segunda-feira, 30 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA Evangelho - Mt 15,29-37 - 02.12.2015 - Jesus cura muitos e multiplica os pães.

4ª FEIRA da 1ª SEMANA Advento
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 15,29-37

Jesus cura muitos e multiplica os pães.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 15,29-37

Naquele tempo:
29Jesus foi para as margens do mar da Galiléia,
subiu a montanha, e sentou-se.
30Numerosas multidões aproximaram-se dele,
levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos,
e muitos outros doentes.
Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou.
31O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando,
os aleijados sendo curados,
os coxos andando e os cegos enxergando.
E glorificaram o Deus de Israel.
32Jesus chamou seus discípulos e disse:
'Tenho compaixão da multidão,
porque já faz três dias que está comigo,
e nada tem para comer.
Não quero mandá-los embora com fome,
para que não desmaiem pelo caminho.'
33Os discípulos disseram:
'Onde vamos buscar, neste deserto,
tantos pães para saciar tão grande multidão?'
34Jesus perguntou: 'Quantos pães tendes?'
Eles responderam: 'Sete, e alguns peixinhos'.
35E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão.
36Depois pegou os sete pães e os peixes,
deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos,
e os discípulos, às multidões.
37Todos comeram, e ficaram satisfeitos.
e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 15, 29-37
Todas as promessas que foram feitas no Antigo Testamento a respeito de Jesus começam a ser realizadas. Jesus cura todas as deficiências, de modo que as pessoas, além de não serem mais escravas do mal que possuíam, também podem ser novamente inseridas na vida social, deixando de ser excluídas e dependentes do auxílio dos demais. Jesus também multiplica os pães mostrando que Deus quer a saciedade de todos e que não quer entre os homens a fome e a miséria, pois o Reino de Deus é o reino da abundância de bens e de dons.
Fonte CNBB


SEGUNDO MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES Mt 15,29-37
HOMILIA

O logo, logo o Senhor sem demora chegará. Ele iluminará o que estava coberto pelas trevas e se manifestará a todos os povos. É convite que se nos faz nestes dias do Advento. E enquanto esperamos precisamos de nos alimentar da palavra e do corpo de Jesus o alimento vivo do homem peregrino em direção à Pátria definitiva.

Neste texto da multiplicação dos Pães Jesus toma a iniciativa difrentemente do primeiro milagre. Ele olha para a multidão e sete compaixão. Quero entender nesta ‘ compaixão d’Ele não só a fome física, mas sobretudo a fome e a sede messiânica. O povo tem sede e fome da palavra de Deus. Esperava por um libertador que viesse quebrar as cadeias injustas e que tornasse presente o reino de Deus. E precisamente Jesus, desde o início de seu ministério, dirige-se a judeus e a gentios, fazendo discípulos entre eles. Esta atitude de mestre leva-nos a entender melhor o seu plano salvífico. Jesus é o salvador de todos os homens e do homem todo. Em Mateus temos, em primeiro lugar, um resumo das atividades de Jesus entre os gentios. Ele mantém-se em contato com as multidões, o que seria uma impureza do ponto de vista do judaísmo. As diversas curas de Jesus são sinais de sua ação libertadora da opressão e da exclusão. Já ocorrera uma partilha dos pães na área de influência do judaísmo, onde Jesus abençoa os pães (Mt 14,19). Agora a partilha dos pães se dá no próprio território gentílico, e Jesus dá graças ao partir o pão. Para nos ensinar que a nossa oração deve ser sempre de ação de graças, mesmo quando fazemos um pedido. Ação de graças por quê? Porque Deus sabe as nossas necessidades antes mesmo de lhas pedir e porque esperando e confiando temos a certeza de que Ele nos atenderá e nos dará o que pedidos. Por isso, louvamos e agradecemos por tudo o que fez a nosso favor.

Comendo com os gentios, revela que o banquete do Reino é para todos. A multiplicação dos pães representa e preanuncia o banquete eucarístico ao qual todos são convidados, principalmente os pobres, doentes, desamparados, humildes e todos aqueles que ajudam os necessitados. Entre eles também nós queremos estar: Se procurarmos a Jesus com humildade, conscientes de nossa miséria ele nos cura pelos sacramentos, principalmente os da penitência e da Eucaristia. Poucos pães e poucos peixes se tornam matéria de salvação, de milagre, de vida. Na Missa, a oferta de nossas ações, de nossos sofrimentos e alegrias, de nosso trabalho se torna para nós matéria que é assumida e valorizada, feita parte integrante do sacrifício.

A ordem de Jesus de recolher os fragmentos lembra-nos o dever de cuidarmos das minúcias, dos pormenores, com atenção às pequenas coisas, as únicas afinal que podemos oferecer. Poderia ser também uma advertência à nossa civilização de abundância para um mais generoso desinteresse no uso dos bens.

Que o Senhor prepare os nossos corações com a força da Sua graça, para que ao chegar o Cristo nosso Salvador nos encontre dignos do banquete da vida eterna e Ele mesmo passando nos possa servir o alimento da eternidade. Amém!


Fonte Canção Nova

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 10,21-24 - 01.12.2015 - Jesus exulta no Espírito Santo.

3ª FEIRA da 1ª SEMANA Advento
Cor: Roxo

Evangelho - Lc 10,21-24

Jesus exulta no Espírito Santo.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 10,21-24

21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse:
'Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes,
e as revelaste aos pequeninos.
Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.
22Tudo me foi entregue pelo meu Pai.
Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai;
e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho
e aquele a quem o Filho o quiser revelar.'
23Jesus voltou-se para os discípulos
e disse-lhes em particular:
'Felizes os olhos que vêem o que vós vedes!
24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver
o que estais vendo, e não puderam ver;
quiseram ouvir o que estais ouvindo,
e não puderam ouvir.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 10, 21-24
Felizes somos todos nós que nos abrimos à ação da graça divina e reconhecemos a presença de Jesus em nossas vidas. Felizes somos todos nós que aceitamos de bom coração esta presença e acolhemos Jesus. Felizes somos todos nós que nos abrimos à ação do Espírito Santo de modo que, conduzidos por ele, renunciamos à sabedoria do mundo como um fim em si e aceitamos o mistério que nos abre para as realidades eternas e imutáveis. Felizes somos todos nós que somos amados por Deus que, a partir da revelação que nos vem por Jesus, nos permite viver conscientemente aqui na terra as realidades do céu.
Fonte CNBB


FELIZES OS QUE VEEM! Lc 10,21-24
HOMILIA

A alegria é uma característica de todo cristão porque primeiro foi de Cristo, é dom do Espírito Santo para todo batizado, é o que os primeiros cristãos possuíam (cf At 2, 46) e todos nós devemos ter. Mas, porque Jesus exultou de alegria naquele momento? Porque viu os planos do Pai se concretizando de uma maneira que é bem característica da Santíssima Trindade. Jesus reconhece, exulta de alegria vendo a humanidade mais uma vez participar das grandezas divinas. Nosso Senhor glorifica seu Pai porque Ele não escolheu os “sábios e entendidos” para serem os primeiros discípulos do Mestre, mas os pequeninos: povo sem estudo, sem muito entendimento, que não era capaz de muita coisa.

Creio que Jesus, em sua humanidade, tenha se desanimado um pouco ao olhar para aqueles 72 discípulos e ver a realidade. Tinha sido Ele mesmo que os havia escolhido por desígnio do Pai, mas Ele aconselha-os a rezarem ao Senhor pedindo mais operários para a messe (cf. Lc 10,2) pois aqueles não pareciam suficientes. Jesus reconhece que seus discípulos são ovelhinhas perto dos lobos astutos e inteligentes, mas envia-os acreditando que esses mesmos lobos darão a eles o sustento do dia de modo que nem precisam levar bolsas (cf. Lc 10,3-7), pois serão portadores da paz.

Apesar de toda a fé perfeita própria da divindade de Jesus, é difícil para a sua humanidade entender que essa gente com pouca instrução “dará conta do recado”.

Os 72 discípulos voltam alegres dizendo que até os demônios se submeteram a eles pelo nome de Jesus. Parece incrível, não? É como a profecia de Isaías na qual é prometida a harmonia entre lobo e cordeiro, pantera e cabrito, touro e leão, vaca e urso, criança e víbora. Tudo isso será possível porque sobre o nosso Salvador repousa o Espírito Santo com todos os seus dons e porque Ele não julga pelas aparências nem pelo ouvir dizer, mas com retidão e justiça. (cf. Is 11,1-8)

Esta é uma grande lição para todos aqueles que ficam tardando para dar uma resposta ao Senhor porque se acham incapazes, fracos, pequenos. Somente os pequeninos, isto é, os que abrem o coração e não colocam a razão em primeiro lugar, poderão distinguir os prodígios e milagres que acontecem quando o reino de Deus se lhes manifesta pela ação do Espírito Santo. Jesus louvou o Pai e exultou no Espírito quando os seus discípulos “enxergaram” as maravilhas que ocorreram quando eles saíram anunciando o Reino. “Felizes os olhos que veem o que vós vedes!” Quando nos dispomos a divulgar o Reino dos Céus aqui na terra, é sinal de que ele já está acontecendo na nossa vida e, na medida em que nós nos abrimos, mais e mais nós vamos experimentando a alegria e a felicidade interior. O Pai se dá a conhecer através da revelação do Filho e quanto mais nós conhecermos a Jesus, mais nós teremos comunhão com Deus Pai e assim estaremos vivendo a felicidade tão almejada.

Pensar assim seria ter um olhar puramente humano que não leva em consideração a misericórdia de Deus e seu poder soberano. Afinal, todas as coisas foram entregues à Jesus pelo Pai e Ele as dá a quem lhe apraz e quando lhe aprouver.

O que vale para Ele não são a inteligência e sabedoria humanas, mas o conhecimento de Deus, e “Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelar” (Lc 10,22). Ditosas são as nossas almas quando acreditamos na misericórdia e bondade do Senhor, mesmo que nossos olhos carnais não o tenham visto.

