sexta-feira, 9 de agosto de 2024

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 17:22-27 - 12.08.2024

 Liturgia Diária


12 – SEGUNDA-FEIRA 

19ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)



Evangelho: Mateus 17:22-27

“Ó Cristo, que revelas a verdadeira realeza em tua humildade, guias-nos a discernir entre o mundo e o sagrado. Ensina-nos a caminhar na sabedoria divina, cumprindo a justiça terrena, sem perder de vista o eterno reino que nos aguarda.”


Mateus 17:22-27


22. Estando eles reunidos na Galileia, Jesus lhes disse: "O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.

23. Eles o matarão, mas ao terceiro dia ele ressuscitará." E ficaram profundamente tristes.

24. Quando chegaram a Cafarnaum, os que cobravam o imposto das duas dracmas aproximaram-se de Pedro e perguntaram: "O vosso mestre não paga as duas dracmas?"

25. Pedro respondeu: "Sim." Quando ele entrou em casa, Jesus se adiantou, dizendo: "Simão, o que te parece? De quem cobram os reis da terra impostos ou tributos: de seus filhos ou dos estranhos?"

26. Pedro respondeu: "Dos estranhos." Jesus lhe disse: "Logo, os filhos estão isentos.

27. Mas, para não os escandalizarmos, vai ao mar, lança o anzol e puxa o primeiro peixe que subir; e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter. Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti."


Reflexão:

"O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão; mas no terceiro dia ele ressuscitará." (Mateus 17:22-23).


Neste texto, somos chamados a refletir sobre a relação entre a realidade espiritual e a material. A instrução de Jesus a Pedro de pagar o tributo com uma moeda encontrada na boca de um peixe revela que, mesmo diante das exigências humanas e materiais, há uma profunda harmonia entre o mundo divino e o mundo natural. Esta passagem nos convida a enxergar além das aparências, a perceber a presença de Deus em todas as coisas e a agir com sabedoria e humildade, integrando nossa vida terrena com os propósitos divinos.


HOMILIA

A Vitória sobre a Morte


O Evangelho de hoje nos convida a meditar sobre o mistério central da fé cristã: a paixão, morte e ressurreição de Cristo. O anúncio de Jesus sobre seu sofrimento iminente é um lembrete profundo de que a dor e o sacrifício não são fins em si mesmos, mas passagens necessárias para a verdadeira vida. A morte, que para muitos é vista como o fim, aqui se revela como um portal para a ressurreição e renovação.

Nesse contexto, a entrega voluntária de Cristo nas mãos dos homens simboliza a aceitação do sofrimento como parte da jornada espiritual. Ele não recua diante da cruz, pois sabe que, através dela, a plenitude da vida será alcançada. Esse movimento de descida ao sofrimento e ascensão à glória é o ciclo essencial da transformação espiritual. Assim como a morte de Jesus é seguida pela ressurreição, nossas próprias lutas, quando vividas com fé, nos conduzem a uma nova vida.

Somos convidados, portanto, a enxergar nossas próprias dificuldades e desafios sob essa luz. A cruz que carregamos, por mais pesada que seja, pode se tornar o caminho para nossa própria ressurreição, se a abraçarmos com o mesmo espírito de fé e confiança. Jesus nos mostra que, ao entregar nossas vidas e confiar no amor divino, encontramos a verdadeira liberdade e a vitória sobre a morte.


EXPLICAÇÕAO

A frase "O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão; mas no terceiro dia ele ressuscitará" encapsula o núcleo do mistério pascal, que é central à fé cristã. Cada elemento dessa declaração tem um significado teológico profundo.


"O Filho do Homem": Este título, frequentemente utilizado por Jesus, remonta à profecia de Daniel 7:13-14, onde "um como o Filho do Homem" recebe domínio, glória e um reino eterno. No entanto, ao usá-lo, Jesus não apenas reivindica essa autoridade messiânica, mas também sublinha sua identificação com a humanidade. Ele é plenamente humano, sujeito às mesmas limitações, dores e sofrimentos que todos os seres humanos enfrentam. Ao mesmo tempo, o título também carrega um peso escatológico, apontando para a função redentora e juíza de Jesus no fim dos tempos.


"Vai ser entregue nas mãos dos homens": Este trecho destaca a submissão voluntária de Jesus ao plano divino de redenção. Ser "entregue" denota uma passividade que contrasta com a ativa entrega de si mesmo por amor. Embora pareça que os homens têm poder sobre Ele, é Jesus quem, por sua própria vontade, se entrega ao sofrimento e à morte. Este ato de entrega é a expressão máxima de amor, onde a liberdade divina de Jesus se alinha perfeitamente com a vontade do Pai para a salvação do mundo.


"E eles o matarão": A morte de Jesus, como Filho do Homem, é o ápice da rejeição da humanidade ao próprio Deus. Aqui, a violência do pecado atinge seu ponto mais alto, culminando na crucificação de Cristo, o Justo. No entanto, essa morte, em vez de ser um sinal de derrota, é transformada em um ato redentor. A morte de Jesus não é apenas uma execução injusta, mas o sacrifício expiatório pelos pecados da humanidade. É a demonstração do amor de Deus que, em Cristo, assume o pecado do mundo para que a humanidade possa ser redimida.


"Mas no terceiro dia ele ressuscitará": Esta promessa de ressurreição é a chave para a compreensão cristã da salvação. A ressurreição de Jesus no terceiro dia é a vitória definitiva sobre o pecado e a morte. É o selo da nova aliança, onde a vida triunfa sobre a morte, e a graça supera o pecado. A ressurreição não é apenas o retorno de Jesus à vida, mas a inauguração de uma nova criação, onde Ele se torna as primícias daqueles que morreram (1 Coríntios 15:20). Este evento transforma a cruz de um instrumento de vergonha em um símbolo de glória, e aponta para a esperança escatológica da ressurreição final, onde todos os fiéis participarão da vida eterna.


Em resumo, essa frase de Mateus 17:22-23 resume o drama da salvação: a encarnação, a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo. Ela revela o plano divino de redimir a humanidade através da entrega voluntária do Filho de Deus, que assume a condição humana e a transforma através do sacrifício e da ressurreição. Este é o coração do Evangelho, a boa nova que oferece esperança e vida nova a todos os que acreditam.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

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