segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 10,28-31 - 01.03.2022

Liturgia Diária


1º – TERÇA-FEIRA  

8ª SEMANA COMUM


(verde – ofício do dia da 4ª semana do saltério)



O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).


Manifesta-se diante de nós, que seguimos Jesus, a grandiosa obra divina de salvação. Deixemo-nos embalar pela sugestão do salmista: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios”.


Evangelho: Marcos 10,28-31


Aleluia, aleluia, aleluia.


Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, / pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, / escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 28começou Pedro a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. 29Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições -, e, no mundo futuro, a vida eterna. 31Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 10,28-31

«Todo aquele que deixa casa, por causa de mim e do Evangelho, recebe cem vezes mais agora, durante esta vida ,e, no mundo futuro, vida eterna»


Rev. D. Jordi SOTORRA i Garriga

(Sabadell, Barcelona, Espanha)

Hoje, como aquele amo que ia todas as manhãs à praça procurar trabalhadores para a sua vinha, o Senhor procura discípulos, seguidores, amigos. A sua chamada é universal. É uma oferta fascinante! O Senhor dá-nos confiança. Mas põe uma condição para ser seus discípulos, condição essa que nos pode desanimar: temos que deixar «casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do evangelho» (Mc 10,29).


Não há contrapartida? Não haverá recompensa? Isto aporta algum benefício? Pedro, em nome dos Apóstolos, recorda ao Maestro: «Nós deixamos tudo e te seguimos» (Mc 10,28), como querendo dizer: que ganharemos com tudo isto?


A promessa do Senhor é generosa: «recebe cem vezes mais agora, durante esta vida (…); e, no mundo futuro, vida eterna» (Mc 10,30). Ele não se deixa ganhar em generosidade. Mas acrescenta: «com perseguições». Jesus é realista e não quer enganar. Ser seu discípulo, se o formos de verdade, nos trarão dificuldades, problemas. Mas Jesus considera as perseguições e as dificuldades como um prêmio, pois nos fazem crescer, se as soubermos aceitar e vive-las como uma ocasião para ganhar maturidade e responsabilidade. Tudo aquilo que é motivo de sacrifício assemelha-nos a Jesus Cristo que nos salva pela sua morte em Cruz.


Estamos sempre a tempo para revisar a nossa vida e aproximar-nos mais de Jesus Cristo. Estes tempos, todo o tempo permitem-nos —através da oração e dos sacramentos— averiguar se entre os discípulos que Ele procura estamos nós, e veremos também qual deve ser a nossa resposta a esta chamada. Ao lado de respostas radicais (como a dos Apóstolos) há outras. Para muitos, «deixar casa, irmãos, irmãs, mãe…» significará deixar tudo aquilo que nos impeça de viver em profundidade a amizade de Jesus Cristo e, como consequência, ser-lhe seus testemunhos perante o mundo. E isso é urgente, não achas?


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«‘Bem, eu vos garanto que não há ninguém...’. Isso não significa que abandonemos aos nossos pais, deixando-os sem ajuda, ou que nos separemos das nossas esposas, mas antes que prefiramos a honra de Deus a tudo o que é perecível» (Santa Beda, o Venerável)


«Não há dúvida de que as formas concretas de seguir a Cristo estão graduadas por Ele proprio segundo as condições, as possibilidades, as missões, os carismas das pessoas e dos grupos» (São João Paulo II)


«Porque são membros do Corpo cuja cabeça é Cristo (cf. Ef 1,22), os cristãos contribuem, pela constância das suas convicções e dos seus costumes, para a edificação da Igreja. A Igreja cresce, aumenta e desenvolve-se pela santidade dos seus fiéis, ‘até ao estado do homem perfeito, à medida da estatura de Cristo na sua plenitude’ (Ef 4, 13)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.045)

Fonte https://evangeli.net/


Quem tiver deixado a tudo, por causa de Jesus, receberá cem vezes mais

HOMILIA


Retire-se para encher da graça e, cem vezes mais, Deus te dará a graça para cuidar daquilo que é o seu dever

“Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de Mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida” (Marcos 10, 29-30).


Talvez tenhamos ouvido esse Evangelho sempre no tom da radicalidade, de quem deixa tudo por causa de Jesus e do Seu Evangelho. Quem deixa sua vida para seguir uma vida consagrada, uma vida toda entregue a Deus, e segue a Ele, é óbvio que será muito mais livre e disponível.


Como louvo a Deus pela minha vocação, escolha; por ter deixado, ainda na adolescência, meus sonhos e ideais, a minha casa, a minha mãe, meus irmãos. E Deus me deu cem vezes mais: os irmãos, os filhos; a graça dos pais e das mães, de tantas pessoas que me assumiram e me adotaram. E, desse modo, cada um que vive a sua entrega a Deus, poderá experimentar essa graça.  


Mas, aqui, há uma dimensão que todos precisam viver em sua vida, a dimensão da entrega, da renúncia. Dimensão essa que precisamos aplicar até no contexto da vida familiar. Pois, só assumo integralmente aquilo que sou capaz de entregar. Você só poderá ser um bom marido, uma boa esposa; um bom pai, uma boa mãe para os seus filhos, se for capaz de entregar os seus filhos aos cuidados de Deus.


Mas, cuidado! Entenda bem essa reflexão. Pois, entregar não quer dizer que tenha de abandonar, porque a responsabilidade é sempre sua. Nenhum pai, nenhuma mãe, nenhuma pessoa ajuizada pode deixar as suas responsabilidades por nenhuma obrigação de Igreja, e jamais use isso como justificativa.  Apenas é necessário saber significar as coisas.


Ter o tempo que é de Deus e ser d’Ele neste tempo. Ter momentos em que você, mãe, após colocar seus filhos para dormirem; se dedica a ser toda de Deus; e o homem. também, todo de Deus. Porque esse tempo que você deixa para Deus, é o tempo necessário para se reabastecer, para ser cem vezes mais capaz de amar seus filhos, sua esposa (o). Para ser, cem vezes mais, capaz de dedicar-se para o outro, que é a sua primeira responsabilidade.


Mas, não nos esqueçamos de que precisamos, muitas vezes, deixar para poder assumir; deixar para nos abastecer. Precisamos nos afastar para estarmos mais próximos; precisamos da graça da dinâmica evangélica para sermos melhores naquilo que precisamos realizar.


Não é fuga. Não é abandonarmos as nossas responsabilidades, e sim assumi-la cem vezes melhor, com a graça de Deus. Tem mãe que não está dando mais conta de cuidar dos filhos; tem esposa não dando conta do casamento. Têm pessoas que não têm dado mais conta de cuidar nem dos próprios pais. Então, abasteça-se! Retire-se para encher da graça e, cem vezes mais, Deus te dará a graça para cuidar daquilo que é o seu dever, suas obrigações e responsabilidades.


Que cem vezes mais, Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. 

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

domingo, 27 de fevereiro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 10,17-27 - 28.02.2022

Liturgia Diária


28 – SEGUNDA-FEIRA  

8ª SEMANA COMUM


(verde – ofício do dia)



O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).