Obrigado, Pai, por nos conceder a oportunidade de Te conhecer mais profundamente. Obrigado, Jesus, por nos apresentar o Pai, e nos aceitar como irmãos teus, a medida que agimos como Tu nos ensinastes. Obrigado, Espírito Santo, por nos santificar, dando-nos coragem para enfrentar as batalhas do dia-a-dia, e dando-nos paciência para esperar o momento de Deus para aquilo que não podemos mudar. E que na hora certa nos fazes ouvir as palavras do Mestre: Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês estão vendo! Jesus, Caminho, Verdade e Vida, Aquele que nos revela o Pai, dá-me um coração puro para acolhê-lo e reconhecê-lo nos momentos diversos de minha vida com a ajuda de Tua Graça.


Fonte Canção Nova

domingo, 29 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 4,18-22 - 30.11.2015 - Imediatamente deixaram as redes e o seguiram.

Santo André, Apóstolo . Festa
Cor: Vermelho

Evangelho - Mt 4,18-22

Imediatamente deixaram as redes e o seguiram.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4,18-22

18Quando Jesus andava à beira do mar da Galiléia,
viu dois irmãos:
Simão, chamado Pedro, e seu irmão André.
Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores.
19Jesus disse a eles: 'Segui-me,
e eu farei de vós pescadores de homens.'
20Eles, imediatamente deixaram as redes e o seguiram.
21Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos:
Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João.
Estavam na barca com seu pai Zebedeu
consertando as redes.
Jesus os chamou.
22Eles, imediatamente deixaram a barca e o pai,
e o seguiram.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 4, 18-22
No nosso dia a dia devemos estar sempre atentos à presença de Jesus que se aproxima de nós e nos chama para o serviço do Reino. Esta aproximação acontece principalmente a partir dos apelos que chegam até nós nos sofrimentos, nas dores, nas necessidades não satisfeitas, na fome, na miséria, na culpa, na falta de fé, no desconhecimento de Deus, na falta de sentido de vida, na violência, enfim, em tudo o que exige de nós uma resposta de amor, que é o fundamento de todo apostolado, de todo seguimento de Jesus. Deixando tudo o que estamos fazendo, devemos ser a resposta viva de Deus para todos esses apelos.
Fonte CNBB


VOCAÇÃO DE TODOS Mt 4,18-22
HOMILIA

O Evangelho de hoje fala do chamado dos primeiros discípulos. Em primeiro lugar, sublinhamos o fato de Jesus buscar as pessoas para acompanhá-lo ou para trabalhar com ele. Ele vai a busca de simples pescadores, pois o que importa para Jesus não é preparo científico e títulos acadêmicos dos seus seguidores, mas que eles tenham fé e amor no coração. Porque aquele que prega ou profetiza por ordem de Cristo, não precisa demonstrar nada: só testemunhar a verdade do amor de Deus e a certeza da ressurreição do Senhor.
Em segundo lugar, a vocação dos primeiros discípulos acontece “junto ao mar da Galiléia”.  “O mar da Galiléia” é o lugar no qual vive o povo da Galiléia e ali trabalha. Isto quer nos dizer que o chamado não é feito num ambiente religioso particular, mas aí onde as pessoas verdadeiramente vivem, na sua vida cotidiana. Jesus procura e encontra o povo em sua própria situação concreta. Jesus apresenta a cada um o convite de segui-lo ali onde se encontra, numa situação comum, honesta e honrada como aquela dos primeiros discípulos ou então, numa situação desonrada e moralmente difícil como aquela do cobrador de impostos (Mt 9,9). Jesus vai de um ao outro e os chama.  Neste chamamento sublinha-se o aspecto pessoal. Jesus se aproxima de cada um, fala e o chama. Da mesma maneira Jesus se aproxima de todas as pessoas, e ali onde ele está, lhe faz ouvir aquela palavra de esperança e de confiança que é o chamado a segui-lo.
Em terceiro lugar, Jesus os chama para “segui-lo”.  “Seguir” significa ir atrás de alguém, pisando nas suas pecadas, percorrer o seu caminho e, portanto, pede, sobretudo, uma imensa confiança Nele. Seguir Jesus não é só aceitar sua doutrina, mas entregar-se incondicionalmente à sua pessoa, colaborar na sua missão, partilhar do seu destino que inclui a morte e glorificação. Seguir Jesus, por isso, supõe o abandono confiante Nele, isto é, uma confiança total, doação completa à pessoa de Jesus.  O seguimento de Jesus exige, portanto, urgência, desacomodação diante da situação existente e opção por uma nova forma de ver as coisas e uma prática transformadora. Tudo isto é necessário para percorrer o caminho em direção ao conhecimento do mistério de Jesus.
Em quarto lugar, eles são chamados para ser “pescadores de homens”. A tradicional expressão “pescadores de homens”, que indica a atividade missionária dos discípulos de Jesus, significa não apenas atrair pessoas para a causa do Reino de Deus, mas possui também um matiz de julgamento profético, como o mostra Jeremias em 16,16. A imagem da pesca na tradição bíblica servia para indicar o juízo último de Deus (Jr 16,16; Hab 1,15-17). Nesta linha devemos entender também a parábola da pesca onde se lança a rede na água (Mt 13,45-50). Em outras palavras, a tarefa dos discípulos é a de preparar a humanidade para o acontecimento final. Dentro desta linha de pensamento percebe-se o conteúdo da pregação de Jesus: o anúncio do Reino e com o apelo à conversão (Mt 4,17).
Em quinto lugar, Os discípulos “imediatamente deixaram as redes e foram com Ele”.  O atrativo da chamada de Jesus é irresistível e os fazem capazes de renunciar à sua família e ao seu trabalho para seguir Jesus. Esta ruptura com a própria família tinha umas implicações muito distintas às que têm hoje o abandono do lar familiar. Não era somente nem principalmente uma ruptura afetiva, e sim uma ruptura com todas as seguranças. A casa e a família eram, até então, o grupo de apoio mais sólido desde o ponto de vista social e econômico.
Ao deixar sua família e sua casa, aqueles discípulos fizeram uma opção muito radical: deixaram verdadeiramente tudo para seguir Jesus (cf. Mt 19,27-29). Através da pronta resposta dos discípulos ao convite de Jesus, Mateus propõe um exemplo da conversão radical que a chegada do Reino exige (Mt 4,17) e apresenta aos principais destinatários dos ensinamentos e sinais de Jesus.
            Olhando para a vocação dos quatro primeiros discípulos, vamos nos perguntar: em primeiro lugar, o que significa para você “eles imediatamente deixaram as redes, a barca e o pai e seguiram Jesus”? O que representa para você “a barca” e “rede” na sua vida? Você prefere remar sua própria barca ou quer entrar na barca de Jesus?
Jesus não permite os adiamentos, pois com Ele tudo tem que ser “imediatamente” (Mt 8,21s). Nossa primeira vocação é o nosso chamado para sermos seres humanos, pessoas humanas; o resto são formas e caminhos. Enquanto você não tiver planejado sua vida como um benefício para os outros, não terá sentido que você pergunte por sua vocação. Na sua opção vocacional, não procure quem o exima de sua liberdade e de sua responsabilidade. Ninguém deve nem pode escolher e decidir por você. Não acreditamos que Deus se antecipe escolhendo por você; mas acreditamos que se compromete e escolhe com você quando você faz isso séria e livremente.
Pai, dá-me forças para ser verdadeiro companheiro na missão de seu Filho Jesus, mesmo devendo sofrer perseguições e contrariedades.
Fonte PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA

sábado, 28 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 21, 25-28.34-36 - 29.11.2015 - A vossa libertação está próxima.

1º DOMINGO Advento
Cor: Roxo

Evangelho - Lc 21, 25-28.34-36

A vossa libertação está próxima.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21,25-28.34-36

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos:
25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas.
Na terra, as nações ficaróo angustiadas,
com pavor do barulho do mar e das ondas.
26Os homens vão desmaiar de medo,
só em pensar no que vai acontecer ao mundo,
porque as forças do céu serão abaladas.
27Então eles verão o Filho do Homem,
vindo numa nuvem com grande poder e glória.
28Quando estas coisas começarem a acontecer,
levantai-vos e erguei a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima.
34Tomai cuidado para que vossos corações
não fiquem insensíveis por causa da gula,
da embriaguez e das preocupações da vida,
e esse dia não caia de repente sobre vós;
35pois esse dia cairá como uma armadilha
sobre todos os habitantes de toda a terra.
36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento,
a fim de terdes força
para escapar de tudo o que deve acontecer
e para ficardes em pé diante do Filho do Homem.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 21, 25-28.34-36
Preparar o Natal

 Nesse domingo, inicia mais um Ano Litúrgico, no qual relembramos e revivemos os Mistérios da História da Salvação. A Igreja nos põe de sobreaviso com quatro semanas de antecedência a fim de que nos preparemos para celebrar de novo o Natal e, ao mesmo tempo, para que, com a lembrança da primeira vinda de Deus feito homem ao mundo, estejamos atentos a essas outras vindas do Senhor: no fim da vida de cada um e no fim dos tempos. Por isso o Advento é o tempo de preparação e de esperança.

A palavra ADVENTO significa “Vinda”, chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se preparam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.

Isaías fala com ênfase da era messiânica, quando todos os povos se hão de reunir em Jerusalém para adorarem o único Deus. Jerusalém é figura da Igreja, constituída por Deus “sacramento universal de salvação” (LG 48), que abre os seus braços a todos os homens para os conduzir a Cristo e para que, seguindo os seus ensinamentos, vivam como irmãos na concórdia e na paz. Cada cristão deve ser uma voz a chamar os homens, com a veemência de Isaías, à fé verdadeira e ao amor fraterno. Convida Isaías: “Vinde, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor” (Is 2, 5).

O Evangelho (Lc 21, 25-28. 34-36) mostra os últimos dias da vida terrena de Jesus. Ele anuncia tempos difíceis de sofrimento e perseguição. Em linguagem apocalíptica fala da segunda vinda de Cristo.

Os “sinais” catastróficos apresentados, não são um quadro do “fim do mundo”; são imagens utilizadas pelos profetas para falar do “dia do Senhor”, quando Ele vai intervir na história para libertar o seu Povo.

O quadro visa reavivar a Esperança pelo novo dia que surgirá e motivar a Vigilância para reconhecer e acolher o Senhor que vem.

