Liturgia Diária
16 – SEXTA-FEIRA
DEPOIS DAS CINZAS
(roxo – ofício do dia)
Evangelho: Mateus 9,14-15
No diálogo entre os discípulos de João e Jesus, surge uma discussão sobre o jejum. Jesus, utilizando uma metáfora do casamento, explora a natureza temporal das práticas espirituais, delineando momentos de celebração e preparação espiritual.
Mateus 9,14-15 (Bíblia de Jerusalém)
14. Então, os discípulos de João vieram ter com ele e perguntaram: "Por que nós e os fariseus jejuamos, enquanto os teus discípulos não jejuam?"
15. Jesus respondeu-lhes: "Por acaso, podem os amigos do noivo estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o noivo, e então jejuarão." - Palavra da Salvação.
Reflexão:
"Por acaso, podem os amigos do noivo estar de luto enquanto o noivo está com eles?" (Mt 9,15)
Neste breve diálogo, Jesus utiliza a metáfora do casamento para explicar a razão pela qual seus discípulos não jejuavam enquanto ele estava presente. O noivo, que é Jesus, está com eles, e este é um tempo de celebração, não de luto. A imagem é poderosa: assim como os amigos do noivo se alegram com sua presença e não jejuam durante o casamento, os discípulos de Jesus também se regozijam em sua companhia e não têm necessidade de jejuar naquele momento.
No entanto, Jesus também prevê um tempo futuro de tristeza e privação, simbolizado pela partida do noivo. Ele alude à sua própria morte, quando seus discípulos sentirão a necessidade de jejuar e lamentar sua ausência. Essa é uma lição sobre o tempo e a temporada na vida espiritual. Há momentos de alegria e festa, quando podemos desfrutar plenamente da presença de Cristo, e há momentos de dor e disciplina, quando precisamos nos voltar para o jejum e a oração.
Essa passagem nos convida a discernir os tempos em nossas próprias vidas espirituais e a estar sensíveis à liderança do Espírito Santo sobre quando é apropriado nos regozijarmos na presença de Cristo e quando devemos nos dedicar à disciplina espiritual e à contemplação de sua ausência.
HOMILIA
A Celebração da Presença Divina
Queridos irmãos e irmãs em Cristo,
Neste Evangelho de Mateus (9,14-15), somos convidados a refletir sobre a profunda sabedoria de Jesus e a entender o significado mais profundo de sua presença entre nós.
A cena se desenrola com os discípulos de João Batista aproximando-se de Jesus com uma questão sobre o jejum. Eles, juntamente com os fariseus, observavam o jejum como um sinal externo de piedade e devoção religiosa. Porém, os discípulos de Jesus não seguiam essa prática naquele momento.
A resposta de Jesus é reveladora. Ele compara-se ao noivo em um casamento, sugerindo que enquanto Ele está presente, é um tempo de celebração e alegria, não de jejum e tristeza. Esta metáfora ilustra a incomensurável alegria e plenitude que sua presença traz às nossas vidas.
Essa passagem nos lembra que a vida cristã não é uma jornada de constante penitência e luto, mas sim de alegria e celebração pela presença viva de Cristo entre nós. No entanto, Jesus também aponta para um tempo futuro de jejum, quando Ele será retirado de nós. Isso nos lembra que, em meio à alegria, devemos estar conscientes da brevidade da vida e da inevitabilidade da dor e da provação.
O convite de Jesus é para que vivamos cada momento em sua presença com gratidão e alegria, reconhecendo que Ele é o motivo de nossa celebração. Devemos aprender a discernir os tempos espirituais, abraçando a alegria nos momentos de sua presença e recorrendo ao jejum e à oração nos momentos de sua ausência.
Portanto, que possamos hoje renovar nosso compromisso de viver em constante comunhão com Cristo, celebrando sua presença em nossas vidas e permanecendo vigilantes em meio às mudanças sazonais da jornada espiritual. Que a nossa alegria seja completa na certeza de que o noivo está conosco, e que Ele nos guie em todos os momentos de nossa caminhada.
Que assim seja. Amém.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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