Verde. 6ª-feira da 30ª Semana Tempo Comum
Evangelho - Lc 14,1-6
Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não
o tira logo, mesmo em dia de sábado?'
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
14,1-6
1Aconteceu que, num dia de sábado,
Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus.
E eles o observavam.
2Diante de Jesus, havia um hidrópico.
3Tomando a palavra,
Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus:
'A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?
4Mas eles ficaram em silêncio.
Então Jesus tomou o homem pela mão,
curou-o e despediu-o.
5Depois lhes disse:
'Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço,
não o tira logo, mesmo em dia de sábado?'
6E eles não foram capazes de responder a isso.
Palavra da Salvação.
Reflexão - Lc 14, 1-6
O Evangelho de hoje nos mostra claramente que a vida sempre
se impõe diante da morte, a verdade sempre se impõe diante da mentira, da
falsidade e do erro. A Lei de Deus foi feita para a vida e não para a morte e a
interpretação verdadeira da Lei de Deus deve sempre contribuir para que a vida
de todos seja melhor. Jesus denuncia os erros que existem na interpretação da
Lei, as interpretações falsas, ou seja, que não apresentam nenhuma legitimidade
por serem contraditórias ao espírito da Lei de Deus, por escravizarem quando
deveriam libertar, por promoverem a morte quando deveriam promover a vida, e as
interpretações mentirosas. Jesus denuncia aquelas interpretações que não estão
de acordo com a Lei, mas sim com os interesses de quem as interpretou.
CURA NUM SÁBADO Lc
14,1-6
HOMILIA
Esta narrativa de Lucas é mais uma dentre as inúmeras
narrativas encontradas nos evangelhos, que destacam a reação e a perseguição
dos chefes religiosos de Israel diante do comportamento libertador de Jesus. A
cena tem bastante semelhança com a cura no sábado, do homem da mão seca ou da
mulher encurvada. Este homem e esta mulher simbolizam o povo imobilizado e
encurvado pelo sistema opressor da Lei da sinagoga e do Templo. Agora, o hidrópico
representa os ilustres convivas do chefe fariseu, inchados de orgulho e
satisfação por suas posições privilegiadas e pelo poder de sua doutrina. A cura
do hidrópico significa o ato libertador de Jesus para com os submissos à
ideologia doutrinal e legal.
O descaso
para com a observância sabática é uma das práticas mais comuns de Jesus, o que
causa a reação dos fundamentalistas observantes. Libertar os que estão sob jugo
da ideologia opressora é uma opção prioritária de Jesus. Jesus age com uma
coerência que desnorteia aqueles que, apegados ao poder, o rejeitam. Acabarão
decidindo, então, que só resta o caminho da violência para eliminar Jesus.
Porém,
Jesus se vai entregar em Sacrifício para ser nosso alimento: Tomai todos e comei.
Tomai todos e bebei, isto é o meu corpo este é o meu sangue. E tudo acontece e tem o seu final no dia da
Ressurreição do Senhor, como nos diz são Paulo. Se Cristo não ressuscitou vá é
nossa fé.
Assim
sendo, a Eucaristia faz parte do domingo. Na manhã de Páscoa, primeiro as
mulheres, depois os discípulos, tiveram a graça de ver o Senhor. Nesse momento,
compreenderam que, doravante, o primeiro dia da semana, o domingo, seria o dia
dele, o dia de Cristo. O dia do início da criação tornava-se o dia da renovação
da criação. Criação e redenção caminham juntas.
É por isso
que o domingo é tão importante. É belo que, nos nossos tempos, em tantas
culturas, o domingo seja um dia livre ou, com o sábado, constitua mesmo o que
se chama o fim-de-semana livre. Esse tempo livre, contudo, permanece vazio se
Deus não estiver aí presente.
Às vezes,
num primeiro momento, pode tornar-se talvez incomodo ter de prever também a
Missa no programa do domingo. Mas, se a tal vos comprometerdes, constatareis
também que isso é precisamente o que dá a verdadeira razão ao tempo livre. Não
vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudem também os
outros a descobri-la. Porque a alegria de que precisamos emana dela, devemos
certamente aprender a perceber cada vez mais a sua profundidade, devemos
aprender a amá-la. Comprometamo-nos nesse sentido porque isso vale à pena!
Descubramos a profunda riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira
grandeza: não fazemos a festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus
vivo que nos prepara uma festa.
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla