermes e fogo ai aonde devemos evitar ir: o inferno, onde o verme deles não morre e o fogo nunca se apaga. (Mc 9,48). É uma descrição do estado que pode ficar uma pessoa quando não dirigiu a sua vida aonde queria. Poderíamos compará-lo ao momento em que, dirigindo nosso carro, tomamos a estrada errada, pensando que vamos bem e, vamos a parar em algum lugar desconhecido, sem saber onde estamos e onde não queríamos estar. Deve-se evitar ir, seja como for, mesmo que tenhamos que nos desprender de coisas aparentemente irrenunciáveis: sem mãos (cf. Mc 9,43), sem pés (cf. Mc 9,45), sem olhos (cf. Mc 9,47). É preciso querer entrar na vida ou no Reino de Deus, mesmo nem que seja sem algo de nos mesmos.

Possivelmente, este Evangelho nos leva a refletir para descobrir o quê temos, por muito nosso que seja, que não nos permite ir a Deus, e ainda mais, que nos distancia dele.

Jesus mesmo, nos orienta para saber qual é o pecado no que nos fazem cair nossas coisas (mãos, pés e olhos). Jesus fala dos que escandalizam aos pequenos que nele crêem (cf. Mc 9,42). Escandalizar é distanciar alguém do Senhor. Por tanto, valoremos em cada pessoa a sua proximidade com Jesus, a fé que tem.

Jesus nos ensina que não faz falta ser dos Doze ou dos discípulos mais íntimos para estarmos com Ele: Quem não é contra nós, está à nosso favor, (Mc 9,40). Podemos entender que Jesus salva tudo. É uma lição do Evangelho de hoje: há muitas pessoas que estão mais perto do Reino de Deus do que pensamos, porque fazem milagres em nome de Jesus. Como confessou Santa Teresinha do Menino Jesus: O Senhor não me poderá premiar segundo minhas obras (...). Pois bem, eu confio que me premiará segundo as suas.

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A COMUNHÃO NO NOME DE JESUS Mc 9,38-43.45.47-48
HOMILIA

Estamos ainda em Cafarnaum, a cidade de pescadores situada junto ao Lago de Tiberíades. Jesus está “em casa” rodeado pelos discípulos. A ida para Jerusalém está próxima e os discípulos estão conscientes de que se aproximam tempos decisivos para esse projeto em que estão envolvidos.

O tema principal aparece na primeira parte do Evangelho. Refere-se à necessidade da comunidade cristã ser uma comunidade aberta, acolhedora, tolerante, capaz de aceitar como sinais de Deus os gestos libertadores que acontecem no mundo.

O Evangelho deste domingo apresenta-nos um grupo de discípulos ainda muito atrasados na aprendizagem do “caminho do Reino”. Eles ainda raciocinam em termos de lógica do mundo e têm dificuldade em libertar-se dos seus interesses egoístas, dos seus esquemas pessoais, dos seus preconceitos, dos seus sonhos de grandeza e poder… Eles não querem entender que, para seguir Jesus, é preciso cortar com certos sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a radicalidade que a opção pelo Reino exige. As dificuldades que estes discípulos apresentam no sentido de responder a Jesus não nos são estranhas: também fazem parte da nossa vida e do caminho que, dia a dia, percorremos… Assim, a instrução que, neste texto, Jesus dirige aos seus discípulos serve-nos também a nós. As propostas de Jesus destinam-se aos discípulos de todas as épocas; pretendem ajudar-nos a purificar a nossa opção e a integrar, de forma plena, a comunidade do Reino.

Antes de tudo, Jesus mostra aos discípulos que a comunidade do Reino não pode ser uma seita arrogante, fechada, intolerante, fanática, que se arroga na posse exclusiva de Deus e das suas propostas. Tem de ser uma comunidade que sabe qual é o seu papel e a sua missão, mas que reconhece que não tem o exclusivo do bem e da verdade e que é capaz de se alegrar com os gestos de bondade e de esperança que acontecem à sua volta, mesmo quando esses gestos resultam da ação de não crentes ou de pessoas que não pertencem à instituição Igreja. O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que outros fazem, não sente ciúmes se Deus atua através de outras pessoas, não pretende ter o monopólio da verdade nem ter o exclusivo de Jesus. O verdadeiro discípulo esforça-se, cada dia, por testemunhar os valores do Reino e alegra-se com os sinais da presença de Deus em tantos irmãos com outros percursos religiosos, que lutam por construir um mundo mais justo e mais fraterno.

Os discípulos de que o Evangelho de hoje nos fala estão preocupados com a ação de alguém que não é do grupo, pois temem ver postos em causa os seus sonhos pessoais de poder e de grandeza. Por detrás dessa preocupação dos discípulos não está o bem do homem (aquilo que, em última análise, deveria “mover” os membros da comunidade do Reino), mas a salvaguarda de certos interesses egoístas. Nas nossas comunidades cristãs ou religiosas, há pessoas capazes de gestos incríveis de doação, de entrega, de serviço aos irmãos; mas há também pessoas cuja principal preocupação é proteger o espaço que conquistaram e continuar a manter um estatuto de poder e de prestígio. Quando afastamos, com o pretexto de defender a pureza da fé, os interesses da moralidade, ou tranquilidade da comunidade, aqueles que desafiam a comunidade a purificar-se e a procurar novos caminhos para responder aos desafios de Deus, estaremos a proteger os interesses de Deus ou os nossos projetos, os nossos esquemas interesseiros, as nossas apostas pessoais?

Jesus exige dos discípulos o corte radical com os valores, os sentimentos, as atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino. O discípulo de Jesus nunca está acomodado, instalado, conformado; mas está sempre atento e vigilante, procurando detectar e eliminar de sua existência tudo aquilo que lhe impede o acesso à vida plena. Naturalmente, a renúncia ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho, aos esquemas pessoais, à vontade de poder e de domínio, ao apelo do êxito, ao aplauso das multidões, é um processo difícil e doloroso; mas é também um processo libertador e gerador de vida nova. O que é que eu necessito, prioritariamente, de “cortar” da minha vida, para me identificar mais com Jesus, para merecer integrar a comunidade do Reino, para ser mais livre e mais feliz?

