segunda-feira, 31 de julho de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 13,44-46 - 02.08.2017

4ª-feira da 17ª Semana do Tempo Comum
2 de Agosto de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Mt 13,44-46

Vende todos os seus bens e compra aquele campo.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 13,44-46

Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
44'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo.
Um homem o encontra e o mantém escondido.
Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquele campo.
45O Reino dos Céus também é como um comprador
que procura pérolas preciosas.
46Quando encontra uma pérola de grande valor,
ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquela pérola.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 13,44-46
«Vai vender todos os seus bens e compra aquele campo»

Hoje, Mateus põe à nossa consideração duas parábolas sobre o Reino dos Céus. O anúncio do Reino é essencial na prédica de Jesus e na esperança do povo eleito. Mas é notório que a natureza desse Reino não era entendida pela maioria. Não a entendia o sinédrio que o condenaram à morte, não a entendiam Pilatos, nem Herodes, também não a entenderam de início os próprios discípulos. Só se encontra uma compreensão como a que Jesus pede ao bom ladrão, cravado junto dele na Cruz, quando lhe diz: «Jesus, Lembra-te de mim quando estiveres no teu Reino» (Lc 23,42). Ambos tinham sido acusados como malfeitores e estavam quase a morrer; mas, por um motivo que desconhecemos, o bom ladrão reconhece Jesus como Rei de um Reino que virá depois daquela terrível morte. Só podia ser um Reino espiritual.

Jesus, na sua primeira prédica, fala do Reino como um tesouro escondido cuja descoberta causa alegria e estimula à compra do campo para poder gozar dele para sempre: «cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo» (Mt 13,44). Mas, ao mesmo tempo, alcançar o Reino requer procurá-lo com interesse e esforço, ao ponto de vender tudo o que se possui: «Ao encontrar uma de grande valor, ele vai vende todos os bens e compra aquela pérola» (Mt 13,46). «A propósito de que se diz buscai e quem busca. Encontra? Arrisco a ideia de que se trata das perolas e a pérola, pérola que adquire o que deu tudo e aceitou perder tudo» (Orígenes).

O Reino é de paz, amor justiça e liberdade. Alcançá-lo é, por um lado, dom de Deus e por outro lado, responsabilidade humana. Diante da grandeza do dom divino constatamos a imperfeição e instabilidade dos nossos esforços, que às vezes ficam destruídos pelo pecado, as guerras e a malicia que parecem insuperáveis. Não obstante, devemos ter confiança, pois o que parece impossível para o homem é possível para Deus.
Rev. D. Enric CASES i Martín 
(Barcelona, Espanha)
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors 


Quem encontra o Cristo encontra o sentido para a sua vida
HOMILIA

Quem encontra o Cristo encontra o sentido para a sua vida! Encontre este tesouro precioso que se chama Jesus. Ele dará o sentido, o sabor, o valor e o gosto que a sua vida tanto precisa e merece.

“O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola” (Mateus 13, 45-46).

Ao meditar sobre a riqueza e sobre o significado do Reino de Deus em nossa vida, hoje, mais uma vez Jesus mostra-nos qual é o verdadeiro tesouro, porque o Reino dos Céus é um tesouro escondido no campo, é um tesouro que existe, mas não está aí para todo mundo ver ou achar. Ele precisa ser procurado e lapidado; precisamos nos esforçar para encontrar os tesouros escondidos no Reino dos Céus.

Quão precioso é um tesouro escondido, valoroso, de mais valor e importância do que qualquer outro tesouro! Quando alguém procura pérolas, e existem pérolas de vários valores e qualidades, e encontra uma pérola preciosíssima como nenhuma outra, essa pessoa deixa as outras pérolas para cuidar desta pérola preciosa que encontrou. Você vende seus bens e tudo o que você tem para ter aquela única pérola (cf. Mt 13, 45-46).

Nós vivemos a vida inteira em busca de uma “pérola”, em busca de um “tesouro”, ou seja, em busca de um sentido para a nossa vida, uma razão para a nossa existência. Algo que realmente possa nos preencher e dar sabor à nossa vida. Muitas vezes, nós nos enganamos, nos iludimos e vamos por caminhos errados; achamos que os bens e que os tesouros deste mundo dão sentido e valor à nossa vida. Outras vezes, paramos em pessoas e em situações e não descobrimos o tesouro essencial.

Quem encontra o Cristo encontra o sentido para a sua vida! Quem se encontra com Jesus, quem O descobre, quem entra no tesouro precioso, que é o Coração de Jesus, encontra a sua razão de viver. Assim como os apóstolos um dia encontraram o Senhor e tudo deixaram por Ele, quando nós encontramos Jesus deixamos de confiar em outras coisas e deixamos de colocar o nosso coração em outros valores que não são os valores do Reino de Deus.

Permita que o Reino de Deus entre em você, permita ser invadido por esse Reino, por essa pérola preciosa para que ela realmente dê sentido, sabor e valor à sua vida. A alegria que toma conta de um coração que se despoja por Deus, a alegria que toma conta de um homem e de uma mulher que fazem de Jesus o seu tesouro é única, é uma alegria indescritível, que não merece comparação.

Deixe-me dizer a você: Encontre este tesouro precioso que se chama Jesus. Ele dará o sentido, o sabor, o valor e o gosto que a sua vida tanto precisa e merece.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

quinta-feira, 27 de julho de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 13,36-43 - 01.08.2017

3ª-feira da 17ª Semana do Tempo Comum
1 de Agosto de 2017
Sto. Afonso Maria de Ligório BDr, memória
Cor: Branco

Evangelho - Mt 13,36-43

Como o joio é recolhido e queimado ao fogo,
assim também acontecerá no fim dos tempos.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 13,36-43

Naquele tempo:
36Jesus deixou as multidões e foi para casa.
Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram:
'Explica-nos a parábola do joio!'
37Jesus respondeu:
Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem.
38O campo é o mundo.
A boa semente são os que pertencem ao Reino.
O joio são os que pertencem ao Maligno.
39O inimigo que semeou o joio é o diabo.
A colheita é o fim dos tempos.
Os ceifadores são os anjos.
40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo,
assim também acontecerá no fim dos tempos:
41o Filho do Homem enviará os seus anjos
e eles retirarão do seu Reino
todos os que fazem outros pecar
e os que praticam o mal;
42e depois os lançarão na fornalha de fogo.
Ali haverá choro e ranger de dentes.
43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai.
Quem tem ouvidos, ouça.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 13,36-43
«Explica-nos a parábola do joio»

Hoje, com a parábola do joio e do trigo, a Igreja nos convida a meditar sobre a convivência do bem e do mal. O bem e o mal dentro do nosso coração; o bem e o mal que vemos em outros, que vemos existir neste mundo.

«Explica-nos a parábola» (Mt 13,36), pedem os discípulos a Jesus. E nós, hoje, podemos fazer o propósito de ter mais cuidado com a nossa oração pessoal, com o nosso trato cotidiano com Deus. Senhor, podemos dizer-lhe, explique-me por que não avanço suficientemente em minha vida interior. Explique-me como posso lhe ser mais fiel, como posso buscar-lhe em meu trabalho, ou através dessa circunstância que não entendo, ou não quero. Como posso ser um apóstolo qualificado. A oração é isso, pedir explicações a Deus. Como é minha oração? É sincera? É constante? É confiante?

Jesus Cristo nos convida a ter os olhos fixos no céu, nossa morada eterna. Freqüentemente, vivemos enlouquecidos pela pressa, e quase nunca nos detemos para pensar que um dia próximo ou não, não o sabemos deveremos prestar contas a Deus de nossa vida, de como temos feito frutificar as qualidades que Ele nos tem dado. E o Senhor nos diz que no fim dos tempos haverá uma triagem. Devemos ganhar o Céu na terra, no dia-a-dia, sem esperar situações que possivelmente nunca virão. Devemos viver heroicamente o que é ordinário, o que aparentemente não possui nenhuma transcendência. Viver pensando na eternidade e ajudar os outros a pensar nela!: paradoxalmente, «esforça-se para não morrer o homem que há de morrer; e não se esforça para não pecar o homem que há de viver eternamente» (São João de Toledo).

