Liturgia Diária
8 – TERÇA-FEIRA
SÃO DOMINGOS
PRESBÍTERO E FUNDADOR
(branco, pref. comum, ou dos pastores – ofício da memória)
Estes são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5s).
Domingos nasceu na Espanha em 1170 e faleceu na Itália em 1221. Ordenado presbítero, dedicou-se aos estudos de filosofia e teologia e às práticas de piedade. Estudioso da Bíblia e grande pregador, fundou a Ordem dos Pregadores, os Dominicanos, com a finalidade de anunciar a Boa-nova ao mundo. Foi entusiasta da oração popular do rosário. A seu exemplo, proponhamos-nos anunciar, com coragem e dignidade, o Evangelho da salvação.
Evangelho: Mateus 14,22-36
Aleluia, aleluia, aleluia.
Mestre, tu és o Filho de Deus, / és rei de Israel! (Jo 1,49) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Depois que a multidão comera até saciar-se, 22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26Quando os discípulos o avistaram andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. 29E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” 32Assim que subiram na barca, o vento se acalmou. 33Os que estavam na barca prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” 34Após a travessia, desembarcaram em Genesaré. 35Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36e pediam que pudessem, ao menos, tocar a barra de sua veste. E todos os que a tocaram ficaram curados. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 14,22-36
«Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água»
Fray Lluc TORCAL Monje del Monastério de Sta. Mª de Poblet
(Santa Maria de Poblet, Tarragona, Espanha)
Hoje, não veremos Jesus a dormir na barca enquanto esta se afunda, nem acalmando a tempestade com uma só palavra de interpelação, suscitando assim a admiração dos discípulos (cf. Mt 8, 22-23). Mas a acção de hoje não é menos desconcertante: tanto para os primeiros discípulos como para nós.
Jesus tinha mandado os discípulos subir para a barca e ir para a outra margem; tinha despedido todos depois de saciar a multidão faminta e Ele tinha permanecido sozinho na montanha, profundamente concentrado em oração (cf. Mt 14,22-23). Os discípulos, sem o Mestre, avançam com dificuldade. Foi então que Jesus se aproximou da barca, caminhando sobre as águas.
Como acontece com pessoas normais e sensatas, os discípulos assustaram-se ao vê-Lo: os homens não costumam caminhar sobre a água e, portanto, deviam estar a ver um fantasma. Mas estavam enganados, não era um fantasma, mas tinham diante deles o próprio Senhor, que os convidava - como em tantas outras ocasiões - a não ter medo e a confiar n’Ele para descobrirem a fé. Esta fé exige-se, em primeiro lugar, a Pedro, que disse: «Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água» (Mt 14,28). Com esta resposta, Pedro mostrou que a fé consiste na obediência à palavra de Cristo: não disse «faça com que eu caminhe sobre as águas», mas queria fazer o que o próprio e único Senhor lhe mandasse, para poder crer na veracidade das palavras do Mestre.
As dúvidas fizeram-no cambalear na sua fé incipiente, mas levaram-no à confissão dos outros discípulos, agora com o Mestre presente: «Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!» (Mt 14,33). «O grupo daqueles que já eram apóstolos, mas que ainda não acreditavam, depois de verem que as águas se moviam sob os pés do Senhor e que, mesmo no movimento agitado das ondas, os passos do Senhor eram seguros, (...) acreditaram que Jesus era o verdadeiro Filho de Deus, confessando-O como tal» (Santo Ambrósio).
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«A oração é uma conversa e um diálogo com Deus: garantia das coisas esperadas, igualdade de condição e honra com os anjos, emenda dos pecados, remédio para os males, garantia dos bens futuros» (São Gregório de Nisa)
«O que é a oração? Normalmente considera-se uma conversa. Numa conversa há sempre um "eu" e um "tu". Neste caso, um "Tu" com "T" maiúsculo. O mais importante é o Tu, porque a nossa oração parte por iniciativa de Deus» (S. João Paulo II)
«Não há outro caminho para a oração cristã senão Cristo. Seja comunitária ou pessoal, seja vocal ou interior, a nossa oração só tem acesso ao Pai se rezarmos «em nome» de Jesus. A santa humanidade de Jesus é, pois, o caminho pelo qual o Espírito Santo nos ensina a orar a Deus nosso Pai» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.664)
Fonte https://evangeli.net/
SOCORRO, SENHOR! Mt 14,22-36
HOMILIA
Jesus manda os discípulos para o outro lado do mar, enquanto ele próprio despediria as multidões. O destaque no evangelho de hoje vai para o barco agitado pelas ondas e pelo vento. Numa primeira fase, o “barco” simboliza a Igreja, já em processo de institucionalização na década de 80 do primeiro século do Cristianismo, quando Mateus escreve seu evangelho. Em segundo lugar simboliza a sua vida quando chega o momento das tentações e problemas de vários tipos.
