quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 2:13-17 - 18.01.2025

 Liturgia Diária


18 – SÁBADO 

1ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)


Contemplei um homem elevado em majestade sublime, cercado pela luminosa companhia dos anjos que, unidos em harmonia perfeita, proclamavam: "Eis Aquele cujo nome e reino jamais perecem, sustentando todas as coisas para a eternidade."

Esse homem, Jesus, é a expressão viva da compaixão, inclinando-se sobre as fragilidades humanas e acolhendo aqueles que o mundo rejeita, reconduzindo-os à verdade. Ele é o chamamento à plenitude que transforma erro em caminho e exclusão em redenção. Aproximemo-nos da fonte de sua Palavra e da comunhão que nos une ao eterno, desejosos de moldar nossas vidas segundo a misericórdia e a unidade universal que Ele revela.



Marcos 2:13-17 (Vulgata)

13. Et egressus est rursus ad mare: omnisque turba veniebat ad eum, et docebat eos.
E saiu de novo para junto do mar; toda a multidão ia até Ele, e Ele os ensinava.

14. Et cum præteriret, vidit Levin Alphæi sedentem ad telonium, et ait illi: Sequere me. Et surgens secutus est eum.
E ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: "Segue-me." E ele, levantando-se, seguiu-o.

15. Et factum est, discumbentibus eo in domo illius, multi publicani et peccatores simul discumbebant cum Jesu et discipulis ejus: erant enim multi, qui et sequebantur eum.
E aconteceu que, estando Ele à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores estavam à mesa com Jesus e com seus discípulos; pois muitos o seguiam.

16. Scribæ autem et pharisæi videntes quia manducaret cum publicanis et peccatoribus, dicebant discipulis ejus: Quare cum publicanis et peccatoribus manducat magister vester?
Os escribas e os fariseus, vendo que Ele comia com os cobradores de impostos e pecadores, diziam aos seus discípulos: "Por que o vosso mestre come com cobradores de impostos e pecadores?"

17. Quo audito Jesus ait illis: Non necesse habent sani medicum, sed qui male habent. Non enim veni vocare justos, sed peccatores.
Ouvindo isso, Jesus lhes disse: "Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Não vim chamar os justos, mas os pecadores."


Reflexão:

"Non veni vocare justos, sed peccatores."
"Não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Mc 2:17)

Essa frase revela o propósito central da vinda de Cristo: acolher e transformar aqueles que mais necessitam de redenção, destacando sua compaixão e amor universal.

A cena de Levi é um convite ao abandono das amarras que prendem o ser à inércia do passado. Jesus se dirige ao homem na sua singularidade, não para julgá-lo, mas para integrá-lo à plenitude de sua missão. Ao sentar-se com pecadores, Ele dissolve as barreiras entre o puro e o impuro, revelando uma unidade maior que transcende os rótulos. Nesse horizonte, o que parece fragmentado encontra seu propósito em algo maior: o chamado à comunhão. Cada gesto de acolhimento é um avanço na consciência coletiva, onde o perdão e a transformação abrem caminho para o Reino que se constrói no íntimo do ser e no eterno.


HOMILIA

O Chamado ao Banquete da Transformação

O Evangelho de hoje nos convida a contemplar o gesto de Jesus ao chamar Levi e ao sentar-se à mesa com pecadores e rejeitados. Esse ato não é apenas um acontecimento histórico; é uma revelação da lógica divina que continuamente opera no coração do mundo. Jesus, ao chamar Levi, nos mostra que Ele não se limita ao mérito aparente ou à pureza externa. Ele vê em cada ser humano uma potencialidade, uma abertura para a plenitude.

Nos dias de hoje, enfrentamos divisões, exclusões e julgamentos que separam as pessoas em categorias de dignos e indignos. Muitas vezes, nossas próprias falhas ou as dos outros parecem erguer muros intransponíveis. No entanto, Jesus nos lembra que é precisamente nessas áreas de fragilidade que Ele deseja entrar. Ele não busca os que já estão "prontos," mas aqueles que reconhecem sua necessidade de cura e transformação.

