Liturgia Diária
13 – TERÇA-FEIRA
SANTA DULCE LOPES PONTES
VIRGEM
(branco, pref. das virgens – ofício da memória)
Evangelho de Mateus 18:1-5. 10: 12-14
Que a pureza dos pequenos revele o Reino dos Céus, onde a humildade reina. O Pastor busca e resgata cada alma perdida, trazendo-a de volta ao amor divino.
Mateus 18:1-5. 10: 12-14
1. Naquele momento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos Céus?"
2. Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles,
3. e disse: "Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.
4. Portanto, aquele que se fizer humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus.
5. E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe."
10. "Cuidado para não desprezarem nenhum destes pequeninos! Pois eu vos digo que os seus anjos, no céu, contemplam incessantemente a face de meu Pai que está nos céus."
12. "Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas e uma delas se desgarrar, não deixará ele as noventa e nove nos montes, para ir em busca da que se desgarrar?
13. E se acontecer encontrar, em verdade vos digo, terá maior alegria por causa desta do que pelas noventa e nove que não se desgarraram.
14. Assim, também, não é da vontade de vosso Pai que está nos céus que se perca um só destes pequeninos."
Reflexão
"Quem se fizer pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus." (Mateus 18:4)
No mistério do Reino, a grandeza é medida pela humildade e pela pureza de coração, tal como manifestada na simplicidade de uma criança. A busca pelo poder e pela glória mundana é invertida, revelando que o verdadeiro poder reside na capacidade de se tornar pequeno e de abraçar a inocência. Esta humildade abre as portas do Reino, onde a grandeza é encontrada na aceitação amorosa e incondicional dos outros, especialmente dos mais vulneráveis. Assim, a imagem do Pastor que busca a ovelha perdida se torna um símbolo da compaixão divina, que não se contenta até que cada alma seja resgatada e restaurada à plenitude do amor eterno.
HOMILIA
A Grandeza na Pequenez e o Cuidado do Pastor
No Evangelho de hoje, somos confrontados com a surpreendente lógica do Reino dos Céus, onde a grandeza não é medida pela força, pelo poder, ou pelo prestígio, mas pela humildade e simplicidade. Jesus nos ensina que, para ser grande no Reino dos Céus, é preciso tornar-se como uma criança — não apenas em inocência, mas em dependência, confiança e despretensão. A verdadeira grandeza, então, está em reconhecer a nossa pequenez diante de Deus e em abrir nosso coração para a Sua graça transformadora.
Ao refletirmos sobre o cuidado divino, somos lembrados de que Deus, como um bom pastor, não despreza nenhum de seus pequeninos. Ele deixa as noventa e nove ovelhas para buscar aquela que se perdeu, revelando a extraordinária importância de cada alma para Ele. Isso nos desafia a repensar como valorizamos as pessoas ao nosso redor, especialmente aquelas que são marginalizadas ou desprezadas.
A verdadeira grandeza no Reino dos Céus não reside no poder humano, mas no cuidado amoroso que imita o do Pai celestial. É um convite para viver uma vida de humildade, confiança e serviço, sabendo que cada ato de amor, por menor que seja, ecoa na eternidade.
EXPLICAÇÃO
A frase "Quem se fizer pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus" (Mateus 18:4) revela uma verdade central do Evangelho: a verdadeira grandeza no Reino de Deus é encontrada na humildade e na pureza de coração. No contexto teológico, esta "pequenez" não é sinônimo de insignificância, mas de uma condição espiritual essencial para entrar em comunhão plena com Deus.
Humildade e Dependência: A "pequenez" a que Jesus se refere implica uma disposição de coração que reconhece a própria dependência de Deus. Assim como uma criança confia plenamente em seus pais, o seguidor de Cristo deve confiar em Deus, sabendo que toda sabedoria, poder e força vêm Dele. É um reconhecimento de que, diante de Deus, somos criaturas, dependentes de Sua graça para tudo.
Pureza de Coração: Ser "como uma criança" também evoca a ideia de pureza e simplicidade. A criança, em sua inocência, ainda não foi corrompida pelas complexidades e desilusões do mundo. Esta pureza é uma abertura ao sagrado, uma capacidade de ver o divino em todas as coisas, e de responder a ele com um coração simples e sincero. Essa pureza de intenção e de espírito é essencial para ver a Deus e entrar em Seu Reino.
Renúncia ao Ego: Tornar-se "pequeno" também significa renunciar ao orgulho e ao egoísmo. No mundo, a grandeza é frequentemente associada ao poder, à influência e ao status. No Reino de Deus, a grandeza é inversa: é na renúncia ao próprio ego, no serviço aos outros, e na simplicidade de vida que se encontra a verdadeira exaltação. O "maior" no Reino é aquele que serve, que ama sem reservas, que se doa sem esperar recompensas.
Participação no Reino de Deus: Este estado de humildade e pureza não é passivo, mas ativo. Aquele que se faz "pequeno" é chamado a participar ativamente no Reino de Deus, sendo um canal através do qual a graça divina pode fluir para o mundo. A pequenez torna o coração mais capaz de acolher o amor de Deus e, por sua vez, de transmiti-lo ao próximo.
A Grandeza no Reino dos Céus: No final, a grandeza no Reino dos Céus não é medida pelo poder ou pelo prestígio, mas pela capacidade de amar como Deus ama – incondicionalmente e com pureza. Aqueles que se fazem pequenos, que renunciam ao orgulho e às ambições mundanas, são aqueles que se tornam verdadeiramente grandes aos olhos de Deus, participando da Sua glória e do Seu Reino.
Esta mensagem desafia a lógica humana e nos convida a um caminho de conversão constante, onde a verdadeira grandeza é encontrada na simplicidade e no amor. Ao nos tornarmos "pequenos" como as crianças, abrimos nossos corações para o mistério do Reino de Deus, onde a humildade e a pureza de coração são as chaves para a verdadeira vida.
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