Liturgia Diária
5 – TERÇA-FEIRA
3ª SEMANA DA QUARESMA
(roxo – ofício do dia)
Evangelho: Mateus 18,21-35
Antífona:
Perdão sem fim, dívidas dissolvidas, corações renovados. Compassivo é o Pai, que nos inspira a perdoar setenta vezes sete, refletindo Sua misericórdia infinita.
Mateus 18,21 - 35 (Bíblia de Jerusalém):
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo,21. Então Pedro se aproximou dele e disse: "Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?"
22. Jesus respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
23. Por isso, o Reino dos Céus é comparado a um rei que resolveu ajustar contas com seus servos.
24. Quando começou o ajuste, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
25. Como ele não tivesse com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida.
26. O servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: 'Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo'.
27. Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida.
28. Logo depois, porém, aquele servo saiu e encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Paga o que me deves'.
29. O companheiro, caindo-lhe aos pés, suplicava: 'Dá-me um prazo e eu te pagarei'.
30. Mas ele não quis e mandou-o para a prisão, até que pagasse a dívida.
31. Vendo o que havia acontecido, os outros servos, profundamente tristes, foram contar ao senhor tudo o que se passara.
32. Então o senhor chamou o servo e lhe disse: 'Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste.
33. Não devias tu também compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?'
34. O senhor, indignado, entregou-o aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida.
35. Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração".
- Palavra da Salvação.
Reflexão:
"Assim vos tratará também meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, do íntimo do coração" (Mateus 18:35)
Este trecho do Evangelho de Mateus é uma poderosa parábola sobre o perdão e a misericórdia. A história do servo que é perdoado por uma enorme dívida pelo seu senhor, mas que depois se recusa a perdoar uma pequena dívida de seu companheiro, ilustra vividamente a importância do perdão e da compaixão.
Jesus nos ensina que o perdão não deve ter limites, que devemos perdoar não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete. Isso significa que devemos perdoar continuamente, sem restrições, da mesma forma como Deus nos perdoa. Quando compreendemos o imenso perdão que recebemos de Deus, somos chamados a estender esse perdão aos outros.
Além disso, a parábola nos lembra que o perdão é uma escolha consciente que fazemos, não apenas uma emoção passageira. O servo perdoado não compreendeu a profundidade do perdão que recebeu, agindo com dureza e falta de compaixão com seu companheiro. Isso nos alerta para a necessidade de refletir sobre a graça que recebemos e agir em conformidade, sendo misericordiosos e compassivos com os outros.
Portanto, a mensagem central deste Evangelho é clara: se desejamos receber o perdão de Deus, devemos estar dispostos a perdoar os outros de todo o coração. O perdão não apenas liberta o ofensor, mas também libera quem perdoa do peso do ressentimento e da amargura, permitindo-nos viver em paz e harmonia com os outros.
HOMILIA
"O Poder Transformador do Perdão: Lições da Parábola do Servo Impiedoso"
Meus amados irmãos e irmãs,
Hoje, ao contemplarmos as palavras de Jesus na parábola do servo impiedoso, somos convidados a mergulhar nas profundezas do perdão divino e humano. Neste relato, encontramos não apenas uma narrativa, mas um espelho que reflete a essência da nossa jornada espiritual.
Pedro, com sua inquietação humana, questiona Jesus sobre a medida do perdão, buscando limites para uma prática que deveria ser ilimitada. Jesus, em sua resposta, não oferece uma simples quantificação, mas sim um convite para adentrar na abundância da misericórdia divina - "setenta vezes sete".
A parábola então se desdobra diante de nós, revelando a história de um servo que recebeu um perdão imensurável de seu senhor, apenas para se mostrar incapaz de estender a mesma graça a seu semelhante. Este servo, mergulhado na rigidez de sua própria justiça, esquece-se da generosidade que lhe foi concedida e opta por uma postura de crueldade para com seu devedor.
No desenrolar dos eventos, somos confrontados com a indignação do senhor diante da falta de compaixão de seu servo. A sentença é proferida e o perdão é retirado, expondo a terrível consequência da falta de misericórdia: o aprisionamento na própria dívida do coração.
Nesta parábola, encontramos, pois, um convite à reflexão profunda sobre a natureza do perdão. Somos chamados a reconhecer a imensidão do perdão divino que nos é oferecido livremente, sem mérito próprio, e a responder a ele com a mesma abundância, estendendo-o aos outros como um reflexo do amor de Deus.
No entanto, o perdão não é apenas uma ação externa, mas uma transformação interior que requer humildade, compaixão e desapego do ego. Ele nos desafia a superar nossas próprias feridas e a enxergar além das ofensas que recebemos, para alcançar a cura que advém do ato de perdoar.
Assim, meus irmãos e irmãs, que possamos nos deixar envolver pela magnanimidade do perdão divino e permitir que ele permeie cada fibra de nosso ser. Que possamos nos tornar instrumentos da paz e da reconciliação, espalhando o perfume da misericórdia em um mundo sedento por amor e compaixão.
Que o exemplo do servo impiedoso nos inspire a abraçar o poder transformador do perdão, lembrando-nos de que somente através dele encontraremos a verdadeira liberdade e a plenitude da vida em comunhão com Deus e com o próximo.
Que assim seja.
Amém.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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