— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 8as mulheres partiram depressa do sepulcro.
Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos
discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!”
As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus
pés.
10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar
a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. 11Quando as
mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos
sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12Os sumos sacerdotes reuniram-se
com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados,
13dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram
o corpo, enquanto vós dormíeis. 14Se o governador ficar sabendo disso, nós o
convenceremos. Não vos preocupeis”.
15Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as
instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até o dia
de hoje.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Jesus está vivo!
O anúncio pascal, hoje ressoa vibrante: o Senhor
ressuscitou, venceu a morte e vive para sempre! Nasce imortal, a humanidade
nova! Dá-se a nova criação e o novo êxodo! Celebramos a energia amorosa de Deus
que, pelo Espírito, faz novas todas as coisas. Com as santas mulheres, vamos ao
túmulo vazio e nos tornemos testemunhas da ressurreição. Celebramos a Páscoa de
Jesus Cristo que se realiza em todas as pessoas e grupos que promovem a
dignidade humana, a vida nova e a paz. Alegres, cantemos.
Esta é a notícia mais importante para a humanidade de todos
os tempos que você e eu somos enviados a anunciar: Cristo ressuscitou.
Ressuscitando, Cristo venceu o mal e a morte; derrotou o pecado e as suas
conseqüências. Ressuscitando, Cristo garantiu vida plena, vida em abundância,
vida eterna para nós.
O mal e a morte estão presentes no nosso mundo, mas não têm
mais a última palavra; Cristo ressuscitado venceu-os para sempre. Com Cristo,
nós também venceremos o mal que nos cerca; com Cristo passaremos da morte para
a vida.
Mais uma vez, o anúncio da ressurreição do Senhor vem tornar
mais firme a nossa esperança diante dos desafios e dificuldades que encontramos
no nosso dia-a-dia, pois Cristo ressuscitou, Cristo está vivo no meio de nós!
Ele caminha conosco e orienta a nossa história pessoal, familiar e comunitária.
Desejo que Jesus ressuscitado se faça presente na sua vida e
na de todos os homens com a sua força de vida nova e de paz. Que você se deixe
alcançar pelo Ressuscitado que sempre infunde coragem e paz. Desejo que você,
como os discípulos de Emaús, se deixe envolver pessoalmente pelo Ressuscitado
e, assim, se torne melhor discípulo e missionário d’Ele. Pois, a sua ordem como
Ressuscitado é: Não tenhais medo! Ide dizer aos meus irmãos que partam para a
Galiléia e lá Me verão! A Galiléia de hoje é a sua casa, são os seus
familiares, vizinhos, colegas e amigos a quem você deve anunciar sem medo de
nada e de ninguém que Ele ressuscitou verdadeiramente, como havia dito.
A certeza de que o Filho de Deus se fez um de nós em Jesus e
completou em sua vida, morte e ressurreição o projeto de Salvação que brotou do
amor apaixonado da Trindade Santíssima em favor da humanidade decaída, nos deve
encher de uma alegria transbordante e tornar-nos apaixonados seguidores e
anunciadores de seu Evangelho. Com São Paulo devemos todos dizer: “Com os
fracos eu me fiz fraco para ganhar os fracos. Com todos, eu me fiz tudo, para
certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte
nele” (1Cor 9,22-23). Que a celebração da Ressurreição do Senhor, nos leve ao
compromisso de construirmos juntos um reino que se mostre discípula e
missionária de Jesus dos excluídos da sociedade. A ti e a toda a tua família
continuou desejando uma Feliz e Santa Páscoa!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de
Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha
sido tirada do túmulo.
2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o
outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do
túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo.
4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e
chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no
chão, mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e
entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha
estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar
à parte.
8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado
primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura,
segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
O túmulo vazio
Aleluia, Cristo Ressuscitou Verdadeiramente! Venceu a morte
e despojou o império das trevas, sendo vitorioso e dando-nos também a vitória.
Ele venceu e também somos vencedores com ele. Meu irmão minha irmã, Jesus
despojou o império das trevas. 1Co. 15:57 – Somos vitoriosos porque Deus nos
deu a vitória em Jesus Seu Filho. Não pelos nossos méritos. E sim pela Sua
graça.
Cante bem alto: Glória a Deus nas Alturas, o Aleluia de
Festa. Pois Chegou para nós o dia sem ocaso. O sol brilha para nós
apontando-nos o caminho da eternidade. Alías, Deus sempre nos conduz em triunfo
para que nós espalhemos o cheiro do conhecimento de Deus por todo lugar que
andamos.
Por Cristo e em Cristo somos mais que vencedores porque por
Ele, passamos da do fracasso, da derrota para a fortaleza, a vitória o triunfo.
Da morte para a vida! Tudo isso Deus o fez por amor.
Pode Deus ficar em uma cruz? Sim, Ele morreu lá, por amor de
você. Pode Deus permanecer em um túmulo? Não, Ele ressuscitou para que você
fosse vitorioso.
Caríssimo, se somos vitoriosos, porque guardamos para nós os
maus momentos? Por que os abraçamos? Por que os mantemos conosco. Os maus
momentos, maus hábitos, modo egoísta, mentiras, fanatismos, os deslizes, as
falhas. Por que mantemos isto conosco? Precisamos deixar todo este lixo aos pés
da cruz! Podemos fazer isso porque Deus quer! Ele quer que façamos isto, porque
sabe que não podemos viver como Ele. Só ele é santo. É a cruz e o túmulo vazio
que nos santifica. Devemos deixar os maus momentos na cruz e caminhar com Ele
em vitória, pois Jesus não ficou no túmulo. A pedra foi removida. Deus faz mais
que perdoar os pecados, Ele os remove.
A ressurreição é o motivo principal da pregação do
evangelho. O evento que encheu o coração dos discípulos de esperança e os
tornou mensageiros do evangelho da graça foi à visão do sepulcro vazio. A
aurora do primeiro dia suscitou um novo ânimo aos decepcionados. Ora, se Cristo
ressuscitou de fato, então há perspectiva para uma humanidade transtornada pelo
pecado.
Jesus Cristo ressuscitado é o Senhor e Salvador dos pecadores
desenganados. A ressurreição de Cristo Jesus é a prova evidente que a morte foi
vencida e o pecado perdeu a sua força de condenação. A história da crucificação
não termina com um funeral, mas com um festival de aleluia. O anjo anunciava às
mulheres com júbilo: Ele não está aqui; ressuscitou como tinha dito. Vinde ver
onde ele jazia. Mateus 28:6.
A pregação verdadeira do evangelho começa com a visão
convincente da morte e ressurreição de Cristo. As testemunhas são as únicas
pessoas que podem, falar de fato, daquilo que presenciaram. Pedro e João,
quando estavam sendo ameaçados pelas autoridades judaicas, para que não
pregassem a Jesus ressuscitado, disseram: pois nós não podemos deixar de falar
das coisas que vimos e ouvimos. Atos 4:20.
Se a morte de Jesus trouxe desesperança para os seus
discípulos, sua ressurreição originou uma torrente de esperança, capaz de
enxergar através de nuvens espessas. Já que Cristo ressuscitou não há mais
barreira que impeça a efetivação de suas promessas.