O apelo de Jesus à sua comunidade no sentido de não “escandalizar” os pequenos, faz-nos pensar na forma como lidamos, enquanto pessoas e enquanto comunidades, com os pobres, os que falharam, os que têm atitudes moralmente reprováveis, aqueles que têm uma fé pouco consistente, aqueles que a vida marcou negativamente, aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita. Eles encontram em nós a proposta libertadora que Cristo lhes faz, ou encontram em nós rejeição, injustiça, marginalização, mau exemplo? Quem vê o nosso testemunho tem razões para aderir a Cristo ou para se afastar de Cristo?

Senhor Jesus, faz-me alegrar com o Reino que dá seus frutos, na história humana, das formas mais imprevistas, para além do controle humano.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: João 1,47-51 - 29.08.2018

Liturgia Diária

29 – SÁBADO   
SANTOS ANJOS MIGUEL, GABRIEL E RAFAEL

(branco – ofício da festa)

Miguel (quem é como Deus) é o arcanjo que combateu contra satanás e seus seguidores. É o defensor dos amigos de Deus e protetor de seu povo. Gabriel (força de Deus) revelou a Daniel os segredos dos planos divinos, anunciou a Zacarias o nascimento de João Batista e a Maria, o de Jesus. Rafael (Deus curou) acompanhou e protegeu Tobias nas peripécias de sua viagem e curou-lhe o pai cego.

Evangelho: João 1,47-51

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 47Jesus viu Natanael, que vinha para ele, e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: ‘Eu te vi debaixo da figueira’? Coisas maiores que essa verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade, eu vos digo, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem”. – Palavra da salvação.

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Reflexão - Evangelho: João 1,47-51

«Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem!.»

+ Cardenal Jorge MEJÍA Arquivista e Bibliotecário de la S.R.I.
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, na festa dos Santos Arcanjos, Jesus manifesta aos seus Apostoles e a todos, a presença dos seus arcanjos e, a relação que com Ele mantêm. Os anjos estão na glória celestial, onde louvam perenemente ao Filho do homem, que é o Filho de Deus. O rodeiam e estão ao seu serviço.

Subir e descer nos lembra o episódio do sono do Patriarca Jacob, quem dormindo sobre uma pedra durante sua viagem à terra de origem de sua família (Mesopotâmia), enxerga aos anjos que descem e sobem por uma misteriosa escada que une o céu e a terra, enquanto Deus mesmo está de pé junto dele e lhe comunica sua mensagem. Reparemos a relação entre a comunicação divina e a presença ativa dos anjos.

Desse modo, Gabriel, Miguel e Rafael aparecem na Bíblia como presentes nas vicissitudes terrenas e levando aos homens -como nos diz São Gregório Magno- as comunicações, por meio de sua presença e, a suas mesmas ações, que mudam decisivamente nossas vidas. Chamam-se, precisamente arcanjos, príncipes dos anjos, porque são enviados para as missões mais importantes.

Gabriel foi enviado para anunciar a Maria Santíssima a concepção virginal do Filho de Deus, que é o princípio de nossa redenção (cf. Lc 1). Miguel luta contra anjos rebeldes e os expulsa do céu (cf. Ap 12). Nos anuncia, desse modo, o mistério da justiça divina, que também exerceu-se em seus anjos quando rebelaram-se e, dá-nos a segurança de sua vitória e a nossa sobre o mal. Rafael acompanha a Tobias júnior, o defende e, o aconselha e cura finalmente ao pai Tobit (cf. Tob). Por essa via, nos anuncia a presença dos anjos junto a cada uno de nós: o anjo que chamamos da Guarda.

Aprendamos desta celebração dos arcanjos que sobem e descem sobre o Filho do homem, que servem a Deus, mas lhe servem em nosso benefício. Dão glória à Trindade Santíssima e, o fazem também servindo-nos. Em conseqüência, vejamos que devoção lhes devemos e, quanta gratidão ao Pai que os envia para nosso bem.

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ANTES QUE FILIPE TE CHAMASSE EU JÁ TINHA TE VISTO Jo 1,47-51
HOMILIA

São João nos apresenta um Jesus conhecedor de tudo e de todos. Que não precisa que alguém lhe conte e mostre quem são as pessoas com as quais Ele se relaciona. Deus conhece todas as ações humanas, e Ele é o Justo Juiz, e seu Reino não terá fim. O mal um dia será vencido e não mais estará presente entre os homens. Mas isto somente vai acontecer quando vermos o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Todavia somos convidados já a nos alegrarmos : por isso, alegra-te ó céu, e todos os que viveis nele. O convite é extensivo aos coros celestes, serafins, arcanjos e anjos. É Cristo quem nos chama para estar junto dele e participar de sua obra redentora!

Filipe não tinha guardado para si a grande alegria de ter encontrado o Messias anunciado pelos Profetas, mas comunicara-a ao seu amigo Natanael, que se mostrou incrédulo em face da procedência humilde de Jesus, filho de um carpinteiro de Nazaré, quando o Messias devia ser descendente de Davi e procedente de Belém. Filipe não se desmoraliza com as razoáveis objeções do amigo e também não confia em suas próprias explicações ao amigo; opta por convidar Natanael a aproximar-se pessoalmente de Jesus: “vem e verás” (v. 46).

Passemos agora para o nome Natanael. Biblicamente ele é de origem semítica e significa dom de Deus. Foi um dos Doze Apóstolos (cf. Jo 21, 2). É bem provável que tenha sido Bartolomeu, o qual teria dois nomes, sendo este último um nome patronímico (filho de Tolmay), como o patronímico de Simão Pedro, Baryona (filho de Jonas). Esta identificação é deduzida dos diversos catálogos dos Apóstolos que nos deixaram os Sinópticos, onde Bartolomeu sempre se segue a Filipe, aquele Apóstolo que levou Natanael a Jesus .

“Eu te vi, debaixo da figueira”. Natanael sentiu que o olhar de Jesus penetrava os mais profundos recônditos da sua alma, pois algo de significativo devia ter passado no seu coração naquela hora e naquele local exato a que Jesus se referia, e que só Deus podia conhecer.

Natanael é um israelita fiel à tradição da Lei, e parece não ter idéia da ruptura de João Batista com as instituições do Judaísmo. A fala de Jesus a Natanael, “quando estavas debaixo da figueira, eu te vi”, remete ao profeta Zacarias: Naqueles dias convidar-vos-ei, uns aos outros, debaixo da figueira. (Zc 3,10). Corresponda ou não, verdade é que, Natanael vê-se descoberto e então respondendo professa a sua fé em Jesus: Mestre, Tu és o Filho de Deus, o Rei de Israel. Tanto uma palavra quanto outra fazem parte dos títulos messiânicos procedentes do Salmo 2. A intenção do Evangelho revela-se ao apresentar, desde a primeira hora, confissões explícitas de fé em Jesus.

