Liturgia Diária
3 – DOMINGO
3º DA QUARESMA
(roxo, creio – 3ª semana do saltério)
Evangelho: João 2,13-25
Antífona:
Na Casa do Pai, Jesus purifica o templo, revelando sua autoridade divina. Seu corpo é o verdadeiro santuário, erguido em três dias após a crucificação. Seu conhecimento sobre o homem é absoluto, guiando-nos à verdadeira adoração.
João 2,13-25 (Bíblia de Jerusalém):
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – "13. Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém.
14. No templo, encontrou os que vendiam bois, ovelhas e pombas e os cambistas sentados.
15. Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do templo, como também as ovelhas e os bois, dispersou as moedas dos cambistas, derrubou-lhes as mesas.
16. Aos que vendiam pombas disse: 'Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!'
17. Seus discípulos recordaram-se do que está escrito: 'O zelo por tua casa me consumirá.'
18. Então os judeus interpelaram-no: 'Que sinal nos mostras para agires assim?'
19. Jesus respondeu-lhes: 'Destruí este templo e em três dias o levantarei.'
20. Replicaram os judeus: 'Em quarenta e seis anos foi construído este templo e tu o levantarás em três dias?'
21. Mas ele falava do templo do seu corpo.
22. Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra que Jesus tinha pronunciado.
23. Enquanto Jesus se encontrava em Jerusalém, durante a festa da Páscoa, muitos creram no seu nome, vendo os sinais que ele fazia.
24. Mas Jesus não se fiava neles, porque os conhecia a todos
25. e não precisava de que lhe dessem testemunho sobre o homem, pois ele próprio conhecia o que há no homem." - Palavra da Salvação.
Reflexão:
"Destruí este templo e em três dias o levantarei" (João 2:19)
O episódio da purificação do templo revela várias facetas do caráter de Jesus e do seu ministério. Ele demonstra zelo pela santidade e pureza do templo, que era considerado o lugar onde Deus habitava entre o seu povo. A ação de Jesus em expulsar os vendedores e cambistas indica sua autoridade e compromisso com a verdadeira adoração a Deus.
Além disso, as palavras enigmáticas de Jesus sobre a reconstrução do templo em três dias apontam para sua morte e ressurreição. Ele estava se referindo ao templo do seu próprio corpo, o qual seria destruído na crucificação e reconstruído na ressurreição. Essa passagem nos leva a refletir sobre a natureza sacrificial da missão de Jesus e a vitória sobre a morte que ele conquistou para todos nós.
A reação das pessoas ao seu redor, tanto aqueles que creram nele quanto aqueles que questionaram seus atos, mostra a diversidade de respostas diante do ministério de Jesus. Enquanto alguns o aceitavam e viam nele sinais do poder de Deus, outros permaneciam céticos ou até mesmo hostis. Isso nos lembra da liberdade que cada indivíduo possui para escolher crer e seguir a Jesus ou rejeitá-lo.
Por fim, a atitude de Jesus de não se fiar naqueles que creram nele, pois ele conhecia a verdadeira natureza do coração humano, nos ensina sobre a importância da sinceridade e do compromisso genuíno na fé. Jesus não se deixava impressionar pelo número de seguidores ou pelos sinais externos de fé, mas buscava corações verdadeiramente dispostos a segui-lo. Essa passagem nos desafia a examinar nossas próprias motivações e sinceridade na busca por Deus.
HOMILIA
"A Transformação do Templo: Uma Jornada de Purificação e Renovação"
Caros irmãos e irmãs em Cristo,
O Evangelho de João nos apresenta um episódio marcante da vida de Jesus, onde Ele entra no templo em Jerusalém e realiza uma ação que ecoa através dos séculos. Ao testemunharmos a purificação do templo, somos convidados a refletir sobre o significado profundo deste evento e as lições que ele traz para nossas vidas hoje.
Jesus, ao entrar no templo, depara-se com uma cena de comércio e agitação, onde a adoração a Deus havia sido transformada em um negócio lucrativo. Vemos aqui a corrupção da religião, onde a busca pelo lucro havia obscurecido o propósito sagrado do templo como lugar de encontro com o divino. E é diante dessa distorção que Jesus toma uma ação radical, expulsando os vendedores e restaurando a santidade do templo.
Essa ação de Jesus nos leva a refletir sobre os templos que construímos em nossas próprias vidas. Quantas vezes permitimos que interesses mundanos e ganância ocupem o lugar que deveria ser reservado para a adoração a Deus? Quantas vezes transformamos nossos corações em mercados, buscando satisfazer nossos desejos egoístas em vez de buscar a vontade do Pai?
Mas a mensagem de Jesus vai além da mera condenação do pecado. Ao dizer: "Destruí este templo e em três dias o levantarei", Ele aponta para sua própria morte e ressurreição. Jesus revela que Ele é o verdadeiro templo, o lugar onde a presença de Deus habita plenamente. Sua morte na cruz e ressurreição ao terceiro dia trazem a promessa de uma nova aliança, onde nossos corações podem ser verdadeiros templos do Espírito Santo.
Assim, somos chamados a seguir o exemplo de Jesus, purificando nossas vidas do pecado e da idolatria, permitindo que Ele transforme nossos corações em moradas santas para Deus. Devemos lembrar que a verdadeira adoração não se limita a rituais externos, mas brota de corações quebrantados e contritos, dispostos a viver em comunhão com o Pai.
Que possamos, portanto, abrir nossos corações para a ação purificadora do Espírito Santo, permitindo que Ele nos conduza a uma vida de santidade e verdadeira adoração. Que possamos ser templos vivos do amor de Deus, refletindo Sua luz e glória para o mundo ao nosso redor.
Que a purificação do templo nos inspire a buscar sempre uma renovação espiritual em nossas vidas, para que, assim como Jesus, possamos ser instrumentos de transformação e reconciliação neste mundo.
Que assim seja. Amém.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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