domingo, 31 de agosto de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 5:33-39 - 05.09.2025


Liturgia Diária


5 – SEXTA-FEIRA 

22ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)


Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca (Sl 85,3.5).


Cristo é a cabeça invisível que ordena e vivifica o corpo da Igreja. Seu amor derrama-se como vinho novo, despertando em cada ser a consciência de sua dignidade e a responsabilidade de agir com retidão. Nele aprendemos que a verdade não oprime, mas liberta, e que os mandamentos não são jugo, mas caminho de realização. Quando a alma se abre à sua luz, descobre que a obediência amorosa não escraviza, mas conduz à plenitude da existência.

“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
(João 8:32)



Evangelium secundum Lucam 5,33-39

  1. At illi dixerunt ad eum: Quare discipuli Ioannis ieiunant frequenter, et obsecrationes faciunt, similiter et Pharisaeorum: tui autem edunt et bibunt?
    Eles disseram a Jesus: Por que os discípulos de João jejuam frequentemente e fazem orações, assim como os dos fariseus, mas os teus comem e bebem?

  2. Quibus ipse ait: Numquid potestis filios sponsi, dum cum illis est sponsus, facere ieiunare?
    Jesus lhes respondeu: Acaso podeis obrigar os amigos do esposo a jejuar enquanto o esposo está com eles?

  3. Venient autem dies: et cum ablatus fuerit ab illis sponsus, tunc ieiunabunt in illis diebus.
    Dias virão em que o esposo lhes será tirado; então, nesses dias, jejuarão.

  4. Dicebat autem et similitudinem ad illos: Quia nemo commissuram a novo vestimento immittit in vestimentum vetus: alioquin et novum rumpit, et veteri non convenit commissura a novo.
    E disse-lhes também uma parábola: Ninguém tira um remendo de uma veste nova e o coloca numa veste velha, pois o novo se rasga e o remendo não combina com o velho.

  5. Et nemo mittit vinum novum in utres veteres: alioquin rumpet vinum novum utres, et ipsum effundetur, et utres peribunt.
    E ninguém coloca vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo rompe os odres, derrama-se e os odres se perdem.

  6. Sed vinum novum in utres novos mittendum est: et utraque conservantur.
    Mas deve-se colocar vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.

  7. Et nemo bibens vetus, statim vult novum: dicit enim, Vetus melius est.
    E ninguém, depois de beber o vinho velho, quer o novo, pois diz: O velho é melhor.

Reflexão:

O ensinamento revela que a vida não se sustenta em estruturas rígidas, mas na abertura constante ao novo que se oferece como promessa. O esposo presente é a plenitude da comunhão, e sua ausência recorda a necessidade de interiorizar essa presença em liberdade. O vinho novo indica a consciência desperta que rompe formas ultrapassadas para que o ser humano cresça em autenticidade. O caminho não é a repetição do passado, mas a transformação que une tradição e novidade. A cada escolha, renova-se a possibilidade de expansão da vida, onde o amor se torna força criadora que conduz à verdadeira liberdade. 


Versículo mais importante:

38. Sed vinum novum in utres novos mittendum est: et utraque conservantur.
Mas deve-se colocar vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.(Lc 5:38)


HOMILIA

Homilia: O Vinho Novo e a Dignidade da Alma

Meus irmãos, o Evangelho nos apresenta um chamado à abertura profunda do espírito. Os discípulos de João e os fariseus viviam presos a formas antigas, a práticas que buscavam ordenar a vida sem compreender a verdadeira presença do divino. Cristo nos revela que o amor não se limita a rituais; ele é vinho novo que transforma a consciência e desperta a dignidade interior de cada ser.

O esposo presente é símbolo da plenitude que habita a alma. Enquanto permanecemos presos ao velho, ao que já passou, perdemos a liberdade de crescer. O vinho novo exige odres novos, receptáculos capazes de receber o frescor da vida em sua essência. Assim, a evolução interior não é uma imposição, mas um convite à expansão da consciência, à realização de nossa liberdade e à integração de nossas potencialidades mais autênticas.

Em cada gesto de entrega ao amor, percebemos que a vida se renova e a dignidade da pessoa se manifesta. A transformação não destrói o passado; ela o harmoniza com o presente, possibilitando a plenitude de ser. O Evangelho nos chama, portanto, a ser receptáculos novos, capazes de acolher a novidade do Espírito, vivendo em liberdade e despertando para a grandeza de nossa existência interior.

“Sed vinum novum in utres novos mittendum est: et utraque conservantur.”
(Lucas 5,38)


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA 

O Vinho Novo em Odres Novos: Uma Perspectiva Metafísica e Teológica
(Lc 5,38)

1. O Símbolo do Vinho Novo
O vinho novo representa a energia vital da presença divina em sua forma mais pura e transformadora. Não se trata apenas de uma prática ritual, mas de uma experiência interior que desperta a consciência para a plenitude da vida. O vinho novo simboliza o amor que renova, a verdade que liberta e a força espiritual que expande a consciência do ser, tornando-o apto a participar da ordem cósmica e da harmonia do Criador.

2. O Odre Novo: A Preparação da Alma
O odre novo simboliza a receptividade da alma. A transformação espiritual exige que cada ser se torne um recipiente capaz de acolher o frescor do divino sem ser rompido pelas tensões de estruturas antigas. Metafisicamente, significa que a consciência deve evoluir, libertando-se de padrões rígidos e da repetição mecânica de hábitos, abrindo espaço para a renovação interior e a realização plena da dignidade humana.

3. A Harmonia entre Novo e Velho
O texto indica que o vinho e o odre não se perdem quando há sintonia: o novo preserva o recipiente, e o recipiente preserva o novo. Isso reflete a lei da integração: o espírito renovado não destrói o passado, mas o transforma, elevando-o à luz da consciência desperta. Cada elemento da vida humana — experiências, tradições e ensinamentos — é valorizado quando existe abertura para a renovação interior.

4. Implicações para a Evolução Interior
A metáfora do vinho novo em odres novos aponta para a jornada da alma em direção à liberdade e à autêntica expressão do ser. A evolução espiritual não é mera adesão a normas externas; é o florescimento da consciência em harmonia com a verdade divina. Cada ser humano, ao tornar-se um recipiente apto para o novo, manifesta dignidade e autonomia, reconhecendo sua capacidade de participar da criação e de conduzir sua vida com plenitude e liberdade interior.

5. Conclusão: A Renovação como Caminho de Vida
Lc 5,38 nos ensina que a verdadeira transformação não é imposta, mas acolhida. O vinho novo exige odres novos, e a vida exige receptividade consciente. A abertura ao divino, ao amor e à verdade não destrói, mas preserva e amplia. É assim que a pessoa se torna plenamente livre, digna e capaz de viver em sintonia com a ordem maior da existência, cultivando a plenitude da vida interior e a harmonia com a totalidade do ser.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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