terça-feira, 2 de setembro de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 1:1-16.18-23 - 08.09.2025

 Liturgia Diária


8 – SEGUNDA-FEIRA 

NATIVIDADE DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA


(branco, glória, pref. de Maria – ofício da festa)


Celebremos o nascimento da Virgem Maria como aurora que anuncia o Sol da Justiça, Cristo, nossa plenitude. Sua vinda manifesta a liberdade do Espírito que age na história, revelando que toda existência pode florescer em dignidade e luz. Em seu nascimento ressoa a promessa cumprida: o Mistério se faz próximo, a esperança se torna presença. Maria surge como sinal de que a vida não é aprisionada pelo acaso, mas conduzida por um desígnio maior. Celebremos, pois, a alegria de sua Natividade, expressão do amor divino que chama cada ser humano à realização de sua vocação eterna.



Evangelium secundum Matthaeum 1:1-16.18-23

1. Liber generationis Iesu Christi filii David, filii Abraham.
1. Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.

2. Abraham genuit Isaac. Isaac autem genuit Iacob. Iacob autem genuit Iudam, et fratres eius.
2. Abraão gerou Isaac. Isaac gerou Jacó. Jacó gerou Judá e seus irmãos.

3. Judas autem genuit Phares, et Zaram de Thamar. Phares autem genuit Esron. Esron autem genuit Aram.
3. Judá gerou Fares e Zara, de Tamar. Fares gerou Esrom. Esrom gerou Arão.

4. Aram autem genuit Aminadab. Aminadab autem genuit Naasson. Naasson autem genuit Salmon.
4. Arão gerou Aminadabe. Aminadabe gerou Naasson. Naasson gerou Salmom.

5. Salmon autem genuit Booz de Rahab. Booz autem genuit Obed ex Ruth. Obed autem genuit Iesse.
5. Salmom gerou Booz, de Raab. Booz gerou Obed, de Rute. Obed gerou Jessé.

6. Iesse autem genuit David regem. David autem rex genuit Salomonem ex ea, quae fuit Uriae.
6. Jessé gerou o rei Davi. O rei Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido mulher de Urias.

7. Salomon autem genuit Roboam. Roboam autem genuit Abiam. Abias autem genuit Asa.
7. Salomão gerou Roboão. Roboão gerou Abias. Abias gerou Asa.

8. Asa autem genuit Iosaphat. Iosaphat autem genuit Ioram. Ioram autem genuit Oziam.
8. Asa gerou Josafá. Josafá gerou Jorão. Jorão gerou Ozias.

9. Ozias autem genuit Ioatham. Ioatham autem genuit Achaz. Achaz autem genuit Ezechiam.
9. Ozias gerou Joatão. Joatão gerou Acaz. Acaz gerou Ezequias.

10. Ezechias autem genuit Manassen. Manasses autem genuit Amon. Amon autem genuit Iosiam.
10. Ezequias gerou Manassés. Manassés gerou Amom. Amom gerou Josias.

11. Iosias autem genuit Iechoniam, et fratres eius in transmigratione Babylonis.
11. Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para a Babilônia.

12. Et post transmigrationem Babylonis, Iechonias genuit Salathiel. Salathiel autem genuit Zorobabel.
12. Depois da deportação para a Babilônia, Jeconias gerou Salatiel. Salatiel gerou Zorobabel.

13. Zorobabel autem genuit Abiud. Abiud autem genuit Eliachim. Eliachim autem genuit Azor.
13. Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliaquim. Eliaquim gerou Azor.

14. Azor autem genuit Sadoc. Sadoc autem genuit Achim. Achim autem genuit Eliud.
14. Azor gerou Sadoc. Sadoc gerou Aquim. Aquim gerou Eliud.

15. Eliud autem genuit Eleazar. Eleazar autem genuit Mathan. Mathan autem genuit Iacob.
15. Eliud gerou Eleazar. Eleazar gerou Matã. Matã gerou Jacó.

16. Iacob autem genuit Ioseph, virum Mariae, de qua natus est Iesus, qui vocatur Christus.
16. Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.

18. Christi autem generatio sic erat: cum esset desponsata mater eius Maria Ioseph, antequam convenirent, inventa est in utero habens de Spiritu Sancto.
18. A geração de Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de coabitarem, achou-se grávida por virtude do Espírito Santo.

19. Ioseph autem vir eius, cum esset iustus, et nollet eam traducere, voluit occulte dimittere eam.
19. José, seu esposo, sendo justo e não querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.

20. Haec autem eo cogitante, ecce angelus Domini apparuit in somnis ei, dicens: Ioseph, fili David, noli timere accipere Mariam coniugem tuam: quod enim in ea natum est, de Spiritu Sancto est.
20. Enquanto assim pensava, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo.

21. Pariet autem filium: et vocabis nomen eius Iesum: ipse enim salvum faciet populum suum a peccatis eorum.
21. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos pecados.

22. Hoc autem totum factum est, ut adimpleretur quod dictum est a Domino per prophetam dicentem:
22. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor tinha dito pelo profeta:

23. Ecce virgo in utero habebit, et pariet filium: et vocabunt nomen eius Emmanuel, quod est interpretatum Nobiscum Deus.
23. Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão Emanuel, que significa: Deus conosco.

