segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 1:29-39 - 15.01.2025

 Liturgia Diária


15 – QUARTA-FEIRA 

1ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)


Contemplei um Ser assentado em um trono de glória absoluta, irradiando uma luz que atravessa os éons. Ao redor, a plenitude angelical entoa em perfeita unidade: "Eis Aquele cujo Nome é eterno e cujo Reino transcende todo o tempo e espaço."

Inspirados pela manifestação plena de Cristo, somos chamados a nos posicionar na comunhão com os mais vulneráveis espiritualmente, levando-lhes a manifestação da misericórdia divina e dissipando as sombras da desarmonia e da injustiça que obscurecem a Criação. Fazer o bem é a expressão do Logos divino em nós, uma missão diária inscrita no coração do cosmos. Ao celebrarmos a Eucaristia, transcendemos a palavra ouvida, transformando-a em atos que refletem o eterno movimento do Bem no universo.



Marcos 1:29-39 (Vulgata)

29 Et protinus egredientes de synagoga, venerunt in domum Simonis et Andreæ, cum Jacobo et Joanne.
29 E imediatamente, saindo da sinagoga, foram para a casa de Simão e André, com Tiago e João.

30 Socrus autem Simonis decumbebat febricitans: et statim dicunt ei de illa.
30 A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram dela.

31 Et accedens elevavit eam, apprehensa manu ejus: et continuo dimisit eam febris, et ministrabat eis.
31 Aproximando-se, Ele a tomou pela mão e a levantou; e imediatamente a febre a deixou, e ela começou a servi-los.

32 Vespere autem facto, cum occidisset sol, afferebant ad eum omnes male habentes, et dæmonia habentes.
32 Ao cair da tarde, depois do pôr do sol, traziam a Ele todos os que estavam doentes e os possuídos por demônios.

33 Et erat omnis civitas congregata ad januam.
33 E toda a cidade estava reunida diante da porta.

34 Et curavit multos, qui vexabantur variis languoribus, et dæmonia multa ejiciebat: et non sinebat ea loqui, quoniam sciebant eum.
34 E curou muitos que sofriam de diversas enfermidades e expulsou muitos demônios, mas não os deixava falar, porque sabiam quem Ele era.

35 Et diluculo valde surgens, egressus abiit in desertum locum, ibique orabat.
35 De madrugada, ainda escuro, Ele se levantou, saiu e foi a um lugar deserto, onde orava.

36 Et persecutus est eum Simon, et qui cum eo erant.
36 Simão e os que estavam com Ele o procuravam.

37 Et cum invenissent eum, dixerunt ei: Quia omnes quærunt te.
37 E, ao encontrá-lo, disseram-lhe: Todos te procuram.

38 Et ait illis: Eamus in proximos vicos, et civitates, ut et ibi prædicem: ad hoc enim veni.
38 Ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas para que eu pregue também ali, pois foi para isso que eu vim.

39 Et erat prædicans in synagogis eorum, et in omni Galilæa, et dæmonia ejiciens.
39 E Ele ia pregando nas sinagogas deles por toda a Galileia e expulsando demônios.


Reflexão:

Et ait illis: Eamus in proximos vicos, et civitates, ut et ibi prædicem: ad hoc enim veni.
E Ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas para que eu pregue também ali, pois foi para isso que eu vim. (Mc 1:38)

Essa frase sintetiza a missão universal de Cristo: levar a Boa Nova a todos os lugares, destacando sua dedicação em cumprir o propósito divino de salvação e ensino.

Cada gesto de Cristo no Evangelho manifesta a convergência do divino no humano, um processo que não apenas cura o corpo, mas desperta a alma para sua vocação suprema. Ao tocar a sogra de Simão, Ele revela que a elevação do ser começa na proximidade amorosa e na conexão com o próximo. Ao se retirar para orar no silêncio do deserto, Cristo nos convida a perceber que o movimento para dentro de si é o primeiro passo para irradiar luz ao cosmos. Pregar nas aldeias e curar os enfermos demonstra que a presença divina é dinâmica e ativa, atravessando fronteiras e transformando o espaço em comunhão. Assim, somos chamados a participar dessa ascensão universal, onde o humano e o divino encontram seu propósito na plenitude do amor.


HOMILIA

"Chamados a Expandir a Luz do Reino"

O Evangelho de Marcos 1,29-39 nos apresenta a essência da missão de Jesus: curar, libertar e anunciar o Reino de Deus. Em cada gesto de Cristo, há um chamado para que nos levantemos, mesmo em meio às nossas dores, e participemos da dinâmica transformadora do Reino. Hoje, essa mensagem ecoa com uma profundidade ainda maior diante das realidades desafiadoras que enfrentamos: crises sociais, espirituais e ecológicas que nos interpelam a agir.