Só o milagre do túmulo vazio poderia encher o coração dos
discípulos da certeza da salvação. A regeneração do homem pecador é um produto
da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Bendito o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para
uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. 1
Pedro 1:3.
A visão espiritual do túmulo vazio, que é produzida pela fé,
através da Palavra de Deus, nos garante uma certeza inconfundível de que a
nossa salvação é dom gracioso, que nos motiva ao testemunho. Como insistia
Thomas Brooks, uma alma dominada pela certeza não está disposta a ir para o céu
sem companhia.
A falta de convicção inabalável da obra salvadora por meio
de Cristo Jesus é o principal agente da apatia na pregação. Sem a firmeza do
evangelho não há como se pregar, com confiança, a sua mensagem. Muitos apregoam
um sistema religioso com a presunção de estar pregando o evangelho. Mas somente
a segurança da ressurreição de Cristo, bem como da nossa ressurreição com
Cristo, pode assegurar uma pregação legítima do evangelho autêntico.
As mulheres que foram ver o sepulcro onde Jesus havia sido
sepultado saíram de lá ao romper da manhã, ainda que atônitas, com duas
certezas: primeiro não havia cadáver na tumba. A fé cristã começa no primeiro
dia da semana, nas primeiras horas do dia, com uma certeza da vitória. A morte
foi vencida e o Salvador não é um defunto.
Devemos deixar os nossos maus momentos na cruz e também os
momentos ruins dos nossos irmãos que chegam até nós. Devemos amá-los. Se
amarmos a Deus, amamos os nossos irmãos. Como podemos nos chegar diante de Deus
e pedir perdão, se nós não perdoamos os nossos irmãos?
Coisas do passado sempre são trazidas ao presente. Como
alguns têm boa memória para os erros dos irmãos e péssima memória para a
mudança dos seus irmãos. Pare de se prender nos erros do passado. Olhe para o
verde que pode brotar no coração do seu irmão. Assim como ressuscitou com
Cristo e é nova criatura também o seu irmão é em Cristo e com Cristo uma nova
criatura!
Abandone seus pecados antes que eles contaminem totalmente
você. Abandone o rancor, antes que ele o incite à raiva e contenda. Entregue a
Deus a sua ansiedade antes que ela o iniba de caminhar com fé. Dê a Deus os
teus momentos ruins. Se você deixar com Deus os teus momentos ruins, só
sobrarão bons momentos e então Cristo terá ressuscitado em você. E se Cristo
ressuscitou em você, já não é você que vive. Mas é Cristo que vive em no seu
corpo e se Cristo vive em você, em você tudo é santo. Porque está envolvido
pela luz d’Aquele que Verdadeiramente Ressuscitou.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
1No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres
foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. 2Elas
encontraram a pedra do túmulo removida. 3Mas, ao entrar, não encontraram o
corpo do Senhor Jesus 4e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso,
dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas.
5Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois
homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está
vivo? 6Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando
ainda estava na Galileia: 7‘O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos
pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’”.
8Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus.
9Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros. 10Eram
Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que
estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. 11Mas eles acharam que
tudo isso era desvario, e não acreditaram.
12Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou
para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que
havia acontecido.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
A ressurreição de
Jesus
As guerra e morte aparentemente são uns sinais de derrota e
fracasso do ser humano. Porém, o túmulo vazio de Cristo simboliza vitória,
esperança e vida. Sexta-feira Santa havia sido um dia medonho, escuro, de incertezas
e nebulosidades para os seguidores de Cristo. Não podiam compreender o que
estava acontecendo com o seu Mestre. Cristo tinha sido a sua grande esperança.
E agora, de repente, se vêm desiludidos: mataram o seu líder. Nada mais lhes
restava senão enterrar o seu corpo e voltar para suas atividades. Aquela
sepultura parecia o fim de sua esperança. Mas veio a manhã de Páscoa, e com ela
o maior acontecimento da história: CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA!
Saiu da sepultura, tornou a viver. Ali estava o túmulo vazio,
a pedra removida e os lençóis em que ele estava embrulhado. Os discípulos mal
conseguem acreditar no que aconteceu. Será verdade o que estamos vendo? Será
que não estamos sonhando?
Não. Eles não estavam sonhando. CRISTO REALMENTE
RESSUSCITOU. E para não deixar nenhuma dúvida na mente dos seus seguidores, ele
aparece a todos eles, come com eles e fica junto com eles durante quarenta
dias, falando do reino de Deus. E nesses quarenta dias ele aparece a centenas
de pessoas, sendo que de uma só vez para mais de quinhentas pessoas.
Isso é importante, pois Deus quer que tenhamos certeza da
ressurreição de Cristo. Diz o apóstolo Paulo: Se Cristo não ressuscitou, é vã a
vossa fé e ainda permaneceis em vossos pecados. Isto quer dizer que se é
mentira que Cristo ressuscitou, estamos perdendo tempo na igreja. O melhor
seria aproveitar a vida, já que tudo termina com a morte. É como conclui o
mesmo apóstolo, usando a linguagem dos ímpios: Comamos e bebamos que amanhã
morreremos.
Uma das coisas que mais incomoda o ser humano é a morte. O
homem tem medo da morte. Por isso mesmo a evita, faz de tudo para prolongar a
vida. Constrói hospitais, procura médico e gasta fortunas em remédio. Contudo,
o homem continua a morrer. Apesar de todo o progresso da ciência, medicina e tecnologia,
o homem ainda não conseguiu vencer a morte. Freqüentemente vemos a luta dos
médicos para salvar a vida de uma pessoa importante. Mesmo estando num dos
melhores hospitais, cercado pelos melhores médicos, os médicos não conseguem
dar jeito no doente. É que a morte é uma coisa inevitável.
Mas há uma solução para a morte. A solução é Cristo. Para
todos os que quiserem continuar a viver eternamente, Cristo oferece a
oportunidade de viver. Diz Ele na sua palavra: Eu sou a ressurreição e a vida.
Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E todo o que vive e crê e mim, não
morrerá eternamente.
Cristo, através da sua morte na cruz, tirou o poder da
morte. Assim como ele ressuscitou da morte, também nós, pela fé nele,
tornaremos a viver. É Ele mesmo que nos garante esta verdade: Eu vivo e vós
também vivereis.
Quando se fala em ressurreição, logo surge uma porção de
perguntas: Como pode uma pessoa que já morreu há mais de cem anos, tornar a
viver? O que será daqueles que morreram queimados no fogo, comido pelos animais
ou destruídos pelo tempo? Será que eles também vão ressuscitar?
Jesus, quando esteve aqui na terra, deu provas desse poder
ao ressuscitar Lázaro, a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim. Também
aquelas pessoas que ressuscitaram por ocasião da morte de Jesus e entraram em
Jerusalém na manhã de Páscoa, é uma demonstração do poder de Deus em
ressuscitar mortos.
