quinta-feira, 13 de novembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 18, 1-8 - 15.11.2014 - Deus fará justiça aos seus escolhidos que gritam por ele.

Pai,
faze-me pobre e simples diante de ti,
de modo que minhas súplicas sejam atendidas,
pois jamais deixas de atender a quem se volta para ti
na humildade de coração.
Sábado da 32ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 18,1-8

Deus fará justiça aos seus escolhidos que gritam por ele.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 18,1-8

Naquele tempo:
1Jesus contou aos discípulos uma parábola,
para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre,
e nunca desistir, dizendo:
2'Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus,
e não respeitava homem algum.
3Na mesma cidade havia uma viúva,
que vinha à procura do juiz, pedindo:
`Faze-me justiça contra o meu adversário!'
4Durante muito tempo, o juiz se recusou.
Por fim, ele pensou:
'Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum.
5Mas esta viúva já me está aborrecendo.
Vou fazer-lhe justiça,
para que ela não venha a agredir-me!''
6E o Senhor acrescentou:
'Escutai o que diz este juiz injusto.
7E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos,
que dia e noite gritam por ele?
Será que vai fazê-los esperar?
8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa.
Mas o Filho do homem, quando vier,
será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 18, 1-8

A parábola do juiz iníquo nos mostra, como o próprio São Lucas nos diz, a necessidade da oração constante e da confiança em Deus que sempre ouve as nossas preces. Porém devemos ver qual a preocupação de Jesus no que diz respeito ao conteúdo da oração. O juiz não quer fazer justiça para a viúva e depois a faz por causa da insistência dela. A partir disso, Jesus nos fala sobre a justiça de Deus, ou seja, que o Pai fará justiça em relação aos que a suplicam. Deste modo, vemos que Jesus exige que a nossa oração não seja mesquinha, desejando apenas a satisfação das necessidades temporais, mas sim a busca dos verdadeiros valores, que são eternos.
Fonte CNBB



A ORAÇÃO PERSEVERANTE Lc 18,1-8
HOMILIA

Esta parábola do juiz injusto é um ensinamento muito expressivo acerca da eficácia da oração perseverante e firme. E providencialmente constitui a conclusão da doutrina sobre a vigilância, exposta nos versículos anteriores. O fato de comparar o Senhor com uma pessoa como esta, põe em relevo o contraste entre ambos: se até um juiz injusto acaba por fazer justiça àquele que insiste com perseverança, quanto mais Deus, infinitamente justo e nosso Pai, escutará as orações perseverantes dos Seus filhos.
Deus fará justiça aos Seus escolhidos que clamam por Ele sem cessar. A necessidade da oração funda-se na necessidade da graça atual. É uma verdade de fé que, sem esta graça, nos achamos em impotência radical de nos salvarmos e, com maior força de razão, de atingirmos a perfeição. De nós mesmos, por melhor uso que façamos da liberdade, não podemos nem dispor-nos positivamente para a conversão, nem perseverar por tempo notável, nem, sobretudo perseverar até à morte: Sem mim, diz Jesus a seus discípulos, nada podeis fazer, nem sequer ter um bom pensamento.
São muito claros os textos, que nos mostram a necessidade de rezar, se quisermos alcançar a salvação: É preciso rezar sempre e nunca descuidar (Lc 18, 1). Vigiai e orai para não cairdes em tentação (Mt 25, 41). ‘Pedi e dar-se-vos-á (Mt 7, 7).
É preciso rezar, orai, pedi, significam e impõem um preceito e uma obrigação, um mandamento formal.
Os Padres da Igreja tais como, por exemplo, São Basílio Magno, São João Crisóstomo e Santo Agostinho, ensinam que a oração para os adultos é necessária, não somente por ser um mandamento de Deus, como também por ser um meio necessário para a salvação. Assim, torna-se impossível que um cristão se salve sem pedir as graças necessárias para a sua salvação. Depois do batismo, a oração contínua é necessária ao homem para poder entrar no céu. Embora sejam perdoados os pecados pelo batismo, sempre ainda ficam os estímulos ao pecado, que nos combate interiormente, o mundo e os demônios que nos combatem externamente. A oração é necessária não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas para que nós fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, para receber oportunamente os socorros da salvação. Assim, reconhecemos Deus como único Autor de todos os bens, a fim de que nós conheçamos que necessitamos de recorrer ao auxílio divino e reconheçamos que Ele é o Autor dos nossos bens.
No texto de hoje vemos a descrição das duas personagens. O juiz é mau, a viúva é pobre e sem amparo. O seu único recurso é a perseverança em implorar justiça. Perseveremos também em nossa oração, nós que tratamos não com um juiz iníquo, mas com um Pai de misericórdia.
A razão que o Senhor dá para atender as orações é tríplice: a sua bondade, que tanto dista da compaixão do juiz; o amor que tem pelos seus discípulos e, por último, o interesse que estes mostram através da sua perseverança na petição. Deus está sempre atento a quem o invoca. Pede-lhe sem titubear, e conhecerás que a sua grande misericórdia não te abandona, mas dará cumprimento à petição da tua alma.
A viúva não desanimou, mas perseverou e foi atendida; perseveremos também nós na oração e Deus nos atenderá. É, pois, necessário que rezemos com humildade e confiança. Entretanto, isto só não basta para alcançarmos a perseverança final e, com ela, a salvação eterna. As graças particulares que pedimos a Deus, podemos obtê-las por meio de orações particulares. Mas, se não perseverarmos na oração, não conseguiremos a perseverança final, a qual compreende uma cadeia de graças e, por isso, supõe repetidas e continuadas até à morte. Assim como nunca cessa a luta, assim também nunca devemos deixar de pedir a misericórdia divina, para não sermos vencidos. Se quisermos, pois, que Deus não nos abandone, devemos pedir-lhe sempre que nos auxilie. Fazendo assim, certamente Ele nos assistirá sempre e não permitirá que nos separemos dele e que percamos a sua amizade. Procuremos, por isso, rezar sempre e pedir a graça da perseverança final, bem como as graças para consegui-la.
A oração perseverante é índice de fé profunda, de firme esperança, de caridade viva para com Deus e o próximo. O ensinamento de Jesus Cristo sobre a perseverança na oração une-se com a severa advertência de que é preciso manter-se fiéis na fé; fé e oração vão intimamente unidas. Creiamos para orar e para que não desfaleça a fé com que oramos, oremos. A fé faz brotar a oração, e a oração, enquanto brota, alcança a firmeza da fé. O Senhor anunciou a Sua assistência à Igreja para que possa cumprir indefectivelmente a sua missão até ao fim dos tempos (cfr Mt 28, 20); a Igreja, portanto, não pode desviar-se da verdadeira fé. Porém, nem todos os homens perseverarão fiéis, mas alguns se afastarão voluntariamente da fé. É o grande mistério que São Paulo chama de iniqüidade e de apostasia (2 Ts 2, 3), e que o próprio Jesus Cristo anuncia noutros lugares (cfr Mt 24, 12-13). Deste modo o Senhor previne-nos para que, ainda que à nossa volta haja quem desfaleça, nos mantenhamos vigilantes e perseveremos na fé e na oração. Deus há de ouvir, finalmente, aos seus eleitos, se eles orarem com fé e perseverança. Ainda que seja ao cabo de vinte, trinta anos, no fim da vida; que é isso em relação à eternidade? Mas, infelizmente, a fé vai enfraquecendo, e com ela a caridade, e sem caridade é impossível a oração.
Fonte Padre BANTU SAYLA

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