“Graças à fé e pelo poder de Deus”, o cristão aguarda a herança que lhe é reservada nos céus, a participação da glória do Senhor. O bom Mestre nos ajude a, cada vez mais, conhecer e praticar seus ensinamentos.


Evangelho: Marcos 10,17-27


Aleluia, aleluia, aleluia.


Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, / para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos / mediante sua pobreza (2Cor 8,9). – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” 18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!” 20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” 22Mas, quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” 24Os discípulos se admiravam com essas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” 26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 10,17-27

«Vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres;(…) vem e segue-me»


P. Joaquim PETIT Llimona, L.C.

(Barcelona, Espanha)

Hoje a liturgia apresenta-nos um evangelho, onde é difícil ficar indiferente se o encaramos com sinceridade de coração.


Ninguém pode duvidar das boas intenções daquele jovem que se aproximou diante de Jesus para fazer-lhe uma pergunta: «Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?» (Mc 10,17). Segundo o que nos expressa São Marcos, é claro que nesse coração havia uma necessidade de algo mais, pois é fácil supor que —como bom israelita— conhecia bem o que dizia a Lei ao respeito, mas no seu interior havia uma inquietação, uma necessidade de ir mais além, e por isso, interpela a Jesus.


Na nossa vida cristã temos que apreender a superar essa visão que reduz a fé a uma questão de mero cumprimento. Nossa fé é mais que isso. É uma adesão a Alguém, que é Deus. Quando pomos o coração em algo, pomos também a vida, e no caso da fé, superamos o conformismo que hoje parece sufocar a existência de tantos crentes. Quem ama não se conforma com dar qualquer coisa. Quem ama busca uma relação pessoal, próxima, leva em conta os detalhes e sabe descobrir em tudo uma ocasião para crescer no amor. Quem ama se entrega.


Em realidade, a resposta de Jesus à pergunta do jovem é uma porta aberta a essa entrega total por amor: «Vende tudo o que tens, dá-lhe tudo aos pobres (…); depois, vem e segue-me» (Mc 10,21). Não é um deixar porque sim, esse deixar é um dar-se, e é um dar-se que é expressão genuína do amor. Abramos, pois, o nosso coração a esse amor-doação. Vivamos a nossa relação com Deus nessa chave. Orar, servir, trabalhar, superar-se... Todos são caminhos de entrega e, por tanto, caminhos de amor. Que o Senhor encontre em nós, não só um coração sincero, também um coração generoso e aberto às exigências do amor. Porque —em palavras de João Paulo II— «O amor que vem de Deus, amor terno e esponsal, é fonte de exigências profundas e radicais»


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Se estivesse sozinha, pouquíssima coisa poderia fazer, ou melhor, não poderia fazer absolutamente nada. O que me consola é que ao Vosso lado posso ser de alguma utilidade; de facto, o zero, por si só, não tem valor, mas colocado juntamente com a unidade, torna-se poderoso, desde que, claro, seja colocado no seu devido lugar» (Santa Teresa de Lisieux)


«As riquezas terrestres ocupam e preocupam a mente e o coração. Jesus não diz que elas são más, mas que se afastam de Deus se, por assim dizer, não forem usadas para ajudar os pobres» (Benedito XVI)


«(...) Seguir Jesus implica cumprir os mandamentos. A Lei não é abolida: mas o homem é convidado a reencontrá-la na Pessoa do seu Mestre, em Quem ela encontra o seu perfeito cumprimento. Nos três evangelhos sinópticos, o apelo de Jesus ao jovem rico, para O seguir na obediência de discípulo e na observância dos preceitos, está associado ao apelo à pobreza e à castidade (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº2.053)

Fonte https://evangeli.net/


A vida eterna é viver na presença de Deus

HOMILIA


Precisamos orientar a nossa própria imaginação ou a nossa própria sabedoria humana que a vida eterna não é a vida que vem depois da morte

“Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (Marcos 10,17).


 

A pergunta que fizeram para Jesus neste Evangelho, deve ser, também, a pergunta a trilhar a nossa vida, o nosso coração e a nossa existência. É preciso apenas entender e orientar a nossa própria imaginação ou a nossa própria sabedoria humana que a vida eterna não é a vida que vem depois da morte. A vida eterna quer dizer a vida plena, é a vida em Deus.


Os homens estão buscando, cada vez mais, fórmulas para tentar criar uma vida mais duradoura e se puderem gastarão o que for possível para que a vida aqui na Terra torne-se eterna. É um engano e uma ilusão, pois a vida eterna já está no meio de nós. E como ganhar essa vida? Talvez pelas fórmulas de saúde, de cuidados do corpo, e todos esses cuidados são necessários, mas a vida eterna que Jesus nos trouxe é plenificada na presença de Deus. A vida eterna é, justamente, viver na presença de Deus.


O que devemos fazer para viver na presença de Deus? Guardar os Seus mandamentos, vivê-los, colocar em prática a condição mínima para ter a vida em Deus, amá-Lo sobre todas as coisas, respeitar o Seu nome, amar o nosso próximo, amar a nós mesmos, levar uma vida segundo os mandamentos do Senhor.


Podemos responder como esse homem do Evangelho: “Isso eu faço. Eu busco. Eu dou o melhor de mim”. Que bom que já fazemos, mas se não fazemos ou se relaxamos em relação aos mandamentos do Senhor, retomemos e tomemos consciência de que, sem respeitar os mandamentos do Senhor, não existe vida para nós e nem para o outro. Basta ver que, no mundo no qual vivemos, o que menos se respeita são os mandamentos de Deus.


Os homens estão matando uns aos outros, estão roubando, assassinando, cometendo crimes e atrocidades em grau maior e menor, então, os mandamentos são a primeira necessidade que temos para que a vida seja mais plena, saudável e digna de ser vivida.


Se queremos avançar na vivência da nossa intimidade com Deus, precisamos desgarrar, ter um coração livre e não sermos presos aos bens desse mundo. A radicalidade de Jesus ao dizer: “Vai, vende os seus bens”, é para dizer que vida não consiste em acumular bens, tesouros, sendo que, tudo isso vai passar e nos será tirado. Mas se fizermos o bem ao pobre, ao necessitado e aos irmãos, esse bem ninguém pode nos tirar.


Se perguntarmos para alguém que tem vida feliz, que tem vida plena, podemos ter a certeza de que, o que faz bem para a nossa vida é fazer o bem para o outro, é cuidar do outro, nisso consiste a vida em Deus.


Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

sábado, 26 de fevereiro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 6,39-45 - 27.02.2022

Liturgia Diária


27 – DOMINGO  

8º DO TEMPO COMUM


(verde, glória, creio – 4ª semana do saltério)



O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).


Na Eucaristia, memorial da vitória da vida sobre a morte, reconhecemos em Cristo nosso Mestre e a árvore boa que produz frutos saborosos de salvação. O Senhor nos reúne em assembleia e nos quer empenhados em colaborar na sua obra. Aprendamos a ver com seus olhos nossas fragilidades e a externar as coisas boas do nosso coração.


Evangelho: Lucas 6,39-45


Aleluia, aleluia, aleluia.