Você que está lendo este texto já perdeu algum ente querido
e hoje está triste, sentindo a sua falta. Pois eu quero dizer a você, firmado
na palavra de Deus, que este seu ente querido vai ressuscitar. Não importa
quanto tempo já tenha sido sepultado, qual o tamanho da catacumba que o
encobre. A sua sepultura vai abrir, o seu corpo vai sair e você vai poder vê-lo
novamente. É isso que dá sentido a nossa vida: saber que os mortos um dia vão
ressuscitar. Se não fosse isso, a nossa vida seria uma tristeza, um desespero
sem fim. Não teríamos condições de suportar a partida de um ente querido. É por
isso que celebramos a Páscoa. É por isso que nós estamos tão alegremos hoje. É
por isso que nós, ano após ano, nos reunimos na igreja todos os domingos.
Neste dia cantamos: O grande herói, Senhor Jesus, venceste a
morte lá na cruz, venceste o próprio Satanás. E tal vitória a vida traz. Nesse
dia ouvimos: Ele não está aqui, ressuscitou. Cristo está vivo, Ele saiu da
sepultura. Se Ele vive, nós também viveremos.
Nesse dia exclamamos: foi destruída a morte pela vitória.
Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado e a força do
pecado é a lei. Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso
Senhor Jesus Cristo.
Neste dia confessamos: "Creio na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne e na vida eterna". Por causa da ressurreição de
Jesus, nós também temos a esperança de vida eterna. É nossa alegria e
responsabilidade então partilhar esta grande esperança em nossa comunidade de
familiares e amigos. Que a lembrança da ressurreição de Cristo nos conforte em
todos os momentos da nossa vida, especialmente nas horas de provação. Pai, abra
o meu coração para acolher os testemunhos verdadeiros da ressurreição de teu
filho, sem me deixar contaminar pelos preconceitos.
Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo
João.
Naquele tempo, 1Jesus saiu com os discípulos para o outro
lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os
discípulos.
2Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus
costumava reunir-se aí com os seus discípulos.
3Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns
guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e
armas.
4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao
encontro deles e disse:
Pres.: “A quem procurais?”
Nar. 1: 5Responderam:
Ass.: “A Jesus, o Nazareno”.
Nar. 1: Ele disse:
Pres.: “Sou eu”.
Nar. 1: Judas, o traidor, estava junto com eles.
6Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por
terra.
7De novo lhes perguntou:
Pres.: “A quem procurais?”
Nar. 1: Eles responderam:
Ass.: “A Jesus, o Nazareno”.
Nar. 1: 8Jesus respondeu:
Pres.: “Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais,
então deixai que estes se retirem”.
Nar. 1: 9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
Pres.: “Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”.
Nar. 2: 10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou
dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome
do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro:
Pres.: “Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o
cálice que o Pai me deu?”
Nar. 2: 12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos
judeus prenderam Jesus e o amarraram.
13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás,
o Sumo Sacerdote naquele ano.
14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:
L. 1: “É preferível que um só morra pelo povo”.
Nar. 2: 15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus.
Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do
Sumo Sacerdote.
16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo,
que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta
e levou Pedro para dentro.
17A criada que guardava a porta disse a Pedro:
Mulher: “Não pertences também tu aos discípulos desse
homem?”
Nar. 2: Ele respondeu:
L. 1: “Não”.
Nar. 2: 18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e
estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se.
19Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e
de seu ensinamento.
20Jesus lhe respondeu:
Pres.: “Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na
sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas.
21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que
falei; eles sabem o que eu disse”.
Nar. 2: 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali
estava deu-lhe uma bofetada, dizendo:
L. 1: “É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?”
Nar. 2: 23Respondeu-lhe Jesus:
Pres.: “Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem,
por que me bates?”
Nar. 1: 24Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o
Sumo Sacerdote.
25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se.
Disseram-lhe:
L. 1:“Não és tu, também, um dos discípulos dele?”
Nar. 1: Pedro negou:
L. 2: “Não!”
Nar. 1: 26Então um dos empregados do Sumo Sacerdote, parente
daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:
L. 1: “Será que não te vi no jardim com ele?”
Nar. 2: 27Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo
cantou. 28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo.
Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a
páscoa.
29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:
Pilatos: “Que acusação apresentais contra este homem?”
Nar. 2: 30Eles responderam:
Ass.: “Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a
ti!”
Nar. 2: 31Pilatos disse:
Pilatos: “Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a
vossa lei”.
Nar. 2: Os judeus lhe responderam:
Ass.: “Nós não podemos condenar ninguém à morte”.
Nar. 1: 32Assim se realizava o que Jesus tinha dito,
significando de que morte havia de morrer.
33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e
perguntou-lhe:
Pilatos: “Tu és o rei dos judeus?”
Nar. 1: 34Jesus respondeu:
Pres.: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te
disseram isto de mim?”
Nar. 1: 35Pilatos falou:
Pilatos: “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos
sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?”
Nar. 1: 36Jesus respondeu:
Pres.: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse
deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos
judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
Nar. 1: 37Pilatos disse a Jesus:
Pilatos: “Então, tu és rei?”
Nar. 1: Jesus respondeu:
Pres.: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para
isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a
minha voz”.
Nar. 1: 38Pilatos disse a Jesus:
Pilatos: “O que é a verdade?”
Nar. 1: Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus,
e disse-lhes:
Pilatos: “Eu não encontro nenhuma culpa nele.
39Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa eu vos
solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?”
Nar. 1: 40Então, começaram a gritar de novo:
Ass.: “Este não, mas Barrabás!”
Nar. 2: Barrabás era um bandido.
19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus.
2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na
cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho,
3aproximavam-se dele e diziam:
Ass.: “Viva o rei dos judeus!”
Nar. 2: E davam-lhe bofetadas.
4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:
Pilatos: “Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para
que saibais que não encontro nele crime algum”.
Nar. 2: 5Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de
espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes:
Pilatos: “Eis o homem!”
Nar. 2: 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os
guardas começaram a gritar:
Ass.: “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Nar. 2: Pilatos respondeu:
Pilatos: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não
encontro nele crime algum”.
Nar. 2: 7Os judeus responderam:
Ass.: “Nós temos uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve
morrer, porque se fez Filho de Deus”.
Nar. 2: 8Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais
medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus:
Pilatos: “De onde és tu?”
Nar. 2: Jesus ficou calado.
10Então Pilatos disse:
Pilatos: “Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade
para te soltar e autoridade para te crucificar?”
Nar. 2: 11Jesus respondeu:
Pres.: “Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela
não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior”.
Nar. 2: 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus.
Mas os judeus gritavam:
Ass.: “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo
aquele que se faz rei, declara-se contra César”.
Nar. 2: 13Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para
fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado “Pavimento”, em hebraico
“Gábata”. 14Era o dia da preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos
disse aos judeus:
Pilatos: “Eis o vosso rei!”
Nar. 2: 15Eles, porém, gritavam:
Ass.: “Fora! Fora! Crucifica-o!”
Nar. 2: Pilatos disse:
Pilatos: “Hei de crucificar o vosso rei?”
Nar. 2: Os sumos sacerdotes responderam:
Ass.: “Não temos outro rei senão César”.
Nar. 2: 16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado,
e eles o levaram.
Nar. 1: 17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar
chamado Calvário”, em hebraico “Gólgota”.
