domingo, 31 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 01.04.2013 - Jesus está vivo!


Evangelho (Mateus 28,8-15)
Segunda-Feira, 1 de Abril de 2013
Oitava da Páscoa

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 8as mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.
10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. 11Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, 13dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. 14Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos. Não vos preocupeis”.
15Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até o dia de hoje.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



HOMILIA
Jesus está vivo!

O anúncio pascal, hoje ressoa vibrante: o Senhor ressuscitou, venceu a morte e vive para sempre! Nasce imortal, a humanidade nova! Dá-se a nova criação e o novo êxodo! Celebramos a energia amorosa de Deus que, pelo Espírito, faz novas todas as coisas. Com as santas mulheres, vamos ao túmulo vazio e nos tornemos testemunhas da ressurreição. Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se realiza em todas as pessoas e grupos que promovem a dignidade humana, a vida nova e a paz. Alegres, cantemos.
Esta é a notícia mais importante para a humanidade de todos os tempos que você e eu somos enviados a anunciar: Cristo ressuscitou. Ressuscitando, Cristo venceu o mal e a morte; derrotou o pecado e as suas conseqüências. Ressuscitando, Cristo garantiu vida plena, vida em abundância, vida eterna para nós.
O mal e a morte estão presentes no nosso mundo, mas não têm mais a última palavra; Cristo ressuscitado venceu-os para sempre. Com Cristo, nós também venceremos o mal que nos cerca; com Cristo passaremos da morte para a vida.
Mais uma vez, o anúncio da ressurreição do Senhor vem tornar mais firme a nossa esperança diante dos desafios e dificuldades que encontramos no nosso dia-a-dia, pois Cristo ressuscitou, Cristo está vivo no meio de nós! Ele caminha conosco e orienta a nossa história pessoal, familiar e comunitária.
Desejo que Jesus ressuscitado se faça presente na sua vida e na de todos os homens com a sua força de vida nova e de paz. Que você se deixe alcançar pelo Ressuscitado que sempre infunde coragem e paz. Desejo que você, como os discípulos de Emaús, se deixe envolver pessoalmente pelo Ressuscitado e, assim, se torne melhor discípulo e missionário d’Ele. Pois, a sua ordem como Ressuscitado é: Não tenhais medo! Ide dizer aos meus irmãos que partam para a Galiléia e lá Me verão! A Galiléia de hoje é a sua casa, são os seus familiares, vizinhos, colegas e amigos a quem você deve anunciar sem medo de nada e de ninguém que Ele ressuscitou verdadeiramente, como havia dito.
A certeza de que o Filho de Deus se fez um de nós em Jesus e completou em sua vida, morte e ressurreição o projeto de Salvação que brotou do amor apaixonado da Trindade Santíssima em favor da humanidade decaída, nos deve encher de uma alegria transbordante e tornar-nos apaixonados seguidores e anunciadores de seu Evangelho. Com São Paulo devemos todos dizer: “Com os fracos eu me fiz fraco para ganhar os fracos. Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele” (1Cor 9,22-23). Que a celebração da Ressurreição do Senhor, nos leve ao compromisso de construirmos juntos um reino que se mostre discípula e missionária de Jesus dos excluídos da sociedade. A ti e a toda a tua família continuou desejando uma Feliz e Santa Páscoa!
Padre Bantu Mendonça

Fonte: Canção Nova

sábado, 30 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 31.03.2013 - O túmulo vazio


Evangelho (João 20,1-9)
Domingo, 31 de Março de 2013
Páscoa do Senhor

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo.
2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.



- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



HOMILIA
O túmulo vazio

Aleluia, Cristo Ressuscitou Verdadeiramente! Venceu a morte e despojou o império das trevas, sendo vitorioso e dando-nos também a vitória. Ele venceu e também somos vencedores com ele. Meu irmão minha irmã, Jesus despojou o império das trevas. 1Co. 15:57 – Somos vitoriosos porque Deus nos deu a vitória em Jesus Seu Filho. Não pelos nossos méritos. E sim pela Sua graça.
Cante bem alto: Glória a Deus nas Alturas, o Aleluia de Festa. Pois Chegou para nós o dia sem ocaso. O sol brilha para nós apontando-nos o caminho da eternidade. Alías, Deus sempre nos conduz em triunfo para que nós espalhemos o cheiro do conhecimento de Deus por todo lugar que andamos.
Por Cristo e em Cristo somos mais que vencedores porque por Ele, passamos da do fracasso, da derrota para a fortaleza, a vitória o triunfo. Da morte para a vida! Tudo isso Deus o fez por amor.
Pode Deus ficar em uma cruz? Sim, Ele morreu lá, por amor de você. Pode Deus permanecer em um túmulo? Não, Ele ressuscitou para que você fosse vitorioso.
Caríssimo, se somos vitoriosos, porque guardamos para nós os maus momentos? Por que os abraçamos? Por que os mantemos conosco. Os maus momentos, maus hábitos, modo egoísta, mentiras, fanatismos, os deslizes, as falhas. Por que mantemos isto conosco? Precisamos deixar todo este lixo aos pés da cruz! Podemos fazer isso porque Deus quer! Ele quer que façamos isto, porque sabe que não podemos viver como Ele. Só ele é santo. É a cruz e o túmulo vazio que nos santifica. Devemos deixar os maus momentos na cruz e caminhar com Ele em vitória, pois Jesus não ficou no túmulo. A pedra foi removida. Deus faz mais que perdoar os pecados, Ele os remove.
A ressurreição é o motivo principal da pregação do evangelho. O evento que encheu o coração dos discípulos de esperança e os tornou mensageiros do evangelho da graça foi à visão do sepulcro vazio. A aurora do primeiro dia suscitou um novo ânimo aos decepcionados. Ora, se Cristo ressuscitou de fato, então há perspectiva para uma humanidade transtornada pelo pecado.
Jesus Cristo ressuscitado é o Senhor e Salvador dos pecadores desenganados. A ressurreição de Cristo Jesus é a prova evidente que a morte foi vencida e o pecado perdeu a sua força de condenação. A história da crucificação não termina com um funeral, mas com um festival de aleluia. O anjo anunciava às mulheres com júbilo: Ele não está aqui; ressuscitou como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. Mateus 28:6.
A pregação verdadeira do evangelho começa com a visão convincente da morte e ressurreição de Cristo. As testemunhas são as únicas pessoas que podem, falar de fato, daquilo que presenciaram. Pedro e João, quando estavam sendo ameaçados pelas autoridades judaicas, para que não pregassem a Jesus ressuscitado, disseram: pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. Atos 4:20.
Se a morte de Jesus trouxe desesperança para os seus discípulos, sua ressurreição originou uma torrente de esperança, capaz de enxergar através de nuvens espessas. Já que Cristo ressuscitou não há mais barreira que impeça a efetivação de suas promessas.
Só o milagre do túmulo vazio poderia encher o coração dos discípulos da certeza da salvação. A regeneração do homem pecador é um produto da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. 1 Pedro 1:3.
A visão espiritual do túmulo vazio, que é produzida pela fé, através da Palavra de Deus, nos garante uma certeza inconfundível de que a nossa salvação é dom gracioso, que nos motiva ao testemunho. Como insistia Thomas Brooks, uma alma dominada pela certeza não está disposta a ir para o céu sem companhia.
A falta de convicção inabalável da obra salvadora por meio de Cristo Jesus é o principal agente da apatia na pregação. Sem a firmeza do evangelho não há como se pregar, com confiança, a sua mensagem. Muitos apregoam um sistema religioso com a presunção de estar pregando o evangelho. Mas somente a segurança da ressurreição de Cristo, bem como da nossa ressurreição com Cristo, pode assegurar uma pregação legítima do evangelho autêntico.
As mulheres que foram ver o sepulcro onde Jesus havia sido sepultado saíram de lá ao romper da manhã, ainda que atônitas, com duas certezas: primeiro não havia cadáver na tumba. A fé cristã começa no primeiro dia da semana, nas primeiras horas do dia, com uma certeza da vitória. A morte foi vencida e o Salvador não é um defunto.
Devemos deixar os nossos maus momentos na cruz e também os momentos ruins dos nossos irmãos que chegam até nós. Devemos amá-los. Se amarmos a Deus, amamos os nossos irmãos. Como podemos nos chegar diante de Deus e pedir perdão, se nós não perdoamos os nossos irmãos?
Coisas do passado sempre são trazidas ao presente. Como alguns têm boa memória para os erros dos irmãos e péssima memória para a mudança dos seus irmãos. Pare de se prender nos erros do passado. Olhe para o verde que pode brotar no coração do seu irmão. Assim como ressuscitou com Cristo e é nova criatura também o seu irmão é em Cristo e com Cristo uma nova criatura!
Abandone seus pecados antes que eles contaminem totalmente você. Abandone o rancor, antes que ele o incite à raiva e contenda. Entregue a Deus a sua ansiedade antes que ela o iniba de caminhar com fé. Dê a Deus os teus momentos ruins. Se você deixar com Deus os teus momentos ruins, só sobrarão bons momentos e então Cristo terá ressuscitado em você. E se Cristo ressuscitou em você, já não é você que vive. Mas é Cristo que vive em no seu corpo e se Cristo vive em você, em você tudo é santo. Porque está envolvido pela luz d’Aquele que Verdadeiramente Ressuscitou.
Padre Bantu Mendonça

