sexta-feira, 29 de novembro de 2024

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 21:25-28.34-36 - 01.12.2024

 Liturgia Diária


1 – DOMINGO 

1º DO ADVENTO


(roxo, creio, prefácio do Advento I ou IA – 1ª semana do saltério)


A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera (Sl 24,1ss).

A vós elevo minha essência, ó Deus, buscando o ápice do ser. Na espera em vós, toda vergonha dissolve-se no eterno, e os inimigos tornam-se ecos do transitório, pois em vós repousa a plenitude que nunca desilude.



Lucas 21,25-28.34-36 (Vulgata)

  1. Et erunt signa in sole, et luna, et stellis, et in terris pressura gentium prae confusione sonitus maris, et fluctuum.

  2. E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas, e, na terra, angústia entre as nações, perplexas com o bramido do mar e das ondas.

  3. Arescentibus hominibus prae timore et expectatione, quae supervenient universo orbi: nam virtutes caelorum movebuntur.

  4. Os homens desmaiarão de medo, na expectativa do que virá sobre o mundo, porque as forças dos céus serão abaladas.

  5. Et tunc videbunt Filium hominis venientem in nube cum potestate magna et maiestate.

  6. E então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.

  7. His autem fieri incipientibus, respicite, et levate capita vestra: quoniam appropinquat redemptio vestra.

  8. Quando estas coisas começarem a acontecer, olhai e levantai vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.

  9. Attendite autem vobis, ne forte graventur corda vestra in crapula, et ebrietate, et curis huius vitae, et superveniat in vos repentina dies illa:

  10. Tomai cuidado para que vossos corações não se tornem pesados com devassidão, embriaguez e preocupações da vida, e para que aquele dia não caia sobre vós de repente.

  11. Tamquam laqueus enim superveniet in omnes, qui sedent super faciem omnis terrae.

  12. Porque ele virá como um laço sobre todos os que habitam a face de toda a terra.

  13. Vigilate itaque, omni tempore orantes, ut digni habeamini fugere ista omnia, quae futura sunt, et stare ante Filium hominis.

  14. Vigiai, portanto, em todo o tempo, orando, para que possais escapar de tudo o que deve acontecer e para estar de pé diante do Filho do Homem.

Reflexão:

"Et tunc videbunt Filium hominis venientem in nube cum potestate magna et maiestate."

"E então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória." (Lucas 21,27)


No horizonte do vir-a-ser, os sinais anunciam não um fim, mas uma plenitude que se aproxima. A redenção transcende o medo, convidando-nos a erguer a consciência. O Filho do Homem vem na nuvem, sinalizando a convergência da criação para sua origem. Vigiar é harmonizar-se com o eterno no transitório, encontrando no presente o eco do futuro divino. Assim, elevamos nosso olhar, confiando que cada abalo nos conduz ao centro unificante de toda realidade.


HOMILIA

Levantar a Cabeça em Meio ao Caos


Amados irmãos e irmãs,  


O Evangelho de hoje nos apresenta uma imagem poderosa: sinais no céu, angústia entre as nações e corações pesados pelas preocupações do mundo. Em meio a esse cenário, Jesus nos chama a levantar a cabeça, pois a redenção está próxima. Em tempos como os nossos, onde as drogas e outras forças destrutivas dominam muitas vidas, essa mensagem ressoa como um convite urgente à esperança e à transformação.  

O domínio das drogas é uma das manifestações mais visíveis de um mundo desconectado de sua fonte divina. Elas prometem uma falsa elevação, um escape momentâneo, mas deixam apenas vazio e destruição. Nesse contexto, o chamado de Jesus para vigiar e orar é mais necessário do que nunca. Não se trata apenas de resistir ao mal, mas de reorientar nosso olhar para o horizonte da redenção, onde a verdadeira plenitude nos aguarda.  

Jesus nos lembra que o caos externo reflete muitas vezes o caos interno. Assim como os céus são abalados, nossas almas frequentemente se agitam, perdendo o equilíbrio diante das pressões e tentações. Mas é justamente nesses momentos de abalo que somos convidados a reencontrar o eixo central que nos liga a Deus. Não é suficiente apenas fugir do mal; é necessário despertar para uma realidade maior, onde cada abalo serve para nos aproximar do Cristo glorioso que vem.  