E com a expressão: “Então vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”, esconde e ao mesmo tempo revela de uma forma muito clara e expressiva que Jesus é o Mediador entre o Céu e a terra, ficando assim os Céus abertos para a humanidade. Ele é a porta pela qual os homens têm acesso ao Pai. É a escada de Jacó, pela qual subiam e desciam os Anjos na visão de Jacó (Gn 28,12).

Portanto, assim como Natanael, reconheçamos em Jesus “o Caminho, a Verdade e a Vida “.  Proclamemos bem alto: “Senhor, tu és o Filho do Homem, o Rei de Israel”, para que no final possamos ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre Ele; e com Ele reinemos eternamente.

Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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quinta-feira, 27 de setembro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 9,18-22 - 28.09.2018

Liturgia Diária

28 – SEXTA-FEIRA   
25ª SEMANA COMUM

(verde – ofício do dia)

A pergunta que Jesus dirige aos discípulos – “quem sou eu?” – é desafiadora e válida também para hoje. Ele espera que, em cada momento da vida, cada um de nós lhe dê sua própria resposta.

Evangelho: Lucas 9,18-22

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Aconteceu que Jesus 18estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então, Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. 20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22E acrescentou: “O Filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: Lucas 9,18-22
«Quem dizem as multidões que eu sou?(...) E vós, quem dizeis que eu sou?»

Rev. D. Pere OLIVA i March
(Sant Feliu de Torelló, Barcelona, Espanha)

Hoje, no Evangelho, há dois interrogantes que o mesmo Maestro formula a todos. O primeiro interrogante pede uma resposta estatística, aproximada: «Quem dizem as multidões que eu sou?» (Lc 9,18). Faz que giremos ao redor e contemplemos como resolvem a questão os outros: os vizinhos, os colegas de trabalho, os amigos, os familiares mais próximos... Olhamos o entorno e sentimo-nos mais ou menos responsáveis ou próximos -depende dos casos- de algumas dessas respostas que formulam quem têm relação conosco e com nosso âmbito, as pessoas... E a resposta diz-nos muito, informa-nos, situa-nos e faz que tomemos consciência daquilo que desejam, precisam, buscam os que vivem ao nosso lado. Ajuda-nos a sintonizar, a descobrir com o outro, um ponto de encontro para ir além...

Há uma segunda interrogação que pede por nós: «E vós, quem dizeis que eu sou?» (Lc 9,20). É uma questão fundamental que chama à porta, que mendiga a cada um de nós: uma adesão ou uma rejeição; uma veneração ou uma indiferença; caminhar com Ele e Nele ou finalizar numa aproximação de simples simpatia... Esta questão é delicada, é determinante porque nos afeta. Que dizem nossos lábios e nossas atitudes? Queremos ser fiéis àquele que é e dá sentido ao nosso ser? Há em nós uma sincera disposição a seguí-lo nos caminhos da vida? Estamos dispostos a acompanhá-lo à Jerusalém da cruz e da glória?

«É um caminho de cruz e ressurreição (...). A cruz é exaltação de Cristo. Disse-o Ele mesmo: Quando seja levantado, atrairei a todos para mim. (...) A cruz, pois, é glória e exaltação de Cristo» (São André de Creta). Dispostos para avançar para Jerusalém? Somente com Ele e Nele, verdade?

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PEDRO RECONHECE O MESSIAS Lc 9,18-22
HOMILIA

Lucas nos apresenta hoje a preocupação de Jesus sobre o conceito que as pessoas tem e fazem da Sua pessoa e então faz aos discípulos a inquietante pergunta: “Quem dizem as pessoas sobre quem é o Filho do Homem?” E o interessante disso tudo é que os discípulos escutavam os mesmos comentários que chegaram aos ouvidos de Herodes: que Jesus era ou João Batista, ou Elias, ou algum dos profetas antigos, que ressuscitou. Mas o que Jesus realmente queria saber era o que os seus discípulos pensavam a respeito dele. E nesse momento é Pedro quem toma a iniciativa da resposta e erguendo a voz diz: Tu és o Cristo de Deus!

A palavra Cristo vem do grego, é uma tradução literal de Messias, e significa ungido. Esta resposta de Pedro tem todo um significado, e é sobre isso que vamos refletir hoje.

Os livros proféticos do Antigo Testamento falam da vinda do Messias, o Salvador. E atribui a Ele o poder de curar os doentes, expulsar demônios, e trazer a paz ao povo. João Batista sabia disso. E é por isso que quando ele mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele era o Messias, Jesus pediu que os discípulos de João o acompanhassem durante aquela tarde enquanto Ele realizou a cura de cegos e aleijados. Depois disso, Jesus disse aos discípulos de João que voltassem para dizer o que tinham visto. Jesus não queria dizer, neste momento, que Ele era o Messias, pois muitas coisas ainda precisavam acontecer antes do seu martírio. João Batista, como conhecedor das Escrituras, sabia desses sinais. Se Jesus já afirmasse desde esse momento que era a Promessa de Deus, o alvoroço e a polêmica seriam ainda maiores do que este que já estava acontecendo. E isso poderia encurtar a sua trajetória no meio de nós.

Mas então as pessoas da época não sabiam que Ele era o Ungido de Deus? O Filho de Deus? Que não deveriam esperar que viesse outro? Pois é, não sabiam. Somente os discípulos sabiam disso. E foram severamente proibidos de comentar isso com alguém até que Ele passasse pelo martírio, morte e ressurreição.

Ainda hoje os judeus esperam a primeira vinda do Messias. Para eles, Jesus foi apenas mais um profeta, que teve a sua importância, mas que não libertou o povo, como eles esperavam. O entendimento deles não permite que vejam a libertação que Jesus veio trazer… A libertação da escravidão do pecado. Essa libertação vai muito além da libertação que eles esperavam, que era a libertação da servidão aos romanos da época, e depois a tantos outros povos ao longo da história. A libertação que Jesus veio trazer é de dentro para fora. Você pode estar acorrentado numa prisão, e ser livre. Você pode estar doente em um leito de hospital, rejeitado pelos seus pais e estar em um orfanato ou um asilo, pode ter perdido a saúde, a dignidade, o dinheiro, a liberdade de ir e vir… e ainda ser livre. Parece contraditório, mas é a Verdade. E a Verdade vos libertará. Nem a morte causa medo a quem tem essa liberdade. E essa é a maior prova de fé: não temer a morte.

