quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

LITURGIA DA PALAVRA - Evangelho: Mateus 1,18-24 - 18.12.2025

 Liturgia Diária


18 – QUINTA-FEIRA 

3ª SEMANA DO ADVENTO


(roxo, pref. do Advento II ou IIA – ofício do dia)


“Liturgia da Palavra, Evangelho do dia e reflexões espirituais profundas para fortalecer a fé e a vida diária, usando a Biblia Sacra juxta Vulgatam Clementinam”


Vem o Rei anunciado por João, não como imposição, mas como princípio de ordem interior. No exemplo de José, vemos o exercício deliberado da razão, a disciplina do dever e a reverência pelo mistério criador. Celebrar o nascimento é reconhecer a soberania da consciência, a autoridade da virtude e a responsabilidade pessoal diante do destino. Que a presença do Divino nos inspire autocontenção, coragem serena e respeito pelas leis naturais que estruturam a convivência humana. Assim cultivamos esperança ativa, autonomia moral e compromisso com a verdade que orienta a liberdade responsável e o florescer da criatividade humana no agir virtuoso.



Evangelium: Matthaeus 1,18-24

18 Christi autem generatio sic erat. Cum esset desponsata mater eius Maria Ioseph, antequam convenirent, inventa est in utero habens de Spiritu Sancto.
Ora, a geração de Cristo foi assim. Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de coabitarem, achou-se que ela havia concebido do Espírito Santo.

19 Ioseph autem vir eius, cum esset iustus, et nollet eam traducere, voluit occulte dimittere eam.
José, seu esposo, sendo justo e não querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.

20 Haec autem eo cogitante, ecce Angelus Domini apparuit ei in somnis, dicens Ioseph fili David, noli timere accipere Mariam coniugem tuam. Quod enim in ea natum est, de Spiritu Sancto est.
Enquanto assim pensava, eis que um Anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo José, filho de Davi, não temas receber Maria como tua esposa, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo.

21 Pariet autem filium, et vocabis nomen eius Iesum. Ipse enim salvum faciet populum suum a peccatis eorum.
Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados.

22 Hoc autem totum factum est, ut adimpleretur quod dictum est a Domino per Prophetam, dicentem
Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta.

23 Ecce Virgo in utero habebit, et pariet filium, et vocabunt nomen eius Emmanuel, quod est interpretatum Nobiscum Deus.
Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e será chamado Emmanuel, que quer dizer Deus conosco.

24 Exsurgens autem Ioseph a somno, fecit sicut praecepit ei Angelus Domini, et accepit coniugem suam.
Despertando do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu sua esposa.

Verbum Domini

Reflexão:

O silêncio de José revela a força daquele que governa a si mesmo.
A justiça verdadeira nasce do domínio interior e da escolha consciente do bem.
O temor cede lugar à confiança quando a razão reconhece uma ordem superior.
Agir corretamente não exige aplauso, mas fidelidade à própria consciência.
A liberdade floresce quando o dever é assumido sem coerção.
A esperança não é passiva, mas fruto de decisão responsável.
Assim se constrói a paz que sustenta a convivência humana.
No agir reto, o invisível torna-se fundamento do mundo visível.


Versículo mais impolrtante:

Ecce Virgo in utero habebit, et pariet filium, et vocabunt nomen eius Emmanuel, quod est interpretatum Nobiscum Deus.

Eis que a Virgem conceberá em seu ventre e dará à luz um filho, e será chamado pelo nome de Emmanuel, que significa Deus conosco.(Mt 1,23)


HOMILIA

José e o Mistério que Educa a Liberdade

A liberdade autêntica manifesta-se quando a consciência, guiada pela razão e pelo dever, escolhe cooperar com a ordem que preserva a dignidade da pessoa, da família e da vida.

O Evangelho de Mateus apresenta a origem do Cristo não como um relato de poder exterior, mas como um drama silencioso da consciência humana diante do mistério. Antes que qualquer palavra seja dita, há um homem justo que pensa, pondera e decide. José não reage por impulso nem se submete à confusão interior. Ele escuta o que é mais alto porque primeiro governa o que é mais profundo.

A concepção virginal revela que a verdadeira origem da vida não nasce da força, mas da doação. O Espírito age onde há espaço interior. Maria acolhe. José protege. Ambos cooperam livremente com uma ordem que não os anula, mas os eleva. Aqui se manifesta uma lei espiritual fundamental a evolução interior ocorre quando a liberdade se alinha com a verdade e o dever é assumido sem coerção.

O sonho de José não é fuga da realidade. É abertura da inteligência a uma dimensão mais ampla do ser. O anjo não substitui sua decisão. Apenas a esclarece. A dignidade humana se revela quando a razão reconhece que há um sentido maior que pode ser acolhido sem perder a própria responsabilidade.

A família que nasce deste mistério não se funda no acaso nem na dominação. Funda se na confiança, na fidelidade e na coragem de agir corretamente mesmo sem garantias visíveis. Assim Deus entra no mundo não pela força das estruturas, mas pela retidão de um lar.

Em José aprendemos que a verdadeira liberdade não é negar o dever, mas escolhê lo com consciência. E quando isso ocorre, o invisível torna se presença e o Emanuel habita conosco.


EXPLICAÇÃO tEOLÓGICA

Eis que a Virgem conceberá em seu ventre e dará à luz um filho, e será chamado pelo nome de Emmanuel, que significa Deus conosco. Mt 1,23

O sinal da Virgem
A concepção virginal não aponta para negação da natureza, mas para sua elevação. O nascimento de Cristo revela que a origem última da vida não depende apenas da causalidade visível, mas de uma iniciativa superior que respeita a integridade da criação. A virgindade de Maria expressa total abertura da alma à ação divina, sem apropriação nem resistência.

O nascimento como revelação do sentido
O Filho nasce não para dominar o mundo, mas para habitá lo. O mistério da Encarnação afirma que a ordem eterna escolhe entrar na história sem romper sua liberdade. O divino não se impõe. Ele se oferece. Assim, a existência humana adquire dignidade porque se torna lugar de presença.

O nome Emmanuel
Ser chamado Deus conosco significa que a transcendência não permanece distante. A presença divina não dissolve a responsabilidade humana, mas a fortalece. Deus permanece próximo para que o homem caminhe com consciência, liberdade e fidelidade ao bem.

A promessa cumprida
Neste nascimento, a esperança torna se concreta. A promessa antiga não anula o tempo, mas o orienta. O sentido último da história manifesta se na convivência entre o eterno e o humano, selando uma aliança fundada na confiança e na verdade.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

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