Liturgia Diária
28 – DOMINGO
SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ
(branco, glória, creio, prefácio do Natal – ofício da festa)
“Liturgia da Palavra, Evangelho do dia e reflexões espirituais profundas para fortalecer a fé e a vida diária, usando a Biblia Sacra juxta Vulgatam Clementinam”
Et venerunt festinantes: et invenerunt Mariam, et Ioseph, et infantem positum in praesepio.
E foram apressadamente e encontraram Maria e José, e o Menino deitado na manjedoura.(Lc 2,16)
Celebrar a Sagrada Família é reconhecer uma ordem silenciosa que sustenta a vida: a liberdade interior cultivada pela virtude. Em Nazaré, não há imposição, mas adesão consciente ao bem; não há ruído, mas responsabilidade assumida. A Eucaristia, vivida como ato voluntário, educa o coração para a autodisciplina e para a escolha racional do que é justo. Jesus, Maria e José revelam que a verdadeira convivência nasce do respeito mútuo, da cooperação espontânea e da fidelidade ao dever assumido. Assim, o lar torna-se espaço de formação moral, onde a liberdade se realiza não pela ruptura, mas pela ordem escolhida.
Evangelium secundum Matthaeum 2,13-15.19-23
13 Cum autem recessissent, ecce angelus Domini apparuit in somnis Ioseph, dicens Surge, et accipe puerum et matrem eius, et fuge in Aegyptum, et esto ibi usque dum dicam tibi. Futurum est enim ut Herodes quaerat puerum ad perdendum eum.
Depois que eles partiram, eis que o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, dizendo Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e permanece lá até que eu te diga. Pois acontecerá que Herodes procurará o Menino para o matar.
14 Qui consurgens accepit puerum et matrem eius nocte, et secessit in Aegyptum.
Levantando-se, ele tomou o Menino e sua mãe durante a noite e retirou-se para o Egito.
15 Et erat ibi usque ad obitum Herodis, ut adimpleretur quod dictum est a Domino per prophetam dicentem Ex Aegypto vocavi filium meum.
E permaneceu ali até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta, dizendo Do Egito chamei meu filho.
19 Defuncto autem Herode, ecce angelus Domini apparuit in somnis Ioseph in Aegypto.
Depois que Herodes morreu, eis que o anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito.
20 Dicens Surge, et accipe puerum et matrem eius, et vade in terram Israel. Defuncti sunt enim qui quaerebant animam pueri.
Dizendo Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e vai para a terra de Israel, pois morreram os que atentavam contra a vida do Menino.
21 Qui surgens accepit puerum et matrem eius, et venit in terram Israel.
Levantando-se, ele tomou o Menino e sua mãe e veio para a terra de Israel.
22 Audiens autem quod Archelaus regnaret in Iudaea pro Herode patre suo, timuit illo ire, et admonitus in somnis, secessit in partes Galilaeae.
Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judeia em lugar de Herodes seu pai, temeu ir para lá e, advertido em sonho, retirou-se para a região da Galileia.
23 Et veniens habitavit in civitate quae vocatur Nazareth, ut adimpleretur quod dictum est per prophetas Quoniam Nazaraeus vocabitur.
E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas Ele será chamado Nazareno.
Verbum Domini
Reflexão:
A família preserva a vida pela vigilância interior e pela decisão prudente
A obediência silenciosa fortalece a liberdade que nasce da responsabilidade
O caminho seguro exige discernimento e coragem sem alarde
O lar torna-se abrigo quando cada gesto assume seu dever
A escolha certa não depende do medo mas da razão desperta
A autoridade verdadeira protege sem dominar
A travessia educa o espírito para a constância
Assim a vida cresce onde a ordem é escolhida com amor e firmeza
Versículo mais importante:
Cum autem recessissent, ecce angelus Domini apparuit in somnis Ioseph, dicens Surge, et accipe puerum et matrem eius, et fuge in Aegyptum, et esto ibi usque dum dicam tibi. Futurum est enim ut Herodes quaerat puerum ad perdendum eum.
Depois que eles partiram, eis que o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, dizendo Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e permanece lá até que eu te diga. Pois acontecerá que Herodes procurará o Menino para o matar.(Mt 2,13)
HOMILIA
O Caminho Silencioso da Guarda Interior
O Evangelho nos conduz a um mistério discreto e decisivo. A vida do Menino não é protegida por força visível, mas pela escuta interior de José. No silêncio do sonho, a verdade se comunica e pede resposta imediata. A realidade espiritual precede o movimento exterior. Quem aprende a ouvir no íntimo descobre quando partir, quando permanecer e quando retornar.
A fuga não é derrota. É discernimento. A retirada não nega a missão, mas a preserva. A família torna-se o primeiro santuário da dignidade humana, onde a liberdade se exerce pela responsabilidade assumida e não pela imposição do mundo. José não questiona, não dramatiza, não posterga. Age com firmeza serena, porque a ordem interior já foi reconhecida.
O Egito simboliza o espaço de transição onde a vida amadurece longe do olhar hostil. Nem todo crescimento ocorre à luz pública. Há etapas que exigem resguardo, recolhimento e fidelidade silenciosa. A evolução interior acontece quando o ser aceita atravessar o provisório sem perder o essencial.
O retorno também é guiado. A maturidade espiritual sabe que não se volta ao mesmo lugar, mas a um novo modo de habitar o mundo. Nazaré não é fuga, é enraizamento. A família ali se estabelece como escola de interioridade, trabalho, liberdade e dignidade.
Nesse caminho oculto, a vida divina cresce protegida pela prudência, e a história é transformada não pelo ruído, mas pela fidelidade silenciosa ao bem reconhecido.
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA
Depois que eles partiram, eis que o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, dizendo Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e permanece lá até que eu te diga. Pois acontecerá que Herodes procurará o Menino para o matar (Mt 2,13).
A escuta interior como lugar da revelação
A comunicação divina não ocorre no ruído exterior, mas no espaço interior onde a consciência permanece desperta. O sonho de José não é evasão da realidade, mas aprofundamento dela. Nesse estado, a verdade alcança o espírito sem violência, convidando à adesão livre. A revelação respeita a dignidade humana ao propor e não impor, exigindo atenção interior e prontidão de resposta.
A autoridade que protege a vida
José recebe uma ordem que não nasce do medo, mas do cuidado. A verdadeira autoridade espiritual manifesta-se na responsabilidade assumida em favor da vida confiada. O Menino não se defende a si mesmo, pois a vida em sua fragilidade convoca a vigilância do justo. A proteção torna-se expressão concreta do amor que preserva sem dominar.
O Egito como espaço de preservação
O deslocamento não representa ruptura com a promessa, mas sua guarda. Há tempos em que a fidelidade exige afastamento e silêncio. Permanecer no Egito é aceitar o provisório como meio de conservação do essencial. A história se curva diante da vida quando esta é resguardada com prudência e obediência consciente.
A liberdade que age sem hesitação
Levanta-te é o chamado à ação imediata daquele que já compreendeu interiormente. A liberdade plena não se confunde com indecisão, mas com a capacidade de agir segundo o bem reconhecido. Assim, a família torna-se o primeiro lugar onde a vida divina encontra abrigo, cresce em dignidade e atravessa a história protegida pela fidelidade silenciosa.
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