segunda-feira, 17 de novembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 19,11-28 - 19.11.2014 - Porque tu não depositaste meu dinheiro no banco?

Pai,
faze de mim um discípulo fiel de Jesus
a quem deverei prestar contas
do bom uso dos dons que me concedeu.
Que eu seja prudente no meu agir.
4ª-feira da 33ª Semana Tempo Comum
Ss. Roque González, Afonso Rodríguez e João del Castillo, PresbsMts, memória Cor: Vermelho

Evangelho - Lc 19,11-28

Porque tu não depositaste meu dinheiro no banco?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 19,11-28

Naquele tempo:
11Jesus acrescentou uma parábola,
porque estava perto de Jerusalém
e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo.
12Então Jesus disse:
'Um homem nobre partiu para um país distante,
a fim de ser coroado rei e depois voltar.
13Chamou então dez dos seus empregados,
entregou cem moedas de prata a cada um,
e disse: 'Procurai negociar até que eu volte'.
14Seus concidadãos, porém, o odiavam,
e enviaram uma embaixada atrás dele,
dizendo: 'Nós não queremos que esse homem reine sobre nós'.
15Mas o homem foi coroado rei e voltou.
Mandou chamar os empregados,
aos quais havia dado o dinheiro,
a fim de saber quanto cada um havia lucrado.
16O primeiro chegou e disse:
'Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais.'
17O homem disse:
'Muito bem, servo bom.
Como foste fiel em coisas pequenas,
recebe o governo de dez cidades'.
18O segundo chegou e disse:
'Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais'.
19O homem disse também a este:
'Recebe tu também o governo de cinco cidades'.
20Chegou o outro empregado e disse:
'Senhor, aqui estão as tuas cem moedas
que guardei num lenço,
21pois eu tinha medo de ti,
porque és um homem severo.
Recebes o que não deste e colhes o que não semeaste'.
22O homem disse:
'Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca.
Tu sabias que eu sou um homem severo,
que recebo o que não dei e colho o que não semeei.
23Então, porque tu não depositaste meu dinheiro no banco?
Ao chegar, eu o retiraria com juros'.
24Depois disse aos que estavam aí presentes:
'Tirai dele as cem moedas e dai-as àquele que tem mil'.
25Os presentes disseram:
'Senhor, esse já tem mil moedas!'
26Ele respondeu: 'Eu vos digo:
a todo aquele que já possui, será dado mais ainda;
mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem.
27E quanto a esses inimigos,
que não queriam que eu reinasse sobre eles,
trazei-os aqui e matai-os na minha frente'.'
28Jesus caminhava à frente dos discípulos,
subindo para Jerusalém.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 19, 11-28

Os dons que temos não nos pertencem, mas sim a Deus, que é o Senhor de tudo, de modo que os dons que recebemos de Deus devem ser ordenados para ele. Sendo assim, não podemos usar os nossos dons, nem mesmo os dons naturais, somente em vista da nossa realização e da nossa promoção pessoal, mas devemos colocá-los a serviço de Deus e dos nossos irmãos e irmãs, pois somente quando o dom se transforma em serviço é que ele é capaz de multiplicar e de produzir frutos em abundância, contribuindo, assim, para que o Reino de Deus cresça cada vez mais no meio dos homens.
Fonte CNBB