Colheremos o que houvermos semeado. Devemos lutar para dar 100% hoje. Para que quando Deus nos chame a sua presença Lhe apresentemos as mãos cheias: de atos de fé, de esperança, de amor. Que se concretizam em coisas muito pequenas e em pequenos vencimentos que, vividos diariamente, nos fazem mais cristãos, mais santos, mais humanos.
Rev. D. Iñaki BALLBÉ i Turu 
(Terrassa, Barcelona, Espanha)
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors


EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA DO JOIO: O DISCERNIMENTO Mt 13,36-43
HOMILIA

Nesta parábola, Ele fala como se a terra fosse um campo de trigo, no meio do qual nasce também o joio. E explica que o joio precisava crescer junto com o trigo até a colheita, para depois ser retirado, evitando assim que, ao arrancar o joio, com ele fosse arrancado o trigo. Diante da incompreensão dos discípulos Jesus se põe a explicar o significado de cada elemento que aparece na parábola. O que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno. O inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos. Portanto, tanto Jesus como o Diabo são semeadores. Jesus semeia o bem, enquanto o Diabo semeia o mal. É como dissesse: Se você pratica o bem, colhe o bem, se pratica o mal, colhe o mal. Era a grande proposta de Deus para cada um de nós: o discernimento. Jesus não se propôs a separar o joio do trigo fora do tempo, e nem o demônio. Ambos estavam fazendo a sua parte: semeando.

Deus deseja que saibamos viver na busca do discernimento. Se o conseguirmos, estaremos preparados para a colheita. Jesus quis, pois, alertar para o seguinte: O Diabo está fazendo o mesmo que faço: semeando; se vocês souberem discernir o bem do mal e tiverem força para seguir o bem, no final, quando Deus vier julgar, e só Ele tem o poder de separar o bem do mal, vocês estarão preparados para participar do Reino do Pai.

Jesus quis dar uma explicação bem clara para que a humanidade, através dos séculos, assimilasse aquela verdade. Ele poderia ter explicado outras parábolas, também, mas não o fez. E por que esta foi explicada com tanto detalhe? Porque, aqui, Deus nos propõe que sejamos astutos e inteligentes.

A colheita será uma só. Tanto se colhe bem o trigo como o joio; tanto se faz uso do trigo como do joio, embora tenham sentidos diametralmente opostos. O importante é sabermos de que lado estamos nos posicionando. Devemos passar por esta vida dialogando sempre com Deus, pedindo, procurando, exercendo a experiência do discernimento, questionando-o: “Deus, eu não entendi! O que está acontecendo? Me explica! Jesus, vamos conversar? Hoje, quero te escutar.”

Aqui aprendemos, também, como proceder num reino que não é nosso, não é de Deus, mas que é tão forte, que matou o Filho de Deus. Jesus ressuscitou para mostrar que existe um reino mais poderoso. Mas, quando humanizado, sofreu todos os pendores deste mundo. Não se cria um reino dentro de outro. Um tem de ser eliminado, para o outro existir.

Jesus quer nos dizer: Tenham o discernimento para viver num reino que não é de Deus. Saibam passar por isto com astúcia e sabedoria, para depois encontrarem, realmente, o Reino de Deus. Nesta vida terrena não o temos. Por isso pedimos: Venha a nós o vosso Reino! Deus quer que Seu Reino venha e substitua o que está aqui. Não se fortalece e nem se cria dois reinos no mesmo local. Dialogue com Deus, para que Ele possa lhe falar essas coisas. Para que tenha discernimento, tenha amor nas palavras, firmeza no momento de responder determinadas coisas, como provocações e questionamentos em sua vida. Em suas orações, deve sempre pedir a Deus: Meu Deus, eu quero ter a capacidade de estar do Teu lado, contado entre o trigo e não entre o joio. Dai-me esta graça Senhor, eu quero ser trigo. Que as pressões dos filhos do Maligno jamais sejam suficientemente fortes para me levar a renunciar à minha condição de filho do Reino. Quero estar sempre a Teu serviço.
Fonte https://homilia.cancaonova.com

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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 13,31-35 - 31.07.2017ev

2ª-feira da 17ª Semana do Tempo Comum
31 de Julho de 2017
Sto. Inácio de Loyola Presb., memória
Cor: Branco

Evangelho - Mt 13,31-35

O grão de mostarda torna-se uma árvore,
de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 13,31-35

Naquele tempo:
31Jesus contou-lhes outra parábola:
'O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda
que um homem pega e semeia no seu campo.
32Embora ela seja a menor de todas as sementes,
quando cresce, fica maior do que as outras plantas.
E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm
e fazem ninhos em seus ramos.'
33Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola:
'O Reino dos Céus é como o fermento
que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha,
até que tudo fique fermentado.'
34Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões.
Nada lhes falava sem usar parábolas,
35para se cumprir o que foi dito pelo profeta:
'Abrirei a boca para falar em parábolas;
vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo'.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 13,31-35
«Nada lhes falava sem usar de parábolas»

Hoje, o Evangelho apresenta-nos Jesus predicando aos seus discípulos. E o faz do jeito que nele é habitual, através das parábolas, quer dizer, empregando imagens simples e comuns para explicar os grandes mistérios escondidos do Reino. Assim todo mundo podia entender, desde as pessoas com maior formação até as menos formadas.

«O Reino dos Céus é como um grão de mostarda...» (Mt 13,31). Os grãos de mostarda não se vêem, são muito pequenos, mas se temos cuidado deles e os regamos... Acabam se tornando em grandes árvores. «O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pegou e escondeu em três porções de farinha...» (Mt 13,33). O fermento não se vê, mas se não estivesse aí, a massa não subiria. Assim também é a vida cristã, a vida da graça: não se percebe no exterior, não faz barulho, mas... Se você deixa que se introduza no seu coração, a graça divina vai fazendo frutificar a semente e transformando assim às pessoas pecadoras em santas.

Esta graça divina dá-se nos pela fé, pela oração, pelos sacramentos, pela caridade. Mas a vida da graça é, sobretudo, um dom que devemos esperar e desejar com humildade. Um dom que sábios e eruditos deste mundo não sabem valorar, mas que Deus Nosso Senhor quer fazer chegar aos humildes e simples.

Tomara que quando nos procure, encontre-nos não no grupo dos orgulhosos, mas naquele dos humildes, que se reconhecem fracos e pecadores, mas muito agradecidos e confiando na bondade do Senhor. Assim, o grão de mostarda chegará a ser uma grande árvore; assim o fermento da Palavra de Deus dará em nós frutos de vida eterna. Porque, «quanto mais se abaixa o coração pela humildade, mais se levanta até a perfeição» (São Agostinho).
Rev. D. Josep Mª MANRESA Lamarca 
(Valldoreix, Barcelona, Espanha)
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors 


A LINGUAGEM DAS PARÁBOLAS Mt 13,31-35
HOMILIA

Mais uma vez Jesus recorre ao uso das parábolas, definidas como história terrestre, possível de acontecer, com sentido celestial. Em várias delas o mestre ora usa os verbos no passado, ora no presente e ora ainda no futuro mas em todos os casos com a mesma finalidade: falar ao fundo do nosso ser, alheios ao que ocorre na superfície da nossa vida ou no fluir dos acontecimentos que nos rodeiam. Dirigidas quer aos eruditos quer aos ignorantes; quer aos modernos quer aos antiquados. As parábolas desafiam a ordem estabelecida, as estruturas sociais e os sistemas de contra valores. Desmascaram a vida injusta cotidiana. São um espelho. Através delas, o ouvinte vê a si próprio como é, e não como pretende ser. Elas forçam o ouvinte a reavaliar as pautas do próprio comportamento, pensamento e emoções. Sacodem-nos, induzindo-nos a reformar-nos e a renovar-nos. Tiram-nos do engano a respeito de nós mesmos e da falta de verdadeiros propósitos. Dizem-nos o que se deve e o que não se deve aceitar. Manifestam a fidelidade definitiva de Deus que é amor e, como tal, resposta para todos os conflitos humanos.

