sábado, 18 de janeiro de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 2:18-22 - 20.01.2025

 Liturgia Diária


20 – SEGUNDA-FEIRA 

2ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)


Toda a terra vos adore com respeito e proclame o louvor do vosso nome, ó Altíssimo (Sl 65,4).


A inclinação ao orgulho tem sido uma sombra que acompanha a humanidade desde seus primórdios. Porém, Cristo, em sua infinita sabedoria, escolheu vir até nós revestido de humildade e simplicidade, revelando a verdadeira grandeza que não reside na exaltação própria, mas na entrega ao outro. Ele nos ensinou que o jejum, quando praticado sem a contaminação da vaidade, purifica o coração e nos eleva no amor genuíno, aproximando-nos da essência divina. Assim, somos convidados a abraçar a profundidade do Evangelho, renovando, em cada gesto do cotidiano, nosso compromisso de viver uma vida transformada pela luz da Verdade.



Marcos 2:18-22 (Vulgata)

  1. Et erant discipuli Joannis et Pharisaeorum jejunantes: et veniunt, et dicunt ei: Quare discipuli Joannis et Pharisaeorum jejunant, et tui discipuli non jejunant?
    E estavam os discípulos de João e os fariseus jejuando; e vêm e lhe dizem: Por que os discípulos de João e dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?

  2. Et dicit eis Jesus: Quomodo potestis filios sponsi cogere jejunare, dum cum illis est sponsus?
    E Jesus lhes disse: Como podem os filhos do esposo jejuar, enquanto o esposo está com eles?

  3. Venient autem dies, quando auferetur ab illis sponsus, et tunc in diebus illis jejunabunt.
    Mas virão dias, quando o esposo lhes será tirado, e então jejuarão naquele dia.

  4. Nemo mittit scissuram pannum veterem in vestimentum novum: alioquin implebitur novum et vetus tolletur.
    Ninguém põe remendo de pano novo em vestuário velho; caso contrário, o remendo novo tira um pedaço do velho, e o rasgão se faz pior.

  5. Et nemo mittit vinum novum in utres veteres: alioquin sperdent vinum et utres: sed vinum novum in utres novos fit.
    E ninguém põe vinho novo em odres velhos; de outra forma, o vinho se perde, e os odres se rompem; mas o vinho novo deve ser posto em odres novos.

Reflexão:

"Et nemo mittit vinum novum in utres veteres: alioquin sperdent vinum et utres: sed vinum novum in utres novos fit."
E ninguém põe vinho novo em odres velhos; de outra forma, o vinho se perde, e os odres se rompem; mas o vinho novo deve ser posto em odres novos. (Mc2:22)

Este versículo sintetiza a mensagem de renovação e transformação necessária para acolher a novidade do Reino de Deus.

A imagem do vinho novo e dos odres novos é uma metáfora da transformação necessária para que a plenitude do espírito se manifeste em nossa vida. O homem, como ser em constante evolução, precisa de novos espaços para acomodar o que é revelado e renovado. Assim como o vinho novo não pode ser contido nos odres velhos, a verdadeira experiência espiritual exige uma renovação interior. A transformação, que é tanto interna quanto cósmica, aponta para um destino mais elevado, onde o ser humano é convidado a ultrapassar seus limites e abrir-se para uma consciência maior. Quando o espírito se liberta das formas antigas, ele pode abraçar a vida de maneira mais plena, integrada e transcendental.


HOMILIA

A Renovação que Transforma

Caros irmãos e irmãs, o Evangelho de hoje nos apresenta uma profunda metáfora da renovação e da transformação. Jesus, ao responder à questão sobre o jejum, nos revela uma verdade que transcende o tempo: a necessidade de abrir espaço em nossas vidas para aquilo que é novo e pleno de vida.

O ensinamento de Jesus sobre o vinho novo e os odres novos nos desafia a refletir sobre como estamos vivendo diante das mudanças do mundo atual. Em um tempo marcado por crises sociais, ansiedades globais e transformações profundas nas relações humanas, somos tentados a nos apegar às estruturas antigas, às tradições que já não servem à plenitude do amor e da verdade. Mas o Senhor nos convida a algo maior: não é possível conter a novidade de sua mensagem em velhos padrões de pensamento e atitudes que nos prendem.

O vinho novo simboliza a graça divina, sempre renovada, sempre expandindo nossa compreensão do mundo e de nós mesmos. Os odres novos, por sua vez, representam nosso coração e mente abertos à transformação, capazes de acolher o frescor do Espírito. Isso nos leva a um chamado urgente: renovar nossa interioridade, nossas práticas, nossos relacionamentos, para que possamos ser vasos dignos do amor divino.

Nos dias de hoje, é fácil perceber o quanto nos prendemos ao que é velho: preconceitos, divisões, indiferença, e até o medo do que é diferente. Entretanto, Jesus nos convida a abrir mão desses "odres velhos" para que sua vida e sua verdade possam resplandecer em nós. Ele não nos pede apenas mudanças externas, mas uma revolução interior, uma conversão que permita que o Reino de Deus tome forma em cada gesto e decisão.