Fonte: Canção Nova

sexta-feira, 29 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 30.03.2013 - A ressurreição de Jesus


Evangelho (Lucas 24,1-12)
Sábado, 30 de Março de 2013
Vigília Pascal

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

1No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. 2Elas encontraram a pedra do túmulo removida. 3Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus 4e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas.
5Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? 6Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: 7‘O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’”.
8Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus. 9Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros. 10Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. 11Mas eles acharam que tudo isso era desvario, e não acreditaram.
12Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



HOMILIA
A ressurreição de Jesus

As guerra e morte aparentemente são uns sinais de derrota e fracasso do ser humano. Porém, o túmulo vazio de Cristo simboliza vitória, esperança e vida. Sexta-feira Santa havia sido um dia medonho, escuro, de incertezas e nebulosidades para os seguidores de Cristo. Não podiam compreender o que estava acontecendo com o seu Mestre. Cristo tinha sido a sua grande esperança. E agora, de repente, se vêm desiludidos: mataram o seu líder. Nada mais lhes restava senão enterrar o seu corpo e voltar para suas atividades. Aquela sepultura parecia o fim de sua esperança. Mas veio a manhã de Páscoa, e com ela o maior acontecimento da história: CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA!
Saiu da sepultura, tornou a viver. Ali estava o túmulo vazio, a pedra removida e os lençóis em que ele estava embrulhado. Os discípulos mal conseguem acreditar no que aconteceu. Será verdade o que estamos vendo? Será que não estamos sonhando?
Não. Eles não estavam sonhando. CRISTO REALMENTE RESSUSCITOU. E para não deixar nenhuma dúvida na mente dos seus seguidores, ele aparece a todos eles, come com eles e fica junto com eles durante quarenta dias, falando do reino de Deus. E nesses quarenta dias ele aparece a centenas de pessoas, sendo que de uma só vez para mais de quinhentas pessoas.
Isso é importante, pois Deus quer que tenhamos certeza da ressurreição de Cristo. Diz o apóstolo Paulo: Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e ainda permaneceis em vossos pecados. Isto quer dizer que se é mentira que Cristo ressuscitou, estamos perdendo tempo na igreja. O melhor seria aproveitar a vida, já que tudo termina com a morte. É como conclui o mesmo apóstolo, usando a linguagem dos ímpios: Comamos e bebamos que amanhã morreremos.
Uma das coisas que mais incomoda o ser humano é a morte. O homem tem medo da morte. Por isso mesmo a evita, faz de tudo para prolongar a vida. Constrói hospitais, procura médico e gasta fortunas em remédio. Contudo, o homem continua a morrer. Apesar de todo o progresso da ciência, medicina e tecnologia, o homem ainda não conseguiu vencer a morte. Freqüentemente vemos a luta dos médicos para salvar a vida de uma pessoa importante. Mesmo estando num dos melhores hospitais, cercado pelos melhores médicos, os médicos não conseguem dar jeito no doente. É que a morte é uma coisa inevitável.
Mas há uma solução para a morte. A solução é Cristo. Para todos os que quiserem continuar a viver eternamente, Cristo oferece a oportunidade de viver. Diz Ele na sua palavra: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E todo o que vive e crê e mim, não morrerá eternamente.
Cristo, através da sua morte na cruz, tirou o poder da morte. Assim como ele ressuscitou da morte, também nós, pela fé nele, tornaremos a viver. É Ele mesmo que nos garante esta verdade: Eu vivo e vós também vivereis.
Quando se fala em ressurreição, logo surge uma porção de perguntas: Como pode uma pessoa que já morreu há mais de cem anos, tornar a viver? O que será daqueles que morreram queimados no fogo, comido pelos animais ou destruídos pelo tempo? Será que eles também vão ressuscitar?
Jesus, quando esteve aqui na terra, deu provas desse poder ao ressuscitar Lázaro, a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim. Também aquelas pessoas que ressuscitaram por ocasião da morte de Jesus e entraram em Jerusalém na manhã de Páscoa, é uma demonstração do poder de Deus em ressuscitar mortos.
Você que está lendo este texto já perdeu algum ente querido e hoje está triste, sentindo a sua falta. Pois eu quero dizer a você, firmado na palavra de Deus, que este seu ente querido vai ressuscitar. Não importa quanto tempo já tenha sido sepultado, qual o tamanho da catacumba que o encobre. A sua sepultura vai abrir, o seu corpo vai sair e você vai poder vê-lo novamente. É isso que dá sentido a nossa vida: saber que os mortos um dia vão ressuscitar. Se não fosse isso, a nossa vida seria uma tristeza, um desespero sem fim. Não teríamos condições de suportar a partida de um ente querido. É por isso que celebramos a Páscoa. É por isso que nós estamos tão alegremos hoje. É por isso que nós, ano após ano, nos reunimos na igreja todos os domingos.
Neste dia cantamos: O grande herói, Senhor Jesus, venceste a morte lá na cruz, venceste o próprio Satanás. E tal vitória a vida traz. Nesse dia ouvimos: Ele não está aqui, ressuscitou. Cristo está vivo, Ele saiu da sepultura. Se Ele vive, nós também viveremos.
Nesse dia exclamamos: foi destruída a morte pela vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a lei. Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Neste dia confessamos: "Creio na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna". Por causa da ressurreição de Jesus, nós também temos a esperança de vida eterna. É nossa alegria e responsabilidade então partilhar esta grande esperança em nossa comunidade de familiares e amigos. Que a lembrança da ressurreição de Cristo nos conforte em todos os momentos da nossa vida, especialmente nas horas de provação. Pai, abra o meu coração para acolher os testemunhos verdadeiros da ressurreição de teu filho, sem me deixar contaminar pelos preconceitos.
Padre Bantu Mendonça

Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 28 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 29.03.2013 - "Tudo está consumado"


Evangelho (João 18,1—19,42)
Sexta-Feira, 29 de Março de 2013
Paixão do Senhor

Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo João.
Naquele tempo, 1Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos.
2Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos.
3Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas.
4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse:
Pres.: “A quem procurais?”
Nar. 1: 5Responderam:
Ass.: “A Jesus, o Nazareno”.
Nar. 1: Ele disse:
Pres.: “Sou eu”.
Nar. 1: Judas, o traidor, estava junto com eles.
6Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra.
7De novo lhes perguntou:
Pres.: “A quem procurais?”
Nar. 1: Eles responderam:
Ass.: “A Jesus, o Nazareno”.
Nar. 1: 8Jesus respondeu:
Pres.: “Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem”.
Nar. 1: 9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
Pres.: “Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”.
Nar. 2: 10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro:
Pres.: “Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?”
Nar. 2: 12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram.
13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano.
14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:
L. 1: “É preferível que um só morra pelo povo”.
Nar. 2: 15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote.
16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro.
17A criada que guardava a porta disse a Pedro:
Mulher: “Não pertences também tu aos discípulos desse homem?”
Nar. 2: Ele respondeu:
L. 1: “Não”.
Nar. 2: 18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento.
20Jesus lhe respondeu:
Pres.: “Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas.
21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse”.
Nar. 2: 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo:
L. 1: “É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?”
Nar. 2: 23Respondeu-lhe Jesus:
Pres.: “Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?”
Nar. 1: 24Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote.
25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:
L. 1:“Não és tu, também, um dos discípulos dele?”
Nar. 1: Pedro negou:
L. 2: “Não!”
Nar. 1: 26Então um dos empregados do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:
L. 1: “Será que não te vi no jardim com ele?”
Nar. 2: 27Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. 28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa.
29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:
Pilatos: “Que acusação apresentais contra este homem?”
Nar. 2: 30Eles responderam:
Ass.: “Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!”
Nar. 2: 31Pilatos disse:
Pilatos: “Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei”.
Nar. 2: Os judeus lhe responderam:
Ass.: “Nós não podemos condenar ninguém à morte”.
Nar. 1: 32Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer.
33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe:
Pilatos: “Tu és o rei dos judeus?”
Nar. 1: 34Jesus respondeu:
Pres.: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”
Nar. 1: 35Pilatos falou:
Pilatos: “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?”
Nar. 1: 36Jesus respondeu:
Pres.: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
Nar. 1: 37Pilatos disse a Jesus:
Pilatos: “Então, tu és rei?”
Nar. 1: Jesus respondeu:
Pres.: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.
Nar. 1: 38Pilatos disse a Jesus:
Pilatos: “O que é a verdade?”
Nar. 1: Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes:
Pilatos: “Eu não encontro nenhuma culpa nele.
39Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?”
Nar. 1: 40Então, começaram a gritar de novo:
Ass.: “Este não, mas Barrabás!”
Nar. 2: Barrabás era um bandido.
19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus.
2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho,
3aproximavam-se dele e diziam:
Ass.: “Viva o rei dos judeus!”
Nar. 2: E davam-lhe bofetadas.
4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:
Pilatos: “Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum”.
Nar. 2: 5Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes:
Pilatos: “Eis o homem!”
Nar. 2: 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
Ass.: “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Nar. 2: Pilatos respondeu:
Pilatos: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum”.
Nar. 2: 7Os judeus responderam:
Ass.: “Nós temos uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.
Nar. 2: 8Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus:
Pilatos: “De onde és tu?”
Nar. 2: Jesus ficou calado.
10Então Pilatos disse:
Pilatos: “Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?”
Nar. 2: 11Jesus respondeu:
Pres.: “Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior”.
Nar. 2: 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:
Ass.: “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César”.
Nar. 2: 13Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado “Pavimento”, em hebraico “Gábata”. 14Era o dia da preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus:
Pilatos: “Eis o vosso rei!”
Nar. 2: 15Eles, porém, gritavam:
Ass.: “Fora! Fora! Crucifica-o!”
Nar. 2: Pilatos disse:
Pilatos: “Hei de crucificar o vosso rei?”
Nar. 2: Os sumos sacerdotes responderam:
Ass.: “Não temos outro rei senão César”.
Nar. 2: 16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram.
Nar. 1: 17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado Calvário”, em hebraico “Gólgota”.
18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio.
Nar. 1: 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito:
Ass.: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.
20Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego.
Nar. 1: 21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:
Ass.: “Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”.
Nar. 1: 22Pilatos respondeu:
Pilatos: “O que escrevi, está escrito”.
Nar. 1: 23Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto abaixo.
24Disseram então entre si:
Ass.: “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”.
Nar. 2: Assim se cumpria a Escritura que diz: “Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”. Assim procederam os soldados.
Nar. 1: 25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.
26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe:
Pres.: “Mulher, este é o teu filho”.
Nar. 1: 27Depois disse ao discípulo:
Pres.: “Esta é a tua mãe”.
Nar. 1: Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:
Pres.: “Tenho sede”.
Nar. 1: 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus.
30Ele tomou o vinagre e disse:
Pres.: “Tudo está consumado”.
Nar. 1: E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
(Aqui todos se ajoelham.)
Nar. 2: 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz.
Nar. 1: 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus.
33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas;
34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
Nar. 2: 35Aquele que viu dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis.
36Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: “Não quebrarão nenhum dos seus ossos”.
37E outra Escritura ainda diz: “Olharão para aquele que transpassaram”.
Nar. 1: 38Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus — mas às escondidas, por medo dos judeus — pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus. Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés.
40Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar.
Nar. 2: 41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
42Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