Hoje Mateus nos apresenta duas parábolas que fazem parte do conjunto de sete presentes no capítulo 13 de seu Evangelho.

A intenção fundamental de Jesus é salientar a presença pouco percebida do Reino de Deus no mundo, porém real, efetiva e em processo de crescimento. O grão de mostarda semeado e o fermento na massa são expressões do Reino de Deus, realmente presente no mundo, na sua dimensão de humildade e simplicidade. Não como afirmação de poder, com ostentações de construções, rituais ou roupagens, mas pela transformação dos corações e das relações pessoais, no amor e na justiça, fundamentos do mundo novo querido pelo Pai. Em chocante contraste, vemos o país mais rico e poderoso do mundo que fala em nome da civilização cristã, contudo se destaca pela idolatria do dinheiro e por sua capacidade destrutiva. Jesus nos desperta para percebermos a presença do Reino nas multidões dos filhos de Deus, empobrecidos e excluídos, nas suas adversidades e privações, mas também em suas alegrias e esperanças, onde o amor, como um fermento na massa, está presente.

Fazendo um resumo diríamos que as duas parábolas são elaboradas a partir de imagens do ambiente familiar: um homem em seu campo e uma mulher em sua casa preparando o pão. Na primeira parábola são relativizadas as esperanças messiânicas de Israel como poderoso centro das nações, tomando-se como referência o pequeno grão de mostarda plantado por um camponês. E na segunda, com a mulher que coloca o discreto fermento na massa de farinha, levedando-a, temos o fermento do amor, que se diferencia do fermento da hipocrisia dos fariseus, sobre o qual Jesus adverte seus discípulos (Lc 12,1).

Portanto, em ambas, revela-se o Reino de Deus, realmente presente no mundo, na sua dimensão de humildade e simplicidade. Não como afirmação de poder, mas pela transformação dos corações e das relações pessoais, no amor e na justiça, fundamentos da nova sociedade possível.

Pai, livra-me de desprezar os pequeninos e declará-los. Livra-me, também, do perigo de me subestimar. Faze-me compreender que o Reino se constrói pela ação dos pequenos.
Fonte http://homilia.cancaonova.com

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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 13,44-52 - 30.07.2017

17º Domingo do Tempo Comum
30 de Julho de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Mt 13,44-52

Ele vende todos os seus bens e compra aquele campo.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,44-52

Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
44'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo.
Um homem o encontra e o mantém escondido.
Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquele campo.
45O Reino dos Céus também é como um comprador
que procura pérolas preciosas.
46Quando encontra uma pérola de grande valor,
ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquela pérola.
47O Reino dos Céus é ainda
como uma rede lançada ao mar
e que apanha peixes de todo tipo.
48Quando está cheia,
os pescadores puxam a rede para a praia,
sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos
e jogam fora os que não prestam.
49Assim acontecerá no fim dos tempos:
os anjos virão para separar
os homens maus dos que são justos,
50e lançarão os maus na fornalha de fogo.
E ai, haverá choro e ranger de dentes.
51Compreendestes tudo isso?'
Eles responderam: 'Sim.'
52Então Jesus acrescentou:
'Assim, pois, todo o mestre da Lei,
que se torna discípulo do Reino dos Céus,
é como um pai de família
que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 13,44-52
«Um tesouro escondido num campo um negociante que procura pérolas preciosas»

Hoje, o Evangelho quer ajudar-nos a olhar para dentro, a encontrar algo escondido: «O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo» (Mt 13,44). Quando falamos de tesouro referimo-nos a algo de valor excepcional, de apreciação máxima, não a coisas ou situações que, ainda que amadas, não deixam de ser fugazes e bijuteria barata, como as satisfações e prazeres temporais: aquilo com que tanta gente se extenua procurando no exterior, e com o que se desencanta uma vez encontrado e experimentado.

O tesouro que Jesus propõe está enterrado no mais profundo da nossa alma, no próprio núcleo da nossa alma. É o Reino de Deus. Consiste em encontrar-nos amorosamente, de maneira misteriosa, com a Fonte da vida, da beleza, da verdade e do bem, e em permanecer unidos à mesma Fonte até que, cumprido o tempo da nossa peregrinação, e livres de toda a bijuteria inútil, o Reino do céu que procuramos no nosso coração e que cultivamos na fé e no amor, se abra como uma flor e apareça o brilho do tesouro escondido.

Alguns, como São Paulo ou o próprio bom ladrão, encontraram-se subitamente com o Reino de Deus ou de maneira inesperada, porque os caminhos do senhor são infinitos, mas normalmente, para chegar a descobrir o tesouro, há que procurá-lo intencionalmente: «O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas» (Mt 13,45). Talvez este tesouro só seja encontrado por aqueles que não se dão por satisfeitos facilmente, pelos que não se contentam com pouca coisa, pelos idealistas, pelos aventureiros.

Na ordem temporal, dos inquietos e inconformados dizemos que são pessoas ambiciosas, e no mundo do espírito, são os santos. Eles estão dispostos a vender tudo para comprar o campo, como diz São João da Cruz: «Para chegar a possuir tudo, não queiras possuir algo em nada»
Rev. D. Enric PRAT i Jordana 
(Sort, Lleida, Espanha)

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors 


Peçamos a Deus sabedoria para discernir entre o bem e o mal
HOMILIA

É o Espírito Santo quem nos dá a sabedoria necessária para termos discernimento, prudência e para tomarmos as decisões corretas.

“Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido” (Mateus 13, 44).

A Palavra de Deus, que nos é anunciada hoje, nos ajuda a entender o valor, a importância e o significado que o Reino de Deus tem para nós. Comparar o Reino de Deus com um tesouro ou com pérolas preciosas nos dá realmente a dimensão e o valor da importância que esse Reino tem para a nossa vida. Na verdade, ele significa tudo, não tem nada neste mundo mais importante do que ele e quem o descobriu, descobriu tudo! Descobriu a razão de viver, o sentido para a vida, porque o Reino de Deus nos traz a razão para o nosso viver.

A primeira leitura da Missa de hoje nos traz um grande ensinamento da maneira como devemos nos dirigir a Deus. Vemos Salomão, muito jovem e escolhido para ser o rei de Israel, se apresenta diante de Deus, ele poderia pedir o que quisesse diante da presença do Senhor, mas ele pede: “Senhor, conceda-me sabedoria, conceda-me um coração compreensivo capaz de governar o seu povo e saber discernir entre o bem e o mal”. O pedido de Salomão agradou tanto o Coração de Deus, porque ele [Salomão] não pediu vida longa, não pediu riquezas, não pediu morte para seus adversários, mas somente a sabedoria para praticar a justiça e fazer a vontade de Deus. Por isso o Senhor atendeu o pedido dele porque este agradou demais o Coração d’Ele.

Deixe-me dizer uma coisa a você: Nós, às vezes, nos preocupamos em pedir tantas coisas para Deus; pedimos saúde, pedimos vida melhor, pedimos paz e prosperidade. Não é errado pedir isso, cada um sabe das suas necessidades. Filho, apresente ao coração de Seu Pai aquilo que é necessidade do seu coração. Mas nós, muitas vezes, nos esquecemos de pedir o essencial, o fundamental, essa riqueza maior que se chama: Espírito Santo.

É o Espírito que nos dá a sabedoria necessária para termos discernimento, para termos prudência, para tomarmos as decisões corretas, para termos a fortaleza necessária. Por isso o pedido de Salomão agradou tanto ao Coração de Deus, porque ele não pediu nada pensando em si; ele pediu para praticar o bem e viver a vontade do Senhor!

