quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 6,34-44 - 07.01.2020

Liturgia Diária

DIA 7 – TERÇA-FEIRA 
SEMANA DA EPIFANIA*

(branco, pref. da Epifania ou do Natal, págs. 7s – ofício do dia)

Bendito o que vem em nome do Senhor: Deus é o Senhor, ele nos ilumina (Sl 117,26s).

Deus é amor, e seu amor se manifestou entre nós na pessoa de Jesus. Adoremos aquele que teve compaixão do povo faminto e sem pastor e alimentou-o pelas mãos de seus discípulos, após dar graças ao Pai.

Evangelho: Marcos 6,34-44

Aleluia, aleluia, aleluia.

O Espírito do Senhor repousa sobre mim / e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens. – Palavra da salvação.


Reflexão - Evangelho: Marcos 6,34-44
O Espírito do Senhor repousa sobre mim / e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho

Uma multidão de pessoas aflitas, oprimidas pelos pesados impostos, afogadas com tantas exigências morais e religiosas, buscando uma migalha de esperança para seu futuro. O panorama impressiona de tal modo o Mestre, que “começou a ensinar-lhes muitas coisas”. Fala do Pai celeste, do valor da vida, do amor fraterno. Oferece-lhes, em primeiro lugar, nutrição para a dimensão espiritual; em seguida, para acudir às necessidades físicas, mostra-lhes o caminho da partilha. Não se trata de comprar o alimento (lógica do comércio), mas de repartir o que eles têm (lógica do Reino). Mediante a colaboração de todos, a organização e a colocação em comum do que cada um possui, Jesus sacia a multidão, e ainda sobra comida. O dom de Deus é maior do que a capacidade humana.

Fonte https://www.paulus.com.br/


JESUS MULTIPLICA OS PÃES Mc 6,34-44
HOMILIA

Estamos diante de um milagre humanamente inexplicável. Jesus se compadece da multidão que o seguia. Pois era como que ovelhas sem pastor. Só que a sua atitude escapa e ultrapassa a nossa capacidade de reaciocinar. Os evangelhos nos relatam que Ele por 2 vezes multiplicou pães e peixes para atender à multidão que o seguira até uma região “deserta” (longe de cidades) e ali ficara ouvindo-o e recebendo curas mas, por não se terem munido de alimentos, estavam a ponto de passar fome. Aproveitando o que os discípulos dispunham: 5 pães e 2 peixes. Mandou que o povo se assentasse em grupos de 100 e de 50. Tomando os pães e os peixes e ergueu os olhos aos céus deu graças e os abençoou. Depois fez a repartição entre os discípulos e estes para o povo. Todos comeram à vontade: milhares de homens, além das mulheres e crianças. E como se não bastasse ainda sobraram 12cestos com pedaços de pão e de peixe, que Jesus mandou recolher para nada se perder.

Assim como Jesus se compadeceu da multidão, também na nossa vocação cristã somos chamados a ter compaixão do povo sobretudo o sofredor. Nossa vida cristã deve conduzir-nos à prática da misericórdia para com os irmãos. Esse é o grande testemunho de que o mundo precisa, e é uma exigência que brota das palavras de Jesus no seu Evangelho: “ Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”.

Jesus conduz seus discípulos a um lugar deserto, para que repousassem, atravessando o mar da Galiléia em um barco. Porém, ao desembarcarem, já uma grande multidão os espera. Incansavelmente e tomado de compaixão, Jesus se põe a ensinar-lhes. Com o passar do tempo se faz necessário que todos se alimentem. A solução dos discípulos é que seja comprado o alimento. Jesus propõe outra solução: “Vós mesmos dai-lhes de comer!”, e eles não entendem. Abençoando cinco pães e dois peixes que tinham, Jesus os partilha com a multidão. Aqueles que tinham alimentos aderem à partilha e todos ficam saciados. Jesus toca os corações e os transforma pelo amor.

O milagre da multiplicação dos pães se chama misericórdia e compaixão, perdão, partilha, justiça, amor e paz.

Hoje, fala-se muito da fome no mundo…Quem não viu imagens de crianças famintas da África e não só, que mais parecem esqueletos!? Deus conta connosco para repartir o Seu “Pão”, com todos aqueles que têm fome de Amor, de Liberdade, de Justiça, de Paz, de Esperança.

Vemos a atitude de Deus, que não multiplica os pães do nada, e o gesto generoso de duas pessoas:

– Um homem desconhecido oferece o fruto do seu trabalho;

– Eliseu partilha o dom recebido.

O Pão partilhado sacia a fome de todos… e ainda sobra… Não será esse o caminho a ser seguido, também nos nossos dias, para resolver o grave problema da fome no mundo?

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho (Mt 2,1-12) - 06.01.2020

Liturgia Diária

DIA 6 – SEGUNDA-FEIRA 
SEMANA DA EPIFANIA

(branco, pref. da Epifania ou do Natal, págs. 7s – ofício do dia da 2ª semana do saltério)

Raiou para nós um dia de bênção: vinde, nações, e adorai o Senhor; grande luz desceu sobre a terra!

Jesus não nos deixa nas trevas, pois ele é a luz que nos faz seguir na missão de anunciar o Reino. Amando-nos uns aos outros, trilhamos o caminho da verdade e da vida apontado pelo Filho de Deus.

Evangelho (Mt 2,1-12)

Depois que Jesus nasceu na cidade de Belém da Judéia, na época do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo». Ao saber disso, o rei Herodes ficou alarmado, assim como toda a cidade de Jerusalém. Ele reuniu todos os sumos sacerdotes e os escribas do povo, para perguntar-lhes onde o Cristo deveria nascer. Responderam: «Em Belém da Judéia, pois assim escreveu o profeta: «E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um príncipe que será o pastor do meu povo, Israel».

Então Herodes chamou, em segredo, os magos e procurou saber deles a data exata em que a estrela tinha aparecido. Depois, enviou-os a Belém, dizendo: «Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo».

Depois que ouviram o rei, partiram. E a estrela que tinham visto no Oriente ia à frente deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao observarem a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, passando por outro caminho.


Reflexão - Evangelho (Mt 2,1-12)
«Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram»

Rev. D. Joaquim VILLANUEVA i Poll
(Barcelona, Espanha)

Hoje, o profeta Isaías anima-nos: «De pé! Deixa-te iluminar! Chegou a tua luz! A glória do SENHOR te ilumina» (Is 60,1). Essa luz que viu o profeta é a estrela que vêem os Magos em Oriente, junto com outros homens. Os Magos descobrem seu significado. Os demais a contemplam como algo que admiram mas, que não lhes afeta. E, assim, não reagem. Os Magos dão-se conta de que, com ela, Deus envia-lhes uma mensagem importante e que vale a pena deixar a comodidade do seguro e se arriscar a uma viagem incerta: a esperança de encontrar o Rei leva-os a seguir essa estrela, que haviam anunciado os profetas e esperado o povo de Israel durante séculos.

Chegam a Jerusalém, a capital dos judeus. Acham que ai saberão lhe dizer o lugar exato onde nasceu seu Rei. Efetivamente, lhe responderam: «Em Belém da Judéia, porque assim está escrito por meio do profeta» (Mt 2,5). A notícia da chegada dos Magos e sua pergunta propaga-se por toda Jerusalém em pouco tempo: Jerusalém era na época uma pequena cidade e, a presença dos Magos com seu séquito foi vista por todos os habitantes, pois «Ao saber disso, o rei Herodes sobressaltou-se e, com ele toda a cidade de Jerusalém» (Mt 2,3), diz o Evangelho.

Jesus Cristo cruza-se na vida de muitas pessoas, a quem não interessa. Um pequeno esforço teria mudado suas vidas, teriam encontrado o Rei do Gozo e da Paz. Isso requer a boa vontade de procurar, de nos movimentar, de perguntar sem nos desanimar, como os Magos, de sair de nossa poltronaria, de nossa rotina, de apreciar o imenso valor de encontrar a Cristo. Se não o encontramos, não encontramos nada na vida, pois só Ele é o Salvador: encontrar Jesus é encontrar o Caminho que nos leva a conhecer a Verdade que nos dá a Vida. E, sem Ele, nada de nada vale a pena.