18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e
Jesus no meio.
Nar. 1: 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e
colocá-lo na cruz; nele estava escrito:
Ass.: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.
20Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em
que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em
hebraico, latim e grego.
Nar. 1: 21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a
Pilatos:
Ass.: “Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim o que ele
disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”.
Nar. 1: 22Pilatos respondeu:
Pilatos: “O que escrevi, está escrito”.
Nar. 1: 23Depois que crucificaram Jesus, os soldados
repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à
túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto abaixo.
24Disseram então entre si:
Ass.: “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver
de quem será”.
Nar. 2: Assim se cumpria a Escritura que diz: “Repartiram
entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”. Assim
procederam os soldados.
Nar. 1: 25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a
irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.
26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele
amava, disse à mãe:
Pres.: “Mulher, este é o teu filho”.
Nar. 1: 27Depois disse ao discípulo:
Pres.: “Esta é a tua mãe”.
Nar. 1: Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu
consigo. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a
Escritura se cumprisse até o fim, disse:
Pres.: “Tenho sede”.
Nar. 1: 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa
vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus.
30Ele tomou o vinagre e disse:
Pres.: “Tudo está consumado”.
Nar. 1: E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
(Aqui todos se ajoelham.)
Nar. 2: 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus
queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele
sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as
pernas aos crucificados e os tirasse da cruz.
Nar. 1: 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e
depois do outro que foram crucificados com Jesus.
33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto,
não lhe quebraram as pernas;
34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu
sangue e água.
Nar. 2: 35Aquele que viu dá testemunho e seu testemunho é
verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis.
36Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz:
“Não quebrarão nenhum dos seus ossos”.
37E outra Escritura ainda diz: “Olharão para aquele que
transpassaram”.
Nar. 1: 38Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo
de Jesus — mas às escondidas, por medo dos judeus — pediu a Pilatos para tirar
o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus.
39Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se
com Jesus. Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés.
40Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os
aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar.
Nar. 2: 41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um
jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
42Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava
perto, foi ali que colocaram Jesus.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
"Tudo está consumado"
Sexta-feira Santa! Hoje é o dia em que se faz silêncio; um
silêncio respeitoso, como acontece nos velórios, porque estamos recordando o
falecimento, a morte mais importante que existiu neste mundo, a morte do
homem-Deus, Jesus.
Tudo está consumado”. Quem for à igreja, hoje, para
participar das funções litúrgicas, vai se ajoelhar quando ouvir essa frase.
Vamos dobrar os joelhos como fez o centurião, logo após ouvir as palavras da
boca do condenado: “Pronto, tudo está consumado. Tudo acabou”. Essas foram as
últimas palavras de Jesus antes de morrer; palavras que têm a força de um selo,
de um carimbo, de uma assinatura no final de um testamento. Mas, o que quer
dizer “tudo está consumado”?
Por acaso essas palavras foram motivadas pelo fracasso de
uma vida concluída com a condenação? Ou com a decepção de não ter sido
entendido? A fé do centurião diz que não: “na verdade ele era o filho de Deus”.
E a minha fé também diz que não. Para mim, Jesus estava dizendo: “Pronto, fiz o
que tinha de fazer; concluí minha missão na terra; fiz a vontade de meu Pai no
céu; tudo está consumado”. Não há dúvida de que se trata de um mistério; um
mistério que provoca muitas perguntas.
Mas a fé é assim mesmo; a fé trata com mistérios. O silêncio
que fazemos espontaneamente, hoje, é uma boa ocasião para refletir sobre o
mistério da morte de Jesus e sobre o mistério da nossa morte. Podemos dizer que
são dois mistérios bem diferentes, porque a minha morte, humanamente falando, é
natural; vai acontecer um dia, quer queira quer não. O mistério da morte de Jesus
está no fato de que, sendo ele Deus, como dizia, não poderia morrer; ou seu
mistério está contido na vontade de Deus, ainda incompreensível para nós.
Enquanto o mistério de nossa morte fica reservado para o
depois, para o que acontecerá conosco após a morte. Nesse caso, nossa morte em
si não constitui mistério, e sim o que vem depois. Quanto a esse último
mistério colocamos nas mãos de Deus, falando como falou Jesus: “Tudo está
consumado. Pai, nas vossas mãos entrego o meu espírito”.
Junto com nossa tristeza piedosa vai o nosso agradecimento
por esse mistério: Verbo feito carne. Morto para a Morte da nossa morte e
Ressuscitado para a Vida da nossa vida.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + escrito por
João.
— Glória a vós, Senhor!
1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado
a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no
mundo, amou-os até o fim.
2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração
de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. 3Jesus,
sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e
para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e
amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos
discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me
lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais
tarde compreenderás”.
8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus
respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. 9Simão Pedro disse:
“Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.
10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar
senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não
todos”.
11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos
estais limpos”.
12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o
manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de
fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou.
14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar
os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que
eu fiz.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Jesus lava os pés dos
discípulos
A Páscoa é o centro da vida e da fé dos cristãos. Trata-se
da passagem da morte para a vida, da ausência para a presença, do Amor em
plenitude.
Para nós cristãos, a celebração da “Páscoa” constitui-se num
tríduo celebrativo, isto é, a “páscoa celebrada em três dias”. O tríduo se
fundamenta na unidade do mistério pascal de Jesus Cristo, que compreende sua
paixão, morte e ressurreição. Segundo o Missal Romano, “o Tríduo pascal, começa
com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, possui seu centro na Vigília Pascal e
encerra-se com as Vésperas do domingo da Ressurreição” (N. 19). Deste modo,
celebramos de quinta para sexta-feira a “Paixão”, de sexta-feira para sábado a
“Morte”, e de sábado para domingo a “Ressurreição”.
Hoje, Quinta Feira Santa, na celebração da “Última Ceia”
Jesus revelou o seu “Amor em Plenitude” lavando os pés dos discípulos e
repartindo com eles o pão. O amor torna-se presente nas mãos que lava os pés e
no pão que é repartido.
Estamos diante de um Jesus que manifesta um gesto de serviço
e profunda humildade. Mas, sobretudo, é um gesto de verdadeiro Amor: Sabendo
Jesus que chegava a hora de passar deste mundo ao Pai, depois de ter amado os
seus do mundo, amou-os até o extremo.
As mãos simbolizam ação, dinamismo. Através das mãos
recebemos e doamos. João afirma, no Evangelho, que Jesus é consciente de que o
Pai entregou em suas mãos o verdadeiro Amor e, antes de voltar ao Pai, precisa
doar com suas próprias mãos este Amor aos seus discípulos: “…sabendo que o Pai
havia posto tudo em suas mãos, que tinha saído de Deus e voltava a Deus, se
levanta da mesa, tira o manto e, tomando uma toalha, cinge-a. A seguir, põe
água numa bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a secá-los com a
toalha que tinha cingido” (Jo 13,3-5).
Analisando o contexto histórico constatamos que oferecer ao
hóspede água para lavar os pés da poeira do caminho era um gesto de cortesia
muito comum. Normalmente esse gesto era feito por um servo ou por um discípulo
dedicado ao seu mestre. Jesus inverte os papéis e surpreende a todos. O mestre
torna-se servo. A lição de serviço, humildade e Amor é testemunhada.