Para Pedro, Jesus é Filho do Homem. É o Deus que se faz humano, convivendo no dia-a-dia comum entre as multidões e comunicando-lhes seu amor divino e eterno, que permanece para sempre, além da morte. E para ti quem é Jesus? A pergunta: E vós quem dizeis que Eu sou?, exige um comprometimento pessoal. Pedro corajosamente mostrou sua crescente lealdade, ao afirmar que Jesus era o Cristo de Deus. Nesta confissão Pedro quis dizer que Jesus era o único Deus, Filho ungido para seus propósitos. Quais propósitos? A maioria não tinha idéia, portanto Jesus não queria que seus discípulos divulgassem o que Pedro havia dito. Ao invés de um Rei ungido para sofrer e morrer por pecadores, a maioria dos judeus estavam à procura de um rei que trouxesse libertação política. Jesus então deixou claro o preço que teria que pagar para seguir a confissão de Pedro num mundo que não apenas estava confuso a seu respeito, como também era contra seu ministério. Concordar com a confissão de Pedro significa causar conflito entre os crentes e o mundo e os levaria a negar a si mesmos, ao carregarem a cruz do discipulado.

O discipulado de Cristo lá e aqui tem seu preço, seu custo. Dar a sua vida por amor aos seus irmãos. Esta é a mensagem para o dia de hoje. Peça e ore ao Senhor para que te ajude a abrir mão, se preciso for, da segurança, conforto e diversões deste mundo para O seguir. Que Ele te ensine a negar a ti mesmo, carregar a cruz e seguí-lo. Pois, sua promessa é: quem perder a vida por minha causa, este a salvará.

Por isso, peça a Deus esta graça. Pai, só tu podes revelar-me a identidade de teu Filho Jesus. Que eu a conheça de forma verdadeira para poder conformar com ela a minha vida.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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terça-feira, 25 de setembro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 9,7-9 - 27.09.2018

Liturgia Diária

27 – QUINTA-FEIRA   
SÃO VICENTE DE PAULO – PRESBÍTERO E FUNDADOR

(branco – ofício da memória)

Vicente (França, 1580-1660), fundador da Congregação da Missão (Lazaristas) e da Companhia das Filhas da Caridade, foi apóstolo do amor entre os pobres, doentes e sofredores e reformador da Igreja do século 17, instituindo a obra dos retiros e seminários. O amor com que tratava os mais necessitados e formava o clero espelhava o próprio Cristo.

Evangelho: Lucas 9,7-9

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 7o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros, ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: Lucas 9,7-9
«Procurava ver Jesus»

Rev. P. Jorge R. BURGOS Rivera SBD
(Cataño, Porto Rico)

Hoje o texto do Evangelho nos diz que Herodes queria ver Jesus (cf. Lc 9,9). Esse desejo de ver Jesus vem da curiosidade. Falava-se muito de Jesus pelos milagres que ele ia realizando por onde passava. Muitas pessoas falavam dele. A atuação de Jesus trouxe à memória do povo diversas figuras de profetas: Elias, João Batista, etc. Mas, por ser simples curiosidade, esse desejo não transcende. Tal é o fato que quando Herodes vê não lhe causa maior impressão (cf. Lc 23,8-11). Seu desejo se desvanece ao vê-lo cara a cara, porque Jesus se nega a responder suas perguntas. Esse silêncio de Jesus delata Herodes como corrupto e depravado.

Nós, ao igual que Herodes, com certeza sentimos, alguma vez, o desejo de ver Jesus. Mas já não contamos com ele Jesus em carne e osso como nos tempos de Herodes, no entanto contamos com outras presenças de Jesus. Quero ressaltar duas delas.

Em primeiro lugar, a tradição da Igreja fez das quintas-feiras um dia por excelência para ver Jesus na Eucaristia. São muitos os lugares onde hoje está exposto Jesus - Eucaristia. «A adoração eucarística é uma forma essencial de estar com o Senhor. Na sagrada custódia está presente o verdadeiro tesouro, sempre esperando por nós: não está ali por Ele, e sim por nós» (Bento XVI). -Aproxime-se para que lhe deslumbre com sua presença.

Para o segundo caso podemos fazer referência a uma canção popular, que diz: «Conosco está e não o conhecemos». Jesus está presente em tantos e tantos de nossos irmãos que têm sido marginados, que sofrem e não têm ninguém que os queira ver. Na sua encíclica Deus é Amor, diz o Papa Bento XVI: «O amor ao próximo enraizado no amor a Deus é ante tudo uma tarefa para cada fiel, mas é também para toda a comunidade eclesial». Assim, então, Jesus está lhe esperando, com os braços abertos lhe recebe em ambas as situações. Aproxime-se!

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HERODES VIU, MAS NÃO CREU Lc 9,7-9
HOMILIA

O evangelista Lucas narra esta interrogação de Herodes sobre Jesus por ocasião do envio dos Doze em missão pela Galiléia, território não muito extenso, que estava sob sua jurisdição. Recebendo notícias da crescente atividade de Jesus e seus discípulos, Herodes alarma-se, parecendo-lhe que se repetia a mesma agitação ocorrida com João Batista.  E por isso procura ver e saber quem é este homem de quem se ouve falar tanto.

Herodes estava ciente de que mandara degolar João Batista para ver-se livre da acusação que lhe pesava em vista da sua situação de adultério. Porém, o que Herodes não sabia era que João Batista havia sido apenas o precursor do Messias e que o verdadeiro Salvador estava vivo e sendo interrogado e acusado pelos prodígios que realizava. Por isso, “Herodes procurava ver Jesus” e se questionava sobre a Sua verdadeira identidade. A pessoa de Jesus continua a ser questionada por aqueles(as) que ainda não tiveram com Ele uma experiência de salvação. Muitos também, hoje, O buscam, mas não têm consciência de que e porque O procuram!

