Liturgia Diária
2 – QUINTA-FEIRA
1ª SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I, – ofício do dia)
Estais perto, Senhor, e todos os vossos caminhos são verdadeiros. Desde muito aprendi que vossa aliança foi estabelecida para sempre (Sl 118,151s).
Somente Deus pode nos dar total segurança, pois ele é uma “rocha eterna”. Confiemos sempre no Senhor.
Evangelho: Mateus 7,21.24-27
Aleluia, aleluia, aleluia.
Buscai o Senhor, vosso Deus, / invocai-o, enquanto está perto! (Is 55,6) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!” – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 7,21.24-27
«Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor! ’, entrará no Reino dos Céus»
Abbé Jean-Charles TISSOT
(Freiburg, Sua)
Hoje, o Senhor pronuncia estas palavras no final do Seu “Sermão da Montanha”, no qual dá um sentido novo e mais profundo aos Preceitos do Antigo Testamento, a “palavra” de Deus aos homens. Manifesta-se como Filho de Deus, e como tal pede-nos que recebamos o que nos diz como palavras de suma importância; palavras de vida eterna que devem ser postas em prática, e não são só para serem ouvidas, mas sem implicação pessoal – com o risco de serem esquecidas ou de nos contentarmos em admirá-las ou em admirar o seu autor.
«Construir uma casa sobre a areia» (cf. Mt 7,26) é uma imagem para descrever um comportamento insensato, que não leva a nenhum resultado e acaba no fracasso de uma vida, depois de um esforço longo e penoso para construir algo. “Bene curris, sed extra viam”, dizia Sto. Agostinho: corres bem, mas fora do trajecto aprovado, podemos traduzir assim. Que pena só chegar até aí: o momento da prova, das tempestades e das inundações que a nossa vida necessariamente contém!
O Senhor quer ensinar-nos a usar um fundamento sólido, cujo crescimento deriva do esforço para pôr em prática os seus ensinamentos, vivendo-os dia a dia no meio dos pequenos problemas que Ele tratará de resolver. A nossa resolução diária de viver os ensinamentos de Cristo deve terminar em propósitos concretos, se não definitivos, mas dos quais possamos tirar alegria e reconhecimento na hora do nosso exame de consciência, à noite. A alegria de ter conseguido uma pequena vitória sobre nós próprios é uma preparação para outras batalhas, e – com a graça de Deus – não nos faltará a força para perseverar até ao fim.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Permanecei vigilantes porque, quando a alma está dominada por um pesado torpor, é o inimigo que a domina e a conduz, mesmo contra a sua vontade. Por isso, o Senhor recomendou ao homem a vigilância tanto da alma como do corpo» (Santo Efrém)
«O Evangelho de hoje (Mt 7,21ss) trata de uma equação matemática: Eu conheço a Palavra e a coloco em prática. Eu sou construído sobre a rocha. Agora, como faço para colocar a palavra em prática? É mesmo como construir uma casa na rocha, onde a imagem da pedra refere-se ao Senhor» (Francisco)
«A oração de fé não consiste somente em dizer «Senhor, Senhor!», mas em preparar o coração para fazer a vontade do Pai (Mt 7,21). Jesus exorta os seus discípulos a levar para a oração esta solicitude em cooperar com o desígnio de Deus (cf. Mt 9,38)» (Catecismo da Igreja Católica,2.611)
Outros comentários
«Entrará no Reino dos Céus(...)aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus»
+ Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret
(Vic, Barcelona, Espanha)
Hoje, a palavra do Evangelho convida-nos a meditar com seriedade sobre a infinita distância que há entre o mero “escutar-invocar” e o “fazer” quando se trata da mensagem e da pessoa de Jesus. E dizemos “mero” porque não podemos esquecer que há modos de escutar e de invocar que não comportam o fazer. De fato, todos os que —tendo escutado o anúncio evangélico— acreditam, não serão confundidos; e todos os que, tendo acreditado, invocam o nome do Senhor, se salvarão ensina-o São Paulo na Carta aos Romanos (ver 10,9-13). Trata-se, neste caso, dos que acreditam com fé autêntica, aquela que «atua mediante a caridade», como escreve também o Apóstolo.