Em primeiro lugar devemos sentir este “Amor Pleno” que nos é
doado através das mãos de Jesus. Mãos que lava, acaricia e enxuga, com ternura,
os pés de cada um dos discípulos, de cada um de nós… Em segundo lugar, a ação
de Jesus quer ensinar aos discípulos, e também a nós, que é preciso fazer o
mesmo: “Depois de lhes ter lavado os pés, pôs o manto, reclinou-se e lhes
disse: ‘Entendeis o que vos fiz? Vós me chamais mestre e senhor, e dizeis bem.
Portanto, se eu, que sou mestre e senhor, vos lavei os pés, também vós deveis
lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo, para que façais o que eu
fiz’” (Jo 13,12-15).
A atitude de serviço, humildade e expressão de Amor,
simbolizada no lava-pés, foi uma preparação para celebrar com mais dignidade a
“Ceia”, conforme disse o próprio Jesus a Pedro: “Se não te lavar, não terás
parte comigo”.
Celebrando a “Ceia” com os seus amigos Jesus inaugura a
“Nova Páscoa”, isto é, dá um novo sentido para a “Páscoa” que, em seu contexto
histórico, era a maior festa do ano para os judeus. Mantendo seu ritual como no
AT (Ex 12), Israel celebrava a Páscoa para fazer memória da “antiga libertação
do Egito” e atualizar “os benefícios de Deus” para com os seus filhos.
Na carta aos coríntios, Paulo transmite o novo e definitivo
sentido da Páscoa. Afirma o apóstolo: “O Senhor, na noite em que era entregue,
tomou o pão, dando graças o partiu, e disse: ‘Isto é o meu corpo que se entrega
por vós. Fazei isto em memória de mim’” (ICor 11,23-24).
No pão repartido Jesus entrega seu corpo aos discípulos.
Trata-se de uma doação total. No pão está presente o “Amor em Plenitude”. Este
Amor que se doa provoca transformação. Agora não é apenas uma transformação
social, mas uma libertação do pecado, resgate para uma vida nova.
Quando repartimos o pão na celebração da eucaristia, devemos
sentir o Amor de Jesus que se doa em plenitude. Amor que alimenta e revigora a
nossa vida. Amor que nos compromete com os irmãos e irmãs. Amor que nos faz ser
fiéis à vontade do Pai.
Jesus pede aos discípulos: “Fazei isto em memória de mim”
(ICor 11,24b.25b). O pedido de Jesus aos discípulos estende-se também a todos
nós. Portanto, hoje celebramos o Amor presente no pão que se reparte e nos
comprometemos em vivê-lo plenamente.
A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite a aprofundar
concretamente no mistério da Paixão de Cristo, já que quem deseja seguí-lo deve
sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que
aconteceu na noite em que iam entregá-lo. E por outro lado, o mesmo Senhor
Jesus nos da um testemunho maduro da vocação ao serviço do mundo e da Igreja
que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.
A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor na qual
Jesus, um dia como hoje, na véspera da Sua paixão, “enquanto ceiava com seus
discípulos tomou pão…” . Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos
nos reuníssemos e nos recordássemos d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei
isto em memória de mim” .
Assim podemos afirmar que a Eucaristia é o memorial não
tanto da Última Ceia, e sim da Morte Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo
nosso Senhor!
Poderíamos dizer que a alegria é por nós e a dor por Ele.
Entretanto predomina o gozo porque no amor nunca podemos falar estritamente de
tristeza, porque aquele que dá e se entrega con amor e por amor, o faz com
alegria e para dar alegria.
Podemos dizer que hoje celebramos com a liturgia (1a.
Leitura) a Páscoa. Porém a da Noite do Êxodo (Ex 12) e não a da chegada à Terra
Prometida (Js 5, 10-ss).
Hoje inicia a festa da “crise pascoal”, isto é, da luta
entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte, mas sim
combatida por ela. A noite do sábado de Glória é o canto à vitória, porém
tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é
o amor em plenitude do Deus Todo-Poderoso.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14um dos doze discípulos, chamado Judas
Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: “Que me dareis se vos
entregar Jesus?” Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16E daí em diante,
Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
17No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos
aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?” 18Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e
dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a
Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos’”.
19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a
Páscoa. 20Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos.
21Enquanto comiam, Jesus disse: “Em verdade eu vos digo, um de vós vai me
trair”. 22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar:
“Senhor, será que sou eu?”
23Jesus respondeu: “Quem vai me trair é aquele que comigo
põe a mão no prato. 24O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a
respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que
nunca tivesse nascido!” 25Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei
eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Judas trai Jesus
Na Quarta-Feira Santa, a Igreja nos propõe meditar o
Evangelho de Jesus segundo Mt 26, 14-25. Essa leitura nos apresenta a traição
de Judas. Ela nos descreve como Judas foi ter com os chefes dos sacerdotes e se
oferece para trair Jesus. Aceita trinta moedas de prata como recompensa de sua
traição. Por apenas trinta moedas de prata, um dos Doze entrega o Mestre! Por
quantas moedas tens tu vendido Jesus? É chegada a hora das trevas!
Com um simples beijo Judas planeja vender o seu mestre. Por
trinta moedas traça-se o poder financeiro, material e finito pela vida, dom de
Deus. Uma verdadeira contradição, o dono de tudo é trocado pelo dinheiro. Ontem
como hoje a opção pelo dinheiro e a rejeição da vida tem falado mais alto.
Assim como Judas que passa a servir os poderosos que, para manterem seus
privilégios e suas riquezas, desprezando a vida e promovendo a morte, nas
nossas sociedades de hoje continua, Jesus, nos pobres, nos órfão e nas viúvas,
nos andarilhos, tem teto e excluídos sendo vendido pelas riquezas passageiras.
Digo isso porque a sociedade neoliberal globalizada tem esta característica, e
o grande império deste mundo e seus aliados fazem à guerra e destroem a vida
movidos pela ambição do dinheiro. Eles produzem uma ideologia e uma cultura de
ambição e violência que passa a ser assimilada por muitos.
Voltemos para o nosso texto para meditar melhor o conteúdo
da Semana Santa. Estamos hoje diante da agonia de Jesus no Monte das Oliveiras
quando, diante do sofrimento que passaria nas próximas horas, Jesus, numa
tristeza mortal, num gesto humano suplica ao Pai: “Meu Pai, se possível, que
este cálice passe de mim” (Mt 26, 39). Mas imediatamente, como cordeiro que vai
para o matadouro, diz: “Contudo, não seja feito como eu quero, mas como tu
queres” (Mt 26, 39). É a Vítima perfeita que se entrega, é o Cordeiro Pascal, é
aquele que tira o pecado do mundo por amor! O Bom Pastor, aquele que dá a vida
por suas ovelhas!