AS DEZ MOEDAS DE OURO Lc 19,11-28
HOMILIA

A parábola dos talentos, apesar das semelhanças, não deverá ser a mesma das minas, ainda que alguns pensem que sim, pois Jesus podia ter contado duas parábolas semelhantes, embora com o mesmo fim didáctico. Esta parábola ensina principalmente a necessidade de corresponder à graça duma maneira esforçada, exigente, constante, durante toda a vida. Temos de fazer render todos os dons da natureza e da graça, recebidos do Senhor. O importante não é o número dos talentos recebidos, mas sim a generosidade em os fazer frutificar.
Não se trata propriamente de uma moeda, mas de uma unidade monetária, cujo valor ignoramos ao certo, por variável que era então, mas que ronda pelos 36 quilos de prata O texto nos sugere refletirmos sobre três pontos funtamentais que são:
1 - O segredo da felicidade. Todos suspiramos pela felicidade, todos queremos ser feliz. Todavia é preciso não temos ilusões. A felicidade não se recebe de mão-beijada. Ela conquista-se com o esforço, o trabalho e o sacrifício. O segredo da felicidade está na fidelidade aos nossos deveres em relação a Deus e aos outros. Ser fiel no dever de cada dia; fiel em pequenos gestos de caridade com o próximo; fiel no compromisso de piedade, de amor para com Jesus na Eucaristia; fiel na preocupação de tornar a vida agradável aos outros; sorrido; servindo e ensinando. Não é indiferente ser ou não ser fiel: ditoso o que teme o Senhor e segue o seu caminho, diz o Salmista.
Não há felicidade sem fidelidade. As leituras da missa de hoje colocam diante de nós o exemplo da mulher virtuosa que põe todo o seu esforço ao serviço do bem estar da família, do aconchego do lar. E, no Evangelho, o exemplo dos criados que puseram a render os talentos que o patrão lhes confiou. S. Paulo, por sua vez, convida-nos a ser vigilantes e sóbrios em tudo: no falar e no comer; no vestir e no andar; na maneira de encarar os acontecimentos com optimismo e não com pessimismo e desespero.
2 - Os pecados de omissão. O Evangelho nos diz que o patrão daqueles criados, passado muito tempo, foi ajustar contas com eles. Enquanto que o primeiro e o segundo puseram a render os talentos recebidos, o terceiro, deixando-se levar pela preguiça, nada fez. Daí, ouvir a censura condenatória do seu patrão: servo mão e preguiçoso.
Aqui temos retratado o pecado de omissão. Aquele servo não perdeu o talento recebido. Teve até o cuidado de o esconder, mas assim o tornou improdutivo.
O servo preguiçoso é imagem viva do cristão que, quando é chamado a uma vida de piedade mas intensa; comprometer-se na tarefa do apostolado; a aliviar o peso da pobreza, do sofrimento de quem o rodeia, se esquiva. E tranquiliza a sua consciência dizendo: eu não sou mau, não trato mal ninguém, nem prejudico quem quer que seja. Quem fala assim não repara que também existam omissões graves, coisas que se deviam ter feito ou dito, não se fizeram nem se disseram. V.G. na comunicação social quantos pecados de omissão nesta área, lembra o Senhor Arcebispo Primaz: há momentos para elogiar e ocasiões para, sem condenar ninguém, mostrar a nossa discordância. Lembro os que apoiam publicamente o aborto e outros actos graves contra a vida a justiça e a paz.
3 – verdadeiro descanso. O comportamento dos servos não foi igual. Para o primeiro e o segundo o resultado foi 100% mais; para o terceiro foi 100% negativo. Cada um recebeu os seus talentos para os pôr a render sempre que posso fazer algo. E assim não posso cruzar os braços. Certamente que não resolvo tudo. Faço o que posso. Portanto, dê tu também o teu 100% e descansarás, tomarás posse do que está reservado para aqueles que em vida deram o seu 100%
O Evangelho estabelece um laço constante entre os pecados de omissão e o inferno. Três textos se referem ao caso: a parábola dos talentos que acabados de ouvir – lançai-os às trevas de lá de fora. Na parábola do rico avarento (Lc. 16, 10): Morreu e foi sepultado no abismo. No capítulo 25, 11 de S. Mt.: afastai-vos de mim malditos para o fogo eterno.
Eu, no meu lar, no lugar de trabalho, nas minhas relações sociais, na minha paróquia, faço frutificar os talentos de inteligência, de saúde, de simpatia, de possibilidades económicas...ou enterro tudo isso no despejo da preguiça? Procuro trabalhar na defesa dos valores: da vida, da verdade, da honra, do pudor, dos outros que precisam da minha ajuda? Mãos à obras, tu tens tudo para seres feliz, e repousares na alegria do teu Senhor, basta que ponhas a render os teus talentos.
Fonte Padre BANTU SAYLA

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