terça-feira, 26 de novembro de 2024

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 21:20-28 - 28.11.2024

 Liturgia Diária


28 – QUINTA-FEIRA 

34ª SEMANA COMUM


(verde – ofício do dia)


É de paz que o Senhor vai falar a seu povo e seus fiéis, e aos que a ele se converterem. (Sl 84,9).

A paz divina, transcendendo as limitações do tempo, se revela como a força suprema que harmoniza a evolução do espírito, unificando os fiéis em um movimento incessante rumo à plenitude do ser, onde o divino e o humano se tornam um.



Lucas 21:20-28 (Vulgata)


20 Cum autem videritis circumdari Ierusalem a castris, scitote quia appropinquavit desolatio ejus.  

20 Quando, porém, virdes Jerusalém cercada pelos exércitos, sabeis que sua desolação se aproxima.  


21 Tunc qui in Iudæa sunt, fugiant ad montes, et qui in medio ejus sunt, discedant: et qui in regionibus sunt, non intrent in eam.  

21 Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; e os que estiverem no meio dela, saiam; e os que estiverem nos campos, não entrem nela.  


22 Quoniam hæc sunt dies ultionis, ut implerentur omnia quæ scripta sunt.  

22 Porque estes são os dias de vingança, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas.  


23 Væ autem prægnantibus, et nutrientibus in illis diebus! quia erit pressura magna super terram, et ira populo huic.  

23 Ai das grávidas e das que amamentam naqueles dias! Porque haverá grande aflição sobre a terra e ira sobre este povo.  


24 Et cadent in ore gladii, et captivi ducentur in omnia gentes: et Ierusalem calcabitur a gentibus, donec impleantur tempora gentium.  

24 E cairão à espada, e serão levados cativos para todas as nações; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que se completem os tempos das nações.  


25 Et erunt signa in sole, et luna, et stellis: et super terram pressio gentium præ angustia sonitus maris et fluminum.  

25 E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e na terra, angústia das nações, com o som do mar e das ondas.  


26 Nervi hominum deficient propter timorem et exspectationem quæ supervenient universæ terræ: nam virtutes cælorum movebuntur.  

26 Os homens desmaiarão de medo e de expectativa do que sobrevirá sobre toda a terra, pois os poderes dos céus serão abalados.  


27 Et tunc videbunt Filium hominis venientem in nube cum potestate magna et majestate.  

27 E então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com grande poder e glória.  


28 Hæc autem cum cœperint fieri, respicite et levate capita vestra, quia appropinquat redemptio vestra.  

28 Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.  


Reflexão

"Hæc autem cum coeperint fieri, respicite et levate capita vestra, quia appropinquat redemptio vestra."

"Quando estas coisas começam a acontecer, levantei as suas cabeças, porque a sua redenção está próxima." (Lucas 21,28)


As palavras de Cristo revelam um movimento de transformação cósmica e espiritual, onde o aparente caos anuncia um novo tempo. A desolação de Jerusalém simboliza a fragilidade das estruturas humanas quando desconectadas do divino. Os sinais nos céus e na terra refletem uma realidade maior, onde toda a criação geme em expectativa pela plenitude da redenção. Levantar a cabeça diante das tribulações é um ato de fé e coragem, que nos conecta à promessa de que o Filho do Homem virá em poder e glória. A história avança para seu destino final, convergindo na realização plena do Reino de Deus.


HOMILIA

"A Esperança no Meio da Desordem"


O Evangelho de Lucas 21,20-28 nos confronta com imagens de desolação e tribulação. Jerusalém cercada, sinais no céu, angústia entre as nações e o temor que paralisa os corações. Esses acontecimentos ressoam poderosamente em nossos dias, em que a desordem parece prevalecer. Guerras, crises sociais, ambientais e espirituais nos cercam, como se o mundo estivesse se aproximando de um colapso iminente. No entanto, o que Cristo nos oferece não é um convite ao desespero, mas uma exortação à esperança ativa.  