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VIEMOS ADORÁ-LO Mt 2,1-12
HOMILIA

« Epifania » quer dizer « manifestação », « aparição ». A glória de Deus manifesta-se num menino que é o Verbo encarnado. É uma solenidade ! Entre os nossos irmãos do Oriente, essa festa é celebrada como o verdadeiro Natal. Na verdade, a figura dos Magos, no evangelho desta solenidade da Epifania, apesar de parecer de pouco significado, longe de ser uma mera presença sem qualquer importância, desempenha um papel importante na vida da Igreja, e na vida de cada um de nós.

Neste capítulo temos a história resumida da infância do Senhor Jesus. Era de se esperar que depois dos acontecimentos relatados por Lucas no cap. 2, sobre o nascimento do Senhor Jesus Cristo, toda a Judéia e Jerusalém correriam em busca do “recém nascido Rei dos Judeus”, mas pelo relato que temos aqui em Mateus, logo aqueles acontecimentos notáveis foram esquecidos. Como é comum ver pessoas que ouvem as boas novas de salvação e depois seguem suas vidas como se aquilo que ouviram não tem nenhuma importância, não influenciam em nada suas vidas.

Nos surpreendem alguns detalhes nestes versículos. “Uns magos vieram do oriente…” O oriente no Velho Testamento sempre fala do homem separado de Deus seguindo seu próprio caminho e se afastando cada vez mais do Senhor (Gn 3:24; 4:16; 11:2). Porém ao chegarmos no Novo Testamento encontramos homens vindo do oriente em busca do “Emanuel”, Deus conosco (Mt 1:23). Contudo esta busca não aconteceu pelo mero interesse humano, antes foi Deus quem os despertou usando uma linguagem que ele pudessem entender, uma estrela. Aos pastores de Belém Deus enviou um anjo, aos magos uma estrela … Deus tem Seus meios de despertar todos os homens em todos os lugares. Confiemos na Sua sabedoria e poder (“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”, At 2:39).

Outro detalhe importante de observarmos é que “tendo nascido Jesus em Belém … vieram do oriente a Jerusalém…” O propósito pelo qual eles vieram foi para adorá-Lo (v. 2), contudo foram onde Ele não estava, Jerusalém.

Jerusalém era o centro de adoração e, pensando assim, os magos concluíram que ali deveria nascer e viver o Rei dos Judeus … Que engano! Assim sempre são os pensamentos humanos, raciocinam com sua lógica sem conhecerem o verdadeiro caminho do Senhor. Foi assim desde Caim, que pensava ser aceito por Deus chegando a Ele pelos seus próprios meios. Tem sido assim durante toda a história da humanidade e até hoje. Os homens querem encontrar Deus nos seus próprios caminhos, pelas suas religiões que eles mesmo inventam. Bem disse o Senhor por intermédio de Isaías: “Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55:8-9).

Outro fato importante é que o centro religioso naqueles dias ainda era Jerusalém. Ali continuavam as cerimônias, as ofertas, as festas. Mas o Senhor não estava ali. Que lição há aqui para nós hoje! Quão facilmente uma igreja pode continuar com suas reuniões de oração, partir do pão e todo o formalismo, e, contudo o Senhor não está no meio. Não é exatamente este o mal da igreja de Laodicéia? Achavam que tinham tudo, mas eram miseráveis, e o pior: o Senhor estava fora, batendo à porta, esperando para alguém ouvir e abrir a porta (Ap 3:17-18, 20).

Voltando para Mateus cap. 2 notamos como este engano foi corrigido. As Escrituras foram abertas, e mostrado com certeza o rumo que esses adoradores deveriam seguir (vs. 4-5). Sempre será assim para os de coração sincero, uma vez que as Escrituras lhes são abertas e seus pensamentos e caminhos são apresentados como sendo contrários aos de Deus, logo abandonam seus próprios caminhos para seguirem o Caminho seguro apontado por Deus em Sua Palavra. Contudo nem todos estão dispostos a deixarem “Jerusalém” para adorar numa simples “casa”. Não vemos que os demais habitantes de Jerusalém se ajuntaram aos magos para irem com eles adorar. Eles foram perturbados, mas não atraídos ao Cristo, o Rei dos Judeus. Oh! Como a história se repete! Quantos estão satisfeitos em seu meio religioso idólatra, ou em meio a tantas cerimônias e atividades que não têm nenhuma base bíblica, e quando ouvem da simplicidade da “casa” — um grupo de cristãos que se reúnem atraídos ao nome do Senhor na simplicidade que a igreja se reunia no princípio — não tem desejo de sair de “Jerusalém” em busca de Cristo. Para os magos não importava o lugar, nem mesmo a aparência, mas a Pessoa. Eles não vieram à Jerusalém para adorar, como o eunuco em At 8:27, mas vieram para adorá-Lo, e se Ele não estivesse ali, então não podiam adorar.

Ainda há outro personagem para analisarmos, Herodes. Atrás de uma capa de piedade havia um único interesse … matar o Menino. Quantos usam a piedade com o único interesse de beneficiar-se a si mesmo. Estão na igreja porque querem tirar alguma vantagem. Bem nos avisa Paulo em I Tm 6:5 sobre “homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.“

E, prostrando-se, O adoraram…

Finalmente encontramos no v. 11 uma cena cuja grandeza é impossível descrever em palavras. Estes homens sábios, certamente instruídos em toda a ciência, estão em uma casa bem simples. Ali há um Menino de menos de dois anos de idade, e estes homens ilustres se prostram diante daquele Menino para adorá-Lo.

Adoração vai além de qualquer compreensão humana! Nem os discípulos puderam entender quando aquela mulher derramou o precioso ungüento sobre a cabeça de Jesus (Mt 26:7-8). Puderam avaliar o preço do ungüento, puderam sentir o seu olor, mas não puderam compreender um coração que adora. Contudo o problema daqueles discípulos, pelo menos nesta ocasião, era que eles não estavam contemplando Aquele que estava diante deles como deveriam. O tamanho da nossa adoração é relativo ao valor que damos ao Alvo da nossa adoração. Como um Judas poderia entender aquela mulher se o “Mestre” só lhe valia 30 moedas de prata? Quanto valia Cristo para os outros discípulos? Quanto vale o Senhor Jesus Cristo para nós? Quanto estamos dispostos a deixar por Ele?

Para os magos não era meramente um Menino que eles estavam adorando, mas Deus mesmo. Atrás daquela aparência frágil de um Menino se podia ver o Rei dos Judeus. Suas ofertas falam muito da contemplação e entendimento que eles tiveram: ouro, falando da Sua realeza; incenso, do Seu sacerdócio, e mirra da Sua missão de Profeta. Além disso essas dádivas falam de outros aspectos da Sua maravilhosa Pessoa, vida e obra. O ouro é o material que simboliza a divindade (no Tabernáculo, o lugar onde a presença de Deus estava, tudo era revestido de ouro) — aquele Menino era Deus manifesto em carne. O incenso nos fala da Sua vida humana, mas perfeita, que viveu sempre de modo que agradou o Pai. E a mirra nos fala de Seus sofrimentos vicários, pelos quais Ele cumpriria aquela grande obra da nossa salvação.

Não é de se admirar que corações ocupados assim com o Senhor venham para adorá-Lo, e não ficam satisfeitos com qualquer outra coisa, nem mesmo com toda a pompa religiosa. Eles buscam a Pessoa. Eles buscam a Cristo! Que nosso anseio seja: “Onde está o Rei que acaba de nascer”? VIEMOS ADORÁ-LO.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 2,1-12 - 05.01.2020

Liturgia Diária

DIA 5 – DOMINGO 
EPIFANIA DO SENHOR

(branco, glória, creio, prefácio da Epifania – ofício da solenidade)

Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza (Ml 3,1; 1Cr 19,12).