O Evangelho ensina a não esperar passivamente a vinda do Filho do Homem. É preciso “estar atento” a essa salvação que nos é oferecida e aceitá-la.

É preciso ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que Ele nos transforme o coração e se faça vida em nossos gestos e palavras.

Preparemos o caminho para o Senhor que chegará em breve; e se notarmos que a nossa visão está embaçada e não distinguimos com clareza essa luz que procede de Belém, é o momento de afastar os obstáculos. É tempo de fazer com especial delicadeza o exame de consciência e de melhorar a nossa pureza interior para receber a Deus. É o momento de discernir as coisas que nos separam do Senhor e de lançá-las para longe de nós. Um bom exame de consciência deve ir até as raízes dos nossos atos, até os motivos que inspiram as nossas ações. E logo buscar o remédio no Sacramento da Penitência (Confissão)!

“Vigiai, não sabeis em que dia o Senhor virá”. Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl 24).

Para manter este estado de vigília, é necessário lutar, porque a tendência de todo homem é viver de olhos cravados nas coisas da terra.

Fiquemos alertas! Assim será se cuidarmos com atenção da oração pessoal, que evita a tibieza e, com ela, a morte dos desejos de santidade; estaremos vigilantes se não abandonarmos os pequenos sacrifícios, que nos mantêm despertos para as coisas de Deus. Diz-nos São Bernardo: “Irmãos, a vós, como às crianças, Deus revela o que ocultou aos sábios e entendidos: os autênticos caminhos da salvação. Aprofundai no sentido deste Advento. E, sobretudo, observai quem é Aquele que vem, de onde vem e para onde vem; para quê, quando e por onde vem. É uma curiosidade boa. A Igreja não celebraria com tanta devoção este Advento se não contivesse algum grande mistério”

Procuremos afastar os motivos que impedem a acolhida do Senhor:

– os prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada… No domingo, dorme… passeia… pratica esportes… mas não sobra tempo para a Missa.

– trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde…

Como desejo me preparar para o Natal desse ano?

Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?

Preparemos numa atitude de humildade e vigilância a chegada de Cristo que vem.

Procuremos remover de nossa vida toda bagagem inútil que possa impedir os nossos passos para Cristo.

Escutemos São Paulo: “Fazei progressos ainda maiores! “ (1Ts 4, 1).

Mons. José Maria Pereira


A VOSSA LIBERTAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA Lc 21,25-28.34-36
HOMILIA

Neste primeiro domingo do Ano Litúrgico, Lucas nos mergulha num dos discursos escatalógicos do Evangelho. Sendo assim, usa imagens e símbolos que não são da nossa cultura e época, e por isso nem sempre são fáceis de serem compreendidos, mesmo que fossem claros para os leitores daquele época. Mas na literatura apocalíptica não é necessário interpretar cada imagem detalhadamente – o mais importante não é cada pedra do mosaico, mas o padrão inteiro – não cada imagem e símbolo, mas a sua mensagem.

O texto nos apresenta a figura do “Filho do Homem” – o título que nos Evangelhos Jesus mais usava para si mesmo, e que nós quase nunca usamos. Este título vem dum trecho do livro apocalíptico de Daniel: Em imagens noturnas, tive esta visão: entre as nuvens do céu vinha alguém como um filho de homem… Foi-lhe dado poder, glória e reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. O seu poder é um poder eterno, que nunca lhe será tirado. E o seu reino é tal que jamais será destruído.”(Dn 7,13s)

Então Jesus recorda aos seus discípulos a mensagem de ânimo que o Livro de Daniel trazia aos perseguidos do tempo dos Macabeus, pelo ano 175 a.C. – que embora possa parecer que os poderes deste mundo, os impérios opressores, sejam mais fortes do que o poder de Deus, isso não passa duma ilusão. Pois, na plenitude dos tempos, Deus, através do seu messias – o Filho do Homem – revelará o seu poder, e estabelecerá um Reino que jamais será destruído. E isso acontece agora em Jesus!

Qualquer interpretação de um texto apocalíptico que causa medo nos ouvintes, é necessariamente errada, pois a função da apocalíptica é de animar e dar coragem aos oprimidos e sofredores. Por isso, o ponto central do nosso texto de hoje é uma mensagem de ânimo, coragem e fé: “Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima.”

Este trecho tem uma dimensão fortemente cristológica – nos afirma que Jesus, o Filho do Homem vitorioso, está no controle de todas as forças, sejam elas do céu ou do mar – símbolo de forças indomináveis para os judeus. E o versículo acima citado traz uma mensagem cheia de confiança: em contraste com a atitude de covardia dos malvados, os discípulos ficarão com a cabeça erguida, para acolher o juiz justo, o Filho do Homem.

Mesmo assim, os eleitos devem ficar atentos para não caírem. Devem cuidar muito para que: “Os corações … não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida.” Pois é fácil assumir as atitudes do mundo, sem que notemos, a não ser que sejamos vigilantes. Por isso, o texto de hoje termina com um conselho válido também para os discípulos dos tempos modernos: “Fiquem atentos e rezem todo o tempo, a fim de terem força”.

Quase dois mil anos atrás, o precursor do Império de hoje, o Romano, tentou, aliado com seus auxiliares locais, acabar com um projeto de vida, matando o seu arauto, Jesus de Nazaré. A força parecia ter a última palavra. Mas a verdade era outra – a força do Império era ilusão, pois Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos, mostrando que o mal nunca é mais forte do que o bem, a morte do que a vida, a opressão do que a libertação.

Os dias do Império estão contados, não somente o império político e econômico, mas o dos barões do narcotráfico, da máfia e outros (todo Império tem pés de barro, como ensina o Livro de Daniel e toda a literatura apocalíptica). O projeto de Deus, concretizado em Jesus e continuado hoje por nós, vencerá o projeto dos abutres do complexo industrial-militar e petrolífero, que só sugam o sangue dos inocentes para que aumentem os seus lucros. A união das pessoas comuns vencerá a dominação dos propagadores do terror – quando, animados pela sua fé, seja com a expressão teológica que for, descobrirem a força da união, da solidariedade, da não-violência que inspira uma luta decidida pela verdadeira paz.

Advento é tempo oportuno para que examinemos a nossa vida para descobrir se realmente estamos atentos o tempo todo, para não perdermos as manifestações da presença de Jesus no meio de nós. É tempo de nos dedicarmos mais à oração, para renovarmos as nossas forças, para não cairmos na armadilha da desatenção no meio das preocupações e barulho do mundo moderno, para que os nossos corações continuem “sensíveis” aos apelos do Senhor, através dos irmãos, no nosso dia-a-dia.

A vinda do Senhor, a sua última vinda, ou melhor, o último momento da vinda que Ele inaugurou quando se fez homem e veio habitar no meio de nós, é, de novo, proclamada nesta leitura. E com que solenidade! E com que exigência! Mas, no fundo, será esse o momento supremo da nossa libertação, porque o Senhor, que vem, vem como Salvador. O Advento é o tempo particularmente consagrado a viver nesta expectativa.


Fonte Canção Nova

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 21,34-36 - 28.11.2015 - Ficai atentos a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer

Sábado da 34ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 21,34-36

Ficai atentos a fim de terdes força
para escapar de tudo o que deve acontecer

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,34-36
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
34Tomai cuidado para que vossos corações
não fiquem insensíveis por causa da gula,
da embriaguez e das preocupações da vida,
e esse dia não caia de repente sobre vós;
35pois esse dia cairá como uma armadilha
sobre todos os habitantes de toda a terra.
36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento,
a fim de terdes força
para escapar de tudo o que deve acontecer
e para ficardes em pé diante do Filho do Homem.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 21, 34-36
A nossa vida é marcada por preocupações constantes que são exigências da agitada vida moderna. Essas preocupações muitas vezes acabam por fazer de si mesmas o centro da nossa vida. Na verdade, a gente deixa de viver a vida que a gente quer para viver a vida que é exigida de nós. Assim, não temos tempo para a oração, para a contemplação, para o encontro com Deus e o estabelecimento de comunhão com ele. O resultado de tudo isso é que deixamos de viver na sua presença e nos fechamos num mundo que cada vez mais nos escraviza e nos impede de viver a verdadeira vida, a vida dos filhos e filhas de Deus em perfeita comunhão e relação com o Pai.
Fonte CNBB


VIGIAI E ORAI Lc 21,34-36
HOMILIA

Esta exortação à vigilância encerra o discurso escatológico, iniciado com a fala de Jesus sobre a ruína do templo. Os discípulos, comprometidos com a libertação dos oprimidos e a restauração da dignidade humana, devem estar atentos para não se deixarem seduzir pelas propagandas e pelos projetos de sucesso oferecidos pelo sistema sob controle dos poderosos, que escravizam o povo.

Alguns dos seus discípulos estavam comentando como o templo era adornado com lindas pedras e dádivas dedicadas a Deus. Mas Jesus disse: Disso que vocês estão vendo, dias virão em que não ficará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas. Mestre, perguntaram eles, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal de que elas estão prestes a acontecer? Ele respondeu: Cuidado para não serem enganados. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu! E o tempo está próximo. Não os sigam. Quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não tenham medo. É necessário que primeiro aconteçam essas coisas, mas o fim não virá imediatamente. Então lhes disse: Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu.

Temos como objetivo fazer uma coisa muito gloriosa, que é anunciar o Evangelho do Reino de Deus por todo mundo. Há uma convicção muito clara em nosso coração de que Deus se agrada disso e nos capacita como instrumento, como um canal para honrar, glorificar e exaltar cada vez mais o nome do SENHOR. E temos também a convicção de que o SENHOR tem permitido que este trabalho se realize para que almas perdidas venham a ser resgatadas e levadas ao caminho certo que são os passos do SENHOR JESUS CRISTO. Muitos estão perdidos, preocupados com as coisas desse mundo, estão cegos, não conhecem a Palavra, mas Deus nos chamou para sermos LUZ. Deixe Deus te usar, Ele anseia por isso! Que você seja canal de benção para as pessoas. Vigiai e orai em todo o tempo para que não caia nas ciladas do vosso adversário, ficai firme, fortaleça o vosso coração no Senhor, porque Dele procede todas as coisas. Ele te ama e quer te usar.

