Liturgia Diária
14 – DOMINGO
3º DA PÁSCOA
(branco, glória, creio – 3ª semana do saltério)
Evangelho segundo Lucas 24,35-48
Antífona:
Na jornada, o Mestre se revela, dissipando temores, nutrindo fé. Suas mãos, marcadas, testemunham o sacrifício, sua presença transcende dúvidas. Na partilha do pão, compreensão se abre. O Evangelho ecoa, convocando testemunhas da redenção universal.
Lucas 24,35-48 (Bíblia de Jerusalém):
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 35 Eles, por sua parte, contaram o que tinha acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
36 Estavam ainda a falar quando Ele próprio se apresentou no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja convosco!"
37 Ficaram assustados e cheios de medo, julgando ver um espírito.
38 E Ele disse-lhes: "Por que estais perturbados e porque surgem essas dúvidas em vossos corações?
39 Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo! Tocai-me e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como vedes que Eu tenho."
40 Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
41 E como eles, na sua alegria, não queriam acreditar e estavam admirados, Ele disse-lhes: "Tendes aqui alguma coisa para comer?"
42 Deram-lhe um pedaço de peixe assado.
43 Ele tomou-o e comeu diante deles.
44 E disse-lhes: "São estas as palavras que vos dirigia quando ainda estava convosco: Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos."
45 Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.
46 E disse-lhes: "Assim está escrito: O Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia,
47 e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
48 Vós sois testemunhas disso." - Palavra da Salvação.
Reflexão:
"Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.'" (Lucas 24,44)
Este trecho do Evangelho de Lucas nos apresenta um momento de profunda revelação e comunhão entre Jesus ressuscitado e seus discípulos. Após testemunharem a aparição de Jesus e sentirem inicialmente medo e incredulidade, eles são confortados pela presença tangível do Mestre, que lhes mostra suas mãos e pés, convidando-os a tocá-lo e a alimentá-lo para provar sua realidade física.
Nesse encontro, Jesus não apenas reafirma sua identidade e presença física, mas também revela o significado profundo de sua missão redentora. Ele os conduz através das Escrituras, abrindo-lhes o entendimento para compreenderem as profecias que apontavam para sua morte e ressurreição.
A mensagem central é clara: a morte e ressurreição de Jesus não foram eventos isolados, mas cumpriram as promessas divinas anunciadas ao longo das Escrituras. Através desses eventos, a salvação foi oferecida não apenas a um grupo seleto, mas a todas as nações, começando por Jerusalém, e os discípulos são incumbidos de serem testemunhas dessa mensagem transformadora.
Essa passagem nos convida a refletir sobre nossa própria experiência de fé. Assim como os discípulos, muitas vezes somos assolados pelo medo e pela dúvida diante dos desafios da vida. No entanto, Jesus continua a se revelar a nós, convidando-nos a experimentar sua presença viva e a compreender mais profundamente o significado de sua obra redentora.
Que possamos, como os discípulos, abrir nossos corações e mentes para a verdade do Evangelho, testemunhando com alegria e convicção a mensagem de salvação e perdão que se estende a todos os povos, em todos os tempos.
HOMILIA
A Revelação da Verdadeira Presença
Meus irmãos e irmãs, hoje contemplamos o Evangelho segundo Lucas (24,35-48), onde somos convidados a mergulhar nas profundezas da fé e da revelação divina. Neste relato, encontramos os discípulos reunidos, atormentados pela dúvida e pelo medo após a crucificação de seu Mestre. Em meio à incerteza, Jesus se apresenta diante deles, não como um espectro distante, mas como o Cristo vivo e real.
A cena é carregada de significado. Os discípulos, ao partilharem sua experiência de reconhecimento do Senhor na fração do pão, são confrontados com a presença tangível daquele a quem choravam como morto. Jesus não apenas lhes oferece palavras de conforto, mas convida-os a tocar suas mãos e pés, a fim de testemunharem sua corporeidade ressuscitada. Ele não é uma mera visão, mas a concretização da esperança que os sustentou.
Entretanto, não é apenas a presença física de Jesus que é revelada, mas também a continuidade de sua missão redentora. Ao abrir as Escrituras aos discípulos, Ele lhes mostra que sua morte e ressurreição não foram eventos isolados, mas o cumprimento das promessas divinas desde tempos antigos. Em suas palavras, ecoam as profecias dos profetas, dos Salmos, e da Lei de Moisés.
Neste encontro, somos confrontados com a verdade de que o Cristo não está limitado ao passado, mas é o Senhor da história presente e futura. Ele é o cumprimento de todas as promessas, o ponto de convergência da história humana com a eternidade divina. Sua ressurreição não é apenas um evento do passado, mas uma realidade viva que continua a transformar o mundo.
Assim como os discípulos, somos chamados a reconhecer a presença viva de Cristo em nossas vidas, não apenas nos momentos de alegria e consolação, mas também nas horas de dúvida e desespero. Ele se apresenta a nós na Eucaristia, na comunhão fraterna, na Palavra proclamada. Ele nos convida a tocar suas chagas, a testemunhar sua presença viva no meio de nós.
Que este Evangelho nos inspire a renovar nossa fé na presença viva de Cristo ressuscitado. Que Ele seja o centro de nossas vidas, a luz que dissipa nossas trevas, a esperança que nos sustenta em meio às provações. Que possamos, como os discípulos de Emaús, reconhecê-lo no partir do pão e proclamar com alegria: "O Senhor ressuscitou verdadeiramente!" Amém.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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