Que hoje a Palavra de Deus venha ao nosso encontro irradiando em nosso coração essa vontade de pedir ao Senhor que nos dê o segredo do Seu Reino, que nos dê essas pérolas preciosas: os dons do Seu Santo Espírito e nos conceda, em abundância, a sabedoria e a capacidade de discernir entre o bem e o mal, entre o que é a vontade de Deus e o que não é a vontade do Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte http://liturgia.cancaonova.com/liturgia

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quarta-feira, 26 de julho de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 10,38-42 - 29.07.2017

Santa Marta . Memória
29 de Julho de 2017
Cor: Branco

Evangelho - Lc 10,38-42

Marta recebeu-o em sua casa.
Maria escolheu a melhor parte.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 10,38-42.

Naquele tempo:
38Jesus entrou num povoado,
e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa.
39Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor,
e escutava a sua palavra.
40Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres.
Ela aproximou-se e disse:
'Senhor, não te importas que minha irmó
me deixe sozinha, com todo o serviço?
Manda que ela me venha ajudar!'
41O Senhor, porém, lhe respondeu:
'Marta, Marta! Tu te preocupas
e andas agitada por muitas coisas.
42Porém, uma só coisa é necessária.
Maria escolheu a melhor parte
e esta não lhe será tirada.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB

Reflexão - Lc 10,38-42
«Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária»

Hoje, também nós que estamos ocupados com muitas coisas devemos ouvir o que o Senhor nos recorda: «No entanto, uma só é necessária» (Lc 10,42): o amor, a santidade. Este é o objetivo, o horizonte que não podemos perder nunca de vista no meio de nossas ocupações cotidianas.

Porque ocupados estaremos sempre se obedecermos à indicação do Criador: «Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a!» (Gn 1,28). A Terra! O mundo: é aqui o nosso lugar de encontro com o Senhor. «Eu não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno» (Jo 17,15). Sim, o mundo é o altar para nós e para nossa entrega a Deus e aos outros.

Somos do mundo, mas não podemos ser mundanos. Muito pelo contrário, somos chamados a ser como a bela expressão de João Paulo II sacerdotes da criação, sacerdotes do nosso mundo, de um mundo que amamos apaixonadamente.

Eis aqui a questão: o mundo e a santidade, o trabalho diário e a única coisa necessária. Não são duas realidades opostas: temos que procurar a confluência de ambas. E essa confluência se produz em primeiro lugar e sobre tudo em nosso coração, que é onde se pode unir o céu e a terra. Porque no coração humano é onde pode nascer o diálogo entre o Criador e a criatura.

É necessário, portanto, a oração. «O nosso tempo é um tempo em constante movimento, que freqüentemente desemboca no ativismo, com o risco fácil de acabar fazendo por fazer. Temos que resistir a essa tentação, procurando ser antes de fazer. Recordamos a este respeito a reprovação de Jesus a Marta: «Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária (Lc 10,41-42)» (João Paulo II).

Não há oposição entre o ser e o fazer, mas sim há uma ordem de prioridade, de precedência: «Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada» (Lc 10,42).
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench 
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Fonte © evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors |


JESUS VISITA MARTA E MARIA Lc 10, 38-42
HOMILIA

As duas irmãs acolhem Jesus. Querem servir bem a Jesus. Só que de modos diferentes. Uma pela escuta atenta. Maria não se preocupa. Senta-se aos pés de Jesus como os discípulos no Oriente se sentam aos pés de seu mestre. Marta repreende Maria. Jesus a defende. Para ele basta pouca coisa. Marta passa a imagem daquela mulher trabalhadora, dona de casa, que tem prazer em receber as visitas e acolhê-las, desmanchando-se em cortesias. Ela é a típica mãezona das nossas cidades interioranas. As casas dessas senhoras são impecáveis em matéria de limpeza e organização. Os enfeites na geladeira, na estante da sala, nas paredes… A comida deliciosa, feita na hora e servida até a visita dizer que não agüenta mais comer. Só quem visita uma casa que tem uma “Marta” sabe o que é ser bem acolhido.

A alegria de mulheres assim é ver que a sua ilustre visita se sente bem em sua casa. Esse é o maior prazer que ela pode sentir. Mas esta atitude não basta para Jesus. Acabamos de ouvir como no Evangelho, quando Marta pede que Jesus mande sua irmã Maria ajudá-la. É bem provável que Jesus tenha dado aquele sorriso acolhedor para Marta, e as suas palavras devem ter sido bem mais amenas do que as escritas por Lucas. Jesus deve ter dito, com um sorriso: “Ô Marta, por que te preocupas tanto? Isso que você está fazendo é importante, mas vocês podem deixar para fazer noutra hora. Maria escolheu a melhor parte! Não a recrimine. Mais tarde ela vai lhe ajudar. Por enquanto, sente-se aqui conosco”. E Marta deve ter percebido que, de fato, estava deixando passar uma oportunidade rara de receber os ensinamentos do mestre Jesus, e deve ter se sentado para ouvi-lo.

Portanto, o importante é ouvir. Jesus certamente apreciava o trabalho de Marta, mas não aprovava que ela pensasse só no trabalho. Hoje devemos juntar as duas coisas: o trabalho e a escuta da Palavra, porque a melhor parte não é aquela que multiplica as coisas; a melhor parte é aquela que torna Deus presente em nós; então, o silêncio é mais eloqüente do que todas as palavras. No meio da escuridão do mundo de hoje, a escuta se torna difícil.

Vivemos num mundo apressado hoje. Corre para aqui corre para lá! Mas nos esquecemos que correr não quer dizer crescer. Na fúria consumista, o homem perde os valores da contemplação e da prece. O Senhor pede para parar um pouco e ouvir. Escute Deus falar-lhe das coisas do céu! Não tenha pressa de sair  quando está na missa. Ou na oração. Esqueça o tempo do mundo e viva o tempo da graça de Deus e com Deus.

Você escuta voluntariamente a Palavra de Deus? Na missa, o sermão não se torna enjoativo? O povo prefere estar parado na frente da televisão. O jornal e o rádio têm preferência à palavra divina proclamada na igreja.

Eu não saí muito da Santa Marta original do Evangelho… Todavia, conheço bem as “Santas Martas” que convivem em nosso meio: mães, avós, tias, vizinhas, amigas, que nos acolhem tão bem em suas casas, por mais ingratos que sejamos. Elas apenas oferecem o que têm de melhor. E, às vezes, precisam ser lembradas que ainda mais importante do que deixar a casa impecável para recebê-lo, é preciso abrir a porta do coração para receber Jesus.

Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à Palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta da Palavra do Teu Filho que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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terça-feira, 25 de julho de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 13,18-23 - 28.07.2017

6ª-feira da 16ª Semana do Tempo Comum
28 de Julho de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Mt 13,18-23

Aquele que ouve a palavra e a compreende.
Esse produz fruto.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 13,18-23

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
18Ouvi a parábola do semeador:
19Todo aquele que ouve a palavra do Reino
e não a compreende,
vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração.
Este é o que foi semeado à beira do caminho.
20A semente que caiu em terreno pedregoso
é aquele que ouve a palavra
e logo a recebe com alegria;
21mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento:
quando chega o sofrimento ou a perseguição,
por causa da palavra, ele desiste logo.
22A semente que caiu no meio dos espinhos
é aquele que ouve a palavra,
mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza
sufocam a palavra, e ele não dá fruto.
23A semente que caiu em boa terra
é aquele que ouve a palavra e a compreende.
Esse produz fruto.
Um dá cem, outro sessenta e outro trinta.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 13,18-23
«Vós, portanto, ouvi o significado da parábola do semeador»

Hoje, contemplamos a Deus como um lavrador bom e magnânimo, que semeia com as mãos cheias. Não poupou nada para a redenção do homem, mas gastou tudo em seu próprio Filho, Jesus Cristo, que como grão enterrado (morte e sepultamento) converteu-se em nossa vida e ressurreição graças à sua santa Ressurreição.