 HOMILIA
"Tudo está consumado" 


Sexta-feira Santa! Hoje é o dia em que se faz silêncio; um silêncio respeitoso, como acontece nos velórios, porque estamos recordando o falecimento, a morte mais importante que existiu neste mundo, a morte do homem-Deus, Jesus.
Tudo está consumado”. Quem for à igreja, hoje, para participar das funções litúrgicas, vai se ajoelhar quando ouvir essa frase. Vamos dobrar os joelhos como fez o centurião, logo após ouvir as palavras da boca do condenado: “Pronto, tudo está consumado. Tudo acabou”. Essas foram as últimas palavras de Jesus antes de morrer; palavras que têm a força de um selo, de um carimbo, de uma assinatura no final de um testamento. Mas, o que quer dizer “tudo está consumado”?
Por acaso essas palavras foram motivadas pelo fracasso de uma vida concluída com a condenação? Ou com a decepção de não ter sido entendido? A fé do centurião diz que não: “na verdade ele era o filho de Deus”. E a minha fé também diz que não. Para mim, Jesus estava dizendo: “Pronto, fiz o que tinha de fazer; concluí minha missão na terra; fiz a vontade de meu Pai no céu; tudo está consumado”. Não há dúvida de que se trata de um mistério; um mistério que provoca muitas perguntas.
Mas a fé é assim mesmo; a fé trata com mistérios. O silêncio que fazemos espontaneamente, hoje, é uma boa ocasião para refletir sobre o mistério da morte de Jesus e sobre o mistério da nossa morte. Podemos dizer que são dois mistérios bem diferentes, porque a minha morte, humanamente falando, é natural; vai acontecer um dia, quer queira quer não. O mistério da morte de Jesus está no fato de que, sendo ele Deus, como dizia, não poderia morrer; ou seu mistério está contido na vontade de Deus, ainda incompreensível para nós.
Enquanto o mistério de nossa morte fica reservado para o depois, para o que acontecerá conosco após a morte. Nesse caso, nossa morte em si não constitui mistério, e sim o que vem depois. Quanto a esse último mistério colocamos nas mãos de Deus, falando como falou Jesus: “Tudo está consumado. Pai, nas vossas mãos entrego o meu espírito”.
Junto com nossa tristeza piedosa vai o nosso agradecimento por esse mistério: Verbo feito carne. Morto para a Morte da nossa morte e Ressuscitado para a Vida da nossa vida.
Padre Bantu Mendonça

Fonte: Canção Nova

quarta-feira, 27 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 28.03.2013 - Jesus lava os pés dos discípulos


Evangelho (João 13,1-15)
Quinta-Feira, 28 de Março de 2013
Ceia do Senhor

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + escrito por João.
— Glória a vós, Senhor!

1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. 3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.
8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. 9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.
10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.
11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.
12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