Como astros no mundo vós resplandeceis, / mensagem de vida ao mundo anunciando; / da vida a Palavra, com fé, proclamais, / quais astros luzentes no mundo brilhais! (Fl 2,15s) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 39Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. 41Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão e não percebes a trave que há no teu próprio olho? 42Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. 43Não existe árvore boa que dê frutos ruins nem árvore ruim que dê frutos bons. 44Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros nem uvas de plantas espinhosas. 45O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 6,39-45

«Quem é bom tira coisas boas do tesouro do seu coração, que é bom»


Dr. Johannes VILAR

(Köln, Alemanha)

Hoje há uma sede de Deus, há um frenesi para encontrar sentido na própria existência e ações. O boom do interesse esotérico prova isso, mas as teorias de autorredenção não servem. Através do profeta Jeremias, Deus lamenta que o seu povo tenha cometido dois males: abandonou-O, fonte de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rachadas, que não retêm água (cf. Jr 2,13).


Há quem vagueia no meio de pseudofilosofias e pseudo religiões — cegos guiando cegos (cf. Lc 6,39) — até que, desanimados, como Santo Agostinho, com o próprio esforço e a graça de Deus, convertem, porque descobrem a coerência e a transcendência da fé revelada. Nas palavras de São Jose maria Escriva, «As pessoas têm uma visão plana, colada ao chão, de duas dimensões. —Quando você vive uma vida sobrenatural, obterá de Deus a terceira dimensão: altura e, com ela, relevo, peso e volume».


Bento XVI iluminou muitos aspectos da fé com textos científicos e textos pastorais cheios de sugestões, como a trilogia "Jesus de Nazaré". Tenho observado quantos não católicos se orientam pelos seus ensinamentos (e os de São João Paulo II). Isso não é acidental, pois não há árvore boa que dê maus frutos, não há árvore má que dê bons frutos (cf. Lc 6,43).


Grandes passos poderiam ser dados no ecumenismo, se houvesse mais boa vontade e mais amor à Verdade (muitos não se convertem por preconceito e vínculos sociais, que não deveriam ser nenhum freio, mas são). Em todo o caso, agradeçamos a Deus por estes dons (São João Paulo II não hesitou em afirmar que o Concílio Vaticano II é o grande dom de Deus à Igreja do século XX); e rezemos pela Unidade, a grande intenção de Jesus Cristo, pela qual Ele mesmo rezou na sua Última Ceia.


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Parece, de facto, que o conhecimento de si próprio é o mais difícil de todos. Nem o olho que vê as coisas do exterior, se vê a si próprio, e até o nosso entendimento, sempre pronto a julgar o pecado nos outros, é lento a aperceber-se dos seus próprios defeitos» (São Basílio, o Grande)


«A vida de Cristo converte-se na nossa; recebemos uma nova forma de ser: podemos pensar como Ele, agir como Ele, ver o mundo e as coisas através dos olhos de Jesus» (Francisco)


«O exercício de todas as virtudes é animado e inspirado pela caridade. Esta é o «vínculo da perfeição» (Cl 3, 14) é a forma das virtudes: articula-as e ordena-as entre si; é a fonte e o termo da sua prática cristã. A caridade assegura e purifica a nossa capacidade humana de amar e eleva-a à perfeição sobrenatural do amor divino» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.827)


UM CEGO NÃO PODE GUIAR OUTRO CEGO Lc 6,39-42

HOMILIA


Caro irmão e irmã, muitas vezes nós nos convertemos em especialistas em corrigir as pessoas. Em apontar os seus erros como se fôssemos perfeitos?  Fazemos cara e assumimos posturas de quem gere,  da direção, do comando. Tornamos-nos santos e perfeitos diante dos erros e falhas dos outros. Nem sempre nos preocupamos em corrigir nossos próprios defeitos, e apresentamos como modelo de perfeição que deve ser seguido pelos demais. No evangelho de hoje Jesus está denunciando essa nossa pretensão inconseqüente. A pretensão de querer guiar os outros, sem estar apto para isto. Assim nos convertemos em cegos querendo guiar os outros cegos. Deixa que eu vou te guiar. Vem comigo que eu te levo até lá. Vão é cair no próximo buraco.


Outro grande defeito nosso é a grande capacidade de perceber as limitações e os pecados das outras pessoas. Reparou que nas brincadeiras entre nós constantemente estamos mostrando os defeitos dos pais, do marido, da esposa e dos filhos ou colegas? Principalmente se temos inveja de alguém.  Na rodinha da conversa durante o almoço, durante o intervalo, a tônica é apontar brincando, é claro, os defeitos e as coisas erradas que os companheiros fazem.


Porém nos esquecemos da máxima de Jesus: não faças aos outros, o que não gostarias que te fizessem a ti. Portanto, tudo o que nós desejarmos das pessoas com quem nos relacionamos deverá ser regra de vida para nós. A ser assim, somos convidados a nos ajudar mutuamente na caminhada que fazemos em busca da perfeição. A nem um de nós cabe o papel de “mestre” e de “senhor” da situação, apenas ditando preceitos e normas para que os outros cumpram. É nosso dever, em primeiro lugar, examinar como estamos vivendo e qual o testemunho que nós estamos oferecendo ao mundo para que as outras pessoas sejam guiadas por nós. Se, estamos cegos e não reconhecemos as nossas próprias falhas; se, não buscamos emendar o que está torto em nós, nunca poderemos nós, aconselhar, exortar ou admoestar alguém que também é passível de erro. A trave nos nossos olhos nos impede de enxergar as nossas fraquezas e limitações. Para tirá-la, nós precisamos pedir ao Espírito Santo que purifique os nossos pensamentos, sentimentos e as nossas atitudes. Do contrário, Jesus nos lembra, nós poderemos cair no barranco e levar muita gente conosco. Porque não fazemos isso, é que muitos se decepcionam conosco e têm a sua fé enfraquecida se afastando do convívio da comunidade e culpando a Deus pelas nossas incoerências. A começar em mim, eis a regra de ouro!


Você é responsável na condução de alguém? Como pessoa comprometida você tem conseguido ser um exemplo a ser seguido? Ou você é daqueles que dizem “façam o que digo e não faça o que eu faço”?


Pai, concede-me suficiente autocrítica que me predisponha a corrigir meu semelhante, sem incorrer na malícia dos hipócritas.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 10,13-16 - 26.02.2022

Liturgia Diária


26 – SÁBADO  

7ª SEMANA COMUM


(verde – ofício do dia)



Confiei, Senhor, na vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).


A oração, feita com fé e reta intenção, põe-nos em sintonia com a vontade de Deus e muito contribui para mudar o mundo. Aprendamos a valorizar os momentos de oração pessoal e comunitária, os quais nos levam a Jesus.


Evangelho: Marcos 10,13-16


Aleluia, aleluia, aleluia.


Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, / pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, / escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 13traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. 14Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. 15Em verdade vos digo, quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele”. 16Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 10,13-16

«Deixai as crianças virem a mim»


Rev. D. Josep Lluís SOCÍAS i Bruguera

(Badalona, Barcelona, Espanha)

Hoje, as crianças são notícia. Mais que nunca, as crianças têm muito que dizer, porém que a palavra "criança" significa "aquele que não fala". O vemos nos meios tecnológicos: eles são capazes de fazê-los funcionar, de usá-los e, até, ensinar aos adultos sua correta utilização. Já dizia um articulista que, «apesar de que as crianças não falam, elas pensam».