A exemplo dos magos, viemos acolher e adorar o Salvador da humanidade. A solenidade da Epifania nos faz conhecer a glória de Cristo, a qual se manifesta como luz na vida de homens e mulheres que se abrem aos planos divinos e se põem em busca de unidade, justiça e paz. Celebremos o mistério de Deus, que se revela na Pessoa de Jesus.

Evangelho: Mateus 2,1-12

Aleluia, aleluia, aleluia.

Vimos sua estrela no Oriente / e viemos adorar o Senhor (Mt 2,2). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – 1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. 3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. 4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6‘E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo’”. 7Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”. 9Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho. – Palavra da salvação.


Reflexão - Evangelho: Mateus 2,1-12
Vimos sua estrela no Oriente / e viemos adorar o Senhor

A notícia dos magos sobre a chegada do “rei dos judeus” abala o poderoso Herodes e as autoridades de Jerusalém. Os “estrangeiros magos” enxergam a estrela que brilha sobre Belém, algo que os poderosos de Jerusalém não conseguem fazer. Essa página do evangelho mostra que Jesus, a “estrela que brilha”, não é exclusividade de um grupo ou de um povo. É justamente este o significado da solenidade da Epifania: Jesus se revela a todos os povos, também aos pagãos, simbolizados pelos magos. Assim como estes se puseram a caminho em busca da “estrela”, somos convidados a buscar aquele que deve iluminar nossa caminhada ao longo de todos os dias deste novo ano que estamos iniciando. Pelo relato do evangelho, percebemos que Jesus, desde o seu nascimento, provoca divisão: a seu favor estão aqueles que se animam a trilhar os caminhos em sua companhia; contra ele estão os que se incomodam com sua proposta de vida e o rejeitam.

Fonte https://www.paulus.com.br/


VIEMOS ADORÁ-LO Mt 2,1-12
HOMILIA

« Epifania » quer dizer « manifestação », « aparição ». A glória de Deus manifesta-se num menino que é o Verbo encarnado. É uma solenidade ! Entre os nossos irmãos do Oriente, essa festa é celebrada como o verdadeiro Natal. Na verdade, a figura dos Magos, no evangelho desta solenidade da Epifania, apesar de parecer de pouco significado, longe de ser uma mera presença sem qualquer importância, desempenha um papel importante na vida da Igreja, e na vida de cada um de nós.

Neste capítulo temos a história resumida da infância do Senhor Jesus. Era de se esperar que depois dos acontecimentos relatados por Lucas no cap. 2, sobre o nascimento do Senhor Jesus Cristo, toda a Judéia e Jerusalém correriam em busca do “recém nascido Rei dos Judeus”, mas pelo relato que temos aqui em Mateus, logo aqueles acontecimentos notáveis foram esquecidos. Como é comum ver pessoas que ouvem as boas novas de salvação e depois seguem suas vidas como se aquilo que ouviram não tem nenhuma importância, não influenciam em nada suas vidas.

Nos surpreendem alguns detalhes nestes versículos. “Uns magos vieram do oriente…” O oriente no Velho Testamento sempre fala do homem separado de Deus seguindo seu próprio caminho e se afastando cada vez mais do Senhor (Gn 3:24; 4:16; 11:2). Porém ao chegarmos no Novo Testamento encontramos homens vindo do oriente em busca do “Emanuel”, Deus conosco (Mt 1:23). Contudo esta busca não aconteceu pelo mero interesse humano, antes foi Deus quem os despertou usando uma linguagem que ele pudessem entender, uma estrela. Aos pastores de Belém Deus enviou um anjo, aos magos uma estrela … Deus tem Seus meios de despertar todos os homens em todos os lugares. Confiemos na Sua sabedoria e poder (“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”, At 2:39).

Outro detalhe importante de observarmos é que “tendo nascido Jesus em Belém … vieram do oriente a Jerusalém…” O propósito pelo qual eles vieram foi para adorá-Lo (v. 2), contudo foram onde Ele não estava, Jerusalém.

Jerusalém era o centro de adoração e, pensando assim, os magos concluíram que ali deveria nascer e viver o Rei dos Judeus … Que engano! Assim sempre são os pensamentos humanos, raciocinam com sua lógica sem conhecerem o verdadeiro caminho do Senhor. Foi assim desde Caim, que pensava ser aceito por Deus chegando a Ele pelos seus próprios meios. Tem sido assim durante toda a história da humanidade e até hoje. Os homens querem encontrar Deus nos seus próprios caminhos, pelas suas religiões que eles mesmo inventam. Bem disse o Senhor por intermédio de Isaías: “Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55:8-9).

Outro fato importante é que o centro religioso naqueles dias ainda era Jerusalém. Ali continuavam as cerimônias, as ofertas, as festas. Mas o Senhor não estava ali. Que lição há aqui para nós hoje! Quão facilmente uma igreja pode continuar com suas reuniões de oração, partir do pão e todo o formalismo, e, contudo o Senhor não está no meio. Não é exatamente este o mal da igreja de Laodicéia? Achavam que tinham tudo, mas eram miseráveis, e o pior: o Senhor estava fora, batendo à porta, esperando para alguém ouvir e abrir a porta (Ap 3:17-18, 20).

Voltando para Mateus cap. 2 notamos como este engano foi corrigido. As Escrituras foram abertas, e mostrado com certeza o rumo que esses adoradores deveriam seguir (vs. 4-5). Sempre será assim para os de coração sincero, uma vez que as Escrituras lhes são abertas e seus pensamentos e caminhos são apresentados como sendo contrários aos de Deus, logo abandonam seus próprios caminhos para seguirem o Caminho seguro apontado por Deus em Sua Palavra. Contudo nem todos estão dispostos a deixarem “Jerusalém” para adorar numa simples “casa”. Não vemos que os demais habitantes de Jerusalém se ajuntaram aos magos para irem com eles adorar. Eles foram perturbados, mas não atraídos ao Cristo, o Rei dos Judeus. Oh! Como a história se repete! Quantos estão satisfeitos em seu meio religioso idólatra, ou em meio a tantas cerimônias e atividades que não têm nenhuma base bíblica, e quando ouvem da simplicidade da “casa” — um grupo de cristãos que se reúnem atraídos ao nome do Senhor na simplicidade que a igreja se reunia no princípio — não tem desejo de sair de “Jerusalém” em busca de Cristo. Para os magos não importava o lugar, nem mesmo a aparência, mas a Pessoa. Eles não vieram à Jerusalém para adorar, como o eunuco em At 8:27, mas vieram para adorá-Lo, e se Ele não estivesse ali, então não podiam adorar.

Ainda há outro personagem para analisarmos, Herodes. Atrás de uma capa de piedade havia um único interesse … matar o Menino. Quantos usam a piedade com o único interesse de beneficiar-se a si mesmo. Estão na igreja porque querem tirar alguma vantagem. Bem nos avisa Paulo em I Tm 6:5 sobre “homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.“

E, prostrando-se, O adoraram…

Finalmente encontramos no v. 11 uma cena cuja grandeza é impossível descrever em palavras. Estes homens sábios, certamente instruídos em toda a ciência, estão em uma casa bem simples. Ali há um Menino de menos de dois anos de idade, e estes homens ilustres se prostram diante daquele Menino para adorá-Lo.

Adoração vai além de qualquer compreensão humana! Nem os discípulos puderam entender quando aquela mulher derramou o precioso ungüento sobre a cabeça de Jesus (Mt 26:7-8). Puderam avaliar o preço do ungüento, puderam sentir o seu olor, mas não puderam compreender um coração que adora. Contudo o problema daqueles discípulos, pelo menos nesta ocasião, era que eles não estavam contemplando Aquele que estava diante deles como deveriam. O tamanho da nossa adoração é relativo ao valor que damos ao Alvo da nossa adoração. Como um Judas poderia entender aquela mulher se o “Mestre” só lhe valia 30 moedas de prata? Quanto valia Cristo para os outros discípulos? Quanto vale o Senhor Jesus Cristo para nós? Quanto estamos dispostos a deixar por Ele?