São Mateus nos revela hoje o modo como Jesus foi traído por
um dos seus homens de confiança. O evangelho destaca que o gesto estava
inserido num contexto maior do desígnio divino sobre o destino do Messias. Nem
por isso sua responsabilidade foi menor. As palavras terríveis que recaíram
sobre ele não deixam dúvida a este respeito: “Seria melhor que nunca tivesse
nascido!” Só Judas age na contramão da vontade do Mestre, mesmo que sua
decisão, já estivesse no contexto da vontade de Deus.
A atitude cristã, que devemos ter, é a de corresponder com a
graça divina, e não desprezá-la, traindo o amor de Cristo, como fez Judas.
Peçamos ao Senhor que nos conceda uma fé firme e permanente a ponto de fazermos
à diferença neste mundo cheio de ganância e uma busca constante de privilégios
e, sobretudo, onde parecendo que não ainda o grito de Maquiavel “o fim
justifica os meios” continua ditando normas. Tira-se a vida em troca de Poder,
Prazer e Posse.
Jesus faz do dom de sua vida entregue, doada livremente por
nós, a Nova e eterna Aliança com o Pai celeste. Afim de que livres do pecado,
vivemos agora na liberdade de filhos e filhas de Deus.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, 21Jesus
ficou profundamente comovido e testemunhou: “Em verdade, em verdade vos digo,
um de vós me entregará”. 22Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os
outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando.
23Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de
Jesus. 24Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem
Jesus estava falando. 25Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de
Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?”
26Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão
passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de
Simão Iscariotes. 27Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então
Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa”.
28Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse
isso. 29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria
dizer: ‘Compra o que precisamos para a festa’, ou que desse alguma coisa aos
pobres. 30Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era
noite.
31Depois que Judas saiu, disse Jesus: “Agora foi glorificado
o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele,
também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33Filhinhos, por
pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como
eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”.
36Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus
respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás
mais tarde”. 37Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu
darei a minha vida por ti!” 38Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim? Em
verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três
vezes”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Glória do filho do
homem
Estamos no dia mais movimentado do Ministério Público de
Jesus. Trata-se da última Terça Feira que Jesus passou na terra, antes da Sua
morte na cruz.
O dia começou bem cedo, com a saída de Jesus e Seus
discípulos de Betânia para Jerusalém, e terminou pela noite dentro, num jantar,
em Betânia, onde Maria unge Jesus para a sepultura, Jesus aponta o traidor e
delineia o conteúdo do novo mandamento e de onde Judas sai possuído por
Satanás, para trair o seu Mestre, entregando-o aos principais dos sacerdotes e
capitães do templo. Infelizmente, Judas é uma peça na articulação dos chefes
religiosos do templo e das sinagogas ao planejarem a morte de Jesus. Felizmente
porque tendo sido configurado o ato de traição de Judas, Jesus anuncia a
glorificação do Filho do Homem. É a manifestação plena do amor de Jesus, até o
fim, sem limites. A partir da traição de Judas a glória de Jesus:Paixão e
Morte, é a obra de Sua vida em plenitude, pela qual nos tornamos eternamente
perfeitos.
O dia está cinzento e nublado por causa dos bombardeamentos,
de acusações e respostas dadas pelo Senhor às ardilosas questões dos fariseus,
saduceus e herodianos, sobre a sua autoridade, ressurreição dos mortos,
tributo, grande mandamento; fica também o discurso escatológico de Jesus, a
profecia da destruição de Jerusalém, ensinos sobre a segunda vinda, condenação
dos ímpios e galardão dos salvos.
É um dia terrivelmente desgastante e que só Jesus, o Senhor,
podia concretizar. Ele foi fiel, concreto e objetivo. Nada deixou por fazer.
É Terça-feira santa Jesus vislumbra já a Sua futura
trajetória na qual com a Cruz às costas e com um sorriso dirá: Está consumado.
O evangelista João dirá várias vezes que se tratava de um
ladrão. Logo, alguém de caráter duvidoso, de quem se pode esperar tudo. A
traição seria apenas mais uma manifestação da personalidade malsã deste
discípulo. Os evangelhos, em geral, referem-se a Judas como alguém que vendeu
sua própria consciência ao aceitar entregar o Mestre por um punhado de
dinheiro. Entretanto, é possível suspeitar de outras razões desta atitude
tresloucada. Será que Judas entendeu, de fato, o projeto de Jesus? Terá sido
capaz de abrir mão de seus esquemas messiânicos para aceitar Jesus tal qual se
apresentava? Estava disposto a seguir um Messias pobre, manso, amigo dos
excluídos e marginalizados, anunciador de um Reino incompatível com a violência
e a injustiça? Judas esperava tirar partido do Reino a ser instaurado por
Jesus. Vendo frustrado o seu intento, não teria tido escrúpulo de traí-lo? Uma
coisa é certa: Judas como muitos de nós, estava longe de sintonizar-se com
Jesus. Algo parecido acontecia com Pedro, que haveria de negá-lo. A diferença
entre os dois é que este recuou e se converteu à misericórdia do Senhor.
Meu irmão minha irmã o texto de hoje nos revela a Festa já
da última Ceia. S. João vai interpretando os acontecimentos de maneira
simbólica: atrás do pão, Satanás entra em Judas; já era noite; a morte de Jesus
que já ferimos, é a sua glorificação; Pedro, segui-l’O-à depois, mas antes O
nega. Espiritualmente está com vontade e desejo de seguir o seu Mestre. Mas a
carne impedia-o de fazê-lo. Jesus está cada vez mais abandonado dos homens, ao
mesmo tempo em que é o seu Salvador, por isso não olha para traz e segue o Seu
caminha. Ele sabe que chegou a hora da glorificação do Filho do Homem: Agora a
natureza divina do Filho do Homem é revelada, e por meio dele é revelada também
a natureza gloriosa de Deus. E, se por meio dele a natureza gloriosa de Deus
for revelada, então Deus revelará em si mesmo a natureza divina do Filho do
Homem. E Deus fará isso agora mesmo.
Depois da rejeição dos meios oficiais, vem agora a traição e
a negação dos seus. Esta foi a atitude dos dois discípulos. Mas, muitas vezes é
nossa também. Quantas vezes depois de um emprego adquirido, depois de uma linda
esposa ou esposo maravilhoso, de um filho pedido, uma casa própria, de uma
graça recebida, colocamos Jesus de lado e o que é grave trocámo-l’O pelos bens
temporais e o negamos?
Olhemos para nós e nos perguntemos se somos fiéis ao
Evangelho e se O testemunhamos no mundo de hoje.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava
Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2Ali ofereceram a Jesus um
jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Maria,
tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de
Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do
bálsamo.
4Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos,
aquele que o havia de entregar: 5“Por que não se vendeu este perfume por
trezentas moedas de prata, para dá-las aos pobres?” 6Judas falou assim, não
porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da
bolsa comum e roubava o que se depositava nela.
7Jesus, porém, disse: “Deixa-a; ela fez isto em vista do dia
da minha sepultura. 8Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem
sempre me tereis”.