Deus é um agricultor paciente. Os tempos pertencem o Pai, porque só Ele sabe o dia e a hora (cf. Mc 13,32) de ceifar e de separar os grãos da palha. Deus espera. Também nós temos de esperar, sincronizando o relógio da nossa esperança com o desígnio salvador de Deus. Diz São Tiago «Olhai o agricultor: ele espera com paciência o precioso fruto da terra, até cair a chuva do outono ou da primavera» (Tg 5,7). Deus espera a colheita fazendo-la crescer com a sua graça. Nós tampouco não podemos dormir, mas devemos colaborar com a graça de Deus prestando a nossa cooperação, sem pôr obstáculos a esta ação transformadora de Deus.

O cultivo de Deus que nasce e cresce assim na terra é um fato visível em seus efeitos; podemos vê-los nos milagres autênticos e nos exemplos clamorosos de santidade de vida. Há muita gente que depois de haver escutado todas as palavras e o ruído deste mundo, tem fome e sede de ouvir a autêntica Palavra de Deus, ali onde ela se encontra viva e encarnada. Há milhões de pessoas que vivem a sua pertença a Jesus Cristo e à Igreja com o mesmo entusiasmo inicial do Evangelho, pois a palavra divina «encontra a terra onde germinar e dar fruto» (São Agostinho); o que temos que fazer é levantar a nossa moral e olhar o futuro com olhos de fé.

O êxito da colheita não se encontra nas nossas estratégias humanas nem no marketing, mas na iniciativa salvadora de Deus “rico em misericórdia” e na eficácia do Espírito Santo, que pode transformar as nossas vidas para que demos frutos saborosos de caridade e de contagiosa alegria.
P. Josep LAPLANA OSB Monje de Montserrat 
(Montserrat, Barcelona, Espanha)

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors


O TERRENO DO TEU CORAÇÃO Mt 13,18-23
HOMILIA

Estamos diante de duas realidades: de um lado o nosso coração e do outro o Coração de Jesus. O meu e o teu coração são comparáveis aos quatro terrenos da história: “o terreno do caminho”, “o solo cheio de pedras”, “a terra cheia de espinheiros” e “o terreno lavrado e bom”. Jesus é o Divino Semeador. A semente é a Sua Palavra de bondade e de sabedoria. E os diversos terrenos são os nossos corações, os nossos espíritos, onde Ele semeia Seus ensinamentos, cheio de bondade para conosco.

Permita que te faça esta pergunta: Como procedes para com Jesus? Como respondes à Sua bondade? O modo como damos resposta ao amor cuidadoso do Divino Mestre é que nos classifica espiritualmente, isto é, mostra que espécie de terreno existe em nossa alma. Cada coração humano é uma espécie de terra, um dos quatro solos da parábola.

Quando alguém ouve a palavra do Evangelho e não procura compreendê-la, nem lhe dá valor, aparecem as forças do mal e arrebatam o que foi semeado no seu coração, tais como os passarinhos comeram as sementes. E sabe de que modo? Fazendo com que a alma esqueça o que ouviu, dando outros pensamentos à pessoa, fazendo com que ela se desinteresse das coisas espirituais. E a alma fica indiferente aos ensinamentos divinos. O coração dessa pessoa é semelhante ao “terreno do caminho”, aonde a semente não chegou a penetrar.

E o que é dito do pedregoso? Ele é a imagem da pessoa que recebe os ensinamentos de Jesus com muita alegria. São exemplos as pessoas entusiasmadas com o serviço cristão, mas cuja animação dura pouco. Quando surgem as zombarias, as perseguições ou os sofrimentos, a alma, que é inconstante, abandona o caminho do Evangelho e logo definham e páram de rezar deixando cair tudo para o chão ou jogando na água as graças que haviam recebido de Deus.

O solo é a “terra cheia de espinheiros”. É o caso das pessoas que recebem a palavra do Evangelho, mas, depois abandonam o caminho cristão por causa das grandezas falsas do mundo e da sedução das riquezas. Ouviram o Evangelho, mas se interessaram mais pelos negócios, pelos lucros, pelas vaidades da vida, pelo cuidado exclusivo das coisas da terra. Só pensam em automóveis de luxo, sonham com caminhões, imaginam-se ricos. A princípio, sabiam repartir com os pobres o seu dinheirinho, porém, agora só pensam em juntá-lo: a caridade morreu nos seus corações. O mundo, com suas riquezas falsas, seduziu suas almas e sufocou a plantinha de Deus em seus espíritos. Trocaram Jesus pelos sonhos e ambições de carros de luxo, de figurinos, de roupas elegantes, de campos de esporte, de concursos de beleza, de grandezas sociais. A plantinha de Deus foi sufocada pelos espinhos do egoísmo e das ilusões da vida material. E parece que morreu em seus corações. Você é um destes? E senão for com certeza na tua família existem pessoas assim.

O quarto terreno, “a terra lavrada e boa”, é o símbolo do coração que escuta o Evangelho, procurando compreendê-lo e praticá-lo na vida. É a alma que estuda a palavra do Senhor, percebendo que está neste mundo para aprender a Verdade e o Bem. E, assim, dá frutos de bondade e eleva-se para Deus. Abandona seus vícios e maus hábitos, dedicando-se à prática das virtudes, guardando a fé no coração, socorrendo carinhosamente os necessitados e sofredores e buscando os conselhos de Deus no Evangelho de Cristo.

O coração de uma criança verdadeiramente cristã é o bom terreno da parábola: cada semente de Jesus se transforma em trinta, sessenta ou cem bênçãos de bondade, de fé e de auxílio ao próximo. O coração dessa criança deseja conhecer sempre mais e melhor os ensinos cristãos. E se esforça sinceramente para fazer a Vontade Divina: amar e perdoar, crer e ajudar, aprender e servir. Que tu guardando a humildade de coração te esforces para seres, se ainda não o és, o bom terreno, que recebe os grãos de luz do Divino Semeador e dá muitos frutos de sabedoria e bondade.
Fonte https://homilia.cancaonova.com

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sexta-feira, 21 de julho de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 13,10-17 - 27.07.2017

5ª-feira da 16ª Semana do Tempo Comum
27 de Julho de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Mt 13,10-17

A vós foi dado o conhecimento
dos mistérios do Reino dos Céus.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 13,10-17
Naquele tempo:
10Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus:
'Por que tu falas ao povo em parábolas?'
11Jesus respondeu:
'Porque a vós foi dado o conhecimento
dos mistérios do Reino dos Céus,
mas a eles não é dado.
12Pois à pessoa que tem,
será dado ainda mais, e terá em abundância;
mas à pessoa que não tem,
será tirado até o pouco que tem.
13É por isso que eu lhes falo em parábolas:
porque olhando, eles não vêem,
e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem.
14Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías:
'Havereis de ouvir, sem nada entender.
Havereis de olhar, sem nada ver.
15Porque o coração deste povo se tornou insensível.
Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos,
para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos,
nem compreender com o coração,
de modo que se convertam e eu os cure'.
16Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem
e vossos ouvidos ouvem.
17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos
desejaram ver o que vedes, e não viram,
desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 13,10-17
«Felizes são vossos olhos, porque veem, e vossos ouvidos, porque ouvem!»

Hoje, recordamos a louvação dirigida por Jesus aos que se agrupavam junto a Ele: «ditosos vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos porque ouvem!» (Mt 13,16). E nos perguntamos: As palavras de Jesus vão dirigidas também a nós, ou são somente para aqueles que o viram e o escutaram diretamente? Parece que os ditosos são eles, pois tiveram a sorte de conviver com Jesus, de permanecer física e sensivelmente ao seu lado. Enquanto que nós estaríamos entre os justos e profetas sem sermos justos, nem profetas!— que gostaríamos de ver e ouvir.

Não esqueçamos, porém, que o Senhor se refere aos justos e profetas anteriores à sua vinda, a sua revelação: «Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram» (Mt 13,17). Ele chega à plenitude dos tempos, e nós estamos nessa plenitude, já estamos no tempo de Cristo, no tempo da salvação. Em verdade que não vimos Jesus com nossos olhos, mas sim o conhecemos e o conheceremos. E não escutamos a sua voz com nossos ouvidos, mas sim escutamos e escutaremos suas palavras. O conhecimento que a fé nos dá, mesmo que não seja sensível, é um autentico conhecimento, nos põe em contato com a verdade, por isso nos dá felicidade e alegria.