Escrevem sobre Jesus sem tê-Lo conhecido e fazem suposições sobre a Sua pessoa levando muitos outros a acreditarem nas suas falsas conjecturas. Jesus é o protótipo do homem vindo do céu, é o modelo que todo filho e filha de Deus precisam seguir para serem reconhecidos pelo Pai. Para que nós tenhamos convicção sobre quem é Jesus e qual o Seu verdadeiro papel na nossa vida nós precisamos conhecê-Lo através da Palavra, ter intimidade com Ele na oração, na adoração, na Eucaristia.

Neste mundo, o Senhor só é visto quando as pessoas querem vê-lo. Não há de que nos espantarmos. Mesmo na Ressurreição, só foi dado ver Deus aos que tinham o coração puro: “Bem-aventurados os corações puros, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Quantos bem-aventurados não tinha Jesus enumerado já e, contudo, não lhes tinha prometido esta possibilidade de verem Deus. Se, portanto, aqueles que têm o coração puro hão de ver Deus, seguramente que os outros não o verão; aquele que não quis ver Deus não pode ver Deus.

Porque Deus não se vê num lugar, mas, através de um coração puro. Não são os olhos do corpo que procuram Deus; ele não é captado pelo olhar, nem tocado pelo tato, nem ouvido numa conversa, nem reconhecido numa atitude. Julgamo-lo ausente e vemo-lo; está presente e não o vemos. Aliás, nem todos os apóstolos viam Cristo; foi por isso que ele lhes disse: “Há tanto tempo que estou convosco e ainda não me conheceis?” (Jo 19,9) Com efeito, todo aquele que conheceu qual é “a largura, o comprimento, a altura e a profundidade – o amor de Cristo que ultrapassa todo o conhecimento” (Ef 3,18-19), esse viu também Cristo, viu também o Pai. Porque, no que nos toca, não é segundo a carne que conhecemos Cristo (2 Cor 6,16), mas segundo o Espírito: “O Espírito que está diante da nossa face é o Ungido do Senhor, o Cristo”. Que Ele se digne, na sua misericórdia, cumular-nos com toda a plenitude de Deus, a fim de que O possamos ver!

Assim sendo poderemos apresentá-Lo àqueles que ainda não O conhecem para que tenham também um encontro com a Salvação. O que você fala de Jesus você o diz com conhecimento de causa? Você conhece Jesus porque lê muito sobre Ele ou porque encarna Sua Palavra como uma comida para a sua alma?

Pai, diversamente dos inimigos de Jesus, quero conhecer a identidade e a missão de teu Filho, pois é por ele que me guiarei para ser fiel a Ti.

Fonte https://homilia.cancaonova.com


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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 9,1-6 - 26.09.2018

Liturgia Diária

26 – QUARTA-FEIRA   
25ª SEMANA COMUM

(verde – ofício do dia)

Os discípulos de Jesus necessitam do pão, mas na base de sua vida está a Boa-Nova que anunciam. As exigências da missão mudam, mas o Reino será sempre a finalidade de toda ação missionária.

Evangelho: Lucas 9,1-6

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus convocou os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças 2e enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos. 3E disse-lhes: “Não leveis nada para o caminho: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem mesmo duas túnicas. 4Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. 5Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés como protesto contra eles”. 6Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa-Nova e fazendo curas em todos os lugares. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: Lucas 9,1-6
«Jesus convocou os Doze e deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças»

Rev. D. Jordi CASTELLET i Sala
(Sant Hipòlit de Voltregà, Barcelona, Espanha)

Hoje vivemos tempos em que novas doenças mentais alcançam difusões inesperadas, como nunca tinha havido no curso da história. O ritmo de vida atual impõe estresse às pessoas, corrida para consumir e aparentar mais do que o vizinho, tudo isso acompanhado de fortes doses de individualismo, que constroem uma pessoa isolada do resto dos mortais. Essa solidão a que muitos se vêem obrigados por conveniências sociais, pela pressão laboral, por convenções escravizantes, faz com que muitos sucumbiam à depressão, às neuroses, às histerias, às esquizofrenias ou outros desequilíbrios que marcam profundamente o futuro daquela pessoa.

«Reunindo Jesus os Doze apóstolos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curar enfermidades» (Lc 9,1). Transtornos, esses, que podemos identificar no mesmo Evangelho como doenças mentais.

O encontro com Cristo, pessoa completa e realizada, dá um equilíbrio e uma paz capazes de serenar os ânimos e de fazer a pessoa se reencontrar com ela mesma, dando claridade e luz em sua vida, bom para instruir e ensinar, educar os jovens e os idosos e, encaminhar as pessoas pelo caminho da vida, aquela que nunca haverá de murchar-se.

Os Apóstolos «partiram, pois, e percorriam as aldeias, pregando o Evangelho e fazendo curas por toda parte» (Lc 9,6). Essa é também nossa missão: viver e meditar o Evangelho, a mesma palavra de Jesus, a fim de permitir que ela penetre no nosso penetrar interior. Assim, pouco a pouco, poderemos encontrar o caminho a seguir e a liberdade a realizar. Como escreveu João Paulo II, «a paz deve realizar-se na verdade (...); deve realizar-se em liberdade».

Que seja o próprio Jesus Cristo, que nos chamou à fé e à felicidade eterna, quem nos encha de sua esperança e amor, Ele que nos deu uma nova vida e um futuro inesgotável.

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A MISSÃO DOS DOZE APÓSTOLOS Lc 9,1-6
HOMILIA

E chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois e dava a eles autoridade sobre os espíritos impuros. De dois em dois como se fossem testemunhas de uma verdade perante o mundo que não a conhecia. Evidentemente, a verdade era o Reino para o qual deviam se preparar com nova mentalidade. A autoridade sobre os espíritos impuros ou imundos é como o carimbo da divindade ao dominar os que na época se consideravam seus inimigos e triunfadores na luta entre o bem e o mal. O triunfo sobre eles indicava que o seu reino estava no fim e um novo reinado prestes a ser instaurado: o reinado da luz, da verdade e do bem em nome de Jesus, o representante do Deus vivo. Lucas em lugar paralelo, expressamente fala de proclamar o reino de Deus. O envio de dois em dois era próprio do tempo, pelo que dizia respeito aos mensageiros enviados para atestar uma mensagem. Também podemos ver nessa situação uma oportunidade para o mútuo apoio em situações difíceis. Jesus, no início de sua escolha, chama de dois em dois os irmãos pescadores. Os espíritos imundos: cremos que esta autoridade é para fazer calar os mesmos como Jesus fez na sinagoga de Cafarnaum ou expulsá-los como no caso da sogra de Simão, pois era considerada essa doença como causada por um espírito.  Os enfermos que curam eram os indispostos, para distingui-los dos que estavam mal e dos débeis. Não cremos que exista uma diferença real entre os termos que expressam uma mesma realidade: a doença.