Vigiai. A atitude que Jesus espera de cada cristão com relação à sua vinda não é outra senão a vigilância. E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai (Mc.13:37). Estar vigilante é estar atento, é estar prestando atenção a todos os acontecimentos, a tudo que ocorre à sua volta, buscando ver nisto os sinais da proximidade da vinda de Jesus.

Apesar da exortação do próprio Senhor ser no sentido de o crente ter de vigiar durante todo o tempo, tem sido uma constante, na história da Igreja, movimentos que têm posto em segundo plano, quando não em último plano, a promessa da vinda de Jesus. Seja por meio da retirada total do tema do discurso eclesiástico, seja através de decepções com as falsas profecias de designação de datas para o tão aguardado retorno, muitos crentes têm negligenciado e deixado de esperar Jesus. Uma vida cristã sem esta esperança é uma vida sem alento, sem perspectiva da eternidade, uma vida que passa a ser perigosamente envolvida com as coisas deste mundo e que tem grande probabilidade de ser sufocada por estas mesmas coisas, como ocorreu com a semente que brotou entre os espinhos (Mt.13:22).

Os sinais da vinda do Senhor estão se cumprindo. Tudo indica que o retorno de Jesus é iminente. Esforcemo-nos, portanto, para que sejamos vigilantes, tenhamos uma vida de oração, de santidade, cheia do Espírito Santo, com o verdadeiro e genuíno amor divino em nossos corações e com absoluta fidelidade e lealdade ao Senhor. Não nos deixemos perturbar pelas falsas profecias, pelos que, mesmo entre nós, comecem a esmorecer e a desacreditar da volta do Senhor, passando a buscar as coisas desta vida, mesmo em nome de sua religiosidade, mesmo em nome de Cristo. Nunca percamos de vista que a razão de ser da nossa fé é a vida eterna, é o convívio para sempre com Nosso Senhor nas mansões celestiais. Vigiemos e, juntamente com o Espírito Santo, que nosso profundo desejo da alma seja dizer: “Ora vem Senhor Jesus!”


Fonte Canção Nova

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 21,29-33 - 27.11.2015 - Quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto.

6ª-feira da 34ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 21,29-33

Quando virdes acontecer essas coisas,
ficai sabendo que o Reino de Deus está perto.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,29-33

Naquele tempo:
29Jesus contou-lhes uma parábola:
'Olhai a figueira e todas as árvores.
30Quando vedes que elas estão dando brotos,
logo sabeis que o verão está perto.
31Vós também, quando virdes acontecer essas coisas,
ficai sabendo que o Reino de Deus está perto.
32Em verdade, eu vos digo:
tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração.
33O céu e a terra passarão,
mas as minhas palavras não hão de passar.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 21, 29-33
Devemos ser capazes de reconhecer os sinais dos tempos para que possamos perceber os apelos do Reino de Deus na nossa vida, assim como sermos capazes de descobrir a presença de Jesus na história das pessoas. Somente quando somos capazes de analisar os acontecimentos a partir da ótica da fé é que somos capazes de interpretar os fatos como sendo sinal dos tempos e ação da graça divina no nosso dia a dia. Para que isso seja possível, a Palavra de Jesus deve ser o critério fundamental para a interpretação dos acontecimentos.
Fonte CNBB


JESUS E A PARÁBOLA DA FIGUEIRA Lc 21,29-33
HOMILIA

Esta parábola da figueira encerra o “discurso escatológico” que encontramos nos três Evangelhos sinóticos, seguindo-se as advertências sobre a necessidade de vigiar e orar. Depois da descrição da violência característica dos poderes deste mundo, é confirmada a presença do Reino de Deus entre nós, como escatologia já realizada.

O escatológico-apocalíptico, que é a expectativa de um fim glorioso para Israel, tem sua origem na tradição do Dia de Javé, o dia da vingança sobre os seus inimigos e de glória e poder para o povo eleito. Os discípulos originários do judaísmo, com sua visão messiânico-escatológica ainda não compreendiam as palavras de Jesus. Jesus os adverte: Vós, do mesmo modo… ficai sabendo…É fundamental que fiquemos atentos para não sermos surpreendidos.

Os cristãos são admoestados a se manterem em contínuo estado de vigilância em relação à história, uma vez que ela está sendo fermentada pelas realidades escatológicas. Urge, pois, perceber como nela se manifestam os sinais do fim.

A mensagem de Jesus nada tem a ver com os apocalipses da época, reservados a um grupo restrito de iniciados. Jesus ensina publicamente, sem a preocupação de selecionar seus ouvintes. Embora só os discípulos o compreendam, sua doutrina deve ser anunciada a todos os povos. Basta abrir-se para Ele, para entender o conteúdo de seus ensinamentos.

A tensão que se estabelece é a tensão da esperança. A esperança é o desejo ardente de realizar, hoje, a vontade de Deus. O Reino de Deus já está acontecendo. É a sedução do bem, da vida, da comunhão com Deus, da solidariedade, da fraternidade, da partilha, da alegria. E as palavras de Jesus são anunciadas como convite à participar do banquete da Vida.

A figueira e as demais árvores foram empregadas para ilustrar a parábola da escatologia. Vendo-as frutificar, é possível afirmar, sem perigo de engano, que o verão se aproxima. Igualmente, pode-se declarar que algo de novo estará acontecendo na história, quando a morte ceder lugar à vida, a escravidão abrir espaço para a liberdade, a injustiça for sobrepujada pela justiça, o ódio e a inimizade forem vencidos pelo amor e pela reconciliação.

Este germinar de esperança é um sinal evidente da presença do Filho do Homem, fazendo a escatologia acontecer. Chegará um tempo de plenitude. Este, porém, está sendo preparado pela aproximação paulatina daquilo que todos esperamos.

Pai, reforça a sinceridade de minha fé nas palavras de teu Filho Jesus, pois nele o teu Reino se faz presente na nossa história, realizando, assim, tua promessa de salvação.


Fonte Canção Nova

terça-feira, 24 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 21,20-28 - 26.11.2015 - Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete.

5ª-feira da 34ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 21,20-28

Jerusalém será pisada pelos infiéis,
até que o tempo dos pagãos se complete.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,20-28

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
20Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos,
ficai sabendo que a sua destruição está próxima.
21Então, os que estiverem na Judéia,
devem fugir para as montanhas;
os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se;
os que estiverem no campo, não entrem na cidade.
22Pois esses dias são de vingança,
para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras.
23Infelizes das mulheres grávidas
e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias,
pois haverá uma grande calamidade na terra
e ira contra este povo.
24Serão mortos pela espada
e levados presos para todas as nações.
e Jerusalém será pisada pelos infiéis,
até que o tempo dos pagãos se complete.
25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas.
Na terra, as nações ficarão angustiadas,
com pavor do barulho do mar e das ondas.
26Os homens vão desmaiar de medo,
só em pensar no que vai acontecer ao mundo,
porque as forças do céu serão abaladas.
27Então eles verão o Filho do Homem,
vindo numa nuvem com grande poder e glória.
28Quando estas coisas começarem a acontecer,
levantai-vos e erguei a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 21, 20-28
A libertação verdadeira da pessoa humana é fruto de dois elementos importantes: o primeiro é o seu compromisso pessoal e comunitário com o Reino de Deus e com a comunidade à qual pertence, de modo que a sua vida passa a ser uma constante luta histórica de transformação da realidade tendo como critério os valores do Evangelho; o segundo é a confiança inabalável da presença atuante de Deus na sua vida e na história dos homens como o grande parceiro que está ao lado dos que assumem a luta por um mundo novo. Somente a união entre esses dois elementos pode garantir um processo histórico verdadeiramente libertador.
Fonte CNBB


JESUS FALA DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM Lc 21,20-28
HOMILIA

Estamos vivendo o tempo que precede o Advento, tempo de espera e arrependimento. Ocasião propicia para que estejamos conscientes das nossas ações e atentos ao que podem significar as coisas que acontecem ao nosso redor. Jesus nos adverte dos fenômenos que acontecerão no mundo e com as pessoas antes da Sua vinda gloriosa. Se prestarmos atenção, muitos sinais já se fazem notar hoje, no mundo. A maioria das pessoas se apavora quando ouve falar desses prognósticos, porém, os que têm a percepção dos ensinamentos evangélicos, compreendem que as palavras de Jesus vêm nos edificar e nos ajudam a manter a esperança na nossa libertação.

O mundo à nossa volta se angustia e sofre. Muitas pessoas passam por dificuldades e se sentem perdidas, no entanto, isto é prenúncio de libertação. Jesus mesmo nos esclarece quando diz: “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. Jesus já veio como homem e chegou para nós por meio do seio de Maria, se entregou por nós, foi crucificado, morto e ressuscitado para a nossa Salvação. Não podemos mudar os prognósticos de Jesus, todos esses fatos já estão acontecendo. Porém, o que nós podemos fazer é assumir o nosso posto de guardiões da fé sem temor, na certeza de que o tempo da libertação se aproxima e deixando que a manifestação da vida de Jesus aconteça no nosso coração primeiro.

Expressão retomada por todos os Evangelhos Sinóticos numa retomada da profecia de Daniel 9,27 sobre as 70 Semanas. Cremos que este mundo, conforme a profecia de Jesus está caminhando para o fim? O que Jesus fala sobre o fim dos tempos, o dia do julgamento e a destruição de Jerusalém não era novidade para os judeus. Jesus alerta sim para a iminência da destruição de Jerusalém pela rejeição do Evangelho. Segundo o historiador Josefo mais de um milhão de pessoas morreram quando os romanos destruíram Jerusalém com seu templo no ano 70. A ruína de Jerusalém deveu-se à sua indiferença diante da visita de Deus, na pessoa do Senhor Jesus Cristo (Lc 19,44).

A abominação é o termo específico para condenar os ídolos, como também a profanação e a apostasia que eles trazem consigo. Por isso, Jesus fala também do julgamento do fim do mundo. Só a cegueira espiritual nos pode impedir de reconhecer os claros sinais que anunciam o dia do julgamento para os que recusam a palavra de Deus a respeito da graça e da salvação. S.Cipriano e S. Agostinho afirmam que neste dia final não se salvarão os que carecem de fé, embora permaneçam na comunidade dos fiéis e participem dos sacramentos. Aliás, a palavra desolação, segundo a etimologia da palavra grega, significa tornar um deserto, vazio da vida de Deus.

