Evangelho (Lucas 15,1-10)
Quinta-Feira, 8 de Novembro de 2012
31ª Semana Comum
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximaram-se de
Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam
Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”.
3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4“Se um de vós tem
cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás
daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros
com alegria, 6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz:
‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7Eu vos
digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do
que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.
8E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não
acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la?
9Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo!
Encontrei a moeda que tinha perdido!’ 10Por isso, eu vos digo, haverá alegria
entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
O que você tem feito para recuperar sua família?
Jesus continuou a mostrar – aos críticos escribas e fariseus
– a razão por que Ele comia com os pecadores. Ele conta a parábola da “moeda
perdida”, parecida com a da “ovelha perdida”.
O dote de casamento de uma mulher comumente consistia em
moedas, as quais ela guardava cuidadosamente como seu maior tesouro para
transmitir às filhas. A perda de uma dessas moedas era considerada séria
calamidade e sua recuperação era causa de grande alegria; motivo até de
comemoração de toda vizinhança. As mulheres, geralmente, colocavam tais moedas
numa faixa que usavam na testa para que todos pudessem vê-las. Essa moeda
grega, a dracma, não tinha praticamente valor monetário, somente um valor
sentimental, pois simbolizava a aliança existente entre os noivos.
No Oriente, as casas pobres consistiam normalmente de um
único quarto sem janelas e escuro. Tinha piso de terra batida ou pedra,
recoberto com palha para aliviar a poeira, o frio e a umidade. O quarto
raramente era varrido, e uma moeda que caísse ali era facilmente encoberta pelo
pó e pelo lixo. Para encontrá-la, mesmo durante o dia, era preciso acender uma
candeia [lamparina] e varrer a casa. Mas o valor sentimental da moeda
compensava qualquer esforço.
A moeda é um objeto de metal, sem sentimento, sem razão, sem
noção das coisas. Uma moeda perdida, ao contrário da ovelha, não sabe nem sente
que está perdida, por isso não acha que precisa de salvação. Ela não tem
consciência da sua situação.
Quando a moeda se perde, ela também perde o seu valor. Ela
só brilha quando está nas mãos de seu dono. Pode até brilhar por um tempo, até
que a ferrugem tome conta dela e, finalmente, acabe enterrada e esquecida.
A moeda perdida simboliza as pessoas que, hoje, estão
perdidas, mas não têm consciência da sua situação. Para elas, aparentemente,
tudo está em ordem. Mas, na verdade, está tudo errado! Elas se recusam a
aceitar que estão perdidas e insistem em dizer que “está tudo bem”. Carregam um
vazio que dói, que perturba, incomoda e não as deixa ser felizes. A moeda
perdida representa todos os homens e mulheres que não aceitam nem reconhecem
que estão perdidos.
Essas pessoas pensam que o que dá significado à própria vida
é o brilho que elas têm. Concentram sua atenção nos talentos pessoais e na
própria capacidade. Podem ser grandes artistas, grandes profissionais, homens
que brilham, mas não têm paz. Não querem reconhecer que precisam de Deus.
Nesta parábola, Cristo ensina que, mesmo os que são
indiferentes aos apelos de Deus, não deixam de ser objeto do Seu amor
incondicional. Continuam sendo procurados para a Salvação.
A expressão “acender a candeia” define claramente o dever
dos cristãos para com os que necessitam de auxílio devido ao distanciamento de
Deus. Os errantes não devem ser deixados em trevas e no erro, mas cumpre
empregar todos os meios possíveis para trazê-los novamente à luz. Acende-se a
vela e examina-se a Palavra de Deus em busca dos claros pontos da verdade, para
que os cristãos fiquem por tal modo fortalecidos com os argumentos da Sagrada
Escritura, com as suas reprovações, ameaças e animações. Que os desviados sejam
alcançados.
Veja a profundidade do ensinamento de Jesus: a moeda foi
perdida em casa. Alguns se encontram perdidos longe de nossos olhos; é preciso
ir buscá-los. Outros, porém, estão bem perto, fazem parte da família. É o seu
marido, a sua esposa, os filhos ou pais que você deve buscar.
A mulher da parábola busca incessantemente a moeda perdida.
Acende a lamparina e varre a casa. Remove tudo que possa impedir sua procura.
Embora uma única moeda esteja perdida, não cessam os seus esforços até
encontrá-la. O que você tem feito para recuperar os seus?
Semelhantemente – na família e no círculo de amigos -, se
alguém estiver distante de Deus, você deve empregar todos os meios possíveis
para recuperá-lo, pois, embora esteja sob pó e lixo, a moeda ainda é de prata.
A dona da casa se esforça em procurar a moeda, porque lhe é
de grande valor sentimental. Assim, todo ser humano, embora degradado pelo
pecado, é precioso aos olhos de Deus. Como a moeda traz a imagem e a inscrição
do poder reinante, igualmente, quando foi criado, o homem trazia a imagem e a
inscrição de Deus. E, mesmo agora manchada e desfigurada pela influência do
pecado, permanecem em toda alma os traços dessa inscrição.
A moeda perdida representa os seus familiares que estão
perdidos em delitos e pecados, mas não estão conscientes de sua condição. Estão
separados de Deus, mas não sabem. É preciso recuperá-los!
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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