Quando Jesus toma pela mão a sogra de Simão e a levanta, Ele nos ensina que o ato de erguer alguém transcende o simples alívio da dor. É um convite para uma nova vida, uma nova disposição para servir. Quantas vezes, em nossa realidade, ficamos paralisados pela indiferença ou pelo medo? Somos chamados a ser mãos que levantam, palavras que libertam e presenças que curam.

O momento em que Jesus se retira para o deserto para orar nos recorda a importância de reencontrar a fonte que nos alimenta. Vivemos em um mundo hiperconectado, onde o silêncio parece uma ausência e o deserto, uma perda. No entanto, é no recolhimento que encontramos forças para sermos luzes vivas no mundo. Precisamos reaprender o valor do silêncio e da contemplação para que nossas ações não sejam apenas reações, mas expressões do Amor.

Finalmente, quando Jesus diz: "Vamos às aldeias vizinhas para que eu pregue também ali, pois foi para isso que eu vim," Ele nos revela que o amor não tem limites e que a mensagem do Reino é para todos. Hoje, isso nos desafia a sair das nossas zonas de conforto, ultrapassando barreiras sociais, culturais e ideológicas. Não podemos nos conformar com a fragmentação do mundo; somos chamados a construir comunhão, solidariedade e esperança.

Assim como Cristo percorreu as aldeias da Galileia, Ele nos convida hoje a levarmos Sua presença onde houver escuridão, desespero ou solidão. Que a nossa vida seja uma resposta ao chamado divino de transformar o mundo, irradiando a luz que nos foi confiada. Pois, como Ele mesmo nos mostrou, a verdadeira cura do mundo começa quando, em amor, nos colocamos a serviço.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

"Vamos às aldeias vizinhas para que eu pregue também ali, pois foi para isso que eu vim" (Mc 1,38): Uma Explicação Teológica Profunda

Essa frase de Jesus encapsula a essência de sua missão: a proclamação do Reino de Deus como uma realidade dinâmica e universal. Ela não apenas revela sua incansável dedicação à vontade do Pai, mas também apresenta implicações teológicas profundas para o entendimento do propósito de sua encarnação.

1. A Universalidade da Mensagem do Reino

Ao dizer "vamos às aldeias vizinhas," Jesus manifesta que sua missão não está restrita a um lugar ou povo específico. O Reino de Deus é inclusivo e expansivo, destinado a alcançar todos os cantos da Terra. Essa afirmação rompe com qualquer ideia de exclusivismo religioso ou territorial, apontando para um chamado à unidade universal sob o senhorio de Deus.

2. O Movimento do Amor em Direção ao Outro

A ação de ir é um reflexo do amor dinâmico de Deus, que não permanece estático, mas sempre busca o outro. Cristo, como a Palavra encarnada, encarna esse movimento divino ao sair constantemente de um lugar para alcançar novos corações. Esse ir ao encontro simboliza a iniciativa de Deus em reconciliar o mundo consigo mesmo, convidando a humanidade a participar desse movimento salvífico.

3. A Identidade e a Missão de Jesus

Ao declarar "pois foi para isso que eu vim," Jesus reafirma que sua vinda ao mundo é profundamente teleológica, ou seja, orientada por um propósito definido: anunciar o Reino de Deus. Essa missão não é uma tarefa secundária, mas o núcleo de sua identidade como o Enviado do Pai. Ele não veio simplesmente para realizar milagres ou ser um líder moral, mas para proclamar e inaugurar uma nova ordem divina, na qual a vontade de Deus é plenamente feita.

4. O Anúncio como Ato Transformador

A pregação de Jesus não é meramente informativa, mas performativa. Quando Ele prega, Ele transforma. Suas palavras têm poder para curar, libertar e reconciliar. Assim, o chamado para ir às aldeias vizinhas indica que a palavra de Deus deve ser viva e atuante em novos contextos, gerando frutos onde quer que seja proclamada.

5. O Chamado ao Discipulado

Essa declaração de Jesus também serve como modelo para o discipulado cristão. Aqueles que o seguem são chamados a participar de sua missão universal. Ir às "aldeias vizinhas" simboliza sair do conforto e da familiaridade para levar a mensagem do Reino a lugares desconhecidos, enfrentando desafios e resistências.

6. A Conexão com a Cruz

Ao afirmar o propósito de sua vinda, Jesus aponta para a consumação de sua missão na cruz. O "ir" de Jesus culmina em Jerusalém, onde Ele se oferece como sacrifício redentor. Assim, cada passo dado em direção às aldeias vizinhas é uma antecipação do grande ato de entrega que reconciliará todas as coisas com Deus.

Conclusão

A frase de Marcos 1,38 nos lembra que a missão de Jesus é uma missão de movimento, inclusão e transformação. É um convite para que nos unamos a Ele na proclamação do Reino de Deus, saindo de nossos próprios limites e levando a Boa Nova a todos os lugares. Em Cristo, somos chamados a viver com propósito, entendendo que nosso "ir" diário é parte de um plano maior que reflete o amor dinâmico e salvador de Deus.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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