Jesus tinha dito aos discípulos o que lhes custaria segui-lo. E prometeu que jamais os deixaria sozinhos, mesmo no tempo de tribulação. Os santos e mártires que foram submetidos aos tormentos e à morte fizeram da prisão um templo de oração e acesso para o trono da glória de Deus. Eles reconheceram a presença salvadora de Jesus em suas vidas em todas as circunstâncias. O discípulo que seguia Jesus podia perder sua vida corporal, mas não sua alma.

O maior dom que nos é dado é o de nossa redenção e de adoção como filhos de Deus. Jesus nos redimiu da escravidão do pecado, do medo da morte e da destruição final. Somos gratos porque nossa esperança está no céu e na promessa que Jesus retornará para estabelecer seu reino de paz e de justiça. Sua segunda vinda será marcada por sinais que todos reconhecerão. Seu julgamento é um sinal de esperança para os que confiaram nele.

Qual é a percepção que você tem das palavras de Jesus? Você se atemoriza quando ouve falar desses acontecimentos? As coisas que você vê acontecer no mundo, hoje, já confirmam isto? – Jesus já veio para você?

Senhor, enchei meu coração de gratidão pelo dom da redenção e aumentai minha esperança em vosso retorno na glória. Que aquele dia me traga alegria e paz. Ajudai-me a servir-vos fielmente, e que eu faça o melhor uso de meu tempo agora à luz do tempo que virá!


Fonte Canção Nova

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 21,12-19 - 25.11.2015 - Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis.um só fio de cabelo da vossa cabeça.

4ª-feira da 34ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 21,12-19

Todos vos odiarão por causa do meu nome.
Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,12-19

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
12Antes que estas coisas aconteçam,
sereis presos e perseguidos;
sereis entregues às sinagogas e postos na prisão;
sereis levados diante de reis e governadores
por causa do meu nome.
13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé.
14Fazei o firme propósito
de não planejar com antecedência a própria defesa;
15porque eu vos darei palavras tão acertadas,
que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater.
16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais,
irmãos, parentes e amigos.
E eles matarão alguns de vós.
17Todos vos odiarão por causa do meu nome.
18Mas vós não perdereis
um só fio de cabelo da vossa cabeça.
19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 21, 12-19
Ganhar a vida eterna significa ser capaz de lutar no dia a dia pelos valores que a caracterizam. Mas os valores que caracterizam a vida eterna são completamente diferentes dos valores que caracterizam a nossa sociedade de hoje, sendo que a conseqüência dessa diferença é o conflito, que é seguido da perseguição, do ódio e, muitas vezes, da morte. Mas quem de fato acredita na vida eterna e a deseja ardentemente para si assume o projeto de Deus e os valores do Reino dos céus e luta constantemente por eles, não temendo a perseguição e desafiando até mesmo a morte, porque sabe que nada o separará da vida e vida em abundância.
Fonte CNBB


PERSEGUIÇÕES E SOFRIMENTOS Lc 21,12-19
HOMILIA

Jesus Cristo, o Filho de Deus, Aquele no qual nós cremos e seguimos, disse muito claramente e de várias maneiras que aqueles que o seguirem serão perseguidos. Atenção, não que eles podem ser perseguidos, mas que o serão decerto. Eis algumas das suas palavras a tal propósito: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5,11-12)

A perseguição e o sofrimento do discípulo são tidos por Jesus como sinais premonitórios do fim. O testemunho de seu Nome atrairia de tal forma a ira dos inimigos que estes lançariam mão de toda sorte de maldade contra os seguidores do Mestre. Sofrimento, perseguição, prisões, acusações na sinagoga, morte e ódio era o que lhes aguardava. Até mesmo, a perseguição por parte dos próprios familiares. Tudo isso por causa da fidelidade ao Mestre Jesus. Era preciso, pois, avivar neles a chama da perseverança. Tarefa desafiadora! Não obstante isso, nos momentos mais difíceis os discípulos receberiam a ajuda divina, de forma que não precisariam preparar a própria defesa. Receberiam, também, uma sabedoria tão sublime, capaz de levá-los a convencer seus adversários. Além da perseverança, os discípulos necessitarão de uma grande fé em Deus. “Nem um só cabelo cairá de vossa cabeça” – garante Jesus ao grupo dos discípulos, facilmente contamináveis pelo medo. A luta, afinal de contas, é do Mestre. Os discípulos são unicamente seus mediadores. O Pai os protege, preservando-os do mal, porque é o Senhor. Ninguém como Deus tem nas mãos a vida dos discípulos, e, por conseguinte, tem o poder de livrá-los do mal.

Os verdadeiros cristãos sempre foram perseguidos em qualquer época e lugar que tenham vivido. Algumas vezes a perseguição será mais forte outras vezes menos forte, mas a perseguição haverá sempre.

Meu irmão, minha irmã, no meio das perseguições permaneça firme na fé não negando o Senhor, sabendo que, como disse o Senhor Jesus, com a vossa perseverança ganhareis as vossas almas (cfr. Lucas 21,19). Lembrai-vos destas palavras de Paulo: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há-de ser revelada” (Rom. 8,18), e também destas: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas” (2 Cor. 4,17-18). Estas palavras são de grande consolação, pois fazem perceber como após o sofrimento, a nós, cristãos, nos espera a glória, uma eterna glória, diante da qual os sofrimentos são coisa pouca. Certo, o sofrimento, justamente porque é um sofrimento, faz-nos sofrer de várias maneiras, mas, aliás, é justo que nós soframos porque também Jesus Cristo sofreu muito por nós. Por que não haveríamos nós de sofrer por amor do seu Nome? E, além disso, as aflições cooperam para o nosso bem porque, como diz Paulo, produzem em nós paciência (cfr. Rom. 5,3) e a paciência cumpre perfeitamente a obra de Deus em nós (cfr. Tiago 1,2-4). Portanto, não murmuremos contra Deus no meio das aflições, mas oremos encomendando as nossas almas ao fiel Criador, fazendo o bem (cfr. Tiago 5,13 e 1 Ped. 4:19).

Não desanimeis, portanto, é normal, justo e útil aquilo que vos sucede. Alegrai-vos de serdes julgados dignos de ser menosprezados e perseguidos pelo Nome de Jesus.

Pai, dá-me uma fé profunda que me possibilite perseverar nos momentos de dificuldade, sem abrir mão da tarefa que recebi: levar adiante o projeto de Jesus.


Fonte Canção Nova

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 21,5-11 - 24.11.2015 - Não ficará pedra sobre pedra.

3ª-feira da 34ª Semana Tempo Comum
Sto. André Dung-Lac Presb e Comps. Mts, memória
Cor: Vermelho

Evangelho - Lc 21,5-11

Não ficará pedra sobre pedra.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,5-11

Naquele tempo:
5Algumas pessoas comentavam a respeito do Templo
que era enfeitado com belas pedras
e com ofertas votivas.
Jesus disse:
6'Vós admirais estas coisas?
Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra.
Tudo será destruído.'
7Mas eles perguntaram:
'Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal
de que estas coisas estão para acontecer?
8Jesus respondeu: 'Cuidado para não serdes enganados,
porque muitos virão em meu nome, dizendo:
'Sou eu!' - e ainda: 'O tempo está próximo.'
Não sigais essa gente!
9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções,
não fiqueis apavorados.
É preciso que estas coisas aconteçam primeiro,
mas não será logo o fim.'
10E Jesus continuou:
'Um povo se levantará contra outro povo,
um país atacará outro país.
11Haverá grandes terremotos,
fomes e pestes em muitos lugares;
acontecerão coisas pavorosas
e grandes sinais serão vistos no céu.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 21, 5-11
Não podemos por na realidade material o sentido final da nossa vida e a causa da nossa felicidade, pois o mundo material é transitório e só encontra o seu verdadeiro sentido enquanto é relacionado com o definitivo, ou seja, o mundo espiritual, e contribui para que a pessoa encontre nos valores que não são transitórios a causa da sua vida e da sua felicidade. Assim, devemos ser capazes de submeter os valores transitórios aos valores definitivos, pois somente eles podem nos garantir a nossa plena realização.
Fonte CNBB


NÃO FICARÁ PEDRA SOBRE PEDRA Lc 21,5-11
HOMILIA

Em meio ao barulho do povo no templo, alguns admiram a magnificência da construção. O templo, reconstruído depois do exílio, parece que foi realmente modesto se comparado com o primeiro, construído por Salomão. Contudo, para a época de Jesus, aquele modesto templo do pós-exílio era outra coisa totalmente diferente.

Herodes o Grande, com mania de grandeza por natureza, buscando reconciliar-se com os judeus, havia-se encarregado de remodelá-lo, com ampliações e com soluções que ainda surpreendem a engenharia moderna. Isto para entender por que os visitantes se maravilhavam tanto com aquela obra. Exceto a magnificência do edifício e a pompa da obra como tal, sabemos que o templo significava tudo para Israel, não somente por sua convicção de que era o lugar da Presença, lugar onde habitava o Nome de Deus ou sua Glória (Ezequiel 43, 4), mas porque, como estrutura institucional, determinava todos os destinos políticos, econômicos, sociais e religiosos da nação.

Consideremos só o religioso: o templo, como habitação do Nome, do lugar específico do Santo dos Santos irradiava sua santidade para os demais lugares do templo: primeiramente para o que estava mais perto do lugar da Santidade: o altar, em seguida as casas e o pátio dos sacerdotes de Israel, depois as casas e os pátios dos levitas, pátio dos israelitas legalmente puros, pátio dos impuros, pátio das israelitas e das crianças, pátio dos estrangeiros, palácios próximos, o resto da cidade, o país e o mundo; de modo que a santidade se deduzia pela proximidade ou distância do lugar da Santidade divina. Nessa medida, o templo era a réplica em miniatura da sociedade israelita estratificada por razões sociais, econômicas e contraditoriamente, por razões religiosas.