E ordenou a eles de modo que não tomem para [o] caminho se não unicamente bordão, nem alforje, nem pão, nem cobre na cintura. Mas tendo atado [as] sandálias e não vestissem duas túnicas. As ordens eram umas positivas: bordão,  sandálias e uma túnica. Coisas necessárias para o caminho, pois nunca se caminhava descalço e um bordão era necessário tanto para se apoiar naqueles caminhos rudes e difíceis como arma defensiva contra os bandidos. Uma túnica é o mínimo que devia cobrir um corpo nu, ou seja, o necessário. As ordens negativas eram: não levar o alforje, que correspondia não ao cesto onde os judeus carregavam as provisões, especialmente o pão e vinho em sua peregrinação para Jerusalém, mas ao embornal dos mendigos que muitos missionários ambulantes levavam em suas missões. Também impede o dinheiro que era carregado numa bolsa na cintura ou dentro da faixa com que se atava a túnica ao redor dos rins. O texto fala de cobre, as moedas mais pobres sem ouro ou prata. Evidentemente com isto queria dizer que não podiam recolher qualquer dinheiro, nem como pobres, em sua missão. O texto de Mateus fala de não possuir ouro, nem  prata, nem cobre em seus cintos, nem sacola de provisões para o caminho nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão. Lucas diz que ordenou não tomar nada para o caminho, nem bordões, nem embornal, nem pão, nem prata, nem duas túnicas por cabeça. Dos textos vemos que não coincidem nos detalhes, especialmente Mateus para quem o bordão e as sandálias eram tão descartáveis como os alforjes e a túnica sobressalente. Os enviava com recursos até menores que os que tinham os mendigos, os mais pobres, para indicar que seu trabalho missionário não dependia dos valores humanos, mas da confiança que a Ele deviam: ao jovem rico manda dar tudo aos pobres para segui-lo. A pobreza era uma das características de Jesus, que não tinha nem onde reclinar a cabeça.

Se nas ordens anteriores era o caminho quem ditava as condições de pobreza para evitar se enriquecer com o pretexto da missão, agora coloca os discípulos como hóspedes gratuitos daqueles que aceitam o Evangelho. Caso não sejam recebidos, Jesus anuncia o que deve ser feito, profetizando que tal cidade teria um fim ainda pior do que foi dado às cidades que representavam no mundo antigo dos judeus o pecado propriamente dito. E todos que não vos receberem nem vos ouvirem, saindo dali sacudi o pó sob vossos pés para testemunho. Em verdade vos digo: Mais tolerável será no dia da condenação para os de Sodoma e de Gomorra do que para aquela cidade. Era costume entre os judeus em cada cidade haver um encarregado que se ocupava da comida e vestuário dos peregrinos. Sacudir o pó das sandálias era um gesto que o israelita fazia ao voltar de terra pagã. Dado que a terra participa do caráter de seus habitantes, despedir-se dos ímpios, comporta liberar-se também de seu pó. Sacudir o pó das sandálias não era uma maldição, mas um testemunho de que tal cidade era comparada a uma cidade pagã. Mas o final dessa cidade e de seu povo será o mesmo que Jesus anuncia contra as cidades em que tantos milagres foram feitos e que não se converteram. Se o destino das cidades é igualado, também é igualada a missão dos apóstolos e a missão de Jesus.

E tendo saído pregavam para que se convertessem. Embora Marcos não tenha narrado como Mateus que foram enviados para proclamar que o Reino estava às portas ou como Lucas diz para proclamar o Reino de Deus e curar os doentes, agora Marcos nos dá uma idéia de qual era o fim da missão apostólica. O arrependimento foi uma constante da pregação do Batista, do início da pregação de Jesus aos judeus, da proclamação de Pedro logo após a manifestação de Pentecostes. Mas quando se dirigem aos pagãos só pedem a fé.

E lançavam muitos demônios e ungiam com óleo muitos adoentados e saravam. O caso dos demônios é único aqui em Marcos, e também é única a narração de que ungiam os enfermos com óleo e sanavam. Deste resultado da missão também se tornam testemunhas tanto Mateus como Lucas. Porém, será Tiago quem de novo falará sobre a unção como uso corrente entre os membros da Igreja. Aqui está a base do sacramento da Unção aos Enfermos. A expulsão dos demônios (seja qual for a natureza dos tais) e a cura dos doentes eram a prova de que os apóstolos eram enviados por um ser superior às forças humanas. Como no caso de Pedro, a cura do aleijado deu ocasião para suscitar a fé nos presentes, e de se reafirmar na rejeição de Jesus pelos culpados. Também as curas eram a base da conversão ao Evangelho dos cidadãos presentes.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 8,19-21 - 25.09.2018

Liturgia Diária

25 – TERÇA-FEIRA   
25ª SEMANA COMUM

(verde – ofício do dia)

Ouvindo e vivendo a Palavra de Deus, criamos parentesco com Jesus e nos comprometemos com ele. Isso implica também a escuta do clamor do pobre, para trilhar o caminho da religião agradável a Deus.

Evangelho: Lucas 8,19-21

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 19a mãe e os irmãos de Jesus aproximaram-se, mas não podiam chegar perto dele por causa da multidão. 20Então anunciaram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver”. 21Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 8,19-21
«Minha mãe e meus irmãos são estes aqui, que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática»

Rev. D. Xavier JAUSET i Clivillé
(Lleida, Espanha)

Hoje, lemos uma formosa passagem do Evangelho. Jesus não ofende, de modo algum, a Sua Mãe, já que Ela é a primeira a escutar a Palavra de Deus e dela nasce Aquele que é a Palavra. E, simultaneamente, Ela é a que mais perfeitamente cumpriu a vontade de Deus: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38), responde ao anjo na Anunciação.