Para os magos não era meramente um Menino que eles estavam adorando, mas Deus mesmo. Atrás daquela aparência frágil de um Menino se podia ver o Rei dos Judeus. Suas ofertas falam muito da contemplação e entendimento que eles tiveram: ouro, falando da Sua realeza; incenso, do Seu sacerdócio, e mirra da Sua missão de Profeta. Além disso essas dádivas falam de outros aspectos da Sua maravilhosa Pessoa, vida e obra. O ouro é o material que simboliza a divindade (no Tabernáculo, o lugar onde a presença de Deus estava, tudo era revestido de ouro) — aquele Menino era Deus manifesto em carne. O incenso nos fala da Sua vida humana, mas perfeita, que viveu sempre de modo que agradou o Pai. E a mirra nos fala de Seus sofrimentos vicários, pelos quais Ele cumpriria aquela grande obra da nossa salvação.

Não é de se admirar que corações ocupados assim com o Senhor venham para adorá-Lo, e não ficam satisfeitos com qualquer outra coisa, nem mesmo com toda a pompa religiosa. Eles buscam a Pessoa. Eles buscam a Cristo! Que nosso anseio seja: “Onde está o Rei que acaba de nascer”? VIEMOS ADORÁ-LO.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: João 1,35-42 - 04.01.2020

Liturgia Diária

DIA 4 – SÁBADO 
TEMPO DO NATAL

(branco – ofício do dia)

Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, para que nos tornássemos filhos adotivos (Gl 4,4s).

Jesus, o ungido do Pai, convida-nos a segui-lo. Convivendo com ele, seremos capazes de resistir ao pecado, que desencaminha nossa vida.

Evangelho: João 1,35-42

Aleluia, aleluia, aleluia.

Depois de ter falado, no passado, / aos nossos pais, pelos profetas, muitas vezes, / em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1s). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 35João estava de novo com dois de seus discípulos 36e, vendo Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus!” 37Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. 38Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: “O que estais procurando?” Eles disseram: “Rabi (que quer dizer mestre), onde moras?” 39Jesus respondeu: “Vinde ver”. Foram, pois, ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde. 40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. 41Ele foi logo encontrar seu irmão Simão e lhe disse: “Encontramos o Messias” (que quer dizer Cristo). 42Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas” (que quer dizer pedra). – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: João 1,35-42
«Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras? Vinde e vede»

Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM
(Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho nos lembra as circunstâncias da vocação dos primeiros discípulos de Jesus. Para preparar-se ante a vinda do Messias, João e seu companheiro André haviam escutado e seguido durante um tempo a João Batista. Um bom dia, este aponta a Jesus com o dedo, chamando-o Cordeiro de Deus. Imediatamente, João e André o entendem: o Messias esperado é Ele! e, deixando a João Batista, começam a seguir a Jesus.

Jesus ouve os passos atrás Dele. Volta-se e fixa a olhada nos que o seguiam. As miradas se cruzam entre Jesus e aqueles homens simples. Eles ficaram extasiados. Esta olhada comove seus corações e sentem o desejo de estar com Ele: «Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que procurais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras» (Jo 1,38), lhe perguntam. «Vinde e vede, respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima» (Jo 1,39), lhes responde Jesus. Os convida a ir com Ele e a ver, contemplar.

Vão e, o contemplam escutando-o. E convivem com Ele aquele anoitecer, aquela noite. É a hora da intimidade e das confidencias. A hora do amor compartilhado. Ficam com Ele até o dia seguinte, quando o sol se levanta por cima do mundo.

Acesos com a chama daquele «Graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente, que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz.» (cf. Lc 1,78-79). Excitados, sentem a necessidade de comunicar o que contemplaram e viveram aos primeiros que encontram ao seu passo: «Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)» (Jo 1,41). Os santos também o têm feito assim. São Francisco, ferido de amor, ia pelas ruas e praças, pelas vilas e bosques gritando: «O Amor não está sendo amado».

O essencial na vida cristã é deixar-se ver por Jesus, ir e ver onde ele se aloja, estar com Ele e compartilhar. E, depois, anunciá-lo. O caminho e o processo que seguiram os discípulos e os santos. É nosso caminho.

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OS PRIMEIROS DISCÍPULOS DE JESUS Jo 1,35-42
HOMILIA

A vocação dos dois primeiros discípulos nasce do testemunho de João Batista. A partir daí surge uma conscientização vocacional que envolve outras pessoas a partir do testemunho de quem esteve com Jesus: André encontra seu irmão Simão Pedro e o apresenta a Jesus. Em seguida, é Filipe quem encontra Natanael e lhe fala de Jesus. Assim, a partir do testemunho de outros, o grupo dos colaboradores de Jesus vai crescendo.

No Evangelho de João a vocação dos discípulos não se dá da mesma forma que nos outros evangelhos. Nestes, Jesus chama pessoalmente e de forma direta. Em João, o seguimento de Jesus se dá porque algumas pessoas sabem quem é Jesus e o comunicam a outros que, por sua vez, passam a fazer a mesma experiência.

O testemunho do Batista deve ter mudado completamente a vida dos dois discípulos. Vendo Jesus passar, ele diz: “Eis o Cordeiro de Deus”. João chama Jesus dessa forma porque descobriu nele o cordeiro pascal (Ex 12) e o servo sofredor (Is 53), síntese das expectativas de libertação do passado tornada presente na pessoa de Jesus que passa.

Os dois primeiros discípulos devem tomar a iniciativa, sem esperar que Jesus os chame. Para eles, bastou o testemunho de João Batista de que Jesus é o libertador. A partir desse momento, descobrem que em Jesus está a resposta a todos os seus anseios. O Batista, por causa do testemunho, perde os discípulos. Estes, pela coragem da opção que fizeram, dão pleno sentido a suas vidas e passam a ser testemunhas para os outros.

No versículo 38 encontramos as primeiras palavras de Jesus no Evangelho de João: “O que vocês estão procurando?” Do início ao fim de nossas vidas estamos à procura de algo ou de alguém. Como discípulos, procuramos saber quem é Jesus. E ele testa nossa sede, perguntando-nos o que estamos procurando. Esta pergunta, que aparece nos momentos cruciais do Evangelho de João, costuma se manifestar nas fases decisivas de nossa vida: “O que estamos procurando?”

A resposta dos discípulos é movida pelo desejo de comunhão: “Mestre, onde moras?” Os discípulos não estão interessados em teorias sobre Jesus. Querem, ao contrário, criar laços de intimidade com ele.

Para criar intimidade com Jesus é preciso partir, fazer experiência: “Venham ver!”. E o resultado da experiência já aparece: “Então eles foram, e viram onde Jesus morava. E permaneceram com ele naquele dia”. O verbo permanecer é muito importante no Evangelho de João. Por ora os discípulos permanecem com Jesus. Mais adiante, o Mestre dirá: “Permaneçam em mim”. Permanecer com Jesus e com as pessoas é fácil. O difícil é permanecer nele e nas pessoas. Só aí é que a comunhão será plena.

O evangelho afirma que a experiência com Jesus valeu a pena: “Eram mais ou menos quatro horas da tarde”. Quatro horas da tarde, em linguagem simbólica, é o momento gostoso para o encontro, ou a hora das opções acertadas. O passo dado por esses dois discípulos foi de ótima qualidade. Valeu a pena. Essa opção vai gerar frutos a seguir.

