Liturgia Diária
17 – TERÇA-FEIRA
3ª SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento II ou IIA – ofício do dia)
Alegrem-se os céus e exulte a terra, porque o Senhor virá e terá compaixão dos pequeninos (Is 49,13).
Geração após geração, Deus sustentou a essência espiritual de Seu povo com a promessa do advento do Salvador que transcenderia o mundo. Até que, na plenitude dos tempos, manifestou-se Jesus, o "Filho de Davi, Filho de Abraão". Nele, realiza-se a bênção destinada a todas as nações, ecoando a harmonia divina. Elevemos o nosso espírito para acolher o Filho de Deus, que vem habitar entre nós como a Luz eterna que transforma e renova.
Mateus 1,1-17 (Vulgata)
-
Liber generationis Iesu Christi, filii David, filii Abraham.
Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. -
Abraham genuit Isaac, Isaac autem genuit Iacob, Iacob autem genuit Iudam et fratres eius.
Abraão gerou Isaque, Isaque gerou Jacó, Jacó gerou Judá e seus irmãos. -
Iudas autem genuit Phares et Zara de Thamar, Phares autem genuit Esrom, Esrom autem genuit Aram.
Judá gerou Fares e Zara de Tamar, Fares gerou Esrom, Esrom gerou Arão. -
Aram autem genuit Aminadab, Aminadab autem genuit Naasson, Naasson autem genuit Salmon.
Arão gerou Aminadab, Aminadab gerou Naasson, Naasson gerou Salmom. -
Salmon autem genuit Booz de Rahab, Booz autem genuit Obed de Ruth, Obed autem genuit Iesse.
Salmom gerou Booz de Raabe, Booz gerou Obede de Rute, Obede gerou Jessé. -
Iesse autem genuit David regem. David autem genuit Salomonem de ea, quae fuit uxorem Uriae.
Jessé gerou Davi, o rei. Davi gerou Salomão da que foi mulher de Urias. -
Salomon autem genuit Roboam, Roboam autem genuit Abiam, Abiam autem genuit Asa.
Salomão gerou Roboão, Roboão gerou Abias, Abias gerou Asa. -
Asa autem genuit Iosaphat, Iosaphat autem genuit Ioram, Ioram autem genuit Ozias.
Asa gerou Josafá, Josafá gerou Jorão, Jorão gerou Uzias. -
Ozias autem genuit Ioatham, Ioatham autem genuit Achaz, Achaz autem genuit Ezechiam.
Uzias gerou Jotão, Jotão gerou Acaz, Acaz gerou Ezequias. -
Ezechias autem genuit Manassen, Manasses autem genuit Amon, Amon autem genuit Iosias.
Ezequias gerou Manassés, Manassés gerou Amom, Amom gerou Josias. -
Iosias autem genuit Jechoniam et fratres eius in transmigratione Babylonis.
Josias gerou Jeconias e seus irmãos na transição para Babilônia. -
Et post transmigrationem Babylonis, Jechonias genuit Salathiel, Salathiel autem genuit Zorobabel.
E após a transição para Babilônia, Jeconias gerou Salatiel, Salatiel gerou Zorobabel. -
Zorobabel autem genuit Abiud, Abiud autem genuit Eliacim, Eliacim autem genuit Azor.
Zorobabel gerou Abiud, Abiud gerou Eliakim, Eliakim gerou Azor. -
Azor autem genuit Sadoc, Sadoc autem genuit Achim, Achim autem genuit Eliud.
Azor gerou Sadoque, Sadoque gerou Aquim, Aquim gerou Eliud. -
Eliud autem genuit Eleazar, Eleazar autem genuit Matthan, Matthan autem genuit Iacob.
Eliud gerou Eleazar, Eleazar gerou Matthan, Matthan gerou Jacó. -
Iacob autem genuit Ioseph virum Mariae, de qua natus est Iesus, qui vocatur Christus.
Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. -
Igitur omnes generationes ab Abraham usque ad David, generationes quatorze: et a David usque ad transmigrationem Babylonis, generationes quatuordecim: et a transmigratione Babylonis usque ad Christum, generationes quatuordecim.
Portanto, todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a transição para Babilônia, catorze gerações; e da transição para Babilônia até Cristo, catorze gerações.
Reflexão
"Iacob autem genuit Ioseph virum Mariae, de qua natus est Iesus, qui vocatur Christus."
Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. - (Mateus 1,16)
Essa frase destaca o clímax da genealogia, revelando Jesus como o cumprimento de todas as promessas feitas ao longo das gerações. Ele é identificado como o Cristo, o Messias, unindo a história da humanidade à realização da salvação divina.
Na jornada cósmica da humanidade, cada geração se entrelaça com a anterior, moldando e sendo moldada por um fluxo de evolução espiritual. A genealogia de Jesus, que parece simples em sua sequência humana, revela um movimento profundo de transcendência e reintegração, como se cada ancestral fosse uma nota na sinfonia divina. A história de Cristo não começa apenas com Sua manifestação física, mas com a eternidade que ecoa em cada ser humano, cada alma. Em Sua vinda, o tempo e o espaço se tornam caminhos para a união da matéria e do espírito, como se a humanidade, através da história, se preparasse para acolher o ponto final da sua evolução. Jesus não é apenas a conclusão de uma linhagem, mas o início de uma nova realidade, onde o divino e o humano se fundem, convidando todos a participar da transformação da criação em um único e eterno movimento de amor.
HOMILIA
Homilia: A Genealogia que Transcende o Tempo
Amados irmãos e irmãs,
Hoje contemplamos o Evangelho de Mateus, que nos apresenta a genealogia de Jesus Cristo, uma sequência aparentemente simples de nomes e gerações. No entanto, sob essa lista, escondem-se profundos ensinamentos para os nossos dias.
