Liturgia Diária
26 – TERÇA-FEIRA
SEMANA SANTA
(roxo, prefácio da paixão II – ofício próprio)
Evangelho: João 13,21-33.36-38
Antífona:
"Na mesa do Senhor, revela-se o coração humano: amor e traição entrelaçados. Pedro, impetuoso, promete fidelidade, mas negará três vezes. Amando como Ele amou, seguimos, mesmo na fraqueza, rumo à verdadeira entrega."
João 13,21-33.36-38 (Bíblia de Jerusalém)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, 21.Tendo dito isso, Jesus ficou profundamente perturbado e declarou: “Em verdade, em verdade, Eu vos digo: um de vós Me trairá”.
22.Os discípulos se entreolhavam, perplexos, sem saber de quem Ele falava.
23.Ora, havia à mesa um dos Seus discípulos, aquele a quem Jesus amava.
24.Simão Pedro fez-lhe sinal e perguntou: “Dize-nos de quem se trata”.
25.Então, reclinando-se sobre o peito de Jesus, esse discípulo Lhe perguntou: “Senhor, quem é?”
26.Jesus respondeu: “É aquele a quem Eu der este pedaço de pão molhado”. E, após molhar o pão, entregou-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.
27.Assim que Judas recebeu o pão, Satanás entrou nele. Jesus, então, lhe disse: “O que pretendes fazer, faze-o depressa”.
28.Nenhum dos que estavam à mesa compreendeu por que Ele lhe disse isso.
29.Alguns, supondo que Judas recebesse instruções para comprar o que era necessário para a festa ou para dar algo aos pobres, saíram imediatamente.
30.Logo que Judas saiu, Jesus disse: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado n’Ele.
31.Se Deus foi glorificado n’Ele, também Deus O glorificará em Si mesmo e logo O glorificará.
32.Filhinhos, por pouco tempo ainda estou convosco. Vós Me buscareis, mas Eu vos digo agora, como disse aos judeus: ‘Para onde Eu vou, vós não podeis ir’.
33.Um novo mandamento Eu vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.
36.Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu: “Para onde Eu vou, não podes Me seguir agora; mas Me seguirás mais tarde”.
37.Pedro insistiu: “Senhor, por que não posso seguir-Te agora? Darei a minha vida por Ti!”
38.Jesus respondeu: “Tu darás a tua vida por Mim? Em verdade, em verdade, Eu te digo: o galo não cantará antes que Me negues três vezes”. - Palavra da Salvação.
Reflexão:
"Um novo mandamento Eu vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros." (João 13:34)
Este trecho do Evangelho segundo João traz à tona o momento crucial em que Jesus revela que um dos Seus discípulos O trairá. A tensão entre as palavras de Jesus e a incredulidade dos discípulos é palpável. Observamos também a figura emblemática de Pedro, cheio de zelo e promessas fervorosas, mas que, como previsto por Jesus, o negará três vezes antes do amanhecer.
A profundidade dessa passagem reside na dualidade entre amor e traição, fidelidade e negação. Jesus não só prediz a traição, mas também oferece um novo mandamento: amar uns aos outros como Ele nos amou. Nesse momento de despedida, Ele ensina que o amor é o vínculo mais forte entre Seus seguidores.
A atitude de Pedro, embora nobre em sua intenção, revela a fragilidade humana diante das provações. Isso nos lembra da importância da humildade e da dependência de Deus, pois mesmo os mais fervorosos podem sucumbir à fraqueza sem a graça divina.
Assim, essa passagem nos convida a refletir sobre nossa própria fidelidade, nossa capacidade de amar verdadeiramente e nossa necessidade constante da orientação e força que só Jesus pode oferecer.
HOMILIA
"O Chamado ao Amor e à Humildade"
Meus amados irmãos e irmãs em Cristo,
Hoje, mergulhamos nas profundezas do Evangelho segundo João, onde somos convidados a contemplar não apenas as palavras de Jesus, mas também os movimentos do coração humano em meio à sua presença divina.
No contexto da Última Ceia, Jesus revela aos Seus discípulos que um deles O trairá. Imagine a cena: a tensão no ar, as trocas de olhares cheias de perplexidade, enquanto cada discípulo se questiona se é ele o traidor. É então que Pedro, impetuoso como sempre, busca respostas e promete uma lealdade inabalável, mesmo que isso signifique dar a própria vida por seu Mestre.
Contudo, sabemos o desenrolar dos acontecimentos. Jesus não só prevê a traição de Judas, como também a negação de Pedro. E aqui reside uma lição profunda para todos nós: a fragilidade da condição humana diante das provações.
Pedro, com seu fervor e suas boas intenções, representa a nós mesmos em muitas ocasiões. Quantas vezes prometemos fidelidade inabalável a Deus, apenas para, diante do menor desafio, vacilar em nossa fé? Quantas vezes, como Pedro, nos deixamos levar pelo medo, pela dúvida, pela pressão do mundo ao nosso redor?
No entanto, no centro desta passagem, encontramos a mensagem mais sublime de todas: o novo mandamento do amor. Jesus nos instrui a amar uns aos outros como Ele nos amou. Este não é um amor superficial, mas um amor que se entrega, que se sacrifica, que transcende todas as barreiras e diferenças.
Neste chamado ao amor, somos desafiados a olhar para além de nossas próprias fraquezas e limitações. Somos chamados a olhar para o próximo com os olhos de Cristo, a amá-lo não apenas em palavras, mas em ações concretas de serviço e compaixão.
Meus irmãos e irmãs, que possamos, neste dia, renovar nosso compromisso de seguir os passos de Cristo, de amar como Ele amou, mesmo em meio às nossas fraquezas e falhas. Que possamos, como Pedro, encontrar perdão e restauração em Jesus, que conhece nossos corações mais profundamente do que nós mesmos.
Que este Evangelho nos inspire a vivermos como verdadeiros discípulos de Cristo, testemunhando ao mundo o poder transformador do amor divino. Que assim seja. Amém.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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