No fragmento do Evangelho de Marcos encontramos varias considerações. «Algumas pessoas traziam crianças para que Jesus as tocasse. Os discípulos, porém, as repreenderam» (Mc 10,13). Mas o Senhor, a quem no Evangelho lido nos últimos dias o vimos fazer de tudo para todos, com maior certeza se faz com as crianças. Assim, «Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: ‘Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais, porque a pessoas assim é que pertence o Reino de Deus´» (Mc 10,14).


A caridade é ordenada: começa pelo mais necessitado. Quem está, pois, mais necessitado, mais "pobre" do que uma criança? Todo mundo tem direito a aproximar-se a Jesus; e a criança é a primeira que gozara deste direito: «Deixai as crianças virem a mim» (Mc 10,14).


Mas vejamos que, ao acolher aos mais necessitados, nós somos os primeiros beneficiados. Por isto, o Mestre adverte: «Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele!» (Mc 10,15). E, correspondendo ao talante simples e aberto das crianças, Ele as «abraçava (...) e, impondo as mãos sobre elas, as abençoava» (Mc 10,16).


Temos de aprender a arte de acolher o Reino de Deus. Quem for como uma criança — como os antigos "pobres de Yaveh"— percebe com facilidade que tudo é um dom, tudo é uma graça. E, para "receber" o favor de Deus, ouvir e contemplar com "silêncio receptivo". Segundo São Inácio de Antioquia, «vale mais calar e ser, do que falar e não ser (...). Aquele que possui a palavra de Jesus pode também, em verdade, escutar o silêncio de Jesus».


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«É mais fácil zangar-se do que aguentar, é mais cómodo castigar os rebeldes do que corrigi-los, suportando-os ao mesmo tempo com firmeza e suavidade. Recomendo que imitem a caridade que usava Paulo com os neófitos» (São João Bosco)


«Desde o ventre de sua Mãe, Jesus aceita correr todos os riscos do egoísmo. Hoje também as crianças e os nascituros são ameaçados pelo egoísmo. Também hoje a nossa cultura individualista se recusa a ser fértil, refugia-se numa permissividade que a nivela até abaixo, ainda que o preço dessa não fecundidade seja o sangue inocente» (Francisco)


«Mantém-te na simplicidade, na inocência, e serás como as criancinhas que ignoram o mal, destruidor da vida dos homens» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2517)

Fonte https://evangeli.net/


A oração deve ser o motor que move a nossa relação com Deus

HOMILIA


Só a oração consegue nos manter com os pés no chão, ajudando-nos a não perdemos a sobriedade quando passamos por momento de grande êxito; e a não desanimarmos quando enfrentamos as adversidades.


”Caríssimos, se alguém dentre vós está sofrendo, recorra à oração. Se alguém está alegre, entoe hinos” (Tg 5,13).


Estamos meditando a Carta de São Tiago com todos aqueles ensinamentos maravilhosos que ele nos traz e, hoje, ele nos ensina a importância, a obrigação, o bálsamo e o remédio que é a oração para a nossa vida, a oração insistente e perseverante. Quer dizer: orarmos em todas as circunstâncias da vida e fazermos da nossa vida uma oração constante. Não rezamos só em certos momentos da vida!


Como a Palavra de Deus nos diz hoje: se alguém está sofrendo: recorra à oração, transforme a sua oração, suas lágrimas, suas dores e tudo o que você está passando em uma verdadeira prece a Deus. Uma prece de um angustiado, de um sofredor; faça do sofrimento a sua oração e o seu caminho para chegar até Deus.


E se você vive um momento de euforia, de alegria, de vitória, de êxito, transforme tudo isso em hinos de louvor, de agradecimento, de reconhecimento pela manifestação bondosa de Deus em sua vida. Mas se alguém está muito doente e sem forças para rezar, mande chamar o sacerdote, o presbítero, para que este vá levar a unção dos enfermos a essa pessoa.


Estando com saúde, estando enfermo; não importa a nossa situação, o importante é entendermos esse remédio fundamental, que é alívio e conforto para a nossa alma: a oração.


A oração deve ser o motor que move a nossa relação com Deus, só a oração é capaz de dar sentido aos sofrimentos, às tristezas, às decepções por que nós passamos na vida. Só a oração consegue nos manter com os pés no chão, ajudando-nos a não perdemos a sobriedade quando passamos por momento de grande êxito; e a não desanimarmos quando enfrentamos as adversidades.


A oração é atitude de alguém que confia sempre em Deus, que sabe que precisa do Seu socorro, do Seu auxílio e da Sua ajuda, por isso, recorre sempre a Ele. A Palavra de Deus nos chama à atenção, hoje, também sobre a importância e o valor da intercessão, de orarmos uns pelos outros. Primeiro: procurarmos o santo remédio da confissão, reconhecendo a nossa pobreza, a nossa miséria e irmos confessar os nossos pecados. Segundo: alguém estando doente, alguém precisando (e quem de nós não precisa de oração?), é importante orarmos uns pelos outros!


Mamãe, coloque a mão sobre seu filho e reze por ele; mulher, reze pelo seu marido, coloque a mão sobre ele, mesmo que ele não goste de oração; com ele dormindo, com ele acordado, não importa! A oração feita com fé é eficaz e poderosa! Usemos essa graça que Deus nos deu, porque a oração do justo movimenta os Céus!


Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo


Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Fonte http://homilia.cancaonova.com/

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 10,1-12 - 25.02.2022

Liturgia Diária25 – SEXTA-FEIRA  

7ª SEMANA COMUM


(verde – ofício do dia)



Confiei, Senhor, na vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).


A espera da vinda de Cristo comporta a perseverança na prática dos mandamentos e na fidelidade a eles, a exemplo dos profetas de Deus. Aqui reside a força profética na Igreja e no mundo


Evangelho: Marcos 10,1-12


Aleluia, aleluia, aleluia.


Vossa Palavra é a verdade; / santificai-nos na verdade! (Jo 17,17) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 1Jesus foi para o território da Judeia, do outro lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. 2Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. 3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu esse mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” 10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 10,1-12

«Como de costume, as ensinava»


Rev. D. Miquel VENQUE i To

(Solsona, Lleida, Espanha)

Hoje, Senhor, gostaria de fazer um momento de oração para te agradecer os teus ensinamentos. Tu ensinavas com autoridade e fazia-lo sempre que te deixávamos, aproveitavas todas as ocasiões: claro! Compreendo-te, a tua missão básica era transmitir a Palavra do Pai. E assim o fizeste.


Hoje, “pendurado” na Internet digo-te: Fala-me, quero fazer um momento de oração como fiel discípulo. Em primeiro lugar, queria pedir-te capacidade para aprender o que nos ensinas e em segundo, para saber ensiná-lo. Reconheço que é muito fácil cometer o erro de fazer-te dizer coisas que Tu não disseste e, com ousadia malévola, tentar que Tu digas aquilo que eu gosto. Reconheço que provávelmente sou mais duro de coração que esses ouvintes.


