domingo, 19 de outubro de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 12:13-21 - 20.10.2025

 Liturgia Diária


20 – SEGUNDA-FEIRA 

29ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)


Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, inclinai o vosso ouvido e escutai-me! Protegei-me qual dos olhos a pupila e abrigai-me à sombra de vossas asas (SI 16,6.8).


Somos convidados a não nos prender às posses, pois nada do que é material permanece. O que verdadeiramente importa é o uso que fazemos do que recebemos. Quando o coração se liberta da ânsia de possuir, nasce a sabedoria de servir, e toda riqueza torna-se instrumento de elevação. Assim, a vida se transforma em um exercício de justiça e amor, onde cada gesto reflete a harmonia do espírito com o cosmos. Que a fé sustente a alegria e a alegria fortaleça a fé, para que tudo quanto realizamos se torne louvor silencioso ao Eterno.

“Buscai primeiro o Reino de Deus.”



Dominica XVII per Annum – Evangelium secundum Lucam 12,13-21

  1. Dixit autem ei quidam de turba: Magister, dic fratri meo ut dividat mecum hereditatem.
    Disse-lhe alguém da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.

  2. At ille dixit illi: Homo, quis me constituit iudicem aut divisorem super vos?
    Mas ele lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?

  3. Dixitque ad illos: Videte et cavete ab omni avaritia, quia non in abundantia cuiusquam vita eius est ex his quae possidet.
    E disse-lhes: Vede e guardai-vos de toda avareza, porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui.

  4. Dixit autem similitudinem ad illos dicens: Hominis cuiusdam divitis uberes fructus ager attulit.
    E propôs-lhes esta parábola: A terra de um homem rico produziu em grande abundância.

  5. Et cogitabat intra se dicens: Quid faciam, quia non habeo quo congregem fructus meos?
    E pensava consigo: Que farei, pois não tenho onde guardar os meus frutos?

  6. Et dixit: Hoc faciam: destruam horrea mea, et maiora faciam, et illuc congregabo omnia quae nata sunt mihi et bona mea.
    E disse: Farei isto, destruirei os meus celeiros e construirei outros maiores, e ali guardarei toda a minha colheita e os meus bens.

  7. Et dicam animae meae: Anima, habes multa bona posita in annos plurimos; requiesce, comede, bibite, epulare.
    E direi à minha alma: Alma, tens muitos bens em depósito por muitos anos; descansa, come, bebe, alegra-te.

  8. Dixit autem illi Deus: Stulte, hac nocte animam tuam repetunt a te; quae autem parasti cuius erunt?
    Mas Deus lhe disse: Insensato, nesta noite pedirão de ti a tua alma; e o que preparaste, para quem será?

  9. Sic est qui sibi thesaurizat, et non est in Deum dives.
    Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo e não é rico diante de Deus.

Verbum Domini

Reflexão:
A posse sem consciência é prisão, e o acúmulo sem propósito dissolve-se como poeira ao vento. A verdadeira abundância não está em possuir, mas em compreender o sentido do que se tem. A mente serena reconhece que tudo é empréstimo do Eterno e devolve com gratidão o que recebeu. O que se dá transforma-se em permanência, e o que se guarda com temor torna-se fardo. A riqueza que liberta é a sabedoria de usar sem apego e servir sem interesse. Assim, a alma encontra repouso na justa medida e repousa no invisível que tudo sustenta.


Veersículo maais importante:

Dixitque ad illos: Videte et cavete ab omni avaritia, quia non in abundantia cuiusquam vita eius est ex his quae possidet.

E disse-lhes: Vede e guardai-vos de toda avareza, porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui.(Lc 12:15)


HOMILIA

A Riqueza Invisível da Alma

O Evangelho revela o contraste entre o que é perecível e o que permanece. Quando o homem se ilude com a posse, esquece que a existência é passagem, e que nada do que se acumula pode deter o movimento silencioso do tempo. O verdadeiro tesouro não se encontra nas mãos, mas na consciência desperta que reconhece o valor do instante.

O Cristo, ao advertir sobre a avareza, convida à liberdade interior: não ser escravo do que se tem, nem daquilo que se deseja. A alma, quando liberta da necessidade de possuir, descobre que a vida não é medida pela quantidade, mas pela profundidade do ser. Assim, a abundância torna-se virtude quando é instrumento de comunhão e serviço.

A evolução espiritual nasce da compreensão de que tudo quanto recebemos é parte do fluxo divino. O homem sábio não retém, permite que o bem circule, pois sabe que a verdadeira segurança está no que não pode ser roubado: a integridade da alma, a serenidade diante do efêmero, a dignidade de viver conforme a verdade interior.

O chamado de Cristo é, portanto, ao equilíbrio: possuir sem ser possuído, agir sem se corromper, viver sem perder o sentido. O que é do mundo se dissolve, mas o que é do espírito permanece. O homem que compreende isso já não teme a perda, pois reconhece que tudo o conduz à plenitude do Eterno.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

O Sentido Verdadeiro da Existência
“E disse-lhes: Vede e guardai-vos de toda avareza, porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui.” (Lc 12,15)

1. O Chamado à Vigilância Interior

As palavras de Cristo não são apenas uma advertência moral, mas um convite à lucidez. “Vede e guardai-vos” é o apelo à consciência desperta, à atenção plena diante das ilusões que obscurecem o espírito. O apego aos bens não é somente apego à matéria, mas ao desejo de controle, de permanência, de domínio sobre o que, por natureza, é transitório. O Mestre convida o homem a reconhecer que toda posse é provisória, e que a verdadeira vigilância nasce do discernimento entre o que é passageiro e o que é eterno.

2. A Armadilha da Falsa Segurança

O homem que confia no acúmulo busca, inconscientemente, proteção contra a incerteza da vida. Contudo, quanto mais acumula, mais teme perder. Assim, o acúmulo torna-se prisão. O Cristo revela que a segurança real não provém da posse, mas da compreensão de que a vida é dom, não propriedade. Quando a alma deposita sua confiança no invisível que sustenta o visível, o medo cede lugar à serenidade, e a ansiedade se transforma em confiança. O desapego não é renúncia cega, mas o reconhecimento de que a plenitude nasce da comunhão e não da retenção.

3. A Vida que Não se Mede

“A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui.” Essa sentença dissolve o erro fundamental da existência materialista: confundir o ter com o ser. A essência humana não se revela na acumulação, mas na capacidade de amar, servir e compreender. O valor da vida não está em suas posses, mas na expansão da consciência, na sabedoria de transformar cada experiência em aprendizado. O homem que compreende isso vive em harmonia, pois encontra em cada instante o reflexo da eternidade.

4. A Dignidade do Ser Livre

A verdadeira liberdade não é ausência de vínculos, mas libertação das dependências que escravizam o espírito. O que é livre usa o que possui sem ser usado por isso; possui sem se tornar prisioneiro da posse. A dignidade humana floresce quando o homem se reconhece instrumento do bem, cooperador da ordem divina, guardião da justiça e da harmonia.

5. A Riqueza que Permanece

Tudo o que se acumula fora do espírito é pó que o tempo dispersa. Somente o que se acumula no interior — a verdade, a serenidade, o amor, a sabedoria — é imperecível. A riqueza verdadeira é silenciosa, não se exibe, mas sustenta. É ela que confere ao homem a nobreza de viver com propósito e a coragem de oferecer sem esperar retorno.

Quando Cristo diz “guardai-vos de toda avareza”, Ele chama à reintegração da alma com o sentido da eternidade. Aquele que compreende isso não teme a perda, pois já encontrou o tesouro que não pode ser tomado: a vida em Deus.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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