O chamado de Levi ecoa para nós, individualmente e como sociedade. É um convite a deixar para trás aquilo que nos prende à nossa zona de conforto e abrir espaço para algo maior. Levi, ao se levantar e seguir Jesus, nos mostra que a verdadeira resposta ao chamado não está em hesitar, mas em confiar.

Quando Jesus se senta à mesa com pecadores, Ele inaugura um banquete que aponta para a comunhão universal, onde diferenças se dissolvem e a unidade se revela. Essa mesa não é um espaço de conivência com o erro, mas de transformação. Jesus não apenas acolhe; Ele redime, cura e dá sentido àquilo que parecia perdido.

Hoje, somos chamados a recriar essas mesas em nossos lares, comunidades e no mundo. É tempo de quebrar as barreiras do julgamento e do preconceito, permitindo que a força do amor resgate e eleve a humanidade. Assim como Jesus, devemos olhar para os outros não com os olhos da exclusão, mas com o olhar que enxerga a promessa oculta no coração de cada um.

A transformação que Jesus propõe começa no íntimo de cada pessoa, mas irradia para o todo. Quando respondemos ao seu chamado, contribuímos para um processo maior, onde cada ato de misericórdia e cada gesto de acolhimento são como pequenas luzes que iluminam o caminho para um mundo renovado. A mesa que Ele inaugura é um convite eterno: que nós também sejamos instrumentos de acolhida, cura e comunhão.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

O Chamado à Transformação: Uma Missão Redentora

A frase “Não vim chamar os justos, mas os pecadores” revela o propósito central de Jesus: a transformação espiritual. Ele não apenas convida, mas apela à mudança radical de mente e coração, a metanoia, como caminho de reconciliação com Deus. Jesus apresenta-se como o médico das almas, aquele que cura os corações feridos e restaura os que reconhecem sua fragilidade.


Os Justos e os Pecadores: Uma Perspectiva Teológica

Os "justos" mencionados por Jesus não são aqueles realmente imaculados, mas aqueles que, em sua autossuficiência, acreditam não precisar de salvação. Essa autossatisfação, muitas vezes representada pelos fariseus, contrasta com os "pecadores," que reconhecem sua condição e sua necessidade de graça. Jesus não exclui os justos verdadeiros, mas denuncia a falsa justiça que bloqueia a abertura à misericórdia divina.


A Universalidade do Chamado de Cristo

Ao se aproximar de cobradores de impostos, prostitutas e marginalizados, Jesus quebra as barreiras culturais e religiosas de sua época. Ele demonstra que a salvação é um dom gratuito de Deus, acessível a todos que se abrem à sua graça. O chamado aos pecadores é uma declaração de que o Reino de Deus não é exclusivo, mas inclusivo, acolhendo os que reconhecem sua dependência de Deus.


O Chamado Escatológico: O Reino em Construção

A frase de Jesus aponta também para a dimensão escatológica de sua missão. Não se trata apenas de uma mudança moral individual, mas de inclusão no projeto cósmico do Reino de Deus. Os pecadores chamados são convidados a participar da reconciliação universal em Cristo, onde suas feridas são curadas e eles são reintegrados à comunhão com Deus e com o próximo.


O Desafio à Humanidade: Reconhecer-se Necessitado de Graça

A declaração de Jesus confronta cada pessoa com uma verdade essencial: todos necessitam de redenção. Não se trata de dividir a humanidade entre pecadores e justos, mas de entender que a condição humana é marcada pela necessidade da graça divina. Reconhecer-se como “pecador” diante de Cristo é o primeiro passo para a transformação e a entrada na lógica do Reino de Deus.


A Lógica do Reino: Misericórdia Acima do Mérito

No Reino de Deus, a misericórdia precede o mérito. Jesus não chama os que já estão "prontos," mas aqueles que estão dispostos a abrir seus corações para serem curados e transformados. Essa lógica desafia a ideia de justiça humana e nos convida a participar de uma realidade onde o amor é o princípio e o fim de todas as coisas.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

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