André era um dos discípulos que, diante do testemunho do Batista, seguiram a Jesus e fizeram a experiência das “quatro horas da tarde”. Só agora é que o evangelista revela o nome desse discípulo. O outro fica anônimo, podendo assumir o nome de cada um dos seguidores do Mestre. André significa homem (= ser humano). Será que o evangelista quer insinuar que as pessoas só se tornam verdadeiramente humanas depois que fazem a experiência do Mestre? Fato é que a experiência se converte em testemunho que arrasta: André leva Simão a Jesus. O evangelho mostra só um flash do testemunho de André. De fato, o v. 41 diz que “ele encontrou primeiro seu irmão…” Isso dá a entender que teria encontrado, em seguida, outras pessoas… André fala no plural: “Encontramos o Messias”. É uma experiência comunitária e progressiva de quem é Jesus. João o apontara como o Cordeiro de Deus; os primeiros discípulos o chamam de Mestre; Pedro já fica sabendo que se trata do Messias…

Jesus pede que Simão Pedro encontre sua identidade: “Você é Simão, filho de João. Vai se chamar Cefas”. Para o povo da Bíblia, o nome é a identidade da pessoa. Simão será, no Evangelho de João, símbolo de toda pessoa em busca de identidade. Ele dará muitas cabeçadas ao longo desse evangelho, até se encontrar consigo próprio, com sua missão e com Jesus. Talvez o mesmo aconteça contigo. Mas é necessário que passes por tudo isso para que te encontres contigo mesmo e reconheças o Cristo que te chama para a Sua missão!

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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: João 1,29-34 - 03.01.2020

Liturgia Diária

DIA 3 – SEXTA-FEIRA 
TEMPO DO NATAL*

(branco – ofício do dia)

Para os retos de coração, surgiu nas trevas uma luz: o Senhor cheio de compaixão, justo e misericordioso (Sl 111,4).

O grande presente que recebemos de Deus é sermos adotados por ele como filhos e filhas amados. Batizados em nome de Jesus, procuremos conhecê-lo cada vez mais e testemunhar sua salvação.

Evangelho: João 1,29-34

Aleluia, aleluia, aleluia.

A Palavra se fez carne, entre nós ela habitou; / e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – 29No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. 31Também eu não o conhecia, mas, se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”. 32E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba, do céu e permanecer sobre ele. 33Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, esse é quem batiza com o Espírito Santo’. 34Eu vi e dou testemunho: este é o Filho de Deus!” – Palavra da salvação.

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Reflexão - Evangelho: João 1,29-34
«Eu vi, e por isso dou testemunho: ele é o Filho de Deus»

Rev. P. Higinio Rafael ROSOLEN IVE
(Cobourg, Ontario, canad)

Hoje, S. João Baptista dá testemunho do Batismo de Jesus. O Papa Francisco recordava que «o Baptismo é o sacramento no qual se alicerça a nossa própria fé, que nos enxerta como membros vivos em Cristo, na sua Igreja»; e acrescentava: «Não é uma formalidade. É um ato que toca profundamente na nossa existência. Uma criança batizada ou uma criança não batizada, não são a mesma coisa. Não é o mesmo uma pessoa estar batizada ou uma pessoa não estar batizada. Nós com o batismo, somos mergulhados nessa fonte inesgotável de vida que é a morte de Jesus, o maior ato de amor de toda a história; e graças a este amor, podemos viver uma vida nova, não já dependentes do mal, do pecado e da morte, mas na comunhão com Deus e com os irmãos».

Acabamos de ouvir os dois efeitos principais do Batismo ensinados no Catecismo da Igreja Católica (n. 1262-1266):

1º «Eis aqui o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» (Jn 11,29). Uma consequência do Batismo é a purificação dos pecados, ou seja, todos os pecados são perdoados, tanto o pecado original e todos os pecados pessoais, bem como as penas do pecado.

2º «Descida do Espírito Santo», «batiza com o Espírito Santo» (Jn 1,34): o batismo torna-nos “uma nova criação”, filhos adotivos de Deus e partícipes da natureza divina, membros de Cristo, corredentores com Ele e templos do Espírito Santo.

A Santíssima Trindade —Pai, Filho e Espírito Santo— dá-nos a graça santificante, que nos torna capazes de acreditar em Deus, de esperar n´Ele e de O amar; de viver e de obrar sob a inspiração do Espírito Santo mediante os seus dons; de acreditar no bem através das virtudes morais.

Supliquemos, como nos exorta o Papa Francisco, «despertar a memoria do nosso Batismo», «viver cada dia o nosso Batismo, como uma realidade atual na nossa existência».

«Eu vi, e por isso dou testemunho: ele é o Filho de Deus»

+ Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret
(Vic, Barcelona, Espanha)

Hoje, esta passagem do Evangelho de São João imerge-nos plenamente na dimensão testemunhal que lhe é própria. Testemunha é a pessoa que comparece para declarar a identidade de alguém. Pois bem, João apresenta-se-nos como o profeta por excelência, que afirma a centralidade de Jesus. Vejamo-lo sob quatro pontos de vista.

Afirma-a, em primeiro lugar, como um vidente que exorta: «Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo» (Jo 1,29). Fá-lo, em segundo lugar, reiterando convictamente: «É dele que eu falei: ‘Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque antes de mim ele já existia’ (Jo 1,30). Confirma-o consciente da missão que recebeu: «Vim batizar com água para que ele fosse manifestado a Israel” (Jo 1,31). E, finalmente, voltando à sua qualidade de vidente, afirma: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, é ele quem batiza com o Espírito Santo’. Eu vi» (Jo 1,33-34).

Perante este testemunho, que conserva dentro da Igreja a mesma energia de há dois mil anos, perguntemo-nos, irmãos: —No meio de uma cultura laicista que nega o pecado, contemplo Jesus como Aquele que me salva do mal moral? —No meio de uma corrente de opinião que vê em Jesus somente um homem religioso extraordinário, creio nele como Aquele que existe desde sempre, antes de João, antes da criação do mundo? —No meio de um mundo desorientado por mil ideologias e opiniões, aceito Jesus como Aquele que dá sentido definitivo à minha vida? —No meio de uma civilização que marginaliza a fé, adoro Jesus como Aquele em Quem repousa plenamente o espírito de Deus?

E uma última pergunta: —O meu “sim” a Jesus é tão profundo que, como João, também eu proclamo aos que conheço e me rodeiam: «Dou-vos testemunho de que Jesus é o filho de Deus!»?

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O CORDEIRO DE DEUS Jo 1,29-34
HOMILIA

O Amor de Deus marcou para sempre nossas vidas. Ele nos tirou das trevas e nos fez enxergar a luz da eternidade. Não há mais razão para ficar triste ou viver amargurado se Deus está conosco e no meio de nós. Grande significado tem para nós, hoje, o dedo indicador de João: “ Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Cordeiro de Deus em latim é Agnus Dei, uma expressão utilizada pela religião cristã para se referir a Jesus Cristo, identificado como o salvador da humanidade, ao ter sido sacrificado em resgate pelo pecado original. Na arte e na simbologia icônica cristã, é freqüentemente representado por um cordeiro com uma cruz. A expressão aparece no Novo Testamento, principalmente no Evangelho de hoje, onde João Batista diz de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).

Os hebreus tinham o costume de matar um cordeiro em sacrifício a Deus, para remissão dos pecados. O sacrifício de animais era freqüente entre vários grupos étnicos, em várias partes do mundo. Na Bíblia é referido, por exemplo, o caso de Abraão que, para provar a sua fé em Deus teria de sacrificar o seu único filho, imolando-o e queimando-o numa pira de lenha, como era costume para os sacrifícios de animais – o relato bíblico refere, contudo, que Deus não permitiu tal execução. A morte de Jesus Cristo, considerado pelos cristãos como Filho unigênito de Deus, tornaria estes sacrifícios desnecessários, já que sendo considerado perfeito, não tendo pecado e tendo nascido de uma virgem por graça do Espírito Santo, semelhante a Adão antes do pecado original, seria o sacrifício supremo, interpretado como o maior ato de amor de Deus para a humanidade.

João Batista tem uma atuação fundamental no projeto de Deus realizado em Jesus. O batismo de João tinha características originais e sua proclamação foi tão marcante que o tornou conhecido como “o Batista”. Enquanto as abluções de purificação com água, tradicionais entre os judeus, eram repetidas com freqüência, o mergulho nas águas do batismo, com João, era feito uma única vez e tinha o sentido de sinalizar uma mudança de vida para um compromisso perene com a prática da justiça que fortalece a vida.

