Pai,
dá-me um coração de pobre
disposto a acolher a revelação
de teu Filho Jesus que tu me fazes.
Que eu tenha a felicidade de reconhecê-lo,
com a ajuda de tua graça.
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Cor: Roxo
Evangelho - Mt 5,1-12a
Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,1-12a
Naquele tempo:
1Vendo Jesus as multidões,
subiu ao monte e sentou-se.
Os discípulos aproximaram-se,
2e Jesus começou a ensiná-los:
3"Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos,
porque serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos
por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos Céus.
11Bem-aventurados sois vós,
quando vos injuriarem e perseguirem,
e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós,
por causa de mim.
12aAlegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB
REFLEXÃO
Os encontros de Jesus despertam a fé na vida.
Jesus caminha para Jerusalém, metáfora do seu caminho para o Pai (cf. Lc 9,51). Enquanto caminha, instrui os discípulos por seus ensinamentos e atos de poder, bem como pela acolhida que ele oferece a quem quer que se aproxime dele. A quem o Senhor encontra, ele desperta a fé na vida. No caminho, Jesus envia setenta e dois discípulos em missão (10,1-12.17-20). O evangelho de hoje se situa na volta deles. O trecho desse dia é um hino de louvor dirigido ao Pai, Criador do céu e da terra. O que é revelado a uns e escondido a outros é a comunhão entre o Pai e o Filho. É o Filho quem revela o Deus invisível (Jo 14,8-11; Cl 1,15). Somente os “pequeninos”, isto é, aqueles que se abrem à revelação de Deus, podem conhecer o Deus revelado por Jesus. Esse conhecimento não se alcança pelo exercício da razão ou da inteligência; ele é revelação e deve ser aceito como dom de Deus (cf. Mt 16,17). A bem-aventurança dos discípulos está em que eles podem contemplar a imagem de Deus em Jesus, pois, estando diante de Jesus, estão diante de Deus.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
JESUS VIU AQUELAS MULTIDÕES Mt 5,1-12a
HOMILIA
Segundo o Antigo Testamento, a Moisés, na montanha, foi atribuída a Lei, a qual, usada como instrumento de favorecimento das elites religiosas e econômicas, se tornou extremamente opressora e excludente do povo. Os trabalhadores empobrecidos, em condições precárias de vida, não tinham como observar os inúmeros preceitos da Lei, sendo considerados "pecadores", e ficavam em débito com os códigos de purificação a serem cumpridos no Templo de Jerusalém, mediante ofertas e sacrifícios. Por outro lado, as elites religiosas e econômicas vinculadas ao Templo e às sinagogas, cumprindo esses códigos, julgavam-se "puras", "justas" e "santas". Agora, na montanha, Jesus proclama as bem-aventuranças como o caminho da libertação e do amor, para ser o fermento da transformação do mundo.
As bem-aventuranças não têm o mesmo caráter que os mandamentos. Elas são um convite e uma proposta de vida nova, na prática da justiça que conduz à paz. Priorizando o direito à vida plena, conforme a vontade do Pai, Jesus empenha-se em remover as cadeias da lei injusta e opressora. Realiza-se o anúncio de Maria em seu cântico por ocasião da visita a sua prima Isabel, ambas grávidas: "[Deus] agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso. Depôs os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias" (Lc 1,51-53).
Lucas, no seu evangelho, apresenta quatro bem-aventuranças para os pobres em contraste com as quatro lamentações sobre os ricos (Lc 6,20-26). A esperteza, a ambição da riqueza, a sede de poder na acumulação de bens, que são a "sabedoria" deste mundo, representam na realidade loucura e perdição diante de Deus; por sua vez, os pobres que se reúnem fraternalmente nas comunidades dos discípulos de Jesus, encontram a vida em abundância, em comunhão com Deus. Os pobres descobrem seu espaço nas novas comunidades onde se vive a partilha. Os que choram passam a sorrir no novo convívio fraterno. Os mansos cativam os corações aproximando-os entre si. Os que têm fome e sede de justiça clamam e questionam a sociedade opressora, exploradora e excludente, empenhando-se na construção de uma nova sociedade, justa e fraterna. Os misericordiosos, cheios de compaixão, libertam aqueles que têm a consciência carregada de culpabilidade, moldada sob a ideologia do sistema opressor. Os de coração puro são sensíveis a tudo o que há de bom e digno nos irmãos, valorizando cada um, sem nenhuma discriminação. Os pacíficos se comprometem na construção de um mundo livre da ambição e da violência daqueles que, seduzidos pela acumulação de riquezas, fazem a guerra e tiram o alimento dos pobres para transformá-lo em armas de destruição maciça.
A prática libertadora do amor subverte a ordem dos ricos poderosos e violentos. Quem assume essa prática fica sob a ameaça da perseguição e da difamação. E muitos foram os que tiveram a vida imolada por sua solidariedade com os empobrecidos, humilhados e explorados. Porém, a alegria de unir sua vida com a vida de todos, em comunhão com o Pai, é eterna.
Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.
Fonte Padre BANTU SAYLA
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