Agradecemos nossa fé cristã, estejamos contentes por ela. Tentaremos que o trato com Jesus seja próximo e não distante tal como o tratava aqueles discípulos que estavam junto a Ele, que o viram e ouviram. Não vejamos Jesus indo do presente ao passado, e sim do presente ao presente, estejamos realmente no seu tempo, um tempo que não acaba. A oração falar com Deus e a Eucaristia receber nos garante esta proximidade com ele e nos faz realmente ditosos ao ver-lo com olhos e ouvidos de fé. «Recebe, pois, a imagem de Deus que perdeste por tuas más obras» (Santo Agostinho).
Rev. D. Manel MALLOL Pratginestós 
(Terrassa, Barcelona, Espanha)

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors


A LINGUAGEM DAS PARÁBOLAS Mt 13,10-17
HOMILIA

Uma das características fundamentais do Mestre é ter e compreender os alvos do seu ministério de ensino. Jesus, o Mestre dos mestres, tinha esta compreensão e sabia que tinha de fazer o Pai conhecido dos homens. Era necessário que se desse atenção especial aos alunos e para que o aluno fosse o elemento mais importante, Jesus tinha que se fazer entendido e compreendido por eles e isto só seria possível se descesse ao nível do aluno, ou seja, se utilizasse um método a que o aluno estivesse acostumado e de elementos que permitissem que o aluno entendesse as verdades espirituais a respeito de Deus. Jesus tinha de usar as parábolas, pois era o método que, ao mesmo tempo, permitiria que todo o povo de Israel, que eram os seus potenciais alunos, pudesse ter real acesso ao conhecimento do Pai, seja pelo fato de que já estavam acostumados a este método de ensino, seja porque a linguagem empregada permitiria uma fácil compreensão de todos quantos quisessem aprender.

Jesus quer que o ensino da sua Palavra se faça de modo claro e acessível a todos os ouvintes, respeitando-se, pois, as condições culturais, educacionais e sociais dos ouvintes. Jesus ensinou por parábolas porque o povo de Israel não poderia ter qualquer desculpa com relação à rejeição do Messias. Ao ensinar por parábolas, Jesus ensinava usando de imagens que todos pudessem compreender. Jesus ensinou por parábolas para mostrar que só não compreende o Evangelho quem não quer. Suas simples palavras podiam ser perfeitamente compreendidas por ouvintes sinceros, e torná-los sábios para a salvação.

Ao ensinar por parábolas, Jesus foi claro, se fazia compreensível a todos, mas esta compreensão exigia, pelo uso do método das parábolas, uma disposição de aprendizado por parte dos ouvintes, uma vontade de um maior aprofundamento, tanto que somente os discípulos, depois de algumas parábolas, demonstravam interesse em aprender as coisas de Deus e, assim, chegavam a pedir ao Senhor que lhes explicasse a parábola de forma mais detalhada. Jesus, assim, tinha o objetivo de mostrar claramente quem tinha e quem não tinha interesse em conhecer o Pai, em outras palavras, quem, realmente, amava a Deus, a ponto de não ser mais chamado servo, mas amigo do Senhor (Jo.15:15).

Jesus se expressava por meio de parábolas, ou seja, estórias inventadas por Ele baseada no dia-a-dia daquele povo. Jesus, sendo Deus, poderia muito bem falar difícil, usando palavras sábias, mas o povo humilde, o camponês, os pastores e criadores de gado, não iriam entender quase nada, ou mesmo nada e, ao contrário, sentindo-se humilhados por aquela forma para eles arrogante de discursar, iriam virar às costas, e sair talvez reclamando, e não voltariam mais para ouvir Jesus. Também nós evangelizadores, por mais estudo que possamos ter, não convém que usemos palavras difíceis nos nossos discursos, mesmo por que o nosso público alvo são os humildes, e entre eles estão muitos que não tiveram como nós, a oportunidade de cursar uma faculdade. Jesus optou pelos pobres, assim também nós, não vamos ignorar os ricos, mas preparemos a nossa mensagem tendo em vista os mais simples da sociedade.

Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra de Teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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quinta-feira, 20 de julho de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 13,16-17 - 26.07.2017

São Joaquim e Sant'Ana, pais de Nossa Senhora . Memória
26 de Julho de 2017
Cor: Branco

Evangelho - Mt 13,16-17

Muitos profetas e justos
desejaram ver o que vedes, e não viram.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,16-17

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
16"Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem
e vossos ouvidos ouvem.
17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos
desejaram ver o que vedes, e não viram,
desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram".
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 13,16-17
«Vinde a mim, todos vós que estais cansados»

Hoje, as palavras de Jesús ressoam íntimas e próximas. Somos conscientes que o homem e a mulher contemporâneos sofrem uma enorme pressão psicológica. O mundo gira e dá voltas de tal maneira que não temos tempo nem paz interior suficientes para assimilar estas mudanças. Afastamo-nos frequentemente da simplicidade evangélica e, estamos carregados de normas, compromissos, planejamentos e objetivos. Sentimo-nos abrumados e cansados de lutar sem perceber resultados convincentes. As pesquisas recentes afirmam que a depressão aumenta. O que nos falta para estarmos bem?

Hoje à luz do Evangelho, podemos revisar qual é nossa concepção de Deus. Como vivo e sinto a Deus no meu interior? Que sentimentos me provocam sua presença na minha vida? Jesus oferece sua compreensão quando sentimos o cansaço e temos vontade de repousar: «Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei». (Mt 11,28). Talvez temos lutado para ser perfeitos e no fundo a única coisa que queremos é sentir-nos amados. Em suas palavras encontramos resposta a nossa crise de sentido. Nosso ego joga-nos maus momentos e não nos permite ser tão bons como quiséssemos. Não vemos talvez a luz em determinadas épocas. Santa Juliana de Norwich, mística inglesa do século XIV, entendeu a mensagem de Jesus e escreveu: «Tudo irá bem, todas as coisas irão bem».

A proposta de Jesus —«aprendei de mim» (Mt 11,29)— implica seguir seu estilo de benevolência (querer o bem para todos) e de humildade de coração (virtude que faz referência a tocar de pés a terra e, a que só a Graça Divina nos pode fazer levantar o vôo). Ser discípulo exige aceitar o jugo de Jesus, lembrando que seu jugo é «suave» e seu peso é «leve». Mas eu não sei se estamos convencidos que isso é assim. Viver como pessoa cristã em nosso contexto não é fácil, pois optamos por valores contra a corrente. Não se deixar levar pelo dinheiro, pelo prestígio ou pelo poder exige um esforço. Se o queremos fazer sozinhos, se transformará em uma empresa impossível. Com Jesus tudo é possível e suave.
Ir. Lluís SERRA i Llançana 
(Roma, Italia)

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors


Que São Joaquim e Sant'Ana intercedam por nossos avós
HOMILIA

Valorize, incentive, busque conviver e reconhecer a importância que seus avós têm para a sua história e para a sua vida.

“Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações” (Eclo 44, 1).

Amados e amadas no Senhor Jesus Cristo, recordamos hoje Sant’Ana e São Joaquim, os avós de Jesus e os pais da Bem-aventurada e sempre Virgem Maria. Queremos olhar para Sant’Ana e São Joaquim a fim de reconhecermos a importância dos nossos antepassados na fé, nos valores e nos princípios que nós temos para a nossa vida.

Quando celebramos hoje o vovô e a vovó de Jesus, nós também celebramos os nossos avós. Que grande importância eles tiveram na vida de cada um de nós! E também as várias gerações anteriores, os bisavós, os tataravós e todos aqueles que vieram antes de nós têm grande importância em tudo o que nós somos hoje.