Mas é um fato que muitos acreditam e não fazem. A carta do apóstolo Santiago denuncia-o de uma maneira impressionante: «Sede, pois executores da palavra e não vos conformeis com ouvi-la somente, enganando-vos a vós mesmos» (1,22); «a fé, se não tem obras, está verdadeiramente morta» (2,17); «como o corpo sem alma está morto, assim também a fé sem obras está morta» (2,26). É o que rejeita, também inolvidavelmente, São Mateus quando afirma: «Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus» (7,21).
É necessário, portanto, escutar e cumprir; é assim que construímos sobre a rocha e não em cima da areia. Como cumprir? Perguntemo-nos: Deus e o próximo enchem-me a cabeça —sou crente por convicção? E quanto ao bolso, compartilho os meus bens com critério de solidariedade?; No que se refere à cultura, contribuo para consolidar os valores humanos no meu país?; No aumento do bem, fujo do pecado de omissão?; Na conduta apostólica, procuro a salvação eterna dos que me rodeiam? Numa palavra: sou uma pessoa sensata que, com obras, edifico a casa da minha vida sobre a rocha de Cristo?
Fonte https://evangeli.net/
QUEM ENTRARÁ NO REINO? Mt 7,21.24-27
HOMILIA
Para responder à esta pergunta, Jesus no Evangelho escrito por Mateus nos propõe construção de um edifício. Só que embora todos construam é necessário saber construir. Como em outra passagem, na qual Jesus pedia que o construtor antes de começar a sua obra avaliasse as despesas, aqui Ele nos ensina a avaliar primeiro o terreno e depois abrir valas para assentar o alicerce. Só então se erguerão as paredes e a construção será firme. Caso contrário ela se desmoronará por qualquer vento. A passagem de hoje, é a conclusão do sermão da montanha. A idéia fundamental é um convite a viver prudentemente Pr 10,25;12,37, para poder entrar no reino os céus. Não é suficiente crer que Jesus é o Senhor, mas é necessário cumprir a vontade do Pai pronto em pratica, cumprindo a sua lei. Embora a nossa fé se funde na Palavra de Deus, a fidelidade a ela exige de nós que a transformemos em acções concretas na nossa vida, fazendo-a e letra viva e não morta. Deus é a rocha firme, fundamento sobre o qual devemos construir a nossa casa. Assim como Deus é caridade, misericórdia, piedade, amor, justiça, paz assim devemos ser nós. Sem este fundamento, vida interior alimentada pela Palavra de Deus, não se poder construir, alías sem a vivência dela toda a vida é estéril. E o verbalismo religioso, individual, comunitário ou litúrgico, torna-se piedosa ilusão. Será pura validade como nos ensina Cohelete. Vaidade das vaidades é tudo vaidade. É correr atrás do vento.
Como acabamos de ouvir, os evangelhos são insistentes em afirmar que o essencial da fé é fazer a vontade de Deus, conforme o testemunho de Jesus. Lemos a parábola dos dois homens, um sensato que constrói a casa sobre a rocha, e outro sem juízo que constrói sobre a areia; o primeiro é o que põe em prática as palavras de Jesus e o segundo apenas as ouve e omite a sua prática. Em outras passagens Jesus afirma que sua família é formada por todos aqueles que fazem a vontade de Deus, e que entra em comunhão com ele todo aquele que se solidariza com os pobres e excluídos, famintos, sedentos, migrantes, nus, doentes, encarcerados. No evangelho de João, Jesus afirma que se alguém o ama e põe em prática a sua Palavra, ele e o Pai farão nele sua morada, o que significa a participação, já, na vida divina e eterna. E a vontade de Deus é que todos tenham vida plenamente, participando e usufruindo de todos os bens da criação, eliminando-se as barreiras entre os privilegiados e os excluídos.
Portanto, construamos a nossa casa sobre a rocha firme: Jesus afim de que ela possa crescer e se fortificar. Aprendamos com Ele observância e vivência da Palavra e da vontade do nosso Pai que está no Céu onde com Ele haveremos de reinar pelos séculos dos séculos. Amém!
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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