Esse chamado à renovação nos desafia a ver o mundo não como algo a ser temido, mas como uma oportunidade de colaborar com a grande obra do Criador. Assim, cada dia se torna um convite a crescer, a integrar a verdade, o amor e a justiça em nossa vida cotidiana. Que possamos abandonar o que nos limita e abraçar a vida nova que Cristo nos oferece, vivendo não apenas para nós mesmos, mas como instrumentos de um propósito maior, um futuro mais pleno e luminoso. Amém.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

Explicação Teológica: "E ninguém põe vinho novo em odres velhos; de outra forma, o vinho se perde, e os odres se rompem; mas o vinho novo deve ser posto em odres novos" (Mc 2,22)

1. O Contexto do Ensinamento

Esta frase surge no contexto de uma discussão sobre o jejum, quando Jesus é questionado por que seus discípulos não praticam os jejuns como os fariseus e os seguidores de João Batista. A resposta de Jesus transcende a prática do jejum, apontando para uma realidade mais profunda: Ele veio inaugurar algo novo, algo tão revolucionário que exige não apenas um ajuste, mas uma completa transformação do modo de compreender e viver a relação com Deus.

O vinho novo é a mensagem de Jesus, que não pode ser limitada pelos moldes da Antiga Aliança ou por interpretações rígidas da Lei. É uma mensagem que não apenas complementa o que veio antes, mas transforma radicalmente a maneira como o homem deve se relacionar com o Criador e com o próximo.


2. O Vinho Novo: A Graça e o Reino de Deus

O "vinho novo" simboliza a boa nova do Reino de Deus e a plenitude da graça trazida por Jesus Cristo. Trata-se da mensagem de salvação que supera os antigos sistemas religiosos baseados em regras externas, conduzindo os fiéis a uma relação mais íntima e profunda com Deus. Este vinho é vivo, dinâmico e fermenta continuamente, transformando tudo o que toca.

A vinda de Cristo é a encarnação dessa novidade. Ele não apenas traz ensinamentos novos; Ele é o próprio "vinho novo". Sua presença transforma corações, renova vidas e inaugura uma nova era na história da salvação.


3. Os Odres Velhos: Estruturas e Corações Rígidos

Os "odres velhos" representam a mentalidade antiga, caracterizada pela rigidez espiritual e a incapacidade de acolher a novidade do Evangelho. Assim como odres de couro envelhecido não conseguem suportar a expansão do vinho em fermentação, corações e mentes endurecidos não são capazes de conter a riqueza da nova mensagem de Cristo.

Esses odres velhos podem ser associados a práticas religiosas legalistas, tradições que perderam sua vitalidade, ou até mesmo a atitudes interiores marcadas pelo egoísmo, preconceito e resistência à mudança. Quando alguém tenta encaixar a novidade transformadora de Cristo em velhas estruturas, o resultado é destrutivo: tanto a mensagem quanto a pessoa correm o risco de se perder.


4. Os Odres Novos: Conversão e Abertura ao Espírito

Os "odres novos" são o símbolo da renovação interior que Jesus exige. São os corações convertidos, maleáveis e abertos à ação do Espírito Santo. Esses odres são capazes de expandir-se para acolher o dinamismo da graça e adaptar-se à sua constante renovação.

O processo de conversão é essencial para que nos tornemos "odres novos". Isso significa desapegar-se das antigas maneiras de pensar e agir, deixando-se moldar por Cristo. A conversão não é apenas uma mudança superficial, mas uma transformação profunda que nos capacita a participar plenamente do Reino de Deus.


5. A Perda do Vinho: Uma Advertência Espiritual

Jesus também nos adverte sobre o perigo de tentar conter o "vinho novo" em "odres velhos". Quando resistimos à renovação que o Evangelho exige, acabamos perdendo tanto a graça quanto a vitalidade espiritual. O rompimento dos odres simboliza a incapacidade do homem de receber a plenitude de Deus quando está preso a estruturas ultrapassadas ou a um coração fechado.

Isso é um convite à vigilância espiritual: para não desperdiçarmos o vinho novo que nos é dado, precisamos estar atentos às nossas atitudes, disposições e práticas.


6. Aplicação aos Dias Atuais

Nos dias de hoje, o ensinamento de Jesus é extremamente relevante. Vivemos em tempos de profundas transformações sociais, culturais e espirituais. Muitas vezes, há uma tentação de nos apegar ao que é antigo por medo do novo, rejeitando mudanças que desafiam nossa zona de conforto. No entanto, Jesus nos convida a sermos "odres novos" para acolher a novidade do Evangelho em nosso tempo.

A "velhice" dos odres não é apenas uma questão de tempo, mas de rigidez. Mesmo em uma sociedade que parece moderna, podemos cair no erro de reviver atitudes farisaicas: legalismo, exclusões e fechamento ao próximo. Ser "odres novos" significa abrir-se à misericórdia, à solidariedade e ao amor que estão no coração da mensagem cristã.


7. Conclusão: O Chamado à Renovação

A frase de Jesus, "vinho novo deve ser posto em odres novos", é um apelo à renovação constante de nossa vida espiritual. Não basta ouvir o Evangelho; é necessário permitir que ele nos transforme por completo. O vinho novo da graça continua a ser derramado em nossos dias. Que sejamos odres novos, flexíveis e abertos, para que possamos acolher a plenitude do Reino de Deus em nossas vidas e compartilhá-lo com o mundo. Assim, cumpriremos nosso chamado de ser testemunhas vivas da novidade eterna de Cristo.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:


Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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