Jesus assume a proclamação de João dando-lhe um novo sentido de atualidade e eternidade, identificando-a com o projeto de Deus de conferir vida plena e eterna à humanidade. O Espírito sobre Jesus é a confirmação de sua divindade e da divinização de toda a humanidade n’Ele assumida em todos seus valores e em toda sua dignidade. A presença de Jesus, Filho de Deus, entre nós renova a nossa vida e nos impele ao empenho na construção do mundo novo possível de justiça e paz.

Interpelado estou eu e estás tu também a sermos o dedo em nossos dia que aponte para Jesus e diga. Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: João 1,19-28 - 02.01.2020

Liturgia Diária

DIA 2 – QUINTA-FEIRA 
SANTOS BASÍLIO E GREGÓRIO

BISPOS E DOUTORES

(branco, pref. do Natal ou dos pastores, pág. 7 – ofício da memória)

Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor; chamarei um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez 34,11.23s).

Nesta celebração, elevemos nosso louvor ao Pai pela vida dos santos Basílio Magno e Gregório Nazianzeno, que, vivendo na Turquia, no século 4º, confessaram e testemunharam a Cristo e contemplaram a salvação de Deus. Unidos pela amizade fraterna, devotaram-se às grandes causas da Igreja, sendo defensores da fé sem descuidar dos mais pobres.

Evangelho: João 1,19-28

Aleluia, aleluia, aleluia.

Depois de ter falado, no passado, / aos nossos pais, pelos profetas, muitas vezes, / em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1s). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – 19Este foi o testemunho de João quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: “Quem és tu?” 20João confessou e não negou. Confessou: “Eu não sou o Messias”. 21Eles perguntaram: “Quem és, então? És tu Elias?” João respondeu: “Não sou”. Eles perguntaram: “És o profeta?” Ele respondeu: “Não”. 22Perguntaram então: “Quem és, afinal? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?” 23João declarou: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’ – conforme disse o profeta Isaías”. 24Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus 25e perguntaram: “Por que então andas batizando se não és o Messias, nem Elias, nem o profeta?” 26João respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis 27e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”. 28Isso aconteceu em Betânia além do Jordão, onde João estava batizando. – Palavra da salvação.

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Reflexão - Evangelho: João 1,19-28
«Mas entre vós está alguém (…) aquele que vem depois de mim»

Mons. Romà CASANOVA i Casanova Bispo de Vic
(Barcelona, Espanha)

Hoje, no Evangelho da liturgia eucarística, lemos o testemunho de João Batista. O texto que precede estas palavras do Evangelho segundo São João é o prólogo em que se afirma com clareza: «E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós» (Jo 1,14). Aquilo que no prólogo —a modo de grande abertura— se anuncia, manifesta-se agora, passo a passo, no Evangelho. O mistério do Verbo encarnado é o mistério da salvação para a humanidade: «A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo» (Jo 1,17). A salvação chega-nos por meio de Jesus Cristo e, a fé é a resposta à manifestação de Cristo.

O mistério da salvação em Cristo está sempre acompanhado pelo testemunho. O próprio Jesus Cristo é o «Amém, a testemunha fiel e verdadeira» (Ap 3,14). João Batista é quem dele dá testemunho, com a sua missão e visão de profeta: «entre vós está alguém que vós não conheceis (…) aquele que vem depois de mim» (Jo 1,26-27).

E os Apóstolos entendem a sua missão: «Deus ressuscitou este mesmo Jesus, e disso todos nós somos testemunhas» (At 2,32). A Igreja, toda ela, e, portanto todos os seus membros têm a missão de serem testemunhas. O testemunho que trazemos ao mundo tem um nome. O Evangelho é o próprio Jesus Cristo. Ele é a “Boa Nova”. E a proclamação do Evangelho por todo o mundo deve ser igualmente entendida como clave do testemunho que une inseparavelmente o anúncio e a vida. É conveniente recordar aquelas palavras do Papa Paulo VI. «O homem contemporâneo escuta melhor quem dá testemunho do que quem ensina (…) ou, se escutam os que ensinam, é porque disso dão testemunho».

«Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor!»

Rev. D. Joan COSTA i Bou
(Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho propõe à nossa contemplação a figura de João Batista. «Quem és tu?», perguntam-lhe os sacerdotes e os levitas. A resposta de João manifesta claramente a consciência de cumprir uma missão: preparar a vinda do Messias. João responde aos emissários: «Eu sou a voz de quem grita no deserto: Endireitai o caminho para o Senhor» (Jo 1,23). Ser a voz de Cristo, o seu altifalante, aquele que anuncia o Salvador do mundo e prepara a Sua vinda: esta é a missão de João e, tal como dele, de todas as pessoas que se sabem e sentem depositárias do tesouro da fé.

Toda a missão divina tem por fundamento uma vocação, também divina, que garante a sua realização. Tenho a certeza de uma coisa, dizia São Paulo aos cristãos de Filipos: «Aquele que começou em vós tão boa obra há-de levá-la a bom termo, até o dia do Cristo Jesus.» (Flp 1,6). Todos, chamados por Cristo à santidade, temos de ser a Sua voz no meio do mundo. Um mundo que, muitas vezes, vive de costas para Deus e que não ama o Senhor. É preciso que O tornemos presente e O anunciemos com o testemunho da nossa vida e da nossa palavra. Não o fazer, seria atraiçoar a nossa vocação mais profunda e a nossa missão. «Pela sua própria natureza, a vocação cristã é também vocação para o apostolado.», comenta o Concílio Vaticano II.

A grandeza da nossa vocação e da missão que Deus nos destinou não provém dos nossos méritos, mas daquele a Quem servimos. Assim o exprimiu João Batista: «Não sou digno de desatar as correias da sandália» (Jo 1,27). Como Deus confia nas pessoas!

Agradeçamos de todo o coração a chamada a participar da vida divina e a missão de ser, para o nosso mundo, além da voz de Cristo, também as Suas mãos, o Seu coração e o Seu olhar e renovemos, agora, o nosso desejo sincero de sermos fiéis.

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A VOZ QUE GRITA NO DESERTO Jo 1,19-28
HOMILIA

Aqui temos um verdadeiro interrogatório, feito a uma pessoa que não queria responder. Naquele tempo a espera do Messias, pelos judeus, era angustiante. Era premente a sua chegada para salvá-los, definitivamente, da opressão romana, uma das piores que lhes havia ocorrido.

Os judeus sofriam mais com o jugo romano, do que na escravidão do Egito, principalmente porque os romanos interferiam muito na estrutura interna da sociedade judaica. Por isso muitos, vendo como João Batista se apresentava, pensavam ser ele o Messias tão esperado. João era destemido, impetuoso, sagaz, quase mal-educado, parecia um trovão. Configurava aquele desejo dos judeus. Eles esperavam isto mesmo: um homem de fé, forte, que não se intimidasse diante daquele poder dominante, que praguejasse contra eles desmascarando seus atos vergonhosos, fazendo-os cientes de seus erros. Ficaram impressionados com João e foram lhe fazer perguntas.

Naquela época, o batismo era comum entre os judeus e na maioria das religiões. Faziam-no com a imersão da pessoa na água, mergulhando-a e retirando-a em seguida. Isto porque o batismo significava purificação. Portanto, João Batista fazia conforme o costume.

Os fariseus, de modo geral e no conceito da sociedade da época, eram pessoas dignas, influentes, cumpridoras da Lei. Representados por seus anciãos, tinham assento no Sinédrio. O mesmo se pode dizer dos doutores da Lei, dos escribas, que observavam fielmente a Lei Mosaica. Como no meio do trigo sempre existe o joio, Jesus criticava aqueles fariseus que não faziam o que exigiam do povo, ou pelo que faziam por vaidade, buscando reconhecimento.

