quinta-feira, 15 de agosto de 2024

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 1:39-56 - 18.08.2024

 Liturgia Diária


18 – DOMINGO 

ASSUNÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA


MISSA DO DIA

   


Evangelho: Lucas 1:39-56

Ó Maria, cheia de graça, a mãe do Senhor, visitaste Isabel com alegria. O Espírito Santo encheu seu ventre, e em tua humildade, o Todo-Poderoso operou maravilhas. Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre.


Lucas 1:39-56

39. Naqueles dias, Maria se levantou e foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá.

40. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.

41. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança saltou em seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.

42. Ela exclamou em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!

43. E como me é dado que venha a mim a mãe do meu Senhor?

44. Pois assim que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre.

45. Bem-aventurada aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!"

46. Então Maria disse: "A minha alma engrandece ao Senhor,

47. e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador,

48. porque ele olhou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada,

49. porque o Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim. Santo é o seu nome,

50. e a sua misericórdia estende-se de geração em geração sobre os que o temem.

51. Ele manifestou o poder do seu braço, dispersou os soberbos de coração.

52. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.

53. Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias.

54. Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se da sua misericórdia,

55. conforme prometera aos nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre."

56. Maria permaneceu com Isabel cerca de três meses e depois voltou para sua casa.


Reflexão:

"Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!" (Lucas 1:42)


O universo avança em direção a uma unidade profunda, onde cada alma, unida ao cosmos, participa de uma criação contínua. No mistério da encarnação, a humanidade é chamada a colaborar com a obra divina, onde o espírito se une à matéria, elevando-a. Através da humildade e fé, como a de Maria, somos convidados a perceber a presença divina em todas as coisas, guiando-nos para o ponto final da convergência, onde todos os seres se encontram em Deus, o Alfa e o Ômega.


HOMILIA

"A União da Terra e do Céu: O Mistério da Encarnação"

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje somos convidados a refletir sobre um momento sublime que encapsula o encontro entre o humano e o divino, o terreno e o celestial. Neste encontro, Maria, uma jovem de humilde origem, se torna o ponto de interseção onde o cosmos encontra sua plenitude em Deus.

Maria se levanta e apressa-se para visitar Isabel, sua parenta, num gesto de solidariedade e amor. Em sua visita, um fenômeno maravilhoso ocorre: Isabel, cheia do Espírito Santo, reconhece a magnitude do dom presente em Maria e exalta sua fé. Este encontro, aparentemente simples, é uma manifestação profunda do que a união entre a humanidade e a divindade pode realizar.

A filosofia de Teilhard de Chardin nos ensina que a evolução do universo é um movimento contínuo em direção à complexidade e à consciência. Maria, ao aceitar seu papel como a Mãe de Deus, exemplifica o auge desta evolução espiritual. Ela representa a perfeita harmonia entre o cosmos e o Criador, onde o divino se faz presente na carne humana.

O Magnificat de Maria é um cântico de louvor que celebra a transformação do ordinário em extraordinário. Ela vê sua própria humildade não como uma limitação, mas como a abertura através da qual Deus pode manifestar Seu poder. Maria nos mostra que a verdadeira grandeza não reside na força ou no domínio, mas na disposição de se entregar ao plano divino.

O mistério da Encarnação é, portanto, um convite para que cada um de nós reconheça a presença de Deus em nossas próprias vidas e em nossa própria transformação. Como Maria, somos chamados a nos abrir para o mistério divino, permitindo que a graça transforme o comum em sagrado, o humano em divino.

A visão de Teilhard de Chardin nos lembra que a criação não é um evento isolado, mas uma contínua evolução em direção à unidade e à plenitude. Maria, ao carregar em seu ventre o Salvador, nos revela que o universo inteiro está sendo guiado para uma união final com Deus. Em sua simplicidade, ela carrega a plenitude da esperança e da salvação, mostrando-nos que cada ato de fé e humildade tem o poder de mudar o curso da história.

Portanto, ao celebrarmos este momento sublime, que possamos, como Maria, abrir nossos corações e permitir que a presença divina transforme nossas vidas. Que cada um de nós possa se tornar um ponto de encontro entre o terreno e o celestial, colaborando com o grande movimento de evolução espiritual que nos conduz à unidade plena com Deus.

Amém.

EXPLICAÇÂO TEOLÓGICA

"Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!"

A frase "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!" (Lucas 1:42) revela uma profunda verdade sobre a relação entre o humano e o divino, e como essa relação se manifesta na plenitude da criação e da salvação. Vamos explorar essa verdade à luz de uma visão teológica que considera a evolução espiritual e o papel central do Cristo na realização do plano divino.

1. A Encarnação como Ponto de Convergência

Na compreensão teológica profunda, a Encarnação é vista como um ponto de confluência entre o divino e o humano. Quando Isabel exclama que Maria é “bendita entre as mulheres”, ela está reconhecendo que Maria desempenha um papel único e essencial na história da salvação. Este reconhecimento não é apenas uma louvação individual, mas um sinal de que Maria e seu filho são o ponto de convergência onde a criação, em sua evolução espiritual, encontra a plenitude.

2. O Fruto do Ventre e a Nova Criação

A expressão “bendito é o fruto do teu ventre” sublinha a importância do Cristo como o centro desta convergência. O fruto de Maria é mais do que uma mera pessoa; é o cumprimento das promessas divinas e a introdução de uma nova dimensão de realidade. Em Jesus, o divino se torna carne, e a realidade material é transformada pela presença do infinito. Este ato é visto como a realização do potencial divino embutido na criação, levando-a a um novo estado de plenitude e consciência.

3. A Transformação Cósmica

De acordo com essa visão teológica, a Encarnação não é apenas uma intervenção divina na história humana, mas um evento cósmico que impacta toda a criação. Ao acolher o Cristo, Maria se torna um símbolo da realização do plano divino para a criação, onde toda a matéria é elevada e transformada pela presença do divino. A benção sobre Maria e seu filho é, portanto, um sinal da transformação espiritual que está ocorrendo no universo, conduzindo tudo para a união final com Deus.

4. A Plenitude da Redenção

A benção recebida por Maria é também um reflexo da plenitude da redenção que o Cristo traz. O papel de Maria e o fruto de seu ventre representam o ponto culminante da evolução espiritual, onde a criação, por meio da Encarnação, encontra a solução para suas fragilidades e limitações. A redenção oferecida por Cristo é entendida não apenas como a resolução do pecado, mas como a realização de uma nova ordem espiritual e material que reflete a plenitude do plano divino.

5. A União do Divino e do Humano

Finalmente, a frase "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!" ressalta a realização da união entre o divino e o humano. Maria é a mediadora dessa união, e o Cristo é a manifestação suprema dessa integração. Este evento marca o início de uma nova era em que o divino penetra a realidade humana e a transforma, conduzindo a criação para a realização de seu propósito eterno.

Conclusão

Em resumo, a saudação a Maria como “bendita entre as mulheres” e o reconhecimento do “fruto do teu ventre” como bendito expressam uma verdade profunda sobre a realização do plano divino na criação. A Encarnação de Cristo é o ponto de convergência onde o divino e o humano se encontram, transformando toda a realidade e conduzindo-a para a plenitude e a união final com Deus. Maria, ao aceitar este papel, representa a abertura para a transformação cósmica e a realização da redenção que abrange toda a criação.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Segunda Leitura

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