Evangelho (Lucas 21,34-36)
Sábado, 1 de Dezembro de 2012
34ª Semana Comum
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 34“Tomai
cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da
embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre
vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda
a terra.
36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de
terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé
diante do Filho do Homem”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
A graça de
cooperarmos com Deus
‘Ano da Fé’ é tempo
de estreitarmos os nossos laços de amizade com Jesus: «Vós sois meus amigos, se
fizerdes o que eu vos mando» (Jo 13,14). E, como sabemos, o que difere o amigo
de um simples servo executor de tarefa será sempre o conhecimento de causa.
Mas como, então, chegar a este nível de relacionamento, no
qual a obediência passa a ser expressão de amor cheio de fé? O Evangelho de Mt
4,18-22 aponta-nos uma via segura, trilhada pelos primeiros escolhidos da Nova
e Eterna Aliança.
No contexto da perícope citada, Jesus já havia iniciado o
Seu ministério na Galileia, anunciando a proximidade do Reino dos Céus (cf. Mt
4,17), quando lança um olhar de eleição e conhecimento sobre a realidade de
quem Ele queria compartilhando o Seu destino de vida e missão: «Jesus viu os
dois irmãos: Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens» (Mt 4,18-19).
Assim, o evangelista apresenta-nos diversos passos que podem ser traduzidos
pelos verbos: ver, seguir e fazer.
Diferentemente dos mestres judeus que eram procurados pela
cultura e santidade que apresentavam, o Sábio e Santo Jesus é quem toma a
iniciativa de procurar as ovelhas para transformá-las em pastores e apóstolos,
n’Ele o Pastor Eterno e Apóstolo do Pai.
Jesus, em tudo, comunicou o movimento da Trindade-Amor em
relação à humanidade: «Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus,
mas foi Ele que nos amou e enviou o Seu Filho como oferenda de expiação pelos
nossos pecados» (1Jo 4,10). Por isso Ele, sem merecermos, nos dirige a Sua
Palavra chamando, porque ama e, amando, porque chama: «Segui-me».
Estas palavras dirigidas aos primeiros continuam a penetrar
a história da humanidade e os corações que se deixam conquistar por tão grande
proximidade: «Tu me seduziste Senhor, e eu me deixei seduzir! Foste mais forte
do que eu e me subjugaste» (Jr 20,7). Amor rico em promessas: «… eu farei de
vós». Assim, no pessoal – «eu»- , Ele aceita bondosamente capacitar aqueles que
são olhados e chamados.
Mas com que finalidade? Resposta: para participarmos do
cumprimento das promessas de Deus novas e antigas: «Mas agora mando numerosos
pescadores – oráculo do Senhor – para pescá-los. Meus olhos acompanham todo o
seu caminhar» (Jr 16,16-17). Nas palavras neotestamentárias: «pescadores de
homens».
Grande graça é podermos, como povo batizado, participarmos
do comum dom e dever do apostolado, o qual tem uma origem divina como é próprio
do mistério da Igreja Apostólica, assim ensina o Magistério oficial: «Toda a
Igreja é apostólica, na medida em que, por meio dos sucessores de Pedro e dos
apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a
Igreja é apostólica, na medida em que é “enviada” a todo o mundo. Todos os
membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. “A vocação
cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado”. E chamamos
“apostolado” a “toda a atividade do Corpo Místico” tendente a “alargar o reino
de Cristo à terra inteira”» (Catecismo da Igreja Católica, nº 863).
Por isso, os esforços para uma Nova Evangelização e Missões
“ad Gentes” (aos povos distantes), não poderão cessar para a Igreja de Cristo.
Contemos com o auxílio de todos os santos e santas que seguem como modelos
autênticos de resposta correta e coerente às escolhas de Deus e nossos
familiares (cf. CIC, nº 959). Eles (santos) seguem triunfantes no estado da
Igreja Celeste como eficazes intercessores para uma milagrosa pescaria, a cada
dia primada na qualidade.
Os homens e mulheres do nosso tempo precisam encontrar em
nosso olhar, em nossas palavras e ações o reflexo d’Aquele Divino Pescador que,
um dia, também nos chamou e nunca cessa de recordar-nos tão grande e imerecido
dom do Espírito Santo.
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
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