Na luta contra as drogas, precisamos de um olhar redentor, que veja além do vício e alcance a pessoa que ainda carrega dentro de si a imagem divina. A resposta ao domínio das trevas não é o desespero, mas a luz de uma vida vivida em comunhão com Deus. É por isso que Jesus nos exorta a não deixar que nossos corações se tornem pesados, mas a vigiar em oração. Essa vigilância é uma abertura constante para o bem, para a vida, para a graça que transforma.  

O Filho do Homem vem na nuvem, diz o Evangelho. Essa nuvem não é apenas um símbolo de glória futura, mas um lembrete de que Deus caminha conosco, mesmo em meio às tempestades. Hoje, somos chamados a ser testemunhas dessa presença divina, oferecendo esperança onde há desespero, cura onde há dor, e redenção onde o pecado parece ter a última palavra.  

Levantemos nossas cabeças, pois nossa redenção está próxima. Em meio ao caos deste mundo, deixemos que a luz de Cristo brilhe através de nós, sendo instrumentos de transformação para aqueles que mais precisam. Que nossa vigilância e oração sejam um testemunho de que, em Deus, o final de toda história é sempre a redenção.  

Amém.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

Explicação teológica de Lucas 21,27: "E então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória."

Esta frase de Jesus é uma das expressões mais ricas e significativas de sua mensagem escatológica, cheia de simbolismo bíblico e profundidade teológica. Ela aponta para o momento culminante da história, a manifestação gloriosa de Cristo como Senhor do cosmos e da história.

1. O título "Filho do Homem"

O termo "Filho do Homem" é uma referência direta à profecia de Daniel 7,13-14, onde aparece uma figura celestial, "como um Filho do Homem", recebendo domínio eterno de Deus. Esse título enfatiza tanto a humanidade quanto a missão redentora e gloriosa de Jesus. Ele é aquele que, sendo plenamente humano, também é plenamente divino, reunindo o céu e a terra em si mesmo.

2. "Vindo numa nuvem"

A nuvem, na tradição bíblica, é um símbolo da presença divina. No Êxodo, Deus se manifesta ao povo na coluna de nuvem (Êxodo 13,21). Na Transfiguração de Jesus, uma nuvem cobre o monte, revelando a glória de Deus (Lucas 9,34-35). A nuvem aqui simboliza não apenas a majestade divina, mas a certeza de que a vinda de Jesus é a manifestação do próprio Deus na história.

3. "Com poder e grande glória"

A expressão "poder e grande glória" destaca a soberania de Cristo sobre todas as coisas. Não se trata de um poder mundano, mas de um poder divino, que traz justiça, restauração e plenitude. Essa glória não é apenas um atributo externo, mas a manifestação do amor e da santidade de Deus que resgata o mundo do pecado e da morte.

4. A perspectiva escatológica

Esta frase remete ao "fim dos tempos", mas não como destruição, e sim como consumação do plano de Deus. A vinda do Filho do Homem marca o início de um novo estado de existência, em que Deus será tudo em todos (1 Coríntios 15,28). É o momento em que a criação, tão marcada pela fragilidade e pelo pecado, será transformada em algo glorioso e eterno.

5. O aspecto comunitário da visão

A expressão "e então verão" sugere que essa manifestação será visível e compreendida por todos. Trata-se de um evento coletivo, no qual a humanidade será confrontada com a plenitude de Cristo. Este "ver" não é apenas físico, mas espiritual: uma revelação da verdade última sobre Deus, o mundo e a humanidade.

6. Implicações para a fé hoje

Teologicamente, esta frase nos convida a viver na esperança e na vigilância. Não é apenas uma profecia sobre um futuro distante, mas uma chamada à conversão agora, reconhecendo os "sinais da nuvem" em nosso tempo. Cada gesto de amor, cada ato de justiça e cada busca pela verdade são antecipações da glória de Cristo que virá.

Conclusão

"E então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória" é uma declaração de vitória, esperança e transformação. Ela revela o Cristo como o centro do cosmos e da história, cuja glória não destrói, mas redime e eleva toda a criação. É o chamado à humanidade para erguer a cabeça, mesmo em meio às trevas, pois a luz de Cristo já está brilhando e se manifestará em plenitude.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Primeira Leitura

Segunda Leitura

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