terça-feira, 20 de agosto de 2024

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 13,44-46 - 23.08.2024

Liturgia Diária

23 – SEXTA-FEIRA 

SANTA ROSA DE LIMA


PADROEIRA DA AMÉRICA LATINA


(branco, glória, pref. das virgens – ofício da festa)

Evangelho: Mateus 13:44-46

O Reino é como um tesouro escondido, que ao ser descoberto, enche o coração de alegria e transforma a vida. Como uma pérola preciosa, exige total entrega e renúncia, para que, em troca, possamos alcançar o bem maior e eterno.


Mateus 13,44-46


44 - "O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Quando um homem o encontra, ele o esconde de novo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.


45 - O Reino dos Céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas.


46 - Encontrando uma pérola de grande valor, ele vai, vende tudo o que tem e a compra."


Reflexão:

"O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo; quando um homem o encontra, ele o esconde de novo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo." (Mateus 13,44)


O Reino dos Céus nos revela a busca suprema do ser humano, onde tudo o que possuímos perde valor diante da descoberta do tesouro verdadeiro. Essa busca exige de nós uma entrega total, um desprendimento radical de tudo o que nos prende ao superficial, para que possamos adquirir o que realmente importa. Assim como o negociante que vende tudo por uma pérola, somos chamados a colocar toda a nossa energia e vida em direção a essa conquista espiritual, onde o temporal se dissolve diante do eterno, e o divino se manifesta no sacrifício de nossas possessões terrenas em troca de um bem infinito.


HOMILIA

A Busca pelo Tesouro Eterno

Irmãos,

O Evangelho nos apresenta o Reino dos Céus como um tesouro escondido no campo, algo tão precioso que, ao ser descoberto, desperta uma alegria avassaladora que leva o homem a vender tudo o que possui para adquiri-lo. Este tesouro, símbolo do Reino, não é algo que se encontra casualmente; ele exige uma busca, um esforço consciente e um discernimento profundo.

Em nossa jornada espiritual, somos constantemente chamados a descobrir esse tesouro. Mas o que ele realmente significa? Ele representa a plenitude da vida em Deus, a realização última para a qual fomos criados. E, assim como o negociante que busca pérolas preciosas, precisamos ter um coração que anseia por aquilo que é verdadeiramente valioso.

A beleza deste Evangelho reside na radicalidade da resposta exigida. Vender tudo o que se tem não é apenas uma metáfora para o desapego material; é um convite para uma transformação interior profunda, onde somos desafiados a abandonar tudo o que nos prende ao efêmero e ao passageiro. Trata-se de uma mudança de perspectiva, onde o valor de nossas vidas é medido não pelo que possuímos, mas pelo nosso relacionamento com o divino.

Esta mensagem nos convida a reavaliar nossas prioridades, a buscar com determinação o que é eterno, e a reconhecer que, diante do Reino de Deus, tudo o mais perde seu valor. Como podemos, então, encontrar esse tesouro? Ele está presente em nosso cotidiano, nas escolhas que fazemos, nas relações que cultivamos, e na abertura de nosso coração à graça divina.

Assim, somos chamados a viver com a consciência de que o Reino dos Céus já está entre nós, escondido como um tesouro, esperando ser descoberto. E quando o encontramos, que possamos, com a mesma alegria e determinação do homem do Evangelho, entregar tudo o que temos para possuí-lo, pois nele está contida a verdadeira essência de nossa existência e a plenitude de nosso ser.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

O Reino dos Céus: O Tesouro Escondido e a Alegria do Encontro


A frase "O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo; quando um homem o encontra, ele o esconde de novo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo." (Mateus 13,44) carrega uma profundidade espiritual e teológica que nos convida a refletir sobre a natureza e o valor incomensurável do Reino de Deus. 


1. O Tesouro Escondido: A Revelação do Reino

Nesta parábola, o tesouro representa o Reino dos Céus, uma realidade espiritual oculta aos olhos comuns. O campo, o mundo em que vivemos, é vasto e aparentemente comum, mas dentro dele está o tesouro do Reino, aguardando ser descoberto. Teologicamente, este tesouro simboliza a plenitude da vida em Deus, a salvação, a graça e o encontro pessoal com o amor divino. Ele está "escondido" no sentido de que, para encontrá-lo, é necessária uma disposição interior, uma busca ativa e uma abertura espiritual. O Reino não se impõe à força; ele se revela aos que, com olhos atentos e coração aberto, procuram o que transcende o visível.


2. A Alegria da Descoberta: O Encontro com o Divino

A reação do homem ao encontrar o tesouro é crucial: ele é tomado por uma alegria tão grande que transforma completamente sua vida. A alegria no contexto bíblico é um sinal da presença de Deus. Aqui, ela revela a profunda realização que o encontro com o Reino traz à vida humana. Esse encontro é transformador, porque o tesouro não é algo meramente material, mas espiritual. Ele é a fonte de uma alegria que ultrapassa qualquer outra satisfação mundana. A descoberta do Reino traz a alegria que nada no mundo pode proporcionar, pois é a alegria da união com o Criador, do sentido pleno da existência e da descoberta do propósito último da vida humana.


3. O Desapego: A Renúncia Necessária

O homem, após encontrar o tesouro, decide vender tudo o que tem para comprar o campo. Esta parte da parábola expressa a exigência de um desapego radical de tudo aquilo que impede o homem de possuir o Reino plenamente. Teologicamente, isso significa que para entrar no Reino dos Céus, é necessário renunciar a tudo o que nos prende ao mundo. Esta renúncia não é um simples abandono de bens materiais, mas uma disposição interior de colocar Deus acima de tudo. O tesouro é tão valioso que todas as outras coisas perdem seu valor comparativamente. Para herdar o Reino, o homem deve estar disposto a sacrificar tudo, porque o Reino exige entrega total, uma resposta de amor absoluto ao chamado divino.


4. A Compra do Campo: O Custo do Discipulado

A compra do campo nos ensina sobre o custo do discipulado. O Reino de Deus é um dom gratuito, mas ao mesmo tempo exige um preço: a total entrega de si. Este ato de "vender tudo" para adquirir o campo aponta para o sacrifício e o compromisso que o seguimento de Cristo demanda. O Reino dos Céus, ao ser descoberto, transforma radicalmente o horizonte da vida do cristão. Ele passa a ser o bem supremo, e todos os outros valores se reordenam em função dele. O custo do discipulado é elevado, mas o valor do Reino é infinitamente maior.


5. O Reino e a Plenitude Humana

Teologicamente, o tesouro escondido no campo simboliza também a plenitude do ser humano em Deus. O Reino não é algo externo que apenas possuímos; ele é uma realidade que nos transforma, que nos faz alcançar a totalidade de nossa vocação como filhos e filhas de Deus. Ao "comprar o campo", o homem não apenas adquire o Reino, mas é possuído por ele. Sua vida, então, torna-se a manifestação desse Reino na terra, um sinal da presença de Deus em meio ao mundo. Assim, o tesouro é tanto a posse quanto a nossa transformação interior para nos tornarmos cidadãos do Reino.


Conclusão

A frase "O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo" nos desafia a refletir sobre a natureza do Reino e o compromisso que ele exige. Encontrar o Reino é encontrar a própria essência da vida em Deus, o propósito último da existência humana. Isso demanda uma entrega completa, uma renúncia ao que é passageiro, para que possamos abraçar o que é eterno. Na alegria de descobrir este tesouro, nossas vidas encontram uma direção nova, e, movidos pelo amor divino, somos chamados a viver plenamente essa realidade do Reino, aqui e agora, enquanto aguardamos a sua realização final na eternidade.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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