Aqueles que observam a maravilha arquitetônica não estão em condições de pôr em questão tudo o que há por trás daquela estrutura de pedra; unicamente Jesus, que como já vimos se orienta por outros critérios, com outros parâmetros, é capaz de questionar e até se atreve a predizer sua destruição: o da ruína material pôde tê-lo dito pela simples constatação histórica porque já havia ocorrido em 587, mas também porque era um fato que os detentores do poder procuravam arruinar as construções religiosas dos súditos para submetê-los com maior crueza. Destruindo os templos, saqueando-os e, especialmente, retirando deles as estátuas das divindades e demais símbolos religiosos, os invasores davam por submetidos também os deuses dos povos conquistados, e estes tinham a obrigação de submeter-se à religião do conquistador.

Já o templo de Jerusalém tinha sido saqueado pelos babilônios, pelos gregos, e faltavam os romanos, mas não tardariam. Contudo, a realidade da destruição do templo Lucas já a devia conhecer e aproveita aquela imagem para pô-la na boca de Jesus como profecia e como introdução a seu discurso escatológico que se abre precisamente aqui a propósito das palavras de uns aterrorizados fiéis diante daquela fortíssima construção.

Não é necessário, portanto, insistir se Jesus predisse a destruição de Jerusalém e seu templo em termos literais. O mais importante é que com a clareza de uma consciência totalmente liberta e desprovida da alienação religiosa, própria de seu tempo, Jesus manifesta sua mais profunda convicção e fé na queda de todo o sistema montado ao redor do templo como estrutura geradora de injustiça institucional. Não seria algo pacífico nem fácil, com a mesma violência e injustiça com que se tinha levantado tudo aquilo, seria derrubado também. Não porque Deus interviesse para que as coisas assim acontecessem, senão como uma espécie de lei da vida.

Pai, teu Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba acolhê-lo como manifestação de tua misericórdia, e só nele colocar toda a minha segurança.


Fonte Canção Nova

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 21,1-4 - 23.11.2015 - Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas.

2ª-feira da 34ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 21,1-4

Viu também uma pobre viúva
que depositou duas pequenas moedas.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,1-4

Naquele tempo:
1Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas
depositando ofertas no tesouro do Templo.
2Viu também uma pobre viúva
que depositou duas pequenas moedas.
3Diante disto, ele disse:
'Em verdade vos digo que essa pobre viúva
ofertou mais do que todos.
4Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus,
aquilo que lhes sobrava.
Mas a viúva, na sua pobreza,
ofertou tudo quanto tinha para viver.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 21, 1-4
Muitas vezes somos injustos com as pessoas porque fazemos do elemento quantitativo a principal fonte dos nossos juízos e das nossas decisões em relação a elas. Assumindo os critérios do mundo, o número cada vez mais torna-se o principal critério para a nossa avaliação. Jesus nos mostra que diante de Deus, devemos pensar de forma diferente. Não é o quanto foi dado que manifesta a generosidade da pessoa, mas o como, o porquê e o significado da quantia que são realmente importantes, pois nos revela o relacionamento da pessoa com Deus e o seu envolvimento com ele.
Fonte CNBB


A VIÚVA QUE DÁ TUDO O QUE TINHA PARA VIVER Lc 21,1-4
HOMILIA

Hoje, aprendemos de Jesus, o verdadeiro valor das coisas materiais. Parado à porta do Templo, Jesus observava o comportamento das pessoas que chegavam para participarem do culto. Perto de Jesus estava uma caixa para a coleta das ofertas que serviriam para a manutenção do Templo e, para socorrer os que estivessem necessitados. Ali, cada um colocava a sua contribuição livremente, de acordo com a sua vontade. Percebeu então Jesus, que muitos ricos depositaram boas quantias e que os pobres também contribuíam. E, uma viúva pobre, por fim, aproxima-se do cofre e deposita duas únicas moedinhas que tinha em sua bolsa. Jesus, após o culto, chama os seus apóstolos e lhes diz : Em verdade vos digo, que esta viúva pobre depositou muito mais do que todos os outros juntos pois, todos deram das sobras que sempre têm, mas ela, deu tudo o que tinha, todo o seu sustento.

Desta lição concluímos que a doação tem que representar, verdadeiramente, a vontade do nosso coração. Às vezes, sentimos muito quando presenciamos certas cenas que nos chocam, devido ao tamanho do sofrimento que um irmão nosso possa estar passando. Em vários locais que frequentamos, não estamos livres de presenciar a dor e o sofrimento que deprimem e sufocam pessoas como nós. Porém, pelas adversidades da vida, o que presenciamos dói muito na carne e no espírito daqueles sofredores.

Ficamos horrorizados, condoídos e compadecidos, chegando até mesmo às lágrimas. A maioria, enxugando os olhos e limpando a garganta, sai abatida e com muita dor no coração, porque mesmo não estando naquele estado, leva uma vida muito apertada, com muita luta e coragem, conseguindo sobreviver e mesmo tendo pouco recurso sempre são os que mais ajudam. Mas a minoria, privilegiada, ignora aqueles sofredores e até lastimam aquele quadro que enfeia a sua cidade; que mancha o bom nome que ela tem, mas com raras exceções, procuram ajudar àqueles desfavorecidos, mesmo tendo dinheiro e posição social que pode lhes dar condições de acionar as autoridades, para conseguir mudar o tratamento destinado àqueles que nada têm. Gastam, gastam, gastam, mas não gostam de partilhar.

Por isso Jesus fala que os ricos deram do que lhes sobrava. Isso não é dar com amor; é preciso partilhar. Não basta ter dó; não basta ter pena; não basta chorarmos compadecidos; como muitos fazem nos velórios quando abraçam e deixam uma mensagem para os parentes e, depois, falam mal dos defuntos, comentando sobre a sua vida. Isso não muda nada na vida dos que sofrem as marcas de um esquema social que os coloca à margem dos planos dos que dirigem esta e outras nações que têm os mesmos problemas no mundo inteiro. Com auxílio material, com boa vontade de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito amor cristão, alguma coisa sempre se pode fazer. É preciso partilhar o Deus que trazemos dentro de nós com aqueles que encontramos nas esquinas da vida.

Que triste alguém que vem à casa do Senhor e tem a sua oferta rejeitada, porque com Deus não se pode barganhar, ou se oferece a oferta, a adoração de coração, com a vida ligada a Ele ou então melhor que nem ofereça.

O que essas pessoas não entendem é que Deus nunca precisou e nem precisa de recursos puramente humanos para levar a sua palavra, para levar a sua Igreja por esta terra em nossa era, mas o que Ele sempre procurou e procura ainda hoje, são os verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade, Ele sempre procurou corações abertos que não se rendam às coisas desse mundo, mais que se dediquem a Ele em todos os momentos de sua vida. O Senhor nunca se preocupou com a quantidade da oferta, mas sim com a qualidade dessa. Era só aquilo que a viúva tinha, e foi para essa oferta que Deus atentou. O que é que nós temos para oferecer ao Senhor? Ofereçamos de todo o coração, para que possa chegar a nossa oferta em odor suave diante do nosso Deus!

Pai, dá-me um coração de pobre capaz de partilhar até do que me é necessário, porque confio totalmente no teu amor providente.

Fonte Canção Nova

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 18,33b-37 - 22.11.2015 - Tu o dizes: eu sou rei.

34º Domingo - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo Tempo Comum
Cor: Branco

Evangelho - Jo 18,33b-37

Tu o dizes: eu sou rei.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 18,33b-37

Naquele tempo:
33bPilatos chamou Jesus e perguntou-lhe:
'Tu és o rei dos judeus?'
34Jesus respondeu:
'Estás dizendo isto por ti mesmo,
ou outros te disseram isto de mim?'
35Pilatos falou: 'Por acaso, sou judeu?
O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim.
Que fizeste?'.
36Jesus respondeu:
'O meu reino não é deste mundo.
Se o meu reino fosse deste mundo,
os meus guardas lutariam
para que eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu reino não é daqui'.
37Pilatos disse a Jesus:
'Então tu és rei?'
Jesus respondeu:
'Tu o dizes: eu sou rei.
Eu nasci e vim ao mundo para isto:
para dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz'.
Palavra da Salvação
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 18,33b-37
Solenidade de Cristo-Rei – Ano B

“O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos” (Ap 5,12; 1,6). Estas palavras são da Antífona de Entrada da Solenidade de hoje e dão o sentido profundo desta celebração de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.

Uma pergunta que pode vir – deveria vir! – ao nosso coração é esta: Jesus é Rei? Como pode ser Rei, num mundo paganizado, num mundo pós-cristão, num mundo que esqueceu Deus, num mundo que ridiculariza a Igreja por pregar o Evangelho e suas exigências?… Pelo menos do Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo o mundo não quer saber… Como, então, Jesus pode ser Rei de um mundo que não aceita ser o seu reinado? E, no entanto, hoje, no último domingo deste ano litúrgico de 2003, ao final de um ciclo de tempo, voltamo-nos para o Cristo, e o proclamamos Rei: Rei de nossas vidas, Rei da história, Rei dos cosmo, Rei do universo. A Igreja canta, neste dia, na sua oração: “Cristo Rei, sois dos séculos Príncipe,/ Soberano e Senhor das nações!/ Ó Juiz, só a vós é devido/ julgar mentes, julgar corações”. O texto do Apocalipse citado no início desta meditação dá o sentido da realeza de Jesus: ele é o Cordeiro que foi imolado. É Rei não porque é prepotente, não porque manda em tudo, até suprimir nossa liberdade e nossa consciência. É Rei porque nos ama, Rei porque se fez um de nós, Rei porque por nós sofreu, morreu e ressuscitou, Rei porque nos dá a vida. Ele é aquele Filho do Homem da primeira leitura: “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”. Com efeito, o reinado de Cristo não tem as características dos reinados do mundo.

(1) Ele é Rei não porque se distancia de nós, mas precisamente porque se fez “Filho do homem”, solidário conosco em tudo. Ele experimentou nossas pobrezas e limitações; ele caminhou pelas nossas estradas, derramou o nosso suor, angustiou-se com nossas angústias e experimentou tantos dos nossos medos. Ele morreu como nós, de morte humana, tão igual à nossa. Ele reina pela solidariedade.