Reflexão:

A genealogia é como uma trama em constante construção, onde cada nome representa um passo rumo à afirmação da dignidade singular. A origem divina se alia à responsabilidade humana, revelando que a história é fruto da colaboração consciente entre vontade e destino. O nascimento concebido por uma força maior reflete o impulso por autogoverno interior que transforma a estrutura social. A passagem encarna a ideia de que cada indivíduo, livre em sua essência, contribui para uma totalidade progressiva. Nela, vemos o chamado à autonomia — a virtude que fortalece o vínculo coletivo e impulsiona o avanço contínuo da humanidade rumo a um horizonte de liberdade e justiça integral.


Versículo mais importante:

23. Ecce virgo concipiet, et pariet Filium; et vocabunt nomen eius Emmanuel; quod est interpretatum: Deus nobiscum.
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão Emanuel, que significa: Deus conosco.(Mt 1:23)


HOMILIA

O Mistério do Nascimento como Epifania da Liberdade

No Evangelho segundo Mateus, a genealogia de Cristo se desdobra como um rio que recolhe em si a história humana, com suas rupturas e reinícios, até culminar no nascimento d’Aquele que é a presença de Deus entre nós. Cada nome evocado não é apenas memória, mas testemunho de que a vida se faz caminho, onde a graça não elimina a fragilidade, mas a transfigura.

Quando chegamos ao anúncio de que Maria conceberá por obra do Espírito, o horizonte se abre para um ponto decisivo: a história humana não está fechada em si mesma, mas é continuamente chamada a ultrapassar seus limites. O sinal é a Virgem que gera, símbolo de uma origem que não se explica apenas pela carne, mas pela liberdade do Espírito que sopra onde quer.

A encarnação manifesta que a dignidade da pessoa não se reduz à sua condição material, mas é vocação para participar da plenitude divina. O Emanuel — Deus conosco — não é apenas presença, mas impulso interior que eleva a criatura a colaborar na obra sempre inacabada da criação.

Assim, contemplar o nascimento de Cristo não é apenas olhar para um acontecimento remoto, mas reconhecer em nossa própria vida o chamado a crescer, expandir e integrar cada fragmento da existência na direção de uma unidade maior. Este mistério nos recorda que somos portadores de uma centelha capaz de transformar a escuridão em luz, a limitação em abertura e a história em eternidade.


EXPPLICAÇÃO TEOLÓGICA

O Mistério de Emanuel: A Presença de Deus na Existência Humana

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão Emanuel, que significa: Deus conosco.” (Mt 1,23)

1. O Sinal do Invisível que se Torna Visível

O versículo anuncia um paradoxo: a concepção virginal. Na perspectiva metafísica, não se trata apenas de um fato extraordinário, mas da revelação de que o Infinito pode habitar o finito sem se reduzir a ele. O ventre da virgem torna-se o espaço onde o Eterno se inscreve no tempo, revelando que a realidade visível é sempre sustentada por uma dimensão invisível. A virgindade, aqui, não é apenas pureza física, mas o símbolo de um ser inteiramente aberto ao Absoluto, sem condicionamentos, capaz de receber a plenitude sem resistência.

2. O Nome como Manifestação do Ser

O nome “Emanuel” não é mero título, mas manifestação do mistério ontológico de Cristo: Deus não apenas acima de nós, mas conosco. A tradição bíblica entende que o nome expressa a essência. Portanto, chamar Jesus de “Emanuel” é afirmar que a própria estrutura da realidade foi transfigurada pela encarnação. Deus não se limita a guiar de fora, mas habita no interior da criação, fazendo da vida humana um sacramento vivo de Sua presença. Assim, a existência já não é marcada pela separação, mas pela comunhão.

3. A Encarnação como Princípio Evolutivo da Consciência

Metafisicamente, a vinda do Emanuel é a revelação de que a criação não está concluída, mas se expande em direção à plenitude. O Filho encarnado inaugura um novo nível de consciência: o homem é chamado a reconhecer-se como templo, lugar onde o divino pulsa e evolui. Essa presença não anula a liberdade, mas a desperta, convidando cada pessoa a tornar-se co-criadora, participando do dinamismo criador do próprio Deus. A encarnação é, portanto, a elevação da dignidade humana à sua vocação última: ser imagem e semelhança que reflete a comunhão eterna.

4. O Emanuel como Síntese do Tempo e da Eternidade

Na frase profética, o futuro (“a virgem conceberá...”) se une ao eterno (“Deus conosco”). O tempo humano, marcado pela espera, encontra sua plenitude na presença imediata do eterno. Isso significa que, em Cristo, cada instante pode ser transfigurado, tornando-se portador da eternidade. O nascimento de Emanuel é o arquétipo do nascimento espiritual em cada alma: quando acolhemos o Espírito, também nós concebemos o Verbo e o damos à luz no mundo.

5. A Presença Transformadora

“Deus conosco” não é apenas consolo, mas também responsabilidade. A presença divina não se limita a acompanhar, mas transforma, eleva e exige resposta. O Emanuel nos convida a viver segundo a consciência de que a vida não é apenas fluxo biológico, mas manifestação da Fonte. Quem acolhe esse mistério reconhece que cada relação, cada ato, cada respiração se torna lugar sagrado onde o Infinito se revela no finito.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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