Portanto, os fariseus que enviaram aquelas pessoas a João estavam bem-intencionados. Não tramavam contra ele, não lhe preparavam uma armadilha, desejavam mesmo era saber o sentido daquele batismo. Queriam saber se ali estava surgindo o Messias, anseio que há muito acalentavam. Este foi o motivo das perguntas que fizeram a João. Assim poderiam se organizar, pois tinham poder de articulação inclusive no Templo. Quiseram escutar de João quem realmente era ele. E João foi lacônico nas três primeiras respostas: “Não sou o Cristo”, “Não o sou (Elias)”, “Não (o profeta)”. Até que explode numa interessante resposta à quarta pergunta: “Quem és, para darmos uma resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?” E João diz: “Sou a voz que clama no deserto…”.

Ora, eles esperavam o Messias, imbuídos de esperança, e João sabia disso. Por que, então, ele bradava no deserto? Não se grita no deserto. Mas o deserto do qual falava era o vazio que haveria de ser preenchido com a presença do Messias. Aquela voz que grita no deserto, brada na esperança de Deus, do Messias. Muitas vezes esta passagem é interpretada como uma voz que clama em vão, mas não é. João não gritava em vão. Gritava no vazio daquela espera, sabendo que o Messias já estava ali. Não foi por acaso que estava no rio Jordão. Ele sabia que aquele era o momento certo, que chegava a hora do Cristo: “Aquele (…) do qual não sou digno de desatar a correia da sandália“.

É preciso esclarecer o significado deste ato de desatar a sandália. “E por que, então, batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?” Esse “por quê?” faz com que as pessoas reajam, pensem. E João novamente dá uma linda resposta: “Eu batizo com água. No meio de vós está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim, do qual não sou digno de desatar a correia da sandália.”

Era costume entre os judeus, quando o rapaz não desejasse o casamento com a moça que lhe fora prometida, abrir mão do direito de desposá-la em favor de um irmão que dela gostasse, ou de um descendente direto da família que ele achasse importante. O gesto, considerado bonito, era realizado diante de toda a família, em público. O noivo prometido desatava a correia da sandália do pretendente, a quem entregava aquela que seria a sua noiva. Era um ato excepcional e admirado pelos judeus.

Qual era, então, o grande noivo esperado, prometido? João sabia que era Jesus. Por isso falou que não era digno de desatar a correia de Sua sandália. Quer dizer: não sou digno de passar para esse Homem a honra de esposar a glória de Deus na terra. É isto que João queria falar.

Então, em razão do “por quê?”, João desata este lindo discurso: “Sou a voz que clama no deserto…”. Está no meio de vocês o legítimo noivo, papel que não sou digno de assumir e para quem tenho de passar. Eu não sou o Messias nem o Elias e nem o profeta. Eu não sou nada. Tenho, neste momento, aquilo que é a minha obrigação: passar a Ele, que está no meio de vocês e que ainda não O conhecem. Não tiveram a honra de desposar essa Boa-Nova, que é o Evangelho, a Nova Aliança de Deus com os homens.

Este é o ponto alto deste Evangelho: João Batista passa a Jesus o comando da Boa-Nova.

Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 2,16-21 - 01.01.2020

Liturgia Diária

DIA 1º – QUARTA-FEIRA 
SANTA MARIA, MÃE DE DEUS

(branco, glória, creio, prefácio de Maria I – ofício da solenidade)

Salve, ó santa mãe de Deus, vós destes à luz o rei que governa o céu e a terra pelos séculos eternos (Sedúlio).

Acolhidos com amor pela mãe de Deus nesta primeira celebração do novo ano civil, peçamos a ela que interceda por nós, para que as bênçãos do Senhor nos acompanhem durante todo este tempo. Com Maria glorifiquemos a Jesus e aprendamos a deter o ciclo da violência e da intolerância, a fim de construirmos uma sociedade justa, pacífica e solidária.

Evangelho: Lucas 2,16-21

Aleluia, aleluia, aleluia.

De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos profetas; / nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho (Hb 1,1s). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 16os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 2,16-21
«Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura»

Rev. D. Manel VALLS i Serra
(Barcelona, Espanha)

Hoje, a Igreja contempla agradecida a maternidade da Mãe de Deus, modelo de sua própria maternidade para com todos nós. Lucas nos apresenta o “encontro” dos pastores “com o Menino”, o qual está acompanhado de Maria, sua Mãe, e de José. A discreta presença de José sugere a importante missão de ser custódio do grande mistério do Filho de Deus. Todos juntos, pastores, Maria e José, «Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura» (Lc 2,16) é como uma imagem preciosa da Igreja em adoração.

“A Manjedoura”: Jesus já está na manjedoura, numa noite alusiva à Eucaristia. Foi Maria quem o colocou lá! Lucas fala de um “encontro”, de um encontro dos pastores com Jesus. Em efeito, sem a experiência de um “encontro” pessoal com o Senhor, a fé não acontece. Somente este “encontro”, o qual se entende um “ver com os próprios olhos”, e em certa maneira um “tocar”, faz com que os pastores sejam capazes de chegar a ser testemunhas da Boa Nova, verdadeiros evangelizadores que podem dar a conhecer o que lhes haviam dito sobre aquela Criança. «Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino» (Lc 2,17).

Aqui vemos o primeiro fruto do “encontro” com Cristo: «Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores» (Lc 2,18). Devemos pedir a graça de saber suscitar este “maravilhamento”, esta admiração naqueles a quem anunciamos o Evangelho.

Ainda há um segundo fruto deste encontro: «Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito» (Lc 2,20). A adoração do Menino lhes enche o coração de entusiasmo por comunicar o que viram e ouviram, e a comunicação do que viram e ouviram os conduz até a pregaria de louvor e de ação de graças, à glorificação do Senhor.

Maria, mestra de contemplação —«Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração» (Lc 2,19)— nos dá Jesus, cujo nome significa “Deus salva”. Seu nome é também nossa Paz. Acolhamos coração este sagrado e doce Nome e tenhamo-lo frequentemente nos nossos lábios!

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MARIA, MÃE DE DEUS E NOSSA MÃE Lc 2, 16-21
HOMILIA

O ano litúrgico antecipa-se ao ano civil, iniciando-se com o tempo do Advento que prepara o Natal. Na oitava do Natal, em 1º de janeiro, a Igreja faz a comemoração de Maria, “Mãe de Deus”. Este título de Maria, atribuído pelo Concílio de Éfeso (431), realça a íntima união entre a divindade e a humanidade, revelada na encarnação de Jesus. A maternidade divina de Maria vem, de certo modo, preencher a carência do feminino na imagem tradicional de Deus, particularmente no Primeiro Testamento. Nas devoções a Maria, os fiéis buscam a face materna de Deus.

Nos evangelho Maria ocupa um papel mais discreto na Bíblia se comparado com a tradição católica. Os dados estritamente biográficos derivados dos Evangelhos dizem-nos que era uma jovem donzela virgem, quando concebeu Jesus, o Filho de Deus. Era uma mulher verdadeiramente devota e corajosa. O Evangelho de João menciona que antes de Jesus morrer, Maria foi confiada aos cuidados do apóstolo João e a Igreja Católica viu aí que nele estava representada toda a humanidade, filha da Nova Eva.

«A virgem engravidará e dará à luz um filho… Mas José não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus. » (Mateus 1,23-25), “Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. … será chamado Filho do Altíssimo.” Maria pergunta ao anjo Gabriel: “Como acontecerá isso, se não conheço homem?” O anjo respondeu: «O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado santo, Filho de Deus.» (Lucas 1,26-35).

As passagens onde Maria aparece no Novo Testamento são:

O aparecimento do arcanjo Gabriel, e anúncio de que seria ela a mãe do Filho de Deus, o prometido Messias. (Lucas 1,26-56 a Lucas 2:1-52; compare com Mateus 1:2).

A visitação à sua prima Santa Isabel e o Magnificat (Lc 1,39-56).

O nascimento do Filho de Deus em Belém, a adoração dos pastores e dos reis magos (Lc 2,1-20).

A Sua purificação e a apresentação do Menino Jesus no templo (Lc 2,22-38).

À procura do Menino-Deus no templo debatendo com os doutores da lei (Lc 2,41-50).

Meditando sobre todos estes fatos (Lc 2,51).