Eu conheço o teu Evangelho, o Magistério da Igreja, o Catecismo, e recordo aquelas palavras do Papa João Paulo II, na Carta às Famílias: «O projeto do utilitarismo assente numa liberdade orientada segundo o sentido individualista, quer dizer, uma liberdade vazia de responsabilidade, é o constitutivo da antítese do amor». Senhor, rompe o meu coração desejoso de felicidade utilitarista e faz-me entrar dentro da tua verdade divina, que tanto necessito.


Neste local de observação, como desde o cimo da montanha, compreendo que Tu digas que o amor matrimonial é definitivo, que o adultério —apesar de ser pecado como toda a ofensa grave cometida contra ti, que és o Senhor da Vida e do Amor— é um caminho errado para a felicidade: «Quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira» (Mc 10,11).


Recordo um jovem que dizia: «Mossèn o pecado promete muito, não dá nada e rouba tudo». Que eu te compreenda bom Jesus, e que o saiba explicar: Aquilo que Tu uniste, o homem não o pode separar (cf. Mc 10,9). Fora daqui, fora dos teus caminhos, não encontrarei a autêntica felicidade. Jesus ensina-me de novo!


Obrigado Jesus, sou duro de coração, mas sei que tens razão.


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Eis aqui como ele convence aos judeus de que não deve se repudiar a esposa com as palavras de Moisés, quando eles acreditavam que agiam segundo a sua lei ao repudiá-la. Do mesmo modo e pelo mesmo testemunho de Cristo sabemos que foi Deus quem fez e uniu ao homem e a mulher» (Santo Agostinho)


«Um dos maiores serviços que os cristãos podem prestar aos nossos semelhantes é oferecer-lhes o nosso sereno e firme testemunho de família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher, salvaguardando-a e promovendo-a, visto que é da máxima importância para o presente e o futuro da humanidade» (Bento XVI)


«O carácter imoral do divórcio advém-lhe também da desordem que introduz na célula familiar e na sociedade. Esta desordem traz consigo prejuízos graves: para o cônjuge que fica abandonado; para os filhos, traumatizados pela separação dos pais e, muitas vezes, objecto de contenda entre eles; e pelo seu efeito de contágio, que faz dele uma verdadeira praga social» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.385)

Fonte https://evangeli.net



Só o amor baseado em Deus resiste ao tempo
HOMILIA


As paixões passam, mas o amor baseado em Deus permanece e amadurece com o tempo. Por isso precisamos lutar contra essa visão descartável ensinada pelo mundo de que “o amor vale enquanto dura, enquanto um suporta o outro”.

”Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” (Mc 10,7-8).

A Igreja nos chama à atenção para os tempos em que nós vivemos, no qual se dissemina por toda parte a chamada: ”epidemia do divórcio”. O casamento virou uma coisa descartável, a união sem compromisso de vida parece que está em moda. E hoje nós olhamos para a Palavra de Deus, para aquilo que o Evangelho nos propõe e perguntamos: “O casamento, segundo a vontade de Deus, é impossível de ser vivido?” Impossível não, porque nada é impossível para aquele que crê em Deus! Mas sabemos que não é fácil construir uma vida a dois por toda a vida, porque isso exige compromisso das duas partes, exige responsabilidade, fidelidade e consciência das duas partes daquilo que se propuseram a viver.

Mas o que o Evangelho nos propõe não é uma ”utopia”, porque há muitos casais que, mesmo em meio às lutas e aos desafios da vida, conseguem levar a termo o seu casamento. Não quero jogar pedras em ninguém, nem julgar, quanto menos condenar ninguém. Muito pelo contrário, quero acolher com todo amor do meu coração as diversas realidades de casamento de casais que lutaram, lutaram e, de repente, a união deles não deu certo.

O que devemos fazer é propor o caminho, propor a direção da vida, assim como nos propôs Nosso Mestre e Nosso Senhor Jesus Cristo. O casamento é um compromisso para toda a vida. Por isso precisamos lutar, justamente, contra essa visão descartável ensinada pelo mundo de que “o amor vale enquanto dura, enquanto um suporta o outro”.

O amor se renova, se desdobra e recomeça, por isso se deve lutar por ele! É importante que nós não percamos a visão neste mundo em que já não vemos mais as coisas como Deus nos ensina.

Primeira coisa para conseguirmos isso: precisamos preparar melhor os nossos jovens para que tenham consciência dos deveres e das obrigações do matrimônio. Não podemos permitir que os nossos jovens vão para um casamento, para uma união, para um compromisso a dois, sem a consciência das responsabilidades que vêm com um matrimônio. É preciso fazê-los entender que paixões passam, mas o amor permanece e amadurece com o tempo.

Por outro lado, todos os casais, casados há um ano, há alguns meses, dias ou há muitos anos, precisam ter sempre a consciência de que há a necessidade de uma formação permanente para a vida matrimonial. E buscarem ajuda de Deus, acima de tudo, pela oração; buscarem ajuda da Igreja pelos ensinamentos dela, pela sua doutrina, e acreditarem que o amor, quando é baseado e sustentado em Deus, pode prevalecer contra todos os inimigos do matrimônio.

Deus abençoe você, seu casamento e sua família!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

LIURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 9,41-50 - 24.02.2022

Liturgia Diária


24 – QUINTA-FEIRA  

7ª SEMANA COMUM


(verde – ofício do dia)



Confiei, Senhor, na vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).


Toda injustiça é um escândalo, porém a exploração de trabalhadores se transforma em “clamor que chega aos ouvidos do Senhor”. Aprendamos dele a praticar a justiça em todo tipo de administração.


Evangelho: Marcos 9,41-50


Aleluia, aleluia, aleluia.


Acolhei a Palavra de Deus, não como palavra humana, mas como mensagem de Deus, o que ela é, em verdade! (1Ts 2,13) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 41“Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na vida sem uma das mãos do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.(44) 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na vida sem um dos pés do que, tendo os dois, ser jogado no inferno.(46) 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre e o fogo não se apaga’. 49Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 9,41-50

«Quem vos der um copo de água para beber porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa»


Rev. D. Xavier PARÉS i Saltor

(La Seu d'Urgell, Lleida, Espanha)

Hoje, o Evangelho proclamado é difícil de ser compreendido pela dureza das palavras de Jesus: «Se tua Mão te leva à queda, corta-a! (...). Se teu olho te leva à queda, arranca-o!» (Mc 9,43.47). É que Jesus é muito exigente com aqueles que somos seus seguidores. Simplesmente, Jesus nos diz que temos de saber renunciar às coisas que nos fazem mal, ainda que sejam coisas que gostamos muito, mas que podem ser motivo de pecado e de vicio. São Gregório deixou escrito «que não temos de desejar as coisas que só nos satisfazem as necessidades materiais e pecaminosas». Jesus exige que sejamos radicais. Em outro trecho do Evangelho também diz: «Quem buscar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará» (Mt 10,39).


Por outro lado, esta exigência de Jesus quer ser uma exigência de amor e crescimento. Não quedaremos sem a sua recompensa. O que dará sentido às nossas coisas tem de ser sempre o amor: temos de aprender a dar um copo de água a quem o necessita, e não por interesse pessoal, senão por amor. Temos que descobrir Jesus Cristo nos mais necessitados e pobres. Jesus só denuncia severamente e condena aos que fazem mal e escandalizam e aos que afastam os pequenos do bem e da graça de Deus.