HOMILIA
Jesus lava os pés dos discípulos

A Páscoa é o centro da vida e da fé dos cristãos. Trata-se da passagem da morte para a vida, da ausência para a presença, do Amor em plenitude.
Para nós cristãos, a celebração da “Páscoa” constitui-se num tríduo celebrativo, isto é, a “páscoa celebrada em três dias”. O tríduo se fundamenta na unidade do mistério pascal de Jesus Cristo, que compreende sua paixão, morte e ressurreição. Segundo o Missal Romano, “o Tríduo pascal, começa com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, possui seu centro na Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas do domingo da Ressurreição” (N. 19). Deste modo, celebramos de quinta para sexta-feira a “Paixão”, de sexta-feira para sábado a “Morte”, e de sábado para domingo a “Ressurreição”.
Hoje, Quinta Feira Santa, na celebração da “Última Ceia” Jesus revelou o seu “Amor em Plenitude” lavando os pés dos discípulos e repartindo com eles o pão. O amor torna-se presente nas mãos que lava os pés e no pão que é repartido.
Estamos diante de um Jesus que manifesta um gesto de serviço e profunda humildade. Mas, sobretudo, é um gesto de verdadeiro Amor: Sabendo Jesus que chegava a hora de passar deste mundo ao Pai, depois de ter amado os seus do mundo, amou-os até o extremo.
As mãos simbolizam ação, dinamismo. Através das mãos recebemos e doamos. João afirma, no Evangelho, que Jesus é consciente de que o Pai entregou em suas mãos o verdadeiro Amor e, antes de voltar ao Pai, precisa doar com suas próprias mãos este Amor aos seus discípulos: “…sabendo que o Pai havia posto tudo em suas mãos, que tinha saído de Deus e voltava a Deus, se levanta da mesa, tira o manto e, tomando uma toalha, cinge-a. A seguir, põe água numa bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a secá-los com a toalha que tinha cingido” (Jo 13,3-5).
Analisando o contexto histórico constatamos que oferecer ao hóspede água para lavar os pés da poeira do caminho era um gesto de cortesia muito comum. Normalmente esse gesto era feito por um servo ou por um discípulo dedicado ao seu mestre. Jesus inverte os papéis e surpreende a todos. O mestre torna-se servo. A lição de serviço, humildade e Amor é testemunhada.
Em primeiro lugar devemos sentir este “Amor Pleno” que nos é doado através das mãos de Jesus. Mãos que lava, acaricia e enxuga, com ternura, os pés de cada um dos discípulos, de cada um de nós… Em segundo lugar, a ação de Jesus quer ensinar aos discípulos, e também a nós, que é preciso fazer o mesmo: “Depois de lhes ter lavado os pés, pôs o manto, reclinou-se e lhes disse: ‘Entendeis o que vos fiz? Vós me chamais mestre e senhor, e dizeis bem. Portanto, se eu, que sou mestre e senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo, para que façais o que eu fiz’” (Jo 13,12-15).
A atitude de serviço, humildade e expressão de Amor, simbolizada no lava-pés, foi uma preparação para celebrar com mais dignidade a “Ceia”, conforme disse o próprio Jesus a Pedro: “Se não te lavar, não terás parte comigo”.
Celebrando a “Ceia” com os seus amigos Jesus inaugura a “Nova Páscoa”, isto é, dá um novo sentido para a “Páscoa” que, em seu contexto histórico, era a maior festa do ano para os judeus. Mantendo seu ritual como no AT (Ex 12), Israel celebrava a Páscoa para fazer memória da “antiga libertação do Egito” e atualizar “os benefícios de Deus” para com os seus filhos.
Na carta aos coríntios, Paulo transmite o novo e definitivo sentido da Páscoa. Afirma o apóstolo: “O Senhor, na noite em que era entregue, tomou o pão, dando graças o partiu, e disse: ‘Isto é o meu corpo que se entrega por vós. Fazei isto em memória de mim’” (ICor 11,23-24).
No pão repartido Jesus entrega seu corpo aos discípulos. Trata-se de uma doação total. No pão está presente o “Amor em Plenitude”. Este Amor que se doa provoca transformação. Agora não é apenas uma transformação social, mas uma libertação do pecado, resgate para uma vida nova.
Quando repartimos o pão na celebração da eucaristia, devemos sentir o Amor de Jesus que se doa em plenitude. Amor que alimenta e revigora a nossa vida. Amor que nos compromete com os irmãos e irmãs. Amor que nos faz ser fiéis à vontade do Pai.
Jesus pede aos discípulos: “Fazei isto em memória de mim” (ICor 11,24b.25b). O pedido de Jesus aos discípulos estende-se também a todos nós. Portanto, hoje celebramos o Amor presente no pão que se reparte e nos comprometemos em vivê-lo plenamente.
A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite a aprofundar concretamente no mistério da Paixão de Cristo, já que quem deseja seguí-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo. E por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos da um testemunho maduro da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.
A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor na qual Jesus, um dia como hoje, na véspera da Sua paixão, “enquanto ceiava com seus discípulos tomou pão…” . Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos nos reuníssemos e nos recordássemos d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim” .
Assim podemos afirmar que a Eucaristia é o memorial não tanto da Última Ceia, e sim da Morte Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo nosso Senhor!
Poderíamos dizer que a alegria é por nós e a dor por Ele. Entretanto predomina o gozo porque no amor nunca podemos falar estritamente de tristeza, porque aquele que dá e se entrega con amor e por amor, o faz com alegria e para dar alegria.
Podemos dizer que hoje celebramos com a liturgia (1a. Leitura) a Páscoa. Porém a da Noite do Êxodo (Ex 12) e não a da chegada à Terra Prometida (Js 5, 10-ss).
Hoje inicia a festa da “crise pascoal”, isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte, mas sim combatida por ela. A noite do sábado de Glória é o canto à vitória, porém tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor em plenitude do Deus Todo-Poderoso.
Padre Bantu Mendonça

Fonte: Canção Nova

terça-feira, 26 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 27.03.2013 - Judas trai Jesus


Evangelho (Mateus 26,14-25)
Quarta-Feira, 27 de Março de 2013
Semana Santa

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 14um dos doze discípulos, chamado Judas Isca­riotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: “Que me dareis se vos entregar Jesus?” Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
17No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?” 18Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos’”.
19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa. 20Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. 21Enquanto comiam, Jesus disse: “Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair”. 22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: “Senhor, será que sou eu?”
23Jesus respondeu: “Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. 24O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!” 25Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



HOMILIA
Judas trai Jesus

Na Quarta-Feira Santa, a Igreja nos propõe meditar o Evangelho de Jesus segundo Mt 26, 14-25. Essa leitura nos apresenta a traição de Judas. Ela nos descreve como Judas foi ter com os chefes dos sacerdotes e se oferece para trair Jesus. Aceita trinta moedas de prata como recompensa de sua traição. Por apenas trinta moedas de prata, um dos Doze entrega o Mestre! Por quantas moedas tens tu vendido Jesus? É chegada a hora das trevas!
Com um simples beijo Judas planeja vender o seu mestre. Por trinta moedas traça-se o poder financeiro, material e finito pela vida, dom de Deus. Uma verdadeira contradição, o dono de tudo é trocado pelo dinheiro. Ontem como hoje a opção pelo dinheiro e a rejeição da vida tem falado mais alto. Assim como Judas que passa a servir os poderosos que, para manterem seus privilégios e suas riquezas, desprezando a vida e promovendo a morte, nas nossas sociedades de hoje continua, Jesus, nos pobres, nos órfão e nas viúvas, nos andarilhos, tem teto e excluídos sendo vendido pelas riquezas passageiras. Digo isso porque a sociedade neoliberal globalizada tem esta característica, e o grande império deste mundo e seus aliados fazem à guerra e destroem a vida movidos pela ambição do dinheiro. Eles produzem uma ideologia e uma cultura de ambição e violência que passa a ser assimilada por muitos.
Voltemos para o nosso texto para meditar melhor o conteúdo da Semana Santa. Estamos hoje diante da agonia de Jesus no Monte das Oliveiras quando, diante do sofrimento que passaria nas próximas horas, Jesus, numa tristeza mortal, num gesto humano suplica ao Pai: “Meu Pai, se possível, que este cálice passe de mim” (Mt 26, 39). Mas imediatamente, como cordeiro que vai para o matadouro, diz: “Contudo, não seja feito como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26, 39). É a Vítima perfeita que se entrega, é o Cordeiro Pascal, é aquele que tira o pecado do mundo por amor! O Bom Pastor, aquele que dá a vida por suas ovelhas!
São Mateus nos revela hoje o modo como Jesus foi traído por um dos seus homens de confiança. O evangelho destaca que o gesto estava inserido num contexto maior do desígnio divino sobre o destino do Messias. Nem por isso sua responsabilidade foi menor. As palavras terríveis que recaíram sobre ele não deixam dúvida a este respeito: “Seria melhor que nunca tivesse nascido!” Só Judas age na contramão da vontade do Mestre, mesmo que sua decisão, já estivesse no contexto da vontade de Deus.
A atitude cristã, que devemos ter, é a de corresponder com a graça divina, e não desprezá-la, traindo o amor de Cristo, como fez Judas. Peçamos ao Senhor que nos conceda uma fé firme e permanente a ponto de fazermos à diferença neste mundo cheio de ganância e uma busca constante de privilégios e, sobretudo, onde parecendo que não ainda o grito de Maquiavel “o fim justifica os meios” continua ditando normas. Tira-se a vida em troca de Poder, Prazer e Posse.
Jesus faz do dom de sua vida entregue, doada livremente por nós, a Nova e eterna Aliança com o Pai celeste. Afim de que livres do pecado, vivemos agora na liberdade de filhos e filhas de Deus.
Padre Bantu Mendonça