Nós queremos hoje reconhecer a importância e o valor que os mais idosos têm e, o melhor modo de fazer isso é ao rejeitar a cultura do descartável. Porque essa cultura é terrível por procurar descartar as pessoas quando elas não têm mais utilidade. Segundo a qual o importante é aquilo que é útil e aquilo que produz; e deixa de reconhecer aqueles que muito produziram, deram muito de si, trabalharam para construir a família, para edificar a nação e que são, na verdade, nossos pais na fé. Eu louvo e agradeço muito a Deus, mesmo sem ter convivido muito com os meus avós, porque sei que foram eles que ensinaram muito à mamãe os verdadeiros valores evangélicos, que foram transmitidos a mim, porque ela os aprendeu deles.

Quero hoje olhar para cada homem, para cada mulher porque, muitas vezes, o vovô e a vovó são idosos, mas hoje quantos casais jovens já são vovô e vovó porque se casaram cedo. Valorize, incentive, busque conviver, estar junto e reconhecer a importância que eles têm para a sua história e para a sua vida. Nunca olhe para eles como coitados ou dignos de pena. Coitados e dignos de pena seremos nós se não soubermos cuidar e amar aqueles que deram o melhor de si para sermos o que somos hoje!

Deus abençoe a cada vovô e cada vovó pela intercessão e proteção de São Joaquim e Sant’Ana!


Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

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quarta-feira, 19 de julho de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIAS - Mt 20,20-28 - 25.07.2017

São Tiago, Apóstolo . Festa
25 de Julho de 2017
Cor: Vermelho

Evangelho - Mt 20,20-28

Vós bebereis do meu cálice.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 20,20-28

Naquele tempo:
20A mãe dos filhos de Zebedeu
aproximou-se de Jesus com seus filhos
e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido.
21Jesus perguntou: "O que tu queres?"
Ela respondeu: "Manda que estes meus dois filhos
se sentem, no teu Reino,
um à tua direita e outro à tua esquerda".
22Jesus, então, respondeu-lhes:
"Não sabeis o que estais pedindo.
Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?"
Eles responderam: "Podemos".
23Então Jesus lhes disse:
"De fato, vós bebereis do meu cálice,
mas não depende de mim
conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda.
Meu Pai é quem dará esses lugares
àqueles para os quais ele os preparou".
24Quando os outros dez discípulos ouviram isso,
ficaram irritados contra os dois irmãos.
25Jesus, porém, chamou-os, e disse:
"Vós sabeis que os chefes das nações
têm poder sobre elas e os grandes as oprimem.
26Entre vós não deverá ser assim.
Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor;
27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo.
28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida
como resgate em favor de muitos".
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 20,20-28
«Não sabeis o que estais pedindo (...) sentar-se à minha direita e à minha esquerda (...) é para aqueles a quem meu Pai o preparou»

Hoje, no fragmento do Evangelho de São Mateus encontramos vários ensinamentos. Vou destacar apenas um, aquele que se refere ao absoluto domínio de Deus sobre a História: tanto a de todos os homens em seu conjunto (a humanidade), como a de todos e cada um dos grupos humanos (no caso, por exemplo, o grupo familiar dos Zebedeus), como também a de cada indivíduo. Por isto Jesus disse-lhes claramente: «Não sabeis o que estais pedindo» (Mt 20,22).

Se sentarão à direita de Jesus Cristo aqueles a quem seu Pai tenha destinado: «Mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda não depende de mim. É para aqueles a quem meu Pai o preparou» (Mt 20,23). Assim, tal como se escuta. Como escreve Cervantes na célebre obra Dom Quixote: «Não se move a folha na árvore, sem a vontade do Senhor». E isto é assim porque Deus é Deus. Dito de outro jeito: se não fosse assim, Deus não seria Deus.

Na presença disso, que indiscutivelmente se sobrepõe a todo condicionamento humano, aos homens só resta, em princípio, à aceitação e a adoração (porque Deus se nos revelou como o Absoluto);a confiança e o amor enquanto caminhamos (porque Deus se revelou a nós, também, como Pai); e no final... no final, o maior e o mais definitivo: sentar-nos junto à Jesus (à sua direita ou à sua esquerda, isso é uma questão secundária, sem dúvida).

O enigma da eleição e da predestinação divinas só se resolve, da nossa parte, com a confiança. Mais vale um miligrama de confiança depositado no coração de Deus, que todo o peso do universo pressionando sobre nosso pobre prato da balança. Na verdade, «Santiago viveu pouco tempo, pois já demonstrava uma grande fé: desprezou todas as coisas humanas e ascendeu a um patamar tão inefável, que morreu imediatamente» (São João Crisóstomo).
+ Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret 
(Vic, Barcelona, Espanha)

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors |


O PEDIDO AMBICIOSO DE UMA MÃE Mt 20,20-28
HOMILIA

O pedido da mãe pelo primeiro lugar para os filhos. Os discípulos não só não entendem o alcance da mensagem de Jesus, mas continuam com suas ambições pessoais. Enquanto Jesus insistia no serviço e na doação, eles teimavam em pedir os primeiros lugares no Reino. A mãe de Tiago e João, levando consigo os dois filhos, chega perto de Jesus e pede um lugar na glória do Reino para os dois filhos, um à direita e outro à esquerda de Jesus. Os dois não entenderam a proposta de Jesus. Estavam preocupados só com os próprios interesses. Sinal de que a ideologia dominante da época tinha penetrado profundamente na mentalidade dos discípulos. Apesar da convivência de vários anos com Jesus, eles não tinham renovado sua maneira de ver as coisas. Olhavam para Jesus com o olhar antigo. Queriam uma recompensa pelo fato de seguir a Jesus. Ante o pedido ambicioso da mãe dos garotos, Jesus reage com firmeza: Vocês não sabem o que estão pedindo! E pergunta se eles são capazes de beber o cálice que ele, Jesus, vai beber, e se estão dispostos a receber o batismo que ele vai receber. É o cálice do sofrimento, o batismo de sangue! Jesus quer saber se eles, em vez do lugar de honra, aceitam entregar a vida até à morte. Os dois respondem: “Podemos!” Parece uma resposta da boca para fora, pois, poucos dias depois, abandonaram Jesus e o deixaram sozinho na hora do sofrimento. Eles não têm muita consciência crítica, nem percebem sua realidade pessoal. Quanto ao lugar de honra no Reino ao lado de Jesus, quem o dá é o Pai. O que ele, Jesus, tem para oferecer é o cálice e o batismo, o sofrimento e a cruz. Entre vocês não seja assim. Jesus fala, novamente, sobre o exercício do poder. Naquele tempo, os que detinham o poder não prestavam conta ao povo. Agiam conforme bem entendiam. O império romano controlava o mundo e o mantinha submisso pela força das armas e, assim, através de tributos, taxas e impostos, conseguia concentrar a riqueza dos povos na mão de poucos lá em Roma. A sociedade era caracterizada pelo exercício repressivo e abusivo do poder. Jesus tem outra proposta. Ele diz: Entre vocês não deve ser assim! Quem quiser ser o maior, seja o servidor de todos! Ele traz ensinamentos contra os privilégios e contra a rivalidade. Quer mudar o sistema e insiste no serviço como remédio contra a ambição pessoal.

Jesus define a sua missão e a sua vida: “Não vim para ser servido, mas para servir!” Veio dar sua vida em resgate para muitos. Ele é o Messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (cf. Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Aprendeu da mãe que disse: “Eis aqui a serva do Senhor!” (Lc 1,38). Proposta totalmente nova para a sociedade daquele tempo.

O pedido ambicioso da mãe para os dois filhos, e a explosão irritada dos outros dez, deram ensejo ao Senhor para expor uma das lições mais belas do Evangelho: o espírito de serviço. Não podemos comparar-nos, para ver se um é mais do que o outro; não nos devemos deixar arrastar pela inveja e uma competitividade vaidosa; pelo contrário, a nossa ambição deve ser dar-se totalmente e servir, por amor, como Jesus faz. Aí encontraremos a felicidade. Porque é dando que se recebe, é amando que se é amado, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se ressuscita para a vida eterna. Hoje, quais têm sido as suas ambições? Sugiro que peças somente o necessário para ser feliz. E este consiste em contemplar o Rosto misericordioso de Deus.