Finalmente, todos temos de passar a prova do fogo. É o fogo da caridade e do amor que purifica os nossos pecados, para poder ser o sal que dá bom gosto ao amor, ao serviço e à caridade. Na oração e na Eucaristia é onde os cristãos encontramos a força da fé e o bom gosto do sal de Cristo. Não ficaremos sem recompensa!


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Depois de que o Senhor nos ensinara que não devemos escandalizar aos que acreditam em Ele, nos adverte com quanto cuidado devemos evitar aos que nos escandalizam, esto é, que nos levam com a sua palavra e o seu exemplo à ruina do pecado» (São Beda o Venerável)


«A fé abre a “janela” à presença atuante do Espírito e nos mostra que, como a felicidade, a santidade está sempre ligada aos pequenos gestos. São gestos da quotidianidade, mas que fazem diferente cada dia» (Francisco)


«O escândalo é a atitude ou comportamento que leva outrem a fazer o mal. O escandaloso transforma-se em tentador do seu próximo; atenta contra a virtude e a retidão, podendo arrastar o irmão para a morte espiritual. O escândalo constitui uma falta grave se, por ação ou omissão, levar deliberadamente outra pessoa a cometer uma falta grave» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.284)

Fonte https://evangeli.net/


O Espírito Santo governa as nossas inclinações interiores

HOMILIA


Quando não temos governo sobre nossas inclinações, tornamo-nos seres humanos desgovernados no comer

“Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga” (Marcos 9,43-44).

A advertência de Jesus, no Evangelho de hoje, parece assustadora para o nosso coração. Como vamos nos mutilar? Cortar as mãos, os braços, os pés? Daqui a pouco, não sobrará nada de nós!

Na verdade, a sabedoria evangélica se resume numa só frase: é preciso cortar o pecado, para que ele não domine os membros do nosso corpo, para que o pecado não domine a nossa vontade e as nossas inclinações interiores.

O pecado é concebido a partir das nossas inclinações, por isso, se as nossas mãos nos conduzem para um caminho de pecado, precisamos ser firmes com ela. É como aquela antiga musiquinha: “Cuidado olhinho com o que vê, porque o Papai do Céu está olhando para você”. Não precisamos arrancar os nossos olhos; na verdade, direcioná-los e cortar aquilo que os conduz ao pecado. Precisamos fazer isso para que tenhamos postura e disciplina interior, senão, daqui a pouco, não teremos controle sobre a nossa vontade, nossa disposição e aquilo que fazemos.

Aquilo que não cortamos cresce, é como uma erva daninha que pode não significar nada, mas a erva daninha não cortada cresce e vira aquele mato que estraga toda a plantação. O mal que entra em nós precisa ser cortado. A grande violência que fazemos não é a de nos violentar, mas a de disciplinar nossas inclinações, é dizer a nós mesmos que podemos governar nossa vontade.

Quando não temos governo sobre nossas inclinações, tornamo-nos seres humanos desgovernados no comer, no beber, falar, agir, proceder e no pensar, porque não colocamos ordem nem disciplina no que fazemos.

A Palavra de Deus nos conduz à saúde no Espírito, e ter saúde espiritual é ter disciplina sobre nossas inclinações, sobre aquilo que realizamos e dizemos.

Que o Espírito Santo de Deus venha em socorro as nossas fraquezas e dificuldades, para que possamos ter disciplina e controle sobre as nossas atitudes e para que nossa vida seja bem governada.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 9,38-40 - 23.02.2022

Liturgia Diária23 – QUARTA-FEIRA  

SÃO POLICARPO


BISPO E MÁRTIR


(vermelho, pref. comum ou dos mártires, – ofício da memória)



Este santo lutou até a morte pela lei de seu Deus e não temeu as ameaças dos ímpios, pois se apoiava numa rocha inabalável.


Policarpo, discípulo direto do apóstolo João, nasceu no ano 69 na atual Turquia. Como bispo de Esmirna, segundo relata Eusébio de Cesareia, ele “enviou cartas às igrejas vizinhas para confirmá-las ou a alguns irmãos para repreendê-los ou para estimulá-los”. Sofreu o martírio em Roma, no ano 155. A seu exemplo, renovemos nossa fé e disposição para dar testemunho de Jesus Cristo.


Evangelho: Marcos 9,38-40


Aleluia, aleluia, aleluia.


Sou o caminho, a verdade e a vida, / ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6). – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 9,38-40

«Quem não é contra nós, está a nosso favor»


Rev. D. David CODINA i Pérez

(Puigcerdà, Gerona, Espanha)

Hoje escutamos uma recriminação ao apóstolo João, que vê a gente fazer o bem no nome de Cristo sem formar parte do grupo de seus discípulos: «Mestre, vimos alguém expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não andava conosco» (Mc 9,38). Jesus nos dá a visão adequada que devemos ter diante destas pessoas: acolhê-las e aumentar essa visão, com humildade respeito a nós mesmos, compartilhando sempre um mesmo nexo de comunhão, uma mesma fé, uma mesma orientação, ou seja, caminhar juntos à perfeição do amor a Deus e ao próximo.


Este modo de viver nossa vocação de “Igreja” nos convida a revisar com paz e seriedade a coerência com que vivemos esta abertura de Jesus Cristo. Enquanto houver “outros” que nos “incomodem” porque fazem o mesmo que nós, isto é um claro indício de que o amor de Cristo ainda não nos impregna em toda sua profundidade, e nos pedirá a “humildade” de aceitar que não esgotamos “toda a sabedoria e o amor de Deus”. Definitivamente, aceitar que somos aqueles que Cristo escolhe para anunciar a todos como a humildade é o caminho para aproximar-nos a Deus.


Jesus obrou assim desde sua Encarnação, quando nos aproxima ao máximo a majestade de Deus na insignificância dos pobres. Diz são João Crisóstomo: «Cristo no se contentou em padecer na cruz e com a morte, e quis também fazer-se pobre e peregrino, ir errante e nu, quis ser jogado no cárcere e sofrer as debilidades, para conseguir a tua conversão». Se Cristo não deixou passar nenhuma oportunidade para que possamos viver o amor com os demais, tampouco deixemos passar a ocasião de aceitar ao que é diferente a nós no modo de viver sua vocação a formar parte da Igreja, porque «Quem não é contra nós, está a nosso favor» (Mc 9,40).


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«‘Jesus disse: Não está certo impedir-lhe…’. E é assim que nos disse que não só não nos devemos opor ao bem de qualquer parte que venha, senão que pelo contrário devemos procura-lo quando não exista» (São Beda o Venerável)


«Fazer o bem é um dever, é um bilhete de identidade que o nosso Pai deu a todos, porque nos fez à sua imagem e semelhança. E Ele faz o bem sempre» (Francisco)


«A liberdade faz do homem um sujeito moral. Quando age de maneira deliberada, o homem é, por assim dizer, o pai dos seus atos. Os atos humanos, quer dizer, livremente escolhidos em consequência dum juízo de consciência, são moralmente qualificáveis. São bons ou maus» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.749)

Fonte https://evangeli.net/


A COMUNHÃO NO NOME DE JESUS Mc 9,38-43.45.47-48

HOMILIA


Estamos ainda em Cafarnaum, a cidade de pescadores situada junto ao Lago de Tiberíades. Jesus está “em casa” rodeado pelos discípulos. A ida para Jerusalém está próxima e os discípulos estão conscientes de que se aproximam tempos decisivos para esse projeto em que estão envolvidos.


