segunda-feira, 6 de outubro de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 11:1-4 - 08.10.2025

 Liturgia Diária


8 – QUARTA-FEIRA 

27ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)


Ao vosso poder, Senhor, tudo está sujeito, e não há quem possa resistir à vossa vontade, porque sois o criador de todas as coisas, do céu e da terra e de tudo que eles contêm; vós sois o Senhor do universo (Est 4,17).


Na celebração da Eucaristia, o homem reconhece-se filho do Eterno e participa da ordem que sustenta o cosmos. Nesse vínculo, aprende que a vida não lhe pertence como posse, mas como dom que o transcende. O dia do nascituro recorda que cada existência, ainda em silêncio e fragilidade, traz em si a dignidade inviolável do ser. Honrar a vida em todas as fases é afirmar a coerência do espírito que busca a virtude, pois onde há respeito à origem há também fidelidade à razão e ao destino do homem, guiado pela luz da consciência e pela força da justiça.



Evangelium secundum Lucam 
11:1-4

11,1
Et factum est: cum esset in quodam loco orans, ut cessavit, dixit unus ex discipulis eius ad eum: Domine, doce nos orare, sicut et Ioannes docuit discipulos suos.
E aconteceu que, estando Ele a orar em certo lugar, quando terminou, um de Seus discípulos Lhe disse: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos.

11,2
Et ait illis: Cum oratis, dicite: Pater, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum.
E Ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino.

11,3
Panem nostrum quotidianum da nobis cotidie.
Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano.

11,4
Et dimitte nobis peccata nostra, siquidem et ipsi dimittimus omni debenti nobis: et ne nos inducas in tentationem.
E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos deixes cair em tentação.

Verbum Domini

Reflexão:
Orar é recolocar-se na ordem do universo, reconhecendo a origem de todas as coisas. O chamado ao Pai ensina que a vida não é posse, mas comunhão. O pão de cada dia recorda que a existência deve ser sustentada na justa medida, sem excessos. O perdão liberta o homem da servidão do rancor e restitui-lhe a serenidade interior. A súplica contra a tentação revela a vigilância necessária à alma que busca a harmonia consigo mesma e com o mundo. A oração, assim, torna-se escola de consciência, força que molda o caráter e guia a ação para a dignidade da vida.


Versículo mais importante:

Et ait illis: Cum oratis, dicite: Pater, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum.
E Ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino.(Lc 11:2)


HOMILIA

A Oração como Ordem Interior do Ser

O Evangelho nos mostra os discípulos pedindo a Jesus: “Senhor, ensina-nos a orar”. Nesse pedido habita a sede mais profunda do homem, a busca por um eixo que oriente sua existência. A oração ensinada por Cristo não é apenas um conjunto de palavras, mas uma disciplina da alma, um caminho de ascensão interior.

Dizer “Pai” é reconhecer a fonte do ser, origem que não se reduz à matéria e que nos recorda que a vida é dom e não posse. Ao suplicar “venha o Teu reino”, aprendemos a desejar uma ordem que transcenda caprichos pessoais, uma ordem que estrutura a liberdade não como licença, mas como força de elevação.

O pão cotidiano é mais que sustento físico: é a medida justa que impede a alma de ser escrava da abundância ou da carência, mantendo-a centrada na harmonia. O perdão, por sua vez, abre o espaço interior para a grandeza do espírito, libertando-nos das correntes da vingança e permitindo que a dignidade floresça.

Ao pedir para não cair em tentação, a alma assume sua responsabilidade de permanecer vigilante. A tentação é o desvio da ordem, a fuga da coerência, a queda na desarmonia. Resistir a ela é afirmar a dignidade humana, que encontra sua força na fidelidade ao eterno.

Esta oração, ensinada pelo próprio Cristo, é escola de evolução espiritual: conduz o homem do desejo egoísta à liberdade interior, do peso da culpa à leveza do perdão, da dispersão à unidade. Assim, orar é instaurar no coração a ordem invisível que sustenta o cosmos, e viver segundo ela é tornar-se participante da dignidade indestrutível que nos foi concedida.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

O Chamado à Fonte

“Pai” é a primeira palavra do ensinamento de Cristo. Ao pronunciá-la, o homem reconhece que não é origem de si mesmo. A vida não nasce do acaso, mas de uma Fonte que transcende a própria compreensão. Chamar Deus de Pai é acolher a condição filial, vivendo não como dono absoluto da existência, mas como herdeiro da vida que lhe foi entregue.

O Nome Santificado

“Santificado seja o Teu nome” não é mero louvor verbal, mas a recordação de que toda realidade deve estar em conformidade com a ordem sagrada. Santificar é alinhar o ser humano à harmonia superior, retirando-o do caos das paixões e inserindo-o no eixo de uma vida justa e digna.

O Reino como Ordem Interior

“Venha o Teu reino” não evoca apenas um futuro distante, mas uma transformação que começa no coração. O reino é o domínio da justiça e da verdade que se instaura quando a alma aprende a governar-se segundo a medida eterna. Não se trata de submissão cega, mas de liberdade lúcida: escolher o bem por convicção, resistir ao desvio por firmeza e construir em si a ordem que liberta.

A Unidade entre Céu e Homem

Este versículo ensina que orar não é pedir bens efêmeros, mas buscar o enraizamento da vida no que é perene. A oração torna-se, assim, exercício de ascensão: ela eleva o homem de sua condição fragmentada à consciência da unidade. O Pai, o Nome e o Reino não estão fora, mas são realidades que, uma vez acolhidas, revelam no interior do ser humano a sua dignidade inquebrantável.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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