(2) Ele é Rei porque nos serviu: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Serviu com toda a sua existência, serviu dando sempre e em tudo a vida por nós, por amor de nós. Ele reina pelo amor.

(3) Ele é Rei porque tudo foi criado pelo Pai “através dele e para ele” (Cl 1,15); tudo caminha para ele e, nele, tudo aparecerá na sua verdade: “Quem é da verdade, ouve a minha voz”. É nele que o mundo será julgado. A televisão, os modismos, os sabichões de plantão podem dizer o que quiserem, ensinarem a verdade que lhes forem conveniente… mas, ao final, somente o que passar pelo teste de cruz do Senhor resistirá. O resto, é resto: não passa de palha. Ele reina pela verdade.

(4) Ele é Rei porque é o único que pode garantir nossa vida; pode fazer-nos felizes agora e pode nos dar a vitória sobre a morte por toda a eternidade: “Jesus Cristo é a testemunha fiel e verdadeira, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra”. Ele reina pela vida.

Sim, Jesus é Rei: “Eu sou Rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo!” Mas seu Reino nada tem a ver com o triunfalismo dos reinos humanos – de direita ou de esquerda! Nunca nos esqueçamos que aquele que entrou em Jerusalém como Rei, veio num burrico, símbolo de mansidão e serviço. Como coroa teve os espinhos; como cetro, uma cana; como manto, um farrapo escarlate; como trono, a cruz. Se quisermos compreender a realeza de Cristo, é necessário não esquecer isso! A marca e o critério da realeza de Cristo é e será sempre, a cruz!

Hoje, assistimos, impressionados, a paganização do mundo, e perguntamos: onde está a realeza do Cristo? – Onde sempre esteve: na cruz: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”. O Reino de Jesus não é segundo o modelo deste mundo, não se impõe por guardas, pela força, pelas armas: meu Reino não é daqui! É um Reino que vem do mundo do amor e da misericórdia de Deus, não das loucuras megalomaníacas dos seres humanos. E, no entanto, o Reino está no mundo: “Cumpriu-se o tempo; o Reino de Deus está próximo” (Mc 1,15); “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus já chegou para vós” (Lc 11,20). O Reino que Jesus trouxe deve expandir-se no mundo! Onde ele está? Onde estiverem o amor, a verdade, a piedade, a justiça, a solidariedade, a paz. O Reino do Cristo deve penetrar todos os âmbitos de nossa existência: a economia, as relações comerciais, os mercados financeiros, as relações entre pessoas e povos, nossa vida afetiva, nossa moral pessoal e comunitária.

Celebrar Jesus Cristo Rei do Universo é proclamar diante do mundo que somente Cristo é o sentido último de tudo e de todos, que somente Cristo é definitivo e absoluto. Proclamá-lo Rei é dizer que não nos submetemos a nada nem a ninguém, a não ser ao Cristo; é afirmar que tudo o mais é relativo e menos importante quando confrontado com o único necessário, que é o Reino que Jesus veio trazer. Num mundo que deseja esvaziar o Evangelho, tornando Jesus alguém inofensivo e insípido, um deus de barro, vazio e sem utilidade, proclamar Jesus como Rei é rejeitar o projeto pagão do mundo atual e proclamar: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos”. Amém (Ap 5,12; 1,6).
D. Henrique Soares da Costa
Fonte Presbiteros


ENTÃO VOCÊ É REI? Jo 18,33b-37
HOMILIA

Dizer “Cristo Rei” é quase uma redundância, pois Cristo, que significa Messias, já supõe o significado de ser ungido Rei. A repetição, porém, enfatiza e endossa o desejo de realçar o atributo do poderio absoluto, que mais caracteriza sua pessoa divina, expresso também pelo título de Senhor, outrossim, releva o múnus régio de Jesus.

A Liturgia de hoje nos ajuda a conhecer a natureza da realeza de Jesus, cujo reinado não é deste mundo (Jo 18,36) e que, por isso, não faz concorrência aos reinos terrestres. Aliás, durante seu ministério público, Jesus foge quando querem fazê-lo rei (Jo 6,15), evitando dar à sua missão messiânica um cunho político e terreno.

No entanto, Jesus é Rei. Ele mesmo o afirma diante de Pilatos em circunstâncias, humanamente falando, pouco régias (Jo 18,37). Cabe a Paulo comentar alguns dos aspectos desta realeza: Jesus é o único mediador da Salvação de toda a criação; em Jesus todas as coisas encontram seu acabamento e consistência; por Ele todos os homens têm acesso a Deus Pai, participando da única família de Deus; é Ele o primogênito de toda a criação, a imagem do Deus invisível, cujo desígnio criador e salvador depende dele; é Ele o Redentor que reconcilia com seu sacrifício os homens, e, vencendo a morte, é elevado à direita de Deus, constituindo-se também primogênito dentre os mortos; finalmente, Ele é também a Cabeça do corpo que é a Igreja, que conquistou com seu sangue como propriedade ou povo que lhe pertence para realizar a sua vontade (Cl 1,15-20; Ef 1,20-23).

Em um mundo que se descristianiza e se seculariza, como expressar ainda o direito que Jesus tem de reinar? Como manifestar tal direito quando há batizados que se empenham e se responsabilizam pela História, sem nenhuma referência a Jesus e a seu Evangelho? A resposta, que é dada pelo conjunto da Pastoral exercida pela Igreja, é o próprio sentido da Solenidade de hoje. Os autênticos cristãos confessam ser Jesus o Senhor, por consequência, querem que Ele tenha seu espaço de influência na História que ajudam a construir. Vivendo o sacerdócio régio comum a todos os batizados, os fiéis cristianizam o mundo, iluminando a consciência dos homens, libertando-a da escravidão do pecado, tornando-os aptos a descobrirem a beleza de Cristo. As sociedades com suas estruturas quando são fermentadas por genuínos cristãos descobrem espaços contínuos para o estabelecimento do humanismo integral. Onde Cristo chega pela vivência dos fiéis, descortina-se um véu de esperança para o drama humano do sofrimento e da finitude.

Por todas as razões acima expostas, a Solenidade privilegia o protagonismo do laicato católico. Por isso, em muitos lugares hoje é o Dia do Leigo ou se administra o Sacramento da Crisma para que, na força do Espírito, os confirmados em Cristo, jovens e adultos, proclamem seu reinado na Igreja, na família e na sociedade, pela palavra, pelo serviço e pelo testemunho.

Pilatos, já informado da situação, pergunta diretamente a Jesus: “Tu és o rei dos judeus?”. Jesus responde com outra pergunta, indaga ao interrogador qual é a origem dessa acusação que, neste ponto, se converte em aclamação. Pilatos não está interessado em estabelecer nenhum tipo de vínculo com Jesus, contudo, segundo a forma como o evangelista João conduz o fio do relato, a realeza de Jesus acaba sendo proclamada não por seus patrícios mas pelos pagãos.

Indiretamente, Jesus responde de modo afirmativo à primeira pergunta de Pilatos, mas presta um esclarecimento que certamente nem Pilatos nem seus acusadores podem entender: “meu reinado”, ou também “minha realeza não é deste mundo”, mas deve ser entendida “não ao modo ou à maneira deste mundo”.

E a explicação continua: “Se minha realeza fosse ao estilo desta realidade, teria sido defendido por meu exército e não teria caído nas mãos dos judeus”.

Mas Pilatos quer uma resposta mais clara, um sim ou um não, e mais uma vez interroga: “Então, tu és rei?”. De novo, São João põe nos lábios de um pagão a expressão que confirma a realeza de Jesus. Pilatos o disse e assim é. Mas, em seguida, Jesus corrige a característica dessa realeza: “para isso vim, não para dominar nem para infundir terror, mas para servir a verdade”.

Assim, pois, o evangelista deixa claro em que consiste a dimensão messiânica e real de Jesus. Não se trata de um rei ao estilo dos reinos temporais, mas ao estilo do que já se havia entrevisto no Antigo Testamento: a entrega, o serviço ao projeto do Pai, que é, antes de tudo, a justiça. Isso é a verdade para João, o projeto do Pai encarnado em Jesus.

Infelizmente, com o correr do tempo, usou-se de subterfúgios com o conteúdo desse interrogatório, especialmente a resposta de Jesus sobre a origem de sua realeza. Algumas correntes cristológicas, que subsistem até hoje, defendem uma dimensão “espiritual” do reino de Jesus. Conforme isso, “meu reino não é deste mundo” desconecta Jesus e seu Evangelho de todo compromisso e de todo o contato com a ordem temporal, dessa realidade concreta em que vivemos, e o transfere para um mundo “espiritual”.

Mundo, para João, é uma forma sintética de referir-se a tudo o que contradiz o projeto divino, e que pode equiparar-se ao que ele deseja descrever também com a expressão “trevas” em oposição à “luz”. Assim, pode-se entender “meu reino não é deste mundo”, como “não é desses reinos que se opõem ao querer de Deus” e, nesse sentido, Jesus realizou toda a sua ação, não contradisse em nada a vontade do Pai.

Como me posiciono a respeito das ideologias e tendências que pretendem manipular a figura de Jesus, como se Ele fosse um chefe monárquico? Em meu trabalho apostólico, reforço essa ideologia ou a descarto? Com base em quais passagens da Escritura, sustento minha posição?

Senhor Jesus, aceita-me como membro do Reino que vieste implantar na história humana, deixando que Deus seja o Senhor da minha vida.


Fonte Canção Nova

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 12,46-50 - 21.11.2015 - E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: 'Eis minha mãe e meus irmãos.

