Liturgia Diária
27 – QUARTA-FEIRA
SEMANA SANTA
(roxo, prefácio da paixão II – ofício próprio)
Evangelho: Mateus 26,14-25
Antífona:
Na mesa da ceia, a sombra se estende. Amigos perturbados, olhares aflitos. Entre pão e vinho, um traidor se revela. Trinta moedas ecoam, prelúdio da traição. No silêncio, o coração se agita.
Mateus 26,14-25 (Bíblia de Jerusalém):
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 14 Então, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes
15 e disse: "Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei?" Eles, por sua parte, lhe estipularam trinta moedas de prata.
16 E desde esse momento buscava oportunidade para o entregar.
17 No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Onde queres que te preparemos a ceia pascal?"
18 Ele respondeu: "Ide à cidade, a certo homem, e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo. Vou celebrar a Páscoa em tua casa com os meus discípulos."
19 Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
20 Ao cair da tarde, pôs-se à mesa com os Doze.
21 Enquanto comiam, disse: "Em verdade vos digo, um de vós me há de entregar."
22 Eles, profundamente contristados, começaram cada um a perguntar-lhe: "Por acaso sou eu, Senhor?"
23 Ele, respondendo, disse: "Aquele que meteu comigo a mão no prato, esse me há de entregar.
24 O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele que entrega o Filho do Homem! Melhor fora para ele que não tivesse nascido!"
25 Judas, que o entregava, tomando a palavra, disse: "Por acaso sou eu, Mestre?" Jesus respondeu-lhe: "Tu o disseste." - Palavra da Salvação.
Reflexão:
"Aquele que vai molhar o pão no prato comigo é quem me vai entregar." (Mateus 26:23)
Este trecho do Evangelho de Mateus retrata um dos momentos mais dramáticos na vida de Jesus: a traição de Judas Iscariotes. Observamos como Judas, um dos discípulos mais próximos de Jesus, se dispõe a trair o Mestre por trinta moedas de prata. Isso nos leva a refletir sobre os motivos que levaram Judas a cometer esse ato, seja por ganância, decepção ou outros motivos ocultos.
Além disso, a reação dos discípulos ao ouvirem Jesus dizer que um deles o trairia mostra a profunda tristeza e perplexidade que sentiram diante dessa revelação. Eles, que compartilharam momentos íntimos e ensinamentos com Jesus, agora se questionavam se seriam capazes de tal ato.
A resposta de Jesus, indicando que aquele que metesse a mão no prato com ele o trairia, é um sinal da proximidade e da natureza íntima da traição. Jesus, mesmo sabendo da traição iminente, não recua de seu propósito divino e segue adiante, cumprindo o plano de salvação.
Essa passagem nos convida a examinar nossas próprias motivações e lealdades. Nos lembra da importância da confiança, da fidelidade e da integridade em nossos relacionamentos, especialmente com aqueles que são próximos a nós. E, acima de tudo, nos lembra da graça e misericórdia de Jesus, que mesmo traído e abandonado por aqueles mais próximos, continua a amar e a oferecer redenção a todos nós.
HOMILIA
A Tragédia da Traição
Queridos irmãos e irmãs em Cristo,
Hoje, somos convocados a refletir sobre um dos episódios mais angustiantes e reveladores da história cristã: a traição de Judas Iscariotes. Neste trecho do Evangelho segundo Mateus, somos confrontados com a complexidade da natureza humana e com as consequências devastadoras da deslealdade.
No cenário da última ceia, onde a comunhão deveria ser o auge da união entre Jesus e seus discípulos, uma sombra sinistra se insinua. Enquanto partilham o pão, Jesus anuncia que um entre eles o trairá. A incredulidade e o temor se apoderam dos corações dos discípulos, que questionam, um por um, se seriam eles o traidor. E é nesse momento de intimidade e fraternidade que Judas Iscariotes se revela como aquele que entregará seu Mestre por trinta moedas de prata.
Essa passagem nos confronta com a realidade dolorosa da traição, um tema que ecoa através dos séculos e ressoa em nossas próprias vidas. A traição não é apenas um evento histórico, mas uma experiência profundamente humana. Quantas vezes fomos traídos por aqueles em quem confiávamos? Quantas vezes traímos os outros, traindo assim a nós mesmos e nossos valores mais profundos?
No entanto, essa história nos convida a ir além do choque inicial e a buscar compreender as raízes mais profundas da traição. Judas, como muitos de nós, sucumbiu às tentações do poder, da ganância e da ambição desenfreada. Ele trocou a amizade e a lealdade por um punhado de moedas, demonstrando a fragilidade da natureza humana quando não ancorada em princípios sólidos e no amor verdadeiro.
Mas mesmo na traição mais dolorosa, encontramos uma lição de esperança. Jesus, mesmo sabendo da traição iminente, não responde com ódio ou rancor, mas com amor e perdão. Ele continua a compartilhar sua mensagem de salvação, oferecendo a oportunidade de arrependimento e redenção até mesmo ao traidor mais vil.
Portanto, irmãos e irmãs, que possamos aprender com essa história trágica e transformá-la em uma fonte de crescimento espiritual. Que possamos cultivar a verdadeira lealdade em nossos relacionamentos, buscando sempre o bem comum e o amor mútuo. E que, mesmo diante da traição mais amarga, possamos seguir o exemplo de Jesus, respondendo com compaixão, perdão e graça.
Que o Espírito Santo nos guie nesse caminho de verdade, amor e reconciliação, hoje e sempre. Amém.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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