O tema principal aparece na primeira parte do Evangelho. Refere-se à necessidade da comunidade cristã ser uma comunidade aberta, acolhedora, tolerante, capaz de aceitar como sinais de Deus os gestos libertadores que acontecem no mundo.


O Evangelho deste domingo apresenta-nos um grupo de discípulos ainda muito atrasados na aprendizagem do “caminho do Reino”. Eles ainda raciocinam em termos de lógica do mundo e têm dificuldade em libertar-se dos seus interesses egoístas, dos seus esquemas pessoais, dos seus preconceitos, dos seus sonhos de grandeza e poder… Eles não querem entender que, para seguir Jesus, é preciso cortar com certos sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a radicalidade que a opção pelo Reino exige. As dificuldades que estes discípulos apresentam no sentido de responder a Jesus não nos são estranhas: também fazem parte da nossa vida e do caminho que, dia a dia, percorremos… Assim, a instrução que, neste texto, Jesus dirige aos seus discípulos serve-nos também a nós. As propostas de Jesus destinam-se aos discípulos de todas as épocas; pretendem ajudar-nos a purificar a nossa opção e a integrar, de forma plena, a comunidade do Reino.


Antes de tudo, Jesus mostra aos discípulos que a comunidade do Reino não pode ser uma seita arrogante, fechada, intolerante, fanática, que se arroga na posse exclusiva de Deus e das suas propostas. Tem de ser uma comunidade que sabe qual é o seu papel e a sua missão, mas que reconhece que não tem o exclusivo do bem e da verdade e que é capaz de se alegrar com os gestos de bondade e de esperança que acontecem à sua volta, mesmo quando esses gestos resultam da ação de não crentes ou de pessoas que não pertencem à instituição Igreja. O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que outros fazem, não sente ciúmes se Deus atua através de outras pessoas, não pretende ter o monopólio da verdade nem ter o exclusivo de Jesus. O verdadeiro discípulo esforça-se, cada dia, por testemunhar os valores do Reino e alegra-se com os sinais da presença de Deus em tantos irmãos com outros percursos religiosos, que lutam por construir um mundo mais justo e mais fraterno.


Os discípulos de que o Evangelho de hoje nos fala estão preocupados com a ação de alguém que não é do grupo, pois temem ver postos em causa os seus sonhos pessoais de poder e de grandeza. Por detrás dessa preocupação dos discípulos não está o bem do homem (aquilo que, em última análise, deveria “mover” os membros da comunidade do Reino), mas a salvaguarda de certos interesses egoístas. Nas nossas comunidades cristãs ou religiosas, há pessoas capazes de gestos incríveis de doação, de entrega, de serviço aos irmãos; mas há também pessoas cuja principal preocupação é proteger o espaço que conquistaram e continuar a manter um estatuto de poder e de prestígio. Quando afastamos, com o pretexto de defender a pureza da fé, os interesses da moralidade, ou tranquilidade da comunidade, aqueles que desafiam a comunidade a purificar-se e a procurar novos caminhos para responder aos desafios de Deus, estaremos a proteger os interesses de Deus ou os nossos projetos, os nossos esquemas interesseiros, as nossas apostas pessoais?


Jesus exige dos discípulos o corte radical com os valores, os sentimentos, as atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino. O discípulo de Jesus nunca está acomodado, instalado, conformado; mas está sempre atento e vigilante, procurando detectar e eliminar de sua existência tudo aquilo que lhe impede o acesso à vida plena. Naturalmente, a renúncia ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho, aos esquemas pessoais, à vontade de poder e de domínio, ao apelo do êxito, ao aplauso das multidões, é um processo difícil e doloroso; mas é também um processo libertador e gerador de vida nova. O que é que eu necessito, prioritariamente, de “cortar” da minha vida, para me identificar mais com Jesus, para merecer integrar a comunidade do Reino, para ser mais livre e mais feliz?


O apelo de Jesus à sua comunidade no sentido de não “escandalizar” os pequenos, faz-nos pensar na forma como lidamos, enquanto pessoas e enquanto comunidades, com os pobres, os que falharam, os que têm atitudes moralmente reprováveis, aqueles que têm uma fé pouco consistente, aqueles que a vida marcou negativamente, aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita. Eles encontram em nós a proposta libertadora que Cristo lhes faz, ou encontram em nós rejeição, injustiça, marginalização, mau exemplo? Quem vê o nosso testemunho tem razões para aderir a Cristo ou para se afastar de Cristo?


Senhor Jesus, faz-me alegrar com o Reino que dá seus frutos, na história humana, das formas mais imprevistas, para além do controle humano.

https://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 16,13-19 - 22.02.2022

Liturgia Diária22 – TERÇA-FEIRA  

CÁTEDRA DE SÃO PEDRO


(branco, glória, pref. dos apóstolos, – ofício da festa)



O Senhor disse a Simão Pedro: Roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, por tua vez, confirma os teus irmãos (Lc 22,32).


Cátedra é a sede do bispo, a cadeira de onde ele preside a assembleia litúrgica. O Missal Romano esclarece que esta celebração “salienta a missão de mestre e pastor conferida por Cristo a Pedro, por ele constituído, em sua pessoa e na pessoa de seus sucessores, princípio e fundamento visível da unidade da Igreja”. Invoquemos as luzes do Espírito Santo sobre o nosso papa.


Evangelho: Mateus 16,13-19


Aleluia, aleluia, aleluia.


Tu és Pedro, e sobre esta pedra / eu irei construir minha Igreja, / e as portas do inferno não irão derrotá-la (Mt 16,18). – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Mateus 16,13-19

«Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja.»


Rev. D. Antoni CAROL i Hostench

(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, celebramos a Cátedra de São Pedro. Pretende-se destacar com esta celebração, o fato de que – como um dom de Jesus Cristo para nós — o edifício da Igreja se apoia sobre o Príncipe dos Apóstolos, que goza de uma ajuda divina peculiar para realizar essa missão. Assim o manifestou o Senhor em Cesareia de Filipo: «Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja» (Mt 16,18). Efetivamente, «só Pedro foi escolhido para ser posto à frente da vocação de todas as nações, de todos os Apóstolos e de todos os padres da Igreja» (São Leão Magno).


A Igreja beneficiou, desde o seu início, do ministério petrino, de modo que São Pedro e os seus sucessores presidiram a caridade, foram fonte de unidade e tiveram, muito especialmente, a missão de confirmar na verdade os seus irmãos.


Jesus, uma vez ressuscitado, confirmou esta missão a Simão Pedro. Ele, que já tinha chorado, profundamente arrependido, a sua tríplice negação de Jesus, faz agora uma tripla manifestação de amor: «Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que te amo» (Jo 21,17). Então o Apóstolo viu com alívio como Jesus não o desdisse e o confirmou, por três vezes, no ministério que antes lhe tinha anunciado: «Cuida das minhas ovelhas» (Jo 21,16.17).