Quando Jesus se aproxima, caminhando sobre as águas, Mateus narra também a caminhada de Pedro, que a tradição passou a cultuar como figura proeminente na Igreja. A vacilação de Pedro ao andar sobre as águas, entre a fé e a dúvida, induz as comunidades a compreenderem a importância de uma fé firme e decidida em Cristo como o tudo em todas as circunstâncias. Quem nos faz saber isso é Mateus que termina com a proclamação messiânica dos discípulos: “Verdadeiramente, tu és Filho de Deus”. A afirmação do messianismo de Jesus é uma forte característica de Mateus.
As comunidades de discípulos, ao longo da história, passam por tribulações sofrendo repressões. Pode-se chegar ao desânimo, com o sentimento de abandono por parte de Deus. Se assim acontecer, submerge-se no oceano do mundo dominado pelos poderes fundados sobre as riquezas acumuladas, que desprezam a vida dos pobres e pequeninos.
Contudo Jesus está presente. Não há o que temer, pois Jesus é a fonte da vida e a luz para o nosso caminho, e é a força propulsora da nova criação, do mundo novo possível.
Desse modo, percebe-se, na primeira leitura, que nem sempre Deus se manifesta da forma que tradicionalmente nos acostumamos a buscá-lo; e, na segunda, pode-se ver o apóstolo Paulo preocupado com a situação da comunidade. Preocupações dissipadas quando identificamos no evangelho, que as dificuldades da vida não podem afogar uma comunidade fundamentada na palavra de Deus e na fé no Cristo Ressuscitado.
Por que tanto medo? Jesus está conosco! Enquanto Jesus reza no monte, a barca dos discípulos está velejando no lago de Genesaré (Mt 14,22-23). Jesus os tinha obrigado a ir para o “outro lado”, isto é, para a terra dos pagãos. Para quê? Certamente para ensinar aos outros povos que a partilha é que constrói uma sociedade nova. Mas sair de casa para ir até os outros não é coisa fácil. O mar agitado, cheio de ventos fortes e ondas. O que significa isso? Significa a resistência dos discípulos, e a resistência de todos nós em compreender que o projeto de Deus é para todos, e não apenas para nós.
Jesus, em alta madrugada, vai até os discípulos, andando sobre a água. Ora, isso era prerrogativa de Deus (veja o livro de Jó 9,8). Os discípulos pensam que Jesus é um fantasma, e gritam de medo. Jesus, porém, os tranqüiliza, dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”. Este é o modo como Deus sempre tranqüiliza os homens. E o “sou eu” lembra imediatamente o Deus do êxodo, que se revelou a Moisés como sendo o “Eu Sou”. Tudo isso mostra que os discípulos ainda não cresceram na fé.
Pedro, o líder dos discípulos e futuro chefe de todas as comunidades, faz um desafio: ir até Jesus, andando como ele sobre as águas, isto é, participando da sua divindade. Perigo. Para isso é preciso fé grande, entrega total. O que não acontece, pois Pedro teme, duvida, e começa a afundar.
O que Jesus diz vale para todos nós: “Homem fraco na fé, por que você duvidou?” Também nós duvidamos quando as coisas ficam difíceis e os ventos se tornam contrários, prova de que ainda não confiamos em Deus e no seu projeto. O vento cessa logo que Jesus entra na barca. Por quê? Dizem que no olho do furacão reina completa paz. Com Jesus em nosso meio estamos no olho do furacão: ao redor tudo gira e ameaça, mas nós permanecemos calmos, certos de que o projeto de Deus, realizado por Jesus, é e sempre será vitorioso. E, reconhecendo isso, vem a grande confissão dos discípulos e da comunidade cristã: “De fato, tu és o Filho de Deus”. Uma confissão de fé que nos faz acreditar em nós mesmos: em nossa vocação e nossa capacidade de amar, servir e partilhar, pois também nós, pelo Batismo, fomos feitos filhos de Deus. Não temamos. Também podemos andar pelas águas agitadas do mundo, sem medo de afundar porque Jesus está por perto. Basta na hora mais difícil gritarmos como Pedro: SOCORRO, SENHOR!
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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