Fonte: Canção Nova

segunda-feira, 25 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 26.03.2013 - Glória do filho do homem


Evangelho (João 13,21-33.36-38)
Terça-Feira, 26 de Março de 2013
Semana Santa

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, 21Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”. 22Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando.
23Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. 24Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?”
26Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Isca­riotes. 27Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa”.
28Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso. 29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer: ‘Compra o que precisamos para a festa’, ou que desse alguma coisa aos pobres. 30Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite.
31Depois que Judas saiu, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me pro­curareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”.
36Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás mais tarde”. 37Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!” 38Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



HOMILIA
Glória do filho do homem

Estamos no dia mais movimentado do Ministério Público de Jesus. Trata-se da última Terça Feira que Jesus passou na terra, antes da Sua morte na cruz.
O dia começou bem cedo, com a saída de Jesus e Seus discípulos de Betânia para Jerusalém, e terminou pela noite dentro, num jantar, em Betânia, onde Maria unge Jesus para a sepultura, Jesus aponta o traidor e delineia o conteúdo do novo mandamento e de onde Judas sai possuído por Satanás, para trair o seu Mestre, entregando-o aos principais dos sacerdotes e capitães do templo. Infelizmente, Judas é uma peça na articulação dos chefes religiosos do templo e das sinagogas ao planejarem a morte de Jesus. Felizmente porque tendo sido configurado o ato de traição de Judas, Jesus anuncia a glorificação do Filho do Homem. É a manifestação plena do amor de Jesus, até o fim, sem limites. A partir da traição de Judas a glória de Jesus:Paixão e Morte, é a obra de Sua vida em plenitude, pela qual nos tornamos eternamente perfeitos.
O dia está cinzento e nublado por causa dos bombardeamentos, de acusações e respostas dadas pelo Senhor às ardilosas questões dos fariseus, saduceus e herodianos, sobre a sua autoridade, ressurreição dos mortos, tributo, grande mandamento; fica também o discurso escatológico de Jesus, a profecia da destruição de Jerusalém, ensinos sobre a segunda vinda, condenação dos ímpios e galardão dos salvos.
É um dia terrivelmente desgastante e que só Jesus, o Senhor, podia concretizar. Ele foi fiel, concreto e objetivo. Nada deixou por fazer.
É Terça-feira santa Jesus vislumbra já a Sua futura trajetória na qual com a Cruz às costas e com um sorriso dirá: Está consumado.
O evangelista João dirá várias vezes que se tratava de um ladrão. Logo, alguém de caráter duvidoso, de quem se pode esperar tudo. A traição seria apenas mais uma manifestação da personalidade malsã deste discípulo. Os evangelhos, em geral, referem-se a Judas como alguém que vendeu sua própria consciência ao aceitar entregar o Mestre por um punhado de dinheiro. Entretanto, é possível suspeitar de outras razões desta atitude tresloucada. Será que Judas entendeu, de fato, o projeto de Jesus? Terá sido capaz de abrir mão de seus esquemas messiânicos para aceitar Jesus tal qual se apresentava? Estava disposto a seguir um Messias pobre, manso, amigo dos excluídos e marginalizados, anunciador de um Reino incompatível com a violência e a injustiça? Judas esperava tirar partido do Reino a ser instaurado por Jesus. Vendo frustrado o seu intento, não teria tido escrúpulo de traí-lo? Uma coisa é certa: Judas como muitos de nós, estava longe de sintonizar-se com Jesus. Algo parecido acontecia com Pedro, que haveria de negá-lo. A diferença entre os dois é que este recuou e se converteu à misericórdia do Senhor.
Meu irmão minha irmã o texto de hoje nos revela a Festa já da última Ceia. S. João vai interpretando os acontecimentos de maneira simbólica: atrás do pão, Satanás entra em Judas; já era noite; a morte de Jesus que já ferimos, é a sua glorificação; Pedro, segui-l’O-à depois, mas antes O nega. Espiritualmente está com vontade e desejo de seguir o seu Mestre. Mas a carne impedia-o de fazê-lo. Jesus está cada vez mais abandonado dos homens, ao mesmo tempo em que é o seu Salvador, por isso não olha para traz e segue o Seu caminha. Ele sabe que chegou a hora da glorificação do Filho do Homem: Agora a natureza divina do Filho do Homem é revelada, e por meio dele é revelada também a natureza gloriosa de Deus. E, se por meio dele a natureza gloriosa de Deus for revelada, então Deus revelará em si mesmo a natureza divina do Filho do Homem. E Deus fará isso agora mesmo.
Depois da rejeição dos meios oficiais, vem agora a traição e a negação dos seus. Esta foi a atitude dos dois discípulos. Mas, muitas vezes é nossa também. Quantas vezes depois de um emprego adquirido, depois de uma linda esposa ou esposo maravilhoso, de um filho pedido, uma casa própria, de uma graça recebida, colocamos Jesus de lado e o que é grave trocámo-l’O pelos bens temporais e o negamos?
Olhemos para nós e nos perguntemos se somos fiéis ao Evangelho e se O testemunhamos no mundo de hoje.
Padre Bantu Mendonça

Fonte: Canção Nova

domingo, 24 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 25.03.2013 - Acolhimento do ministério central da nossa fé


Evangelho (João 12,1-11)
Segunda-Feira, 25 de Março de 2013
Semana Santa

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo.
4Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: 5“Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para dá-las aos pobres?” 6Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela.
7Jesus, porém, disse: “Deixa-a; ela fez isto em vista do dia da minha sepultura. 8Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis”.
9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia, foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus ressuscitara dos mortos. 10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11porque por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