Apresentação de Nossa Senhora . Memória
Cor: Branco

Evangelho - Mt 12,46-50

E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse:
'Eis minha mãe e meus irmãos.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 12,46-50

Naquele tempo:
46Enquanto Jesus estava falando às multidões,
sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora,
procurando falar com ele.
47Alguém disse a Jesus:
'Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora,
e querem falar contigo.'
48Jesus perguntou àquele que tinha falado:
'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?'
49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse:
'Eis minha mãe e meus irmãos.
50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai,
que está nos céus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 12,46-50
A comunidade cristã é aquela que faz a vontade de Deus

Levando em consideração a ordem do evangelho, o texto de hoje é ressonância de Mt 7,21. A comunidade cristã é caracterizada como aquela que faz a vontade de Deus. A visita da família de Jesus é ocasião para ele ensinar: a sua família, isto é, os membros do povo que ele reúne, é mais ampla do que os membros de sua parentela, pois constituída por aqueles que fazem a vontade do Pai que está nos céus (v. 50; cf. 7,21). Por duas vezes o texto repete que a mãe de Jesus e alguns irmãos dele estão do lado de fora da casa. Essa observação, que poderia passar despercebida, é, a nosso ver, importante: sem participar do círculo dos discípulos, o ensinamento de Jesus, seu trabalho incansável e seus gestos parecem loucura e sem sentido, como se ele estivesse fora de si. Corrobora com essa ideia a notícia de Marcos, para quem a razão pela qual a família de Jesus vai procurá-lo é para levá-lo de volta para casa, pois pensavam que ele estivesse fora de si (Mc 3,20-21). Para compreender a missão de Jesus é preciso fazer parte do seu círculo e situá-la no horizonte do desígnio salvífico de Deus. São Paulo, num texto em que procura resolver um problema de divisão interna da comunidade de Corinto, afirma que o modo de agir de Deus confunde o mundo e os que se julgam sábios (1Cor 1,27).
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/


A VERDADEIRA FAMÍLIA DE JESUS Mt 12,46-50
HOMILIA

Fazer a vontade de Deus é o requisito que Jesus nos apresenta para também sermos considerados da Sua família. Portanto, não é difícil para nos imaginarmo membros da família de Jesus. Ele mesmo o diz e aponta para nós, como fez quando distinguiu os Seus discípulos: eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

Ao declarar que todo aquele que faz a vontade de Deus é a Sua família, Ele não estava renunciando à Sua família segundo a carne. Como filho mais velho, Ele continuou a cuidar do bem estar da Sua mãe. Isto foi comprovado quando, ao dar a Sua vida na cruz, Ele passou essa responsabilidade ao discípulo a quem ele amava.

Simplesmente Jesus define claramente que o parentesco de ordem humana, seja a mãe, os irmãos ou irmãs que ele tinha, não têm qualquer significação no Reino de Deus.

O relacionamento mais chegado do Senhor Jesus é com o Seu Pai, que está nos céus, o próprio Deus Pai. O único “parentesco” permanente que Ele pode ter é de ordem espiritual – e é com aqueles que fazem a vontade de Deus. A estes, Ele chama de meus irmãos.

Deixando de lado os laços sangüíneos, representado pelo parentesco segundo a carne com sua mãe e seus irmãos, o Senhor Jesus passará agora a ampliar o Seu ministério a todos aqueles que O receberem, sem distinção entre judeus e gentios. Não se dará mais exclusividade a Israel, devido à sua incredulidade e rejeição.

O relacionamento segundo a carne passa a ser inteiramente superado por afinidades espirituais. A obediência a Deus é agora o fator predominante e definitivo para estabelecer tais afinidades, sem outra distinção qualquer.

O mesmo se aplica a todo aquele que recebe Cristo como o seu Senhor e Salvador. Ele disse: Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. Nosso relacionamento espiritual com Cristo produz um vínculo maior do que nosso parentesco de sangue.

Jesus não perdia tempo, por isso, ele aproveitava todos os momentos para dirigir ao povo, mensagens de vida e conversão. A Mãe de Jesus, em tudo fez a vontade do Pai, desde a encarnação até a morte e ressurreição de Jesus. Soube confiar no plano de Deus e, por isso, é chamada de co-Redentora, pois contribuiu para que tudo se realizasse.

Maria fez a vontade de Deus! José foi um homem ajustado ao Plano de Deus, e você?- Você se considera da família de Jesus? – Jesus aponta para você também quando pronuncia estas palavras? – Você é um (a) discípulo (a) fiel? Se fores diga graças à Deus. E senão é tempo para você se converter e mudar de vida. Veja que os discípulos deixaram suas famílias, abandonaram-se à vontade do Pai e uniram-se à nova família, em torno de Jesus. Agora é a sua vez meu irmão, minha irmã!

Pai reforça os laços que me ligam aos meus irmãos e irmãs de fé, de forma a testemunhar que formamos um só corpo e uma só alma quem Cristo Jesus teu filho muito amado e que por amor morreu e ressuscitou. Amém!

Fonte Canção Nova

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 19,45-48 - 20.11.2015 - Fizestes da casa de Deus um antro de ladrões.

6ª-feira da 33ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 19,45-48

Fizestes da casa de Deus um antro de ladrões.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 19,45-48

Naquele tempo: 
45Jesus entrou no Templo 
e começou a expulsar os vendedores. 
46E disse: 'Está escrito: 
'Minha casa será casa de oração'. 
No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões.' 
47Jesus ensinava todos os dias no Templo. 
Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo 
procuravam modo de matá-lo. 
48Mas não sabiam o que fazer, 
porque o povo todo ficava fascinado 
quando ouvia Jesus falar. 
Palavra da Salvação. 
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 19, 45-48
Existem muitas pessoas que se vangloriam do fato de participar ativamente da Igreja, possuir ministérios ou ter um cargo importante na comunidade eclesial. Mas infelizmente, existem pessoas que usam do fato da pertença na comunidade para substituir as relações de serviço por relações de poder, para dominar, oprimir, buscar promoção pessoal e desvalorizar as outras pessoas que fazem parte da comunidade. A religião para essas pessoas é uma forma não de adorar ao Deus vivo e verdadeiro, mas sim de promover o culto a si próprio e buscar a satisfação dos seus próprios interesses. A esses diz Jesus: "sofrerão a mais rigorosa condenação".
Fonte CNBB


JESUS NO TEMPLO Lc 19,45-48
HOMILIA

Naquele tempo a celebração da Páscoa acontecia anualmente no templo em Jerusalém. Era uma das três festas anuais que exigiam o comparecimento de todos os homens, sendo as outras a festa de Pentecostes e a dos Tabernáculos. A festa da Páscoa comemorava a saída dos judeus da escravidão no Egito (Êxodo 12:1-13) e começava aproximadamente no décimo quarto dia de abril em nosso calendário, durando sete dias ao todo. A Páscoa propriamente era celebrada no dia inicial, seguindo-se depois a festa dos Pães Ázimos.

Muitas judeus com suas famílias viajavam do mundo inteiro para Jerusalém durante essas festas. Assim, durante a Páscoa, a área do templo ficava sempre abarrotada com milhares de visitantes além dos seus habitantes.

Todo israelita de vinte anos para cima tinha que pagar anualmente na tesouraria sagrada do templo meio siclo como um oferecimento ao Senhor (Êxodo 30:13-15), e isto com a tradicional e antiga moeda hebraica deste valor exato. O povo também era obrigado a oferecer animais como sacrifício pelos pecados. Muitos não podiam trazer consigo seus animais porque vinham de longe, ou porque não dispunham de animais nas perfeitas condições exigidas.

Havia, portanto, grande procura de moedas de meio siclo assim como de animais próprios para os sacrifícios e holocaustos na festa da Páscoa. Para facilitar o comércio, os líderes religiosos permitiam que cambistas de moedas e comerciantes montassem suas bancas e barracas na corte dos gentios no templo, mediante um aluguel. Era lucrativo para os negociantes e rendoso para os sacerdotes, à custa dos que vinham oferecer sacrifício. O templo de Deus estava sendo usado de forma inadequada, e a perseguição do ganho material e o uso de práticas gananciosas predominavam. A Casa de Deus tinha se tornado uma espécie de bolsa de mercadorias ou feira livre.

O Senhor indignou-se com isto e, tendo feito um chicote de cordas, expeliu todos do templo com seus animais, espalhou o dinheiro dos cambistas e virou-lhes as mesas, dizendo aos que vendiam as pombas “tirai daqui estas coisas: não façais da casa do meu Pai casa de negócio”, pois estavam fazendo um escárnio da casa de Deus. Ao término do seu ministério, aproximadamente três anos mais tarde (Mateus 21:12-17; Marcos 11:12-19; Lucas 19:45-48), Ele repetiu esta “limpeza”, pois o motivo de lucro daquela gente era mais forte que o desejo de conservar a santidade do templo.

Deus sempre preveniu seu povo contra o uso do culto a Ele para o seu próprio enriquecimento. O que o Senhor fez naquelas ocasiões não foi cruel ou injusto, mas era apenas a manifestação da sua santidade e justiça, o que fez com que seus discípulos se lembrassem do versículo no Salmo 69:9… “o zelo da tua casa me devorou”. Este salmo é citado dezessete vezes no Novo Testamento e é um dos seis salmos mais citados no Novo Testamento.

Jesus tinha amplos motivos para dizer que os comerciantes gananciosos haviam transformado o templo de Deus num “covil de salteadores”. Para poder pagar o imposto do templo, os judeus e os prosélitos procedentes de outros países tinham de trocar seu dinheiro estrangeiro por moeda aceitável. Os cambistas operavam negócios lucrativos, cobrando uma taxa para cada moeda cambiada. Jesus os chama de salteadores, sugere que as taxas deles eram tão excessivas, que na realidade extorquiam dinheiro dos pobres.

Alguns não podiam levar seus próprios animais para ser sacrificados. Todos que os levavam tinham de submetê-los a um exame feito por um inspetor no templo por uma taxa. Muitos que não queriam arriscar-se a ter um animal rejeitado depois de trazê-lo de longe, compravam um leviticamente “aprovado” dos negociantes corruptos no templo. Muitos dos camponeses pobres eram bem enganados ali.

Há evidência de que o ex-sumo sacerdote Anás e sua família tinham capital investido nos comerciantes no templo. Escritos rabínicos falam de “bazares dos filhos de Anás [no templo]”. O lucro que recebiam dos cambistas e da venda de animais na área do templo era uma das suas principais fontes de renda. A ação de Jesus, de expulsar os comerciantes, não só tinha por alvo o prestígio dos sacerdotes, mas também os bolsos deles.

Não será que esta cena ainda se repete em nossos dias nas festas dos padroeiros em nossas paróquias e capelas?

Espírito purificador, tira do meu coração toda sorte de maldade e de egoísmo, que o tornam indigno de ser morada de Deus.

Fonte Canção Nova