Vermelho. 3ª-feira da 33ª Semana Tempo Comum
Ss. Roque González, Afonso Rodríguez e João del Castillo,
PresbsMts, memória
Evangelho - Lc 19,1-10
O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava
perdido.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas
19,1-10
Naquele tempo:
1Jesus tinha entrado em Jericó
e estava atravessando a cidade.
2Havia ali um homem chamado Zaqueu,
que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico.
3Zaqueu procurava ver quem era Jesus,
mas não conseguia, por causa da multidão,
pois era muito baixo.
4Então ele correu à frente
e subiu numa figueira para ver Jesus,
que devia passar por ali.
5Quando Jesus chegou ao lugar,
olhou para cima e disse:
'Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa.'
6Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria.
7Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo:
'Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!'
8Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor:
'Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres,
e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais.'
9Jesus lhe disse:
'Hoje a salvação entrou nesta casa,
porque também este homem é um filho de Abraão.
10Com efeito, o Filho do Homem
veio procurar e salvar o que estava perdido.'
Palavra da Salvação.
Reflexão - Lc 19,
1-10
O Evangelho de hoje nos mostra os passos que todos nós
devemos dar no caminho da conversão. Inicialmente, Jesus nos provoca o desejo
de conhecê-lo e nós, respondendo a essa provocação, procuramos vê-lo de alguma
forma. Então Jesus entra na nossa vida e nós, porque alegremente o acolhemos,
fazemos a experiência da sua companhia e da sua amizade através da intimidade
da experiência interior, o que nos faz vislumbrar os verdadeiros valores que
nos fazem felizes, de modo que procuramos viver o amor fazendo o bem e
reparando o mal que praticamos. Assim, Jesus nos encontra quando estamos
perdidos e nos possibilita trilhar o caminho da salvação.
HOMILIA
ZAQUEU, A SALVAÇÃO
CHEGOU EM TUA CASA Lc 19,1-10
O Evangelho nos apresenta a encantadora história de Zaqueu.
Jesus chegou a Jericó. Não é a primeira vez que vai, e nesta ocasião, ao
aproximar-se, também curou a um cego (v. Lc 18, 35 ss). Isto explica por que há
tanta multidão esperando-o. Zaqueu, «chefe de publicanos e rico», para vê-lo
melhor, sobe em uma árvore no caminho que as pessoas seguem (logo na entrada de
Jericó há ainda um velho sicômoro que seria o de Zaqueu!). «Quando Jesus chegou
àquele lugar, levantando os olhos lhe disse: Zaqueu, desce logo; porque convém
que hoje eu fique em sua casa. Apressou-se a descer e lhe recebeu com alegria.
Ao vê-lo, todos murmuravam dizendo: Foi hospedar-se na casa de um homem
pecador.
O episódio serve para evidenciar, uma vez mais, a atenção de
Jesus pelos humildes, os rejeitados e desprezados. Seus concidadãos desprezavam
a Zaqueu porque praticava injustiças com o dinheiro e com o poder, e
possivelmente também porque era pequeno de estatura; para eles, Zaqueu não é
mais que «um pecador». Jesus ao contrário vai encontrar-lhe em sua casa; deixa
à multidão de admiradores que lhe recebeu em Jericó e vai para casa só de Zaqueu.
Faz como o bom pastor, que deixa as noventa e nove ovelhas para buscar a que
completa a centena, a que se perdeu.
Também a atuação e as palavras de Zaqueu contêm um
ensinamento. Estão relacionadas com a atitude para com a riqueza e para com os
pobres. Deste ponto de vista, o episódio de Zaqueu deve ser lido com o fundo
das duas passagens que lhe precedem, a do rico e a do jovem rico.
O rico negava ao pobre até as migalhas que caiam de sua
mesa; Zaqueu dá a metade de seus bens aos pobres; se usa de seus bens só para
si e para seus amigos ricos que lhe podem corresponder; outro usa seus bens
também para os demais, para os pobres. A atenção, como se vê, está no uso que
se deve fazer das riquezas. As riquezas são iníquas quando se equiparam,
subtraindo-as aos mais frágeis e empregando-as para o próprio luxo desenfreado;
deixando de ser iníquas quando são fruto do próprio trabalho e se põem a
serviço dos demais e da comunidade.
Confrontar o episódio do jovem rico é igualmente instrutivo.
Ao jovem rico Jesus diz que venda tudo o que tem e dê aos pobres (Lc 18, 22);
com Zaqueu, se contenta com sua promessa de dar aos pobres a metade de seus
bens. Zaqueu, em outras palavras, continua sendo rico. A tarefa que realiza lhe
permite seguir sendo rico inclusive depois de ter renunciado à metade de seus
pertences.
Isto retifica uma falsa impressão que se pode ter de outras
passagens do Evangelho. Não é a riqueza em si o que Jesus condena sem apelação,
mas o uso iníquo dela. Existe salvação também para o rico! Zaqueu é a prova
disto. Deus pode fazer o milagre de converter e salvar a um rico sem,
necessariamente, reduzi-lo ao estado de pobreza. Uma esperança, esta, que Jesus
não negou jamais e que inclusive alimentou, não desdenhando freqüentar, Ele, o
pobre, também a casa de alguns ricos e chefes militares.
Certo: Ele jamais encontrou os ricos nem buscou seu favor
suavizando, quando estava em sua companhia, as exigências de seu Evangelho.
Completamente ao contrário! Zaqueu, antes de ouvir o que lhe foi dito: Hoje
chegou a salvação a esta casa, teve que tomar uma valente decisão: dar aos
pobres a metade de seu dinheiro e dos bens acumulados, reparar as fraudes
cometidas em seu trabalho restituindo o quádruplo. O caso de Zaqueu se
apresenta, assim, como o reflexo da conversão evangélica que é sempre e por sua
vez conversão a Deus e aos irmãos.
Zaqueu de hoje sou eu, és tu a quem Jesus chama: Desce
depressa... a salvação chegou em tua casa.
Fonte Homilia: Paulo Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
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SALMO
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