Jesus revela-nos de que precisamos, também nós, para chegar a ser seus familiares: Aqueles que ouvem...(Lc 8,21) e, para ouvir é necessário que nos aproximemos, tal como os seus familiares, que chegaram até onde Ele estava, mas não podiam aproximar-se por causa da multidão. Os familiares esforçam-se por se aproximar, seria conveniente que nos perguntássemos se lutamos e procuramos vencer os obstáculos que encontramos na hora de nos aproximarmos da Palavra de Deus. Dedico, todos os dias, uns minutos a ler, escutar e meditar a Sagrada Escritura? S. Tomás de Aquino recorda-nos que: é necessário que meditemos continuamente a Palavra de Deus(...) ; esta meditação ajuda fortemente na luta contra o pecado.

E, finalmente, cumprir a Palavra de Deus. Não basta escutar a Palavra; é necessário cumpri-la, se queremos ser membros da família de Deus. Temos de pôr em prática aquilo que nos diz! Por isso será bom que nos perguntemos se só obedeço quando aquilo que se me pede me agrada ou é relativamente fácil, e, pelo contrário, quando há que renunciar ao bem-estar, ao bom nome, aos bens materiais ou ao tempo disponível para o descanso..., ponho a Palavra entre parêntesis até que cheguem melhores tempos. Peçamos à Virgem Maria que escutemos como Ela e cumpramos a Palavra de Deus para andarmos assim no caminho que conduz à felicidade duradoura.

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A PROVA DE SER FILHO DE DEUS Lc 8,19-21
HOMILIA

“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a mensagem de Deus e a praticam”. Ao declarar que todo aquele que faz a vontade de Deus é a sua família, Jesus não estava renunciando à sua família segundo a carne. Como filho mais velho, ele continuou a cuidar do bem estar da sua mãe. Isto foi comprovado quando, ao dar a sua vida na cruz, ele passou essa responsabilidade ao discípulo a quem ele amava. Simplesmente Jesus define claramente que o parentesco de ordem humana, seja a mãe, os irmãos ou irmãs que ele tinha, não tem qualquer significado no Reino de Deus.

O relacionamento mais próximo do Senhor Jesus é com o seu Pai, que está nos céus, o próprio Deus Pai. O único “parentesco” permanente que Ele pode ter é de ordem espiritual – e é com aqueles que fazem a vontade de Deus. A estes, Ele chama de meus irmãos.

Deixando de lado os laços sanguíneos, representado pelo parentesco segundo a carne com sua mãe e seus irmãos, o Senhor Jesus passará agora a ampliar o seu ministério a todos aqueles que o receberem, sem distinção entre judeus e gentios. Não se dará mais exclusividade a Israel, devido à sua incredulidade e rejeição.

O relacionamento segundo a carne passa a ser inteiramente superado por afinidades espirituais. A obediência a Deus é agora o fator predominante e definitivo para estabelecer tais afinidades, sem outra distinção qualquer.

O mesmo se aplica a todo aquele que recebe Cristo como o seu Senhor e Salvador. Ele disse: Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. Nosso relacionamento espiritual com Cristo produz um vínculo maior do que nosso parentesco de sangue.

Um aspecto muito importante que deve ser esclarecido é sobre os irmãos de Jesus. Há dias uma das assíduas comentadoras da homilia diária perguntava sobre este aspecto. Os irmãos de Jesus, como fica claro pelo próprio texto bíblico, eram filhos de Alfeu e sua esposa, e não de José e Maria. Em diversos lugares o Evangelho fala desses ‘irmãos’. Assim, S. Marcos e S. Lucas referem que ‘estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos que querem ver-te” (Mt 12, 46-47; Mc 3, 31-32; Lc 8, 19-20; e também em Jo 7, 1-10).

Toda a pessoa que pergunte sobre os irmãos de Jesus somente revela a sua ignorância da própria Bíblia. Até porque as línguas hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzam o nosso ‘primo’ ou ‘prima’, e serve-se da palavra ‘irmão’ ou ‘irmã’.

Lê-se em Gênesis que ‘Taré era pai de Abraão e de Harão, e que Harão gerou a Lot (Gn 11, 27) que, por conseguinte, vinha a ser sobrinho de Abraão. Contudo, no mesmo Gênesis, mais adiante, chama a Lot ‘irmão de Abraão’: “Disse Abraão a Lot: nós somos irmãos” (Gn 13, 8). Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade, era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29, 12-15).

No Novo Testamento, fica claríssimo que os ‘irmãos de Jesus’ não eram filhos de Nossa Senhora. Os supostos ‘irmãos de Jesus’ são indicados por S. Marcos: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estão aqui conosco suas irmãs?” Tiago e Judas, conforme afirma S. Lucas, eram filhos de Alfeu e Cléofas: ‘Chamou Tiago, filho de Alfeu… e Judas, irmão de Tiago” (Lc 6, 15-16). E ainda: “Chamou Judas, irmão de Tiago” (Lc 6, 16). Quanto a ‘José’, S. Mateus diz que é irmão de Tiago: “Entre os quais estava… Maria, mãe de Tiago e de José (Mt 27, 56). Em S. Mateus se lê: “Estavam ali (no Calvário), a observar de longe…., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”. Essa Maria, mãe de Tiago e José, não é a esposa de S. José, mas de Cléofas, conforme S. João (19, 25). Era também a irmã de Nossa Senhora, como se lê em S. João (19, 25): “Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cléofas, e Maria Madalena”. Simão, irmão dos três outros, ‘Tiago, José e Judas’ são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu ou Cléofas é o pai deles.

Da mesma forma, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, ela não teria ficado aos cuidados de S. João Evangelista, que não era da família, mas com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés. Eis um dilema sem saída para os protestantes, pois os ‘irmãos de Jesus’ são filhos de Maria de Cléofas e Alfeu.

Também decorre uma pergunta: Por que nunca os Evangelhos chamam os ‘irmãos de Jesus’ de ‘filhos de Maria’ ou de ‘José’, como fazem em relação à Nosso Senhor? E por que, durante toda a vida da Sagrada Família, apenas conta-se três membros: Jesus, Maria e José?

Portanto, a própria Sagrada Escritura demonstra que os supostos ‘irmãos’ de Jesus são seus primos e não seus irmãos carnais. Sua afirmação de que o trecho de S. Mateus tem duas passagens, uma referindo-se à filiação carnal e a segunda à filiação espiritual fica sem sentido, visto que não conferem com o texto bíblico. Até porque o parentesco de sangue não é sequer mencionado pelos seus irmãos nas cartas que escreveram e que se encontram no Novo Testamento, indicando que não davam valor a isso. Ao invés disso, eles se dizem servos de Jesus Cristo.