9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia,
foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que
Jesus ressuscitara dos mortos. 10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar
também Lázaro, 11porque por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam
em Jesus.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Acolhimento do ministério
central da nossa fé
Iniciamos hoje a Semana Santa. Semana na qual celebramos a
centralidade da nossa fé que tiveram início na entrada triunfal de Jesus em
Jerusalém, ou seja, a Paixão – subida de Jesus Cristo ao Monte Calvário, Morte
e Ressurreição de Jesus Cristo para a nossa salvação; para nos resgatar das
mãos do demônio, e nos transferir para o mundo da luz, para a liberdade dos
filhos de Deus. Jesus morre na Cruz para reconciliar o homem com Deus. É a
semana da nossa reconciliação com Deus. É a semana da vitória da vida sobre a
morte. Da graça sobre o pecado. Quando os fiéis são batizados, aplica-se a cada
um deles os efeitos redentores da Morte e Ressurreição de Cristo. Por isso, o
cristão católico convicto celebra com alegria a cada função litúrgica da Semana
Santa que começa hoje e termina na celebração do Tríduo Pascal e da Páscoa.
Assim recomenda a Santa Mãe Igreja que todos os seus filhos
se confessem para que correndo com Cristo no pecado possam com Ele ressuscitar,
na madrugado do Domingo da Páscoa para a vida eterna.
O tempo da Quaresma se prolonga até a Quinta-feira da Semana
Santa. A Missa Vespertina da Ceia do Senhor é a grande introdução ao Santo
Tríduo Pascoal. O Tríduo Pascual tem início na Sexta-feira da Paixão, prossegue
com o Sábado de Aleluia, e chega ao ponto mais alto na Vigília Pascual
terminando com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.
No Evangelho proposto neste primeiro dia as Semana Santa é o
de Jesus que volta a Betânia seis dias antes da Páscoa para manifestar o seu
amor e carinho pelos amigos.
Comove ver como o Senhor tem esta amizade, tão divina e tão
humana, que se manifesta num convívio freqüente. Nesta visita de Jesus à
Lázaro, Maria e Marta, vejo-me também na condição de acolher e receber Jesus em
minha casa e vida. Jesus me vem visitar hoje eu quero recebe-lo com o coração
aberto, alegre e agradecido por merecer sua amizade e confiança, assim como
sempre foi muito bem recebido por Lázaro, Marta e Maria, em qualquer dia e a
qualquer hora, com alegria e afeto. Como havia grande respeito, atenção e
caridade entre eles assim me comprometo fazer.
São milhares aqueles que negam hospedagem para Cristo Jesus
em seus corações, mas escancara-os para o mundo e suas vaidades; esses vivem
com a alma cheia de vícios: a alma, sem a presença de seu Deus e dos anjos que
nela jubilavam, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e
de completa ignomínia. Ai da alma se lhe falta Cristo, que a cultive com
diligência, para que possa germinar os bons frutos do Espírito! Deserta,
coberta de espinhos e de abrolhos terminará por encontrar, em vez de frutos, a
queimada. Ai da alma, se seu Senhor, o Cristo, nela não habitar! Abandonada,
encher-se-á com o mau cheiro das paixões, virará moradia dos vícios” diz São
Macário.
Era costume da hospitalidade do Oriente honrar um hóspede
ilustre com água perfumada depois de se lavar. Mas mal se sentou Jesus, Maria
tomou um frasco de alabastro que continha uma libra de perfume muito caro, de
nardo puro. Aproximou-se por detrás do divã onde estava recostado Jesus e ungiu
os seus pés e secou-lhes com os seus cabelos: Trata-se de Maria Madalena que,
pela segunda vez, unge o corpo santíssimo do nosso divino Salvador.
O nardo era um perfume raríssimo, de grande valor, que
ordinariamente se encerrava em pequenos vasos de boca estreita e apertada.
Quebrar este vaso e derramar o conteúdo sobre a cabeça de alguém, era, entre os
antigos, sinal de grande honra e distinção.
Maria ofereceu o melhor para Cristo Jesus. Ela não ofereceu
um perfume barato, e sim, o melhor e o mais caro. E tu o que tens oferecido ao
teu Senhor?
Façamos também nós o mesmo; ofereçamos para Nosso Senhor
aquilo que temos de melhor e precioso: o melhor cálice, a mais bela patena, o
mais piedoso ostensório, os melhores paramentos, a nossa vida, tudo o que somos
e temos. Pois, todo o luxo, majestade e beleza são poucos, perante a tamanha
grandeza de Jesus no Mestre.
Acolhendo o mistério redentor de Cristo e sua Palavra,
meditando os acontecimentos da nossa redenção, só poderemos crescer na alegria
e na paz do Deus que nos ofertou sua vida. Deixemos, pois que o Espírito de
Deus tome conta de nossa existência, para que sejamos conduzidos à eterna
alegria da salvação e da ressurreição.
Acolhendo o Mistério Central da nossa fé desejo boa Semana
Santa para ti e a toda a tua família.
Ass.: “Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia, desde
a Galileia, onde começou, até aqui”.
Leitor 1: 6Quando ouviu isto, Pilatos perguntou:
Leitor 2: “Este homem é galileu?”
Leitor 1: 7Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de
Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém
naqueles dias. 8Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito
tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer
algum milagre. 9Ele interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe
respondeu.
10Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei estavam presentes
e o acusavam com insistência. 11Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com
desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa e mandou-o de volta a
Pilatos. 12Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes
eram inimigos.
13Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o
povo, e lhes disse:
Leitor 2: 14“Vós me trouxestes este homem como se fosse um
agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele
nenhum dos crimes de que o acusais; 15nem Herodes, pois o mandou de volta para
nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. 16Portanto, vou
castigá-lo e o soltarei”.
Leitor 1: 18Toda a multidão começou a gritar:
Ass.: “Fora com ele! Solta-nos Barrabás!”
Leitor 1: 18Barrabás tinha sido preso por causa de uma
revolta na cidade e por homicídio. 20Pilatos falou outra vez à multidão, pois
queria libertar Jesus. 21Mas eles gritaram:
Ass.: “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Leitor 1: 22E Pilatos falou pela terceira vez:
Leitor 2: “Que mal fez este homem? Não encontrei nele nenhum
crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”.
Leitor 1: 23Eles, porém, continuaram a gritar com toda a
força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava sempre mais.
24Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles pediam. 25Soltou o homem que
eles queriam — aquele que fora preso por revolta e homicídio — e entregou Jesus
à vontade deles.
26Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene,
que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus.
27Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e
choravam por ele. 28Jesus, porém, voltou-se e disse:
Pres.: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por
vós mesmas e por vossos filhos! 29Porque dias virão em que se dirá: ‘Felizes as
mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz e os seios
que nunca amamentaram’. 30Então começarão a pedir às montanhas: ‘Cai sobre nós!
e às colinas: ‘Escondei-nos!’ 31Porque, se fazem assim com a árvore verde, o
que não farão com a árvore seca?”
Leitor 1: 32Levavam também outros dois malfeitores para
serem mortos junto com Jesus. 33Quando chegaram ao lugar chamado “Calvário”,
ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua
esquerda. 34Jesus dizia:
Pres.: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!”
Leitor 1: Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as
roupas de Jesus. 35O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam,
dizendo:
Ass.: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de
fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!”
Ass.: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!”