HOMILIA
Acolhimento do ministério central da nossa fé

Iniciamos hoje a Semana Santa. Semana na qual celebramos a centralidade da nossa fé que tiveram início na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ou seja, a Paixão – subida de Jesus Cristo ao Monte Calvário, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo para a nossa salvação; para nos resgatar das mãos do demônio, e nos transferir para o mundo da luz, para a liberdade dos filhos de Deus. Jesus morre na Cruz para reconciliar o homem com Deus. É a semana da nossa reconciliação com Deus. É a semana da vitória da vida sobre a morte. Da graça sobre o pecado. Quando os fiéis são batizados, aplica-se a cada um deles os efeitos redentores da Morte e Ressurreição de Cristo. Por isso, o cristão católico convicto celebra com alegria a cada função litúrgica da Semana Santa que começa hoje e termina na celebração do Tríduo Pascal e da Páscoa.
Assim recomenda a Santa Mãe Igreja que todos os seus filhos se confessem para que correndo com Cristo no pecado possam com Ele ressuscitar, na madrugado do Domingo da Páscoa para a vida eterna.
O tempo da Quaresma se prolonga até a Quinta-feira da Semana Santa. A Missa Vespertina da Ceia do Senhor é a grande introdução ao Santo Tríduo Pascoal. O Tríduo Pascual tem início na Sexta-feira da Paixão, prossegue com o Sábado de Aleluia, e chega ao ponto mais alto na Vigília Pascual terminando com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.
No Evangelho proposto neste primeiro dia as Semana Santa é o de Jesus que volta a Betânia seis dias antes da Páscoa para manifestar o seu amor e carinho pelos amigos.
Comove ver como o Senhor tem esta amizade, tão divina e tão humana, que se manifesta num convívio freqüente. Nesta visita de Jesus à Lázaro, Maria e Marta, vejo-me também na condição de acolher e receber Jesus em minha casa e vida. Jesus me vem visitar hoje eu quero recebe-lo com o coração aberto, alegre e agradecido por merecer sua amizade e confiança, assim como sempre foi muito bem recebido por Lázaro, Marta e Maria, em qualquer dia e a qualquer hora, com alegria e afeto. Como havia grande respeito, atenção e caridade entre eles assim me comprometo fazer.
São milhares aqueles que negam hospedagem para Cristo Jesus em seus corações, mas escancara-os para o mundo e suas vaidades; esses vivem com a alma cheia de vícios: a alma, sem a presença de seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa ignomínia. Ai da alma se lhe falta Cristo, que a cultive com diligência, para que possa germinar os bons frutos do Espírito! Deserta, coberta de espinhos e de abrolhos terminará por encontrar, em vez de frutos, a queimada. Ai da alma, se seu Senhor, o Cristo, nela não habitar! Abandonada, encher-se-á com o mau cheiro das paixões, virará moradia dos vícios” diz São Macário.
Era costume da hospitalidade do Oriente honrar um hóspede ilustre com água perfumada depois de se lavar. Mas mal se sentou Jesus, Maria tomou um frasco de alabastro que continha uma libra de perfume muito caro, de nardo puro. Aproximou-se por detrás do divã onde estava recostado Jesus e ungiu os seus pés e secou-lhes com os seus cabelos: Trata-se de Maria Madalena que, pela segunda vez, unge o corpo santíssimo do nosso divino Salvador.
O nardo era um perfume raríssimo, de grande valor, que ordinariamente se encerrava em pequenos vasos de boca estreita e apertada. Quebrar este vaso e derramar o conteúdo sobre a cabeça de alguém, era, entre os antigos, sinal de grande honra e distinção.
Maria ofereceu o melhor para Cristo Jesus. Ela não ofereceu um perfume barato, e sim, o melhor e o mais caro. E tu o que tens oferecido ao teu Senhor?
Façamos também nós o mesmo; ofereçamos para Nosso Senhor aquilo que temos de melhor e precioso: o melhor cálice, a mais bela patena, o mais piedoso ostensório, os melhores paramentos, a nossa vida, tudo o que somos e temos. Pois, todo o luxo, majestade e beleza são poucos, perante a tamanha grandeza de Jesus no Mestre.
Acolhendo o mistério redentor de Cristo e sua Palavra, meditando os acontecimentos da nossa redenção, só poderemos crescer na alegria e na paz do Deus que nos ofertou sua vida. Deixemos, pois que o Espírito de Deus tome conta de nossa existência, para que sejamos conduzidos à eterna alegria da salvação e da ressurreição.
Acolhendo o Mistério Central da nossa fé desejo boa Semana Santa para ti e a toda a tua família.
Padre Bantu Mendonça

Fonte: Canção Nova

sábado, 23 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 24.03.2013 - A cruz é um convite para superarmos o egoísmo


Evangelho (Lucas 23,1-49)
Domingo, 24 de Março de 2013
Domingo de Ramos

Leitor 1: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo + segundo Lucas.
Naquele tempo, 1toda a multidão se levantou e levou Jesus a Pilatos. 2Começaram então a acusá-lo, dizendo:
Ass.: “Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser ele mesmo Cristo, o Rei”.
Leitor 1: 3Pilatos o interrogou:
Leitor 2: “Tu és o rei dos judeus?”
Leitor 1: Jesus respondeu, declarando:
Pres.: “Tu o dizes!”
Leitor 1: 4Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão:
Leitor 2: “Não encontro neste homem nenhum crime”.
Leitor 1: 5Eles, porém, insistiam:
Ass.: “Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui”.
Leitor 1: 6Quando ouviu isto, Pilatos perguntou:
Leitor 2: “Este homem é galileu?”
Leitor 1: 7Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém naqueles dias. 8Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer algum milagre. 9Ele interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu.
10Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei estavam presentes e o acusavam com insistência. 11Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. 12Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos.
13Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e lhes disse:
Leitor 2: 14“Vós me trouxestes este homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; 15nem Herodes, pois o mandou de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. 16Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”.
Leitor 1: 18Toda a multidão começou a gritar:
Ass.: “Fora com ele! Solta-nos Barrabás!”
Leitor 1: 18Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na cidade e por homicídio. 20Pilatos falou outra vez à multidão, pois queria libertar Jesus. 21Mas eles gritaram:
Ass.: “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Leitor 1: 22E Pilatos falou pela terceira vez:
Leitor 2: “Que mal fez este homem? Não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”.
Leitor 1: 23Eles, porém, continuaram a gritar com toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava sempre mais. 24Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles pediam. 25Soltou o homem que eles queriam — aquele que fora preso por revolta e homicídio — e entregou Jesus à vontade deles.
26Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus. 27Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele. 28Jesus, porém, voltou-se e disse:
Pres.: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! 29Porque dias virão em que se dirá: ‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram’. 30Então começarão a pedir às montanhas: ‘Cai sobre nós! e às colinas: ‘Escondei-nos!’ 31Porque, se fazem assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?”
Leitor 1: 32Levavam também outros dois malfeitores para serem mortos junto com Jesus. 33Quando chegaram ao lugar chamado “Calvário”, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda. 34Jesus dizia:
Pres.: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!”
Leitor 1: Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as roupas de Jesus. 35O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo:
Ass.: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!”
Leitor 1: 36Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam:
Ass.: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!”
Leitor 1: 38Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”. 39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo:
Leitor 3: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”
Leitor 1: 40Mas o outro o repreendeu, dizendo:
Leitor 4: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”.
Leitor 1: 42E acrescentou:
Leitor 4: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”.
Leitor 1: 43Jesus lhe respondeu:
Pres.: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”.
Leitor 1: 44Já era mais ou menos meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até as três horas da tarde, 45pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, 46e Jesus deu um forte grito:
Pres.: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”.
Leitor 1: Dizendo isso, expirou.
(Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)
Leitor 1: 47O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus, dizendo:
Leitor 5: “De fato! Este homem era justo!”
Leitor 1: 48E as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram o que havia acontecido e voltaram para casa, batendo no peito. 49Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram a distância, olhando essas coisas.

 - Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


HOMILIA
A cruz é um convite para superarmos o egoísmo

Aqui começa a semana maior da nossa fé cristã. Nesta Semana Santa não só lembraremos um fato histórico do passado, mas celebraremos a presença viva de Cristo Jesus que padeceu, morreu e ressuscitou; e leva em frente toda a nossa comunidade cristã pela presença do seu Divino Espírito Santo, até os dias de hoje.
Jesus entra triunfalmente em Jerusalém e o povo todo o acolhe: “Bendito aquele que vem como Rei em nome do Senhor! Paz no céu e glória no mais alto dos céus!” E o Evangelho também fala solenemente da Paixão do Senhor.
Jesus é apresentado, desse modo, com toda sua humanidade, compartilhando a angústia e a dor dos homens frente à injustiça e à traição, sem, por isso, perder a serenidade de quem confia e espera em Deus – Ele é o “Servo Sofredor” que carrega o peso de toda humanidade como havia anunciado o profeta Isaías.
Por outro lado, o processo permite que Jesus enfrente ambas as autoridades: a civil e a religiosa, e proclame a Sua máxima autoridade messiânica.
A Paixão de Jesus se toma assim, um desafio, um alerta para a vida de seus seguidores. Trata-se de um convite a optar pelos crucificados, pelos excluídos, pelos marginalizados da história, sempre lembrando que a justiça de Deus se inicia ali, onde os homens sofrem a injustiça dos opressores.
O exemplo de Jesus é um terno apelo para que confiemos em Deus, apesar de tudo e contra tudo. Jesus nos ensina, com seus gestos de perdão e reconciliação, que as adversidades não devem nos afastar de uma oração ardente, constante e confiante.
A cruz de Jesus é um convite para superarmos nossas opções egoístas e oferecer, doar ao irmão o melhor de nós mesmos e, se for necessário, também nossa vida.
A sabedoria do homem é afirmação em si mesmo, servindo-se do outro, e o seu poder é possuir, dominar e exaltar-se. A sabedoria de Deus, expressa em Jesus crucificado, é afirmação do outro mediante o extremo dom de si mesmo; seu poder é despojar-se de tudo, inclusive do próprio “eu”, abaixando-se até à morte de cruz.
Por isso, a cruz de Jesus nos salva, dá-nos equilíbrio, faz-nos viver bem em comunidade, respeitando as diferenças de cada um. Jesus está em nossas cruzes. A Páscoa só será bem vivida se tivermos certeza que a cruz é sinal de libertação.
Boa caminhada para Cristo, nossa Páscoa definitiva!
Padre Bantu Mendonça

Fonte: Canção Nova

sexta-feira, 22 de março de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 23.03.2013 - Não julgueis e não sereis julgados


Evangelho (João 11,45-56)
Sábado, 23 de Março de 2013
5ª Semana da Quaresma

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 45muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns, porém, foram ter com os fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47Então os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho e disseram: “Que faremos? Este homem realiza muitos sinais. 48Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”.
49Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse: “Vós não enten­deis nada. 50Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” 51Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação. 52E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos. 53A partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão de matar Jesus.
54Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto, para a cidade chamada Efraim. Ali permaneceu com os seus discípulos. 55A Páscoa dos judeus estava próxima. Muita gente do campo tinha subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa. 56Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si: “Que vos parece? Será que ele não vem para a festa?”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



HOMILIA
Não julgueis e não sereis julgados

A mensagem central de hoje e de todo o Evangelho de São João é que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que não morra todo aquele que nele crê, mas, tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). A presença de Jesus, como luz do mundo, divide inevitavelmente os seres humanos entre os que se decidem pela Luz e, por isso, ficam do lado da vida, e os que se decidem pelas trevas, ficando do lado da morte.
Assim, os fariseus, escribas e sacerdotes não descansaram enquanto não conseguiram um jeito de anular a pessoa de Jesus Cristo. Preocupados com a sua fama e a multiplicação dos milagres, estavam sem saber o que fazer. Foram muitos os enfrentamentos entre eles e Jesus, onde questionavam a pessoa de Cristo. Até que finalmente, os pontífices e os fariseus convocaram o conselho. E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida.
Decidiram matar Jesus. Resolveram matá-lo por Ele fazer o bem. Curar e ressuscitar pessoas, aconselhar-nos a seguir o caminho reto, a não nos preocupar com o dia de amanhã, e a não ter medo, mas crer n’Ele e no Pai. E o que mais indignou os pontífices ou sumo sacerdotes, foi Ele dizer que era o Filho de Deus. Para os judeus, isso foi blasfêmia, mas na verdade, eles queriam apagar o concorrente. Então aquele conselho foi um pré-julgamento de Jesus, onde o Filho de Deus foi, de antemão, condenado.
Também nós condenamos e até mesmo “queimamos” os nossos concorrentes, arrumando um jeito de diminuir as suas qualidades: sejam no emprego, por ciúmes daqueles colegas que são mais capazes que nós, seja aquele cara forte que arrasa quando chega na área.
Jesus era consciente de que um efeito ainda que não desejado do seu trabalho, fosse ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade.
Aproximando-nos da festa da Páscoa, vamos ao encontro do Senhor da nova e eterna aliança. A Quaresma é ocasião oportuna para reforçarmos nossa decisão pela luz, que é Cristo, e ajudarmos os que estão nas trevas a optar pela luz e abandonar a morte.
Que esta quaresma, tempo favorável da graça de Deus, nos dê as forças necessárias para renovar nossos corações, e assim possamos viver a Páscoa do Senhor, que deseja devolver-nos a alegria de viver.
Precisamos tomar mais cuidado para não fazer como os líderes judaicos. Ter mais cuidado com os nossos pensamentos e palavras. E, lembrar, acima de tudo o que nos disse o Ressuscitado: “Não julguem e não serão julgados! Não condenem e não serão condenados!”
Padre Bantu Mendonça

Fonte: canção Nova