Pai, que minha condição de membro da grande família do Reino se expresse no meu modo de proceder. Pela disposição a amar, quero dar provas de ser teu filho.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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sábado, 22 de setembro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 8,16-18 - 24.09.2018

Liturgia Diária

24 – SEGUNDA-FEIRA   
25ª SEMANA COMUM

(verde – ofício do dia)

A fé habita o coração íntegro, sempre disponível para levar adiante o aprendizado adquirido na vivência da Palavra. Sejamos uma comunidade que manifeste a luz do Senhor.

Evangelho: Lucas 8,16-18

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 16“Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. 17Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto. 18Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa será dado ainda mais; e àquele que não tem será tirado até mesmo o que ele pensa ter”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 8,16-18
«Ela é posta no candelabro, a fim de que os que entram vejam a claridade »

+ Rev. D. Joaquim FONT i Gassol
(Igualada, Barcelona, Espanha)

Hoje, este Evangelho tão breve é rico em temas que chamam a nossa atenção. Em primeiro lugar, “dar luz”: tudo é evidente aos olhos de Deus! Segundo grande tema: as Graças estão encadeadas, a fidelidade a uma atrai as outras: «Gratia pro Gratia» (Jo 1,16).

Luz para os que entram na Igreja! Desde há séculos, as mães cristãs ensinaram os seus filhos na intimidade, com palavras expressivas, mas sobretudo com a “luz” do seu bom exemplo. Também semearam, com a típica candura popular e evangélica, comprimida em muitos provérbios, plenos de sabedoria e, ao mesmo tempo, de fé. Um deles é o seguinte: «Iluminar e não defumar». São Mateus diz-nos: «…onde ela brilha para todos os que estão em casa. Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus (Mt 5,15-16).

O nosso exame de consciência, no final de cada dia, pode comparar-se ao trabalho do lojista, que verifica a caixa para ver o fruto do seu trabalho. Não começa por perguntar: Quanto perdi? Antes, pelo contrário: Quanto ganhei? E imediatamente: Como poderei ganhar mais amanhã, que posso fazer para melhorar? A revisão do nosso dia acaba com uma acção de graças e, por contraste, com um acto de dor amoroso. Dói-me não ter amado mais, e espero cheio de confiança, começar amanhã o novo dia para agradar mais a Nosso Senhor, que sempre me vê, e me acompanha e me ama tanto. Quero proporcionar mais luz e diminuir o fumo do fogo do meu amor.

Nos serões familiares, os pais e os avós forjaram – e continuam a forjar – a personalidade e a piedade das crianças de hoje e dos homens de amanhã. Vale a pena! É urgente! Maria, Estrela da Manhã, Virgem do amanhecer que precede a Luz do Sol-Jesus, guia-nos e dá-nos a mão. «Oh, Virgem ditosa! É impossível que se perca aquele em quem pões o teu olhar» (Santo Anselmo).

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SOMOS A LUZ DE CRISTO Lc 8,16-18
HOMILIA

Quando ouvimos falar de lâmpada, logo nos lembramos de luz. Jesus é Luz e acende em nós esta luz para que possamos irradiá-la por onde passamos. A lâmpada no lampadário é nosso Senhor Jesus Cristo, a verdadeira luz do Pai que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Dito de outra forma, é a Sabedoria e a Palavra do Pai; tendo aceitado a nossa carne, tornou-se realmente e foi chamada a “luz” do mundo. É celebrado e exaltado na Igreja pela nossa fé e pela nossa piedade. Torna-se assim visível a todas as nações e brilha para todos os da casa, isto é, para o mundo inteiro, tal como é dito nas suas palavras: Não se acende uma candeia para pô-la debaixo de um vaso, mas no candelabro onde brilhe para todos os da casa. Mais uma vez, com estas palavras, Jesus nos incita a levarmos uma vida sem mancha, aconselhando-nos a velar constantemente sobre nós mesmos, uma vez que estamos colocados diante dos olhos de todos os homens, tal como atletas num estádio visto por todo o universo na linguagem paulina.
A nossa vida é a lâmpada que deve irradiar a Luz de Deus. Porém, muitas vezes nós somos como luminárias apagadas ou mesmo cobertas. Não nos colocamos à vista, não nos apresentamos nem nos deixamos ser vistos. Ficamos como que escondidos, porque não queremos compromisso nem desejamos assumir encargos para uma vida mais profícua. Uma vida apagada, medíocre, voltada somente para as coisas fúteis, para os prazeres, os lucros, o bem estar da carne, é como uma lamparina coberta, não tem serventia. Se, somos pessoas que meditamos a Palavra de Deus, com certeza temos em nós a Sua Luz, o Seu direcionamento e conhecemos o Seu pensamento. Seremos cobrados por tudo quanto nós recebemos. Não nos enganemos: refletir com a palavra de Deus é assumir compromisso para mudar o mundo. Quanto mais recebemos, mas teremos que dar. Seremos julgados conforme a capacidade que ganhamos de Deus. Possui alguma coisa na vida, aquele que irradia ao mundo, a Luz de Jesus, os Seus ensinamentos e a Sua mensagem evangélica. A esse, será dado mil vezes mais, pois terá a vida eterna. Porém, aquele que vive só para o mundo, pensa que tem tudo, mas não possui nada. Por isso, no final, não terá mais nem a própria vida que pensa possuir. Continuará sem nada. Assim, iluminados por Cristo, não podemos sentar-nos tranqüilos, escondidos num cantinho do mundo, porque estamos à vista de todos os homens, tal como uma cidade situada no cimo de um monte, tal como em casa uma luz que se pôs sobre o lampadário. Saiba que as piores malícias não poderão lançar qualquer sombra sobre a nossa luz, se vivermos na vigilância dos que são chamados a conduzir para o bem o mundo inteiro.
Como tem sido a sua vida: uma lâmpada coberta ou colocada no candeeiro? – De que você tem consciência que precisa mudar para irradiar a Luz de Cristo? – Você tem a ousadia de querer mudar o mundo? – Como você poderá mudar este mundo: falando ou agindo? – A sua lâmpada está acesa e colocada à vista de todos? – A lâmpada, é o seu testemunho, e o compromisso que você assume para edificação do reino de Deus. Pense nisto e faça novos propósitos de vida, hoje, que a sua vida responda, pois, à santidade do seu ministério, para que a graça de Deus seja anunciada em toda a parte.
Fonte PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA


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