Cada nome mencionado não é apenas um registro histórico, mas um elo em uma corrente que une o humano ao divino. Essa linhagem aponta para um movimento maior, onde cada geração prepara o caminho para algo maior, um horizonte de plenitude que culmina na chegada de Cristo. Ele, o Filho de Deus, entra na história humana como o ponto central que transforma não apenas o passado, mas também o presente e o futuro.
Em nossa vida cotidiana, somos frequentemente tentados a ver nossas ações e escolhas como insignificantes, desconectadas de um propósito maior. Contudo, este Evangelho nos lembra que cada vida, cada momento, faz parte de uma construção grandiosa, onde o amor de Deus atua silenciosamente, unindo todas as coisas em direção a um bem maior. Assim como Abraão, Davi e Maria tiveram seus papéis no plano divino, também nós somos chamados a participar dessa obra contínua de renovação.
Nos dias de hoje, quando a fragmentação parece prevalecer – nas relações, nas comunidades, nos corações –, o Evangelho nos convida a olhar além do imediato e enxergar o fio de continuidade que liga nossa existência ao projeto divino. Cada um de nós, em nossa singularidade, carrega uma missão que contribui para a manifestação do Reino de Deus no mundo.
Jesus, ao assumir a humanidade, não apenas santifica o passado, mas também abre para nós a possibilidade de um futuro de esperança. Ele nos mostra que a verdadeira transformação começa em nós mesmos, quando permitimos que Deus faça morada em nossos corações. Ao acolher Cristo, tornamo-nos parte dessa genealogia espiritual que transcende o tempo e os limites humanos.
Que este Evangelho nos inspire a viver com consciência de que nossas vidas não são aleatórias, mas participantes de um chamado eterno. Que possamos, como Maria, acolher o mistério de Deus e dizer "sim" ao que Ele deseja realizar em nós e através de nós. Assim, unindo-nos à grande história da salvação, nos tornaremos sinais vivos do amor que transforma o mundo.
Amém.
EXPLIACAÇÃO TEOLÓGICA
A frase "Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo" (Mateus 1,16) é profundamente rica em significado teológico e revela verdades centrais da fé cristã. Para compreendê-la em sua profundidade, podemos analisá-la sob três aspectos principais: a linhagem, a maternidade de Maria e a identidade de Jesus como o Cristo.
1. A linhagem e a conexão com a história da salvação
Ao mencionar Jacó e José, o texto sublinha a continuidade da genealogia que começou com Abraão e Davi. José, o esposo de Maria, é apresentado como herdeiro dessa linhagem davídica, cumprindo as profecias messiânicas que indicavam que o Messias viria da casa de Davi (cf. 2Samuel 7,12-16; Isaías 11,1).
Embora José não seja o pai biológico de Jesus, ele é legalmente o pai terreno, conferindo a Jesus a legitimidade davídica. Isso reforça que Deus cumpre Suas promessas dentro da história humana, utilizando estruturas familiares e culturais para manifestar Sua obra redentora.
2. Maria como a nova Arca da Aliança
A frase destaca Maria como a mãe de Jesus, "da qual nasceu Jesus." Esta breve expressão carrega uma riqueza teológica imensa, pois evidencia a concepção virginal de Cristo, anunciada pelo anjo Gabriel (cf. Lucas 1,26-38). Maria, plenamente humana, torna-se o instrumento pelo qual o Verbo de Deus assume a carne humana.
Maria é, portanto, a nova Arca da Aliança, pois em seu ventre habitou não apenas as tábuas da Lei, mas o próprio Autor da Lei. Ela personifica a colaboração humana na obra divina, sendo plenamente disponível à vontade de Deus. Sua maternidade revela o mistério da encarnação: o divino e o humano unidos em Jesus Cristo, sem confusão ou separação.
3. Jesus, o Cristo, o Ungido
A frase culmina na identificação de Jesus como "o Cristo." O título “Cristo” não é apenas um sobrenome, mas um reconhecimento de Sua missão e identidade. “Cristo” vem do grego Christos, que traduz o hebraico Mashiach (Messias), significando “ungido.”
Essa unção remete às antigas práticas de consagrar reis, sacerdotes e profetas como representantes de Deus. Em Jesus, todas essas funções se realizam plenamente: Ele é o Rei eterno que governa com justiça (cf. Apocalipse 19,16), o Sumo Sacerdote que se oferece como sacrifício perfeito (cf. Hebreus 9,11-14) e o Profeta que revela plenamente o Pai (cf. João 14,9).
Identificar Jesus como o Cristo sublinha que Ele não é apenas mais um membro da genealogia, mas o cumprimento de todas as promessas de Deus. Ele é o centro e o ápice da história da salvação, aquele que reconcilia a humanidade com Deus e inaugura uma nova criação.
Conclusão: O Mistério da Encarnação e da Redenção
Esta frase de Mateus 1,16 encapsula a essência do Evangelho: Deus entra na história humana, assumindo nossa condição, mas sem pecado, para nos redimir. Por meio de José e Maria, vemos o envolvimento humano na obra divina, lembrando-nos que Deus age na simplicidade da vida cotidiana, transformando-a em caminho de salvação.
Jesus, chamado o Cristo, não é apenas uma figura histórica, mas o Senhor da história, o Ungido que nos convida a participar da plenitude do Reino de Deus. Essa frase nos desafia a reconhecer que, assim como José e Maria, somos chamados a colaborar com o plano divino, deixando que Cristo nasça e viva em nossos corações e ações.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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