A frase central, "Levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima," não é apenas um consolo, mas um chamado à vigilância e à coragem. Jesus não ignora o sofrimento, mas o insere em um contexto maior: o de uma história que se move para sua plenitude. As tribulações não são o fim, mas sinais de uma transformação profunda, onde o Reino de Deus avança em direção à redenção final.  

Nos dias atuais, a desordem pode ser vista como o reflexo de um mundo que busca novas formas de equilíbrio. Assim como Jerusalém representava um centro de poder e de identidade, hoje nossas estruturas sociais, políticas e econômicas passam por abalos. A mensagem de Cristo é clara: não se apeguem ao que é transitório. As crises são oportunidades para olhar além, erguer a cabeça e alinhar nossos corações à promessa divina.  

Nossa perseverança e confiança no Filho do Homem, que vem em poder e glória, devem nos mover a viver com fé e responsabilidade. Não como espectadores passivos da destruição, mas como agentes da esperança, que enxergam na desordem o germinar de uma nova criação. Cada ato de justiça, bondade e verdade contribui para essa convergência divina.  

Portanto, ergamos a cabeça. Não com arrogância diante das adversidades, mas com a humildade de quem sabe que o mundo não caminha para o caos definitivo, mas para a plenitude de Deus. A redenção está próxima, e cada um de nós é chamado a participar ativamente dessa obra divina.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

A frase "Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima" (Lucas 21,28) é uma declaração profundamente escatológica e cheia de esperança, situando-se no coração do discurso apocalíptico de Jesus. Para compreendê-la teologicamente, é necessário integrá-la em três dimensões fundamentais: o contexto escatológico, o chamado à vigilância ativa e a revelação da redenção.  


1. O Contexto Escatológico:

Jesus profere essas palavras em um momento em que alerta sobre os sinais do fim dos tempos: desordem cósmica, guerras, perseguições e desastres. Esses eventos simbolizam não apenas acontecimentos históricos, mas também o colapso das estruturas humanas que se afastam de Deus. A escatologia bíblica, longe de ser mera destruição, é um movimento de purificação e restauração, conduzindo a história rumo à plenitude do Reino.  


2. O Chamado à Vigilância Ativa:

A ordem de “levantar as cabeças” é um convite à atitude contrária ao desespero. Diante do caos e das tribulações, a reação natural seria o medo e a inclinação à inércia ou fuga. Contudo, Jesus nos exorta a erguer o olhar, sinalizando que o horizonte de esperança permanece. A postura do discípulo deve ser ativa, marcada pela confiança em Deus e pela disposição em testemunhar sua fé, mesmo nas adversidades.  


3. A Redenção Próxima: 

A palavra "redenção" no contexto bíblico carrega um significado profundo: a libertação definitiva da humanidade e de toda a criação do poder do pecado, da morte e da desordem. Aqui, Cristo aponta para sua segunda vinda, onde Ele, como Filho do Homem, virá em glória para inaugurar a plenitude do Reino. Este momento não é apenas um ato divino isolado, mas o culminar de todo o plano salvífico de Deus.  


Aplicação Teológica:

Para o cristão, essa frase é um lembrete de que, mesmo nos momentos mais difíceis, Deus continua conduzindo a história. A redenção já foi iniciada pela paixão, morte e ressurreição de Cristo, mas alcançará sua plenitude em sua segunda vinda. Assim, somos chamados a viver com coragem e fé, reconhecendo que as dores do presente são como as dores de parto de uma nova criação (cf. Rm 8,22).  

Portanto, "levantar a cabeça" é um ato de esperança escatológica, que transcende as circunstâncias presentes. Não é ignorar a gravidade das tribulações, mas afirmar que elas estão inseridas no plano maior de Deus, onde toda lágrima será enxugada, e a justiça e a paz prevalecerão.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Primeira Leitura

Segunda Leitura

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