Nas bodas de Casamento em Caná, da Galiléia. (João 2:1-11)

À procura de Cristo enquanto este pregava e o elogio que Lhe faz (Lc 8,19-21) e (Mc 3, 33-35).

Ao pé da Cruz quando Jesus aponta a Maria como mãe do discípulo e a este como seu filho (Jô 19,26-27).

Depois da Ascensão de Cristo aos céus, Maria era uma das mulheres que estavam reunidas com restantes discípulos no derramamento do Espírito Santo no Pentecostes e fundação da Igreja Cristã. (Atos 1,14; Atos 21-4)

Lucas é o evangelista da misericórdia e dos pobres. Em sua narrativa, são os humildes pastores que, movidos pela esperança da libertação e do resgate de sua dignidade, vão ao encontro do recém-nascido. Maria acolhe o novo que se manifesta e, em oração, medita sobre seu significado. Em Jesus, que recebeu um nome comum em sua época, revela-se o projeto de Deus de nos conceder a salvação por meio da humildade e da comum condição da encarnação.

Convido-te a dar o primeiro passo no novo ano de mãos dadas com Santa Maria, a Mãe de Deus e nossa Mãe Ela nos dá segurança, porque traz em seus braços o Príncipe da Paz. Sem o acolhimento de nosso Salvador; o mundo celebra inutilmente o dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal. Os homens têm provado, ao longo dos séculos, que são impotentes para construir a verdadeira Paz por si própria. Continuam poderosos apenas para multiplicar a violência e provocar mortes. Por isso, hoje é um dia de súplica universal pela Paz e pela Fraternidade, que somente Jesus pode fazer-nos construir. E nós suplicamos confiantes, porque ora connosco e por nós a Mãe de Deus, Aquela que deu ao mundo a nossa Paz! Jesus Cristo o Príncipe da Paz! Maria Rainha da Paz, daí-nos a Paz!

Fonte https://homilia.cancaonova.com


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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: João 1,1-18 - 31.12.2019

Liturgia Diária

Dia 31 – TERÇA-FEIRA 
OITAVA DO NATAL*

(branco, glória – ofício próprio)

Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado “mensageiro do conselho de Deus” (Is 9,6).

Acompanhados pela graça e pela verdade de Deus, chegamos ao fim de mais um ano. Ao Senhor dirijamos nosso cântico de louvor e agradecimento, pedindo sua unção para vivermos bem o ano vindouro.

Evangelho: João 1,1-18

Aleluia, aleluia, aleluia.

A Palavra se fez carne, entre nós ela habitou; / e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12). – R.

Início do evangelho de Jesus Cristo segundo João – 1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela –, mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim’”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus ninguém jamais viu. Mas o unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: João 1,1-18
«E a Palavra se fez carne»

Rev. D. David COMPTE i Verdaguer
(Manlleu, Barcelona, Espanha)

Hoje é o último dia do ano. Frequentemente, uma mistura de sentimentos —incluso contraditórios— sussurram nos nossos corações nesta data. É como se uma amostra dos diferentes momentos vividos, e dos que gostaríamos de ter vivido, se tornassem presentes na nossa memória. O Evangelho de hoje pode ajudar-nos a decantá-los para podermos começar o novo ano com um empurrão.

«A palavra era Deus (…). Tudo foi feito por meio dela» (Jo 1,1.3). No momento de fazer o balanço do ano, devemos ter presente que cada dia vivido é um dom recebido. Por isso, seja qual for o aproveitamento realizado, hoje devemos agradecer cada minuto do ano.

Mas o dom da vida não é completo. Estamos necessitados. Por isso o Evangelho de hoje aporta-nos uma palavra-chave: “acolher”. «E a Palavra se fez carne» (Jo 1,14). Acolher o próprio Deus! Deus, feito homem, fica ao nosso alcance. “Acolher” significa abrir-lhe as nossas portas, deixar que entre nas nossas vidas, nos nossos projetos, nos atos que enchem as nossas jornadas. Até que ponto acolhemos a Deus e lhe permitimos que entre em nós?

«Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina» (Jo 1,9). Acolher a Jesus quer dizer deixar-se guiar por Ele. Deixar que os seus critérios dêem luz tanto aos nossos pensamentos mais íntimos como á nossa atuação social e de trabalho. Que as nossas ações se relacionem com as suas!

«A vida era a luz» (Jo 1,4). Mas a fé é algo mais que uns critérios. É a nossa vida enxertada na Vida. Não é apenas esforço —que também—. É, sobretudo, dom e graça. Vida recebida no seio da Igreja, sobretudo mediante os sacramentos. Que lugar têm eles na minha vida cristã?

«A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1,12). Todo um projeto apaixonante para o ano que vamos estrear!

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors


O VERBO DIVINO SE FEZ HOMEM Jo 1,1-18
HOMILIA

Ressoou, nesta noite, o antigo e sempre novo anúncio do Natal do Senhor. Ressoou para quem está alerta, como os pastores de Belém há mais de dois mil anos; também ressoa para quem aderiu ao apelo do Advento e, permanecendo atento, está pronto a acolher a mensagem feliz que canta a liturgia: “Hoje nasceu o nosso Salvador”.

Nesta noite, o tempo abre-se ao eterno, pois vós, ó Cristo, nascestes entre nós vindo do Alto. Do seio de uma Mulher, de todas a mais bendita, vós viestes à luz, Filho do Altíssimo. A vossa Santidade purificou, de uma vez por todas, o nosso tempo: os dias, os séculos, os milênios. Com o vosso nascimento, fizestes do tempo um “hoje” de salvação.

Celebramos, nesta noite, o mistério de Belém, o mistério de uma noite singular que está, de certa forma, no tempo e para além do tempo. Do seio da Virgem nasceu um Menino, uma manjedoura serviu de berço para a Vida imortal.

Natal é a festa da vida, porque Jesus, vindo à luz como cada um de nós, abençoou a hora do nascimento. Uma hora que, simbolicamente, representa o mistério da existência humana, unindo a aflição à esperança, a dor à alegria. Tudo isto aconteceu em Belém: uma Virgem-Mãe deu à luz; “veio ao mundo um homem” (Jo 16,21), o Filho de Deus, o Filho do Homem. Mistério de Belém!

O Verbo chora numa manjedoura. Chama-se Jesus, que significa “Deus salva”, porque Ele “salvará o povo dos seus pecados” (Mt 1,21).

Não é em um palácio que nasce o Redentor, que vem instaurar o Reino eterno e universal. Ele nasce em um estábulo e, permanecendo entre nós, acende no mundo o fogo do amor de Deus (cf. Lc 12,49). Este fogo nunca mais se apagará.

Que possa este fogo arder nos corações como chama de caridade ativa, que dê acolhimento e apoio a tantos irmãos provados pela necessidade e pelo sofrimento!

Senhor Jesus, que contemplamos na pobreza de Belém, faça-nos testemunhas de sua Verdade e de seu amor que O levou a despojar-se da glória divina, a fim de nascer entre os homens e morrer por nós.

Faça, Senhor, que a luz desta noite, mais brilhante que o dia, difunda-se no futuro e oriente nossos passos no caminho da paz, que só se encontra na Verdade.

O que diremos sobre a encarnação do Verbo Divino? A encarnação é o supremo ato de amor de Deus, que assume a condição humana, transformando-a pelo dom do amor pleno. Em Jesus não é assumida apenas a sua corporeidade individual, mas a condição corpórea de toda a humanidade, integrada em todos os valores de dignidade, justiça e verdade, que, no amor, são revestidos de eternidade. “Deus é amor, e aquele que permanece no amor, permanece em Deus, e Deus, nele” (1Jo 4,16).

A encarnação do Filho de Deus é a revelação da presença real, amorosa e terna, vivificante e eterna do Pai entre homens e mulheres, pequenos e humildes.

O prólogo do Evangelho de João apresenta a origem divina de Jesus, como a Palavra eterna que procede de Deus, faz-se carne, morando entre nós, e, por graça, torna-nos  seus filhos eternos. Renascidos no Batismo, como Ele, reinaremos eternamente.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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