Pai, transforma-me em servidor de meus semelhantes, fazendo-me sempre pronto a doar minha vida para que o teu amor chegue até eles.
Fonte https://homilia.cancaonova.com

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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 12,38-42 - 24.07.2017

2ª-feira da 16ª Semana do Tempo Comum
24 de Julho de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Mt 12,38-42

No dia do juízo, a rainha do Sul
se levantará contra essa geração.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 12,38-42

Naquele tempo:
38Alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus:
'Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti.'
39Jesus respondeu-lhes:
'Uma geração má e adúltera busca um sinal,
mas nenhum sinal lhe será dado,
a não ser o sinal do profeta Jonas.
40Com efeito, assim como Jonas
esteve três dias e três noites no ventre da baleia,
assim também o Filho do Homem
estará três dias e três noites no seio da terra.
41No dia do juízo, os habitantes de Nínive
se levantarão contra essa geração e a condenarão,
porque se converteram diante da pregação de Jonas.
E aqui está quem é maior do que Jonas.
42No dia do juízo,
a rainha do Sul se levantará contra essa geração,
e a condenará, porque veio dos confins da terra
para ouvir a sabedoria de Salomão.
E aqui está quem é maior do que Salomão.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 12,38-42
«Mestre, queremos ver um sinal da tua parte»

Hoje, no Evangelho, contemplamos alguns mestres da Lei e fariseus que pretendem que Jesus demonstre a sua origem divina através de um sinal prodigioso (cf. Mt 12,38). Ele já havia realizado muitos, mais do que os necessários para provar que não só vinha de Deus, mas que Ele próprio era Deus. Porém, apesar de tantos milagres que realizara, tal não fora suficiente: por mais que fizesse, não teriam acreditado.

Jesus, servindo-se de um sinal prodigioso do Antigo Testamento, anuncia, em tom profético, a sua morte, sepultura e ressurreição: «De fato, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra» (Mt 12,40), e daí sairá cheio de vida.

O povo de Nínive recuperou a amizade com Deus, mediante a conversão e a penitência. Também nós, através da conversão, da penitência e do Batismo, fomos sepultados com Cristo e vivemos com Ele e por Ele, agora e para sempre, tendo dado um verdadeiro passo pascal: da morte para a vida, do pecado para a graça. Libertos da escravidão do demônio, tornamo-nos filhos de Deus. É o grande prodígio, que ilumina a nossa fé e a esperança de vivermos amando como Deus manda, possuindo Deus Amor em plenitude.

Grandes prodígios, tanto o da Páscoa de Jesus, como o da nossa através do Batismo. Ninguém os viu, já que Jesus saiu do sepulcro, cheio de vida, e nós saímos do pecado, cheios de vida divina. Assim o cremos e vivemos evitando cair na incredulidade daqueles que querem ver para crer, ou dos que gostariam de ver a Igreja sem a opacidade dos homens que a formam. Que o mistério pascal de Cristo, que tão profundamente repercute em toda a humanidade e em toda a criação, nos baste, pois ele é a causa de tantos “milagres da graça”.

A Virgem Maria confiou na Palavra de Deus, e não teve que correr até ao sepulcro para embalsamar o corpo de seu Filho e para comprovar que o sepulcro estava vazio: ela simplesmente acreditou e “viu”.
+ Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué 
(Manresa, Barcelona, Espanha)

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O VERDADEIRO SINAL Mt 12,38-42
HOMILIA

Precisamos saber o que está por detrás do “sinal de Jonas” e o que tem a ver a Rainha do Sul e Salomão com Jesus, para entender melhor a resposta de Jesus no Evangelho de hoje. Fazendo uma releitura de Jonas 3 encontraremos o sentido dela.

Ora, pois bem, Jonas foi um profeta que recebeu uma mensagem de Deus para ir à cidade de Nínive, capital da Assíria, e avisar que Deus iria destruir a cidade se o povo não se convertesse, pois a malícia de Nínive tinha subido até o Senhor! Jonas não realizou nenhum milagre em Nínive, mas toda a população, inclusive o rei, vestiu-se de saco dos pés a cabeça e sentou-se sobre as cinzas. Aconteceu que Nínive se converteu, e Deus desistiu de destruir a cidade.

A Rainha do Sul, mais especificamente de Sabá, era matriarca de um dos reinos mais ricos da Antiguidade. Ela ouviu falar da Sabedoria de Salomão e não acreditou até que foi comprovar, com os próprios olhos, se era verdade. Preparou as perguntas mais difíceis e Salomão respondeu todas. Ela ficou bastante admirada e presenteou Salomão com a maior quantidade de ouro, especiarias, pedras preciosas e madeira que ele já recebera.

Jesus afirmou que para aquela geração que queria um sinal para poder acreditar nele, seria dado o sinal de Jonas, ou seja, a profecia. Se Nínive, que era cheia de malícia, foi capaz de acreditar em Jonas, então aquela geração também deveria acreditar em Jesus, que foi maior do que Jonas.

Do mesmo jeito que a Rainha do Sul veio de longe para comprovar a sabedoria de Salomão, muitos vieram de longe para comprovar a sabedoria de Jesus. A Rainha de Sabá acreditou em Salomão, então aquela geração também deveria acreditar em Jesus, que foi maior que Salomão.

E a nossa geração, seria classificada de má por Jesus? Não tenha dúvida que sim! Nós buscamos o Senhor somente quando a nossa situação aperta, voltamos para a igreja somente quando precisamos e nos esquecemos de buscar o Senhor porque o maior sinal que o mundo poderia receber do seu amor já foi dado quando Ele deu o seu próprio Filho Jesus por nossa salvação, esse é o maior sinal que Deus poderia dar a humanidade.

Jesus morreu por cada um de nós e ainda pedimos um sinal ao Senhor, ainda murmuramos, ainda dizemos que Deus se esqueceu de nós. Devemos buscar o Senhor porque Ele é bom e se faz presente diariamente em nossa vida. A cada momento o Senhor toca o seu coração revelando a você sua misericórdia.

Veja as palavras do Senhor hoje: uma geração má e adultera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o do profeta Jonas. É para mim e para você que Jesus dirige estas palavras, pois vivemos em uma geração, numa sociedade adúltera e depravada, onde os valores familiares e cristãos estão se perdendo a cada dia, os ensinamentos do Senhor não estão sendo levado a sério, seus pastores estão ensinando o que pensam e o que acham, e ainda pedimos um sinal do Senhor: Mestre queremos ver um sinal realizado por ti.

Lembramo-nos de que, como cristãos católicos e não só mais fiéis, o Senhor nos chama a santidade. Devemos buscar a santidade. Aliás, não temos outra finalidade senão a de ser santos, justos para com o Senhor, não podemos nos ajuntar aos demais que insistem em agredir e adulterar o amor de Deus em seus corações.

Devemos deixar que o Espírito Santo reinflame em nós a fidelidade para com nosso Deus que é eterno e que nos deu o maior sinal que poderíamos ter. E veja que interessante: nós devemos “ser sinal” para as outras pessoas. Devemos ser outro Jesus que supera a sabedoria de Salomão e é maior do que Jonas no profetismo. Sabe para que Deus escolheu o povo de Israel? Para difundir a Boa Nova do Reino dos Céus. Hoje, você, que está lendo esta homilia, faz parte do povo escolhido, que tem a missão de difundir o Reino a toda criatura. Como seria bom se Deus aceitasse nossa oferta de uma dose extra de fé e amor por todos aqueles que não crêem, não esperam, não adoram, e não O amam! Por todos esses, Senhor, estamos aqui! Dá-nos a graça de sermos fortes e firmes na fé, na esperança e na confiança em Vós para que possamos ser verdadeiros apóstolos e missionários seus cada um vivendo na íntegra a sua missão!
Fonte http://homilia.cancaonova.com/homilia/

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