Leitor 1: 38Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos
Judeus”. 39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo:
Leitor 3: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”
Leitor 1: 40Mas o outro o repreendeu, dizendo:
Leitor 4: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma
condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas
ele não fez nada de mal”.
Leitor 1: 42E acrescentou:
Leitor 4: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu
reinado”.
Leitor 1: 43Jesus lhe respondeu:
Pres.: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no
Paraíso”.
Leitor 1: 44Já era mais ou menos meio-dia e uma escuridão
cobriu toda a terra até as três horas da tarde, 45pois o sol parou de brilhar.
A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, 46e Jesus deu um forte grito:
Pres.: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”.
Leitor 1: Dizendo isso, expirou.
(Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)
Leitor 1: 47O oficial do exército romano viu o que
acontecera e glorificou a Deus, dizendo:
Leitor 5: “De fato! Este homem era justo!”
Leitor 1: 48E as multidões, que tinham acorrido para
assistir, viram o que havia acontecido e voltaram para casa, batendo no peito.
49Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a
Galileia, ficaram a distância, olhando essas coisas.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
A cruz é um convite para superarmos o egoísmo
Aqui começa a semana maior da nossa fé cristã. Nesta Semana
Santa não só lembraremos um fato histórico do passado, mas celebraremos a
presença viva de Cristo Jesus que padeceu, morreu e ressuscitou; e leva em
frente toda a nossa comunidade cristã pela presença do seu Divino Espírito
Santo, até os dias de hoje.
Jesus entra triunfalmente em Jerusalém e o povo todo o
acolhe: “Bendito aquele que vem como Rei em nome do Senhor! Paz no céu e glória
no mais alto dos céus!” E o Evangelho também fala solenemente da Paixão do
Senhor.
Jesus é apresentado, desse modo, com toda sua humanidade,
compartilhando a angústia e a dor dos homens frente à injustiça e à traição,
sem, por isso, perder a serenidade de quem confia e espera em Deus – Ele é o
“Servo Sofredor” que carrega o peso de toda humanidade como havia anunciado o
profeta Isaías.
Por outro lado, o processo permite que Jesus enfrente ambas
as autoridades: a civil e a religiosa, e proclame a Sua máxima autoridade
messiânica.
A Paixão de Jesus se toma assim, um desafio, um alerta para
a vida de seus seguidores. Trata-se de um convite a optar pelos crucificados,
pelos excluídos, pelos marginalizados da história, sempre lembrando que a justiça
de Deus se inicia ali, onde os homens sofrem a injustiça dos opressores.
O exemplo de Jesus é um terno apelo para que confiemos em
Deus, apesar de tudo e contra tudo. Jesus nos ensina, com seus gestos de perdão
e reconciliação, que as adversidades não devem nos afastar de uma oração
ardente, constante e confiante.
A cruz de Jesus é um convite para superarmos nossas opções
egoístas e oferecer, doar ao irmão o melhor de nós mesmos e, se for necessário,
também nossa vida.
A sabedoria do homem é afirmação em si mesmo, servindo-se do
outro, e o seu poder é possuir, dominar e exaltar-se. A sabedoria de Deus,
expressa em Jesus crucificado, é afirmação do outro mediante o extremo dom de
si mesmo; seu poder é despojar-se de tudo, inclusive do próprio “eu”,
abaixando-se até à morte de cruz.
Por isso, a cruz de Jesus nos salva, dá-nos equilíbrio,
faz-nos viver bem em comunidade, respeitando as diferenças de cada um. Jesus
está em nossas cruzes. A Páscoa só será bem vivida se tivermos certeza que a
cruz é sinal de libertação.
Boa caminhada para Cristo, nossa Páscoa definitiva!
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 45muitos dos judeus que tinham ido à casa de
Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns, porém, foram ter com
os fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47Então os sumos sacerdotes e
os fariseus reuniram o Conselho e disseram: “Que faremos? Este homem realiza
muitos sinais. 48Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele,
e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”.
49Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele
ano, disse: “Vós não entendeis nada. 50Não percebeis que é melhor um só morrer
pelo povo do que perecer a nação inteira?” 51Caifás não falou isso por si
mesmo. Sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria
morrer pela nação. 52E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de
Deus dispersos. 53A partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão
de matar Jesus.
54Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos
judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto, para a cidade chamada
Efraim. Ali permaneceu com os seus discípulos. 55A Páscoa dos judeus estava
próxima. Muita gente do campo tinha subido a Jerusalém para se purificar antes
da Páscoa. 56Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si:
“Que vos parece? Será que ele não vem para a festa?”
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Não julgueis e não
sereis julgados
A mensagem central de hoje e de todo o Evangelho de São João
é que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que não
morra todo aquele que nele crê, mas, tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). A
presença de Jesus, como luz do mundo, divide inevitavelmente os seres humanos
entre os que se decidem pela Luz e, por isso, ficam do lado da vida, e os que
se decidem pelas trevas, ficando do lado da morte.
Assim, os fariseus, escribas e sacerdotes não descansaram
enquanto não conseguiram um jeito de anular a pessoa de Jesus Cristo.
Preocupados com a sua fama e a multiplicação dos milagres, estavam sem saber o
que fazer. Foram muitos os enfrentamentos entre eles e Jesus, onde questionavam
a pessoa de Cristo. Até que finalmente, os pontífices e os fariseus convocaram
o conselho. E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida.
Decidiram matar Jesus. Resolveram matá-lo por Ele fazer o
bem. Curar e ressuscitar pessoas, aconselhar-nos a seguir o caminho reto, a não
nos preocupar com o dia de amanhã, e a não ter medo, mas crer n’Ele e no Pai. E
o que mais indignou os pontífices ou sumo sacerdotes, foi Ele dizer que era o
Filho de Deus. Para os judeus, isso foi blasfêmia, mas na verdade, eles queriam
apagar o concorrente. Então aquele conselho foi um pré-julgamento de Jesus,
onde o Filho de Deus foi, de antemão, condenado.
Também nós condenamos e até mesmo “queimamos” os nossos
concorrentes, arrumando um jeito de diminuir as suas qualidades: sejam no
emprego, por ciúmes daqueles colegas que são mais capazes que nós, seja aquele
cara forte que arrasa quando chega na área.
Jesus era consciente de que um efeito ainda que não desejado
do seu trabalho, fosse ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo
e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos funcionários do
templo e de todos os que se consideravam donos da verdade.
Aproximando-nos da festa da Páscoa, vamos ao encontro do
Senhor da nova e eterna aliança. A Quaresma é ocasião oportuna para reforçarmos
nossa decisão pela luz, que é Cristo, e ajudarmos os que estão nas trevas a
optar pela luz e abandonar a morte.
Que esta quaresma, tempo favorável da graça de Deus, nos dê
as forças necessárias para renovar nossos corações, e assim possamos viver a
Páscoa do Senhor, que deseja devolver-nos a alegria de viver.
Precisamos tomar mais cuidado para não fazer como os líderes
judaicos. Ter mais cuidado com os nossos pensamentos e palavras. E, lembrar,
acima de tudo o que nos disse o Ressuscitado: “Não julguem e não serão
julgados! Não condenem e não serão condenados!”