Liturgia Diária
22 – SEGUNDA-FEIRA
25ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
A salvação é dom que transcende o poder humano e, ao mesmo tempo, convoca cada homem a viver como responsável por seu próprio destino. O Senhor declara ser refúgio eterno, presença constante na tribulação, e sua voz desperta em nós a força interior que nenhum domínio externo pode subjugar. Mesmo quando instrumentos inesperados surgem, sua providência conduz o caminho. A fidelidade é resposta consciente, fruto da liberdade do espírito. Quem acolhe a luz em seu coração torna-se chama que ilumina a realidade comum. Assim, a vida adquire sentido, e o homem aprende a ser guardião de si e do mundo.
Evangelium secundum Lucam 8,16-18
Dominica XV per Annum – Lectio sancti Evangelii secundum Lucam
16 Nemo autem lucernam accendens operit eam vaso, aut subtus lectum ponit: sed supra candelabrum ponit, ut intrantes videant lumen.
Ninguém, depois de acender a lâmpada, a cobre com um vaso ou a coloca debaixo da cama; mas a põe sobre o candeeiro, para que os que entram vejam a luz.
17 Non est enim occultum, quod non manifestetur: nec absconditum, quod non cognoscatur, et in palam veniat.
Pois não há nada oculto que não venha a manifestar-se, nem escondido que não venha a ser conhecido e divulgado.
18 Videte ergo quomodo audiatis. Qui enim habet, dabitur illi: et quicumque non habet, etiam quod putat se habere, auferetur ab illo.
Portanto, vede como ouvis. Porque ao que tem, dar-se-á; e ao que não tem, até aquilo que julga ter lhe será tirado.
Reflexão:
A lâmpada é a consciência desperta, que não pode permanecer escondida sob o peso da indiferença. Cada ser humano traz em si uma centelha que deve iluminar. O que se oculta em nós será revelado, pois a verdade não se mantém prisioneira das sombras. A escuta profunda abre espaço para o crescimento interior, enquanto a negligência conduz à perda. Quem cultiva virtudes se torna receptáculo da abundância, pois o espírito se expande pela prática do bem. A vida é um exercício de vigilância, no qual o homem é chamado a manifestar luz. Assim, ser livre é tornar-se radiante.
Versículo mais importante:
Videte ergo quomodo audiatis. Qui enim habet, dabitur illi: et quicumque non habet, etiam quod putat se habere, auferetur ab illo.
Portanto, vede como ouvis. Porque ao que tem, dar-se-á; e ao que não tem, até aquilo que julga ter lhe será tirado.(Lc 8:18)
HOMILIA
A Luz que Revela o Invisível
O Senhor nos fala da lâmpada que não deve ser escondida, pois a luz existe para irradiar. Esta luz não é apenas claridade exterior, mas chama interior, semente do espírito que nos convida a viver em dignidade e verdade. O homem que guarda silêncio fecundo em sua alma aprende que nada pode permanecer oculto para sempre; aquilo que habita nas profundezas será um dia revelado.
Assim, cada gesto e pensamento são sementes que germinarão em fruto manifesto. A vida não admite fuga da essência, porque o cosmos é ordem que revela o íntimo do ser. Quem ouve com atenção não apenas escuta palavras, mas acolhe o mistério que transforma.
A liberdade é aprender a vigiar sobre si mesmo, tornando-se senhor de sua consciência e portador de luz para os outros. Aquele que cultiva virtudes encontra abundância, pois a existência responde à medida da fidelidade interior. Quem descuida de si perde até o que julga possuir, pois a sombra consome o que não foi enraizado.
Assim, viver é erguer a lâmpada no candeeiro da vida, sem temor, deixando que a claridade da verdade ilumine o caminho. A luz que brilha em nós não é posse, mas missão: revelar a presença do eterno no tempo.
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA
O Chamado à Escuta Interior
“Portanto, vede como ouvis. Porque ao que tem, dar-se-á; e ao que não tem, até aquilo que julga ter lhe será tirado” (Lc 8,18). Este versículo é uma advertência que ultrapassa o simples ato de ouvir. Ele exige do ser humano uma atenção interior, uma escuta que não se limita ao som das palavras, mas se abre ao sentido que fecunda o espírito. O ouvir aqui é transformação: não basta receber, é necessário assimilar e deixar que a verdade se torne raiz e fruto.
O Mistério da Responsabilidade
O Senhor ensina que toda dádiva recebida gera responsabilidade. Quem possui abertura sincera à palavra cresce em abundância, pois a vida responde com expansão à disposição do coração. Já aquele que fecha o espírito, mesmo crendo possuir algo, perde até o que lhe parecia firme. Não se trata de punição, mas de consequência natural: o que não é cultivado definha, o que é nutrido floresce.
A Dinâmica do Crescimento Interior
O crescimento não é imposto de fora, mas nasce de dentro. O homem que vigia sobre seus pensamentos, ações e afetos torna-se campo fértil. O que recebe da fonte divina não se esgota, antes se multiplica em paciência e perseverança. O versículo revela uma lei espiritual: a abundância se gera pela fidelidade e o vazio pela negligência.
A Dignidade do Ser Humano
Este ensinamento ressalta a dignidade da pessoa como guardiã de sua própria luz. Ninguém é condenado à esterilidade, mas cada um é chamado a exercer sua liberdade para ouvir, discernir e escolher. A vida é dom, mas também é tarefa. O homem que responde ao chamado da escuta consciente não apenas cresce em si mesmo, mas se torna luz que ilumina o caminho de outros.
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