Esta potestade não resulta de mérito próprio, como tão pouco o fora a declaração de fé de Simão em Cesareia: «Não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu» (Mt 16,17). Sim, trata-se de uma autoridade com potestade suprema, recebida para servir. É por isso que o Romano Pontífice, quando assina os seus escritos, o faz com o seguinte título honorífico: Servus servorum Dei.


Trata-se, portanto, de um poder para servir a causa da unidade, fundamentada sobre a verdade. Façamos o propósito de rezar pelo Sucessor de Pedro, de prestar delicada atenção às suas palavras e de agradecer a Deus esta grande dádiva.


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Estamos com o Papa, porque estando com ele se está com Deus» (Santo Tomás More)


«Pedro, para sempre, deve ser o guardião da comunhão com Cristo. A responsabilidade de Pedro consiste em garantir a comunhão com Cristo com a caridade de Cristo, guiando a realização desta caridade na vida cotidiana» (Bento XVI)


«Quando Pedro confessa que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus declara-lhe que esta revelação não lhe veio ‘da carne nem do sangue, mas do seu Pai que está nos Céus’ (Mt 16, 17). A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 153)

Fonte https://evangeli.net/


A AFIRMAÇÃO DE PEDRO Mt 16,13-19

HOMILIA


Na narrativa de Mateus encontramos duas de suas características dominantes. Ele acentua a dimensão messiânica de Jesus e já apresenta sinais da instituição eclesial nascente. Escreve na década de 80, quando os discípulos de Jesus oriundos do judaísmo estavam sendo expulsos das sinagogas que até então frequentavam. Ele pretende convencer estes discípulos de que em Jesus se realizam suas esperanças messiânicas moldadas sob a antiga tradição de Israel. Daí o acentuado caráter messiânico atribuído a Jesus por Mateus. Os cristãos, afastados das sinagogas, começam a estruturar-se em uma instituição religiosa própria, na qual a figura de referência é Pedro, já martirizado em Roma. Pedro é apresentado como o fundamento da Igreja e detentor das chaves do Reino dos Céus.


Ó Deus, hoje nos concedeis a alegria de festejar S. Pedro e S.Paulo… apóstolos que nos deram as primícias da fé. Estamos aqui como Igreja a reconhecer a unidade de fé que viveram na diversidade de missão. Por isso os celebramos juntos. Sua fé em Jesus foi força que encontraram para suas vidas e para sua missão. O Espírito moldou seus corações de tal modo que puderam, como diz Paulo, dizer: “Para mim, viver é Cristo” (Fl 1,21). Pedro faz a primeira expressão de fé do discípulo: “Tu és o Messias, o Filho de Deus Vivo” (Mt 16.16). Eu tenho a tentação de ver Pedro mais ligado à tradição e Paulo como um tipo mais avançado e rebelde. Os dois eram parecidos. Vemos Pedro romper com a tradição judaica e entrar em casa de pagãos consciente de que não devia chamar de impuro o que Deus declarara puro (At 10,15). Pedro abre as portas do paganismo ao Evangelho, no Concílio de Jerusalém, tachando a tradição judaica de um jugo impossível de suportar (At.15,10). Era uma grande libertação que fazia dentro de si mesmo pela ação do Espírito. Essa posição liberou a Igreja. Esse ato dá liberdade total a Paulo para evangelizar os pagãos (v.12). Paulo tão forte na liberdade, mantém tradições judaicas como cortar cabelos para cumprir um voto (At 18,18) e, por causa dos judeus, circuncidar Timóteo que tinha pai grego (At 16,3). A fé professada por Pedro se dá em um momento crucial da vida de Jesus, e O anima a seguir rumo à Paixão. Pedro recebe uma bem-aventurança: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser humano que te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus”. Tem o dom de ser pedra de alicerce sobre a qual Jesus constrói a Igreja e lhe dá o poder de ligar e desligar (Mt 16,17-19). Paulo reconhece a ação do Espírito: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7).


Deram a vida pela Igreja e por Cristo. Rezamos no prefácio: “Unidos pela coroa do martírio, recebem igual veneração”. Eles têm consciência durante sua vida de que a perseguição que sofrem é por causa do Evangelho. Herodes desencadeou a perseguição sobre a Igreja; Matou Tiago e prendeu Pedro para apresentá-lo ao povo e ser morto. Ele foi libertado da prisão por um anjo (At 12,1-11). Paulo tem consciência do fim: “Já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida” (2Tm 4,8). Os dois têm a experiência de que são protegidos pelo Senhor: “O Senhor esteve a meu lado e me deu forças” (v. 17); Pedro reconhece: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (v.11).


O ensinamento desta festa à Igreja é a abertura à tradição e ao acolhimento da novidade para ser fiel. A Igreja tem que se voltar sempre para o dinamismo destes dois homens que deram a vida pelo evangelho. Eles nos ensinam. Não podemos ficar na superficialidade e celebrar sem refletir o que os fez grandes. Eles não só são colunas da fé, mas também dão rumos para seu futuro. Vivemos tempos nos quais há tendências de voltar à tradição pela tradição e à novidade pela novidade. Mas devemos partir da fé que professamos em cada celebração.


A Igreja celebra Pedro e Paulo no mesmo dia porque trabalharam na unidade da fé e na diversidade de modalidades. Sua força apostólica está na fé em Jesus. Pedro e Paulo não se diferem pelo apego à tradição ou inovação, mas pelo campo. Ambos têm a tradição que preserva e a inovação que assume caminhos novos. Ambos vivem da fé.


Unidos pelo martírio recebem igual veneração. Sofrem por causa do Evangelho. Herodes prende Pedro e Paulo está preso em Roma com a consciência de ter combatido o bom combate e guardado e fé. Ambos sabem que o Senhor esteve sempre com eles.


O ensinamento desta festa é a abertura à tradição e o acolhimento da novidade para ser fiel. Eles são colunas da Igreja, mas também dão rumos. Há tendência de voltar à tradição pela tradição ou ir à novidade pela novidade. Como Pe. Vitor Coelho dizia: a Igreja não é de bronze, pois enferruja. É uma árvore que cresce porque tem ramos novos e permanece porque tem tronco.


Celebrando S. Pedro e S. Paulo nós celebramos a ação de Deus em Jesus para implantar o seu Reino no mundo. Ele usou duas luvas de briga: uma grosseira, Pedro, e outra mais caprichada, Paulo. Por que essa diferença?


Os dois implantaram a Igreja de Deus em dois mundos diferentes, mundo judeu e mundo pagão. Missão diferente, mas o mesmo fim. Diferente é o modo de compreender a fé. Isso enriquece. O judaísmo tende ao ritualismo; o paganismo tende a um modo mais livre de vida. A Igreja se enriquece com esses dois modos de entender.


Eles se fundam na fé. Pedro e Paulo vivem Jesus. Mesmo passando na boca do leão, foram salvos e preservados. Deram a vida por Jesus. Eles falavam grosso e tinham o que dizer sobre Deus. Eu e você, o que temos feito no que toca a nossa fé em Deus?


Pai consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.


Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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