segunda-feira, 7 de julho de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 10:1-7 - 09.07.2025

 Liturgia Diária


9 – QUARTA-FEIRA 

SANTA PAULINA DO CORAÇÃO AGONIZANTE DE JESUS


RELIGIOSA E VIRGEM


(branco, pref. comum, ou das virgens – ofício da memória)


O caminho dos justos é como luz esplêndida que surge e cresce do amanhecer até o pleno dia (Pr 4,18).


Na tessitura invisível do tempo, uma alma luminosa, Amábile — depois Irmã Paulina — desceu às sendas do mundo para semear liberdade no serviço. Vinda da longínqua Itália, fez do Brasil sua terra de compaixão. Em Nova Trento, ergueu um altar vivo de cuidado, onde órfãos e libertos encontraram dignidade. Sua obra revela que todo ser humano carrega em si o direito de florescer. Pois onde o amor se alia à consciência, ali brota a verdadeira justiça. Sigamos seu exemplo: escutemos o chamado interior e consagremos nossos dons à emancipação dos esquecidos, pois servir ao outro é afirmar sua inviolável liberdade.



Evangelium secundum Matthaeum 10,1-7

In missióne Duódecim

1 Et convocatis duódecim discípulis suis, dedit illis potestátem spirituum immundórum, ut eícerent eos, et curárent omnem languórem et omnem infirmitátem.
E, tendo convocado os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos impuros, para expulsá-los e para curar toda enfermidade e toda doença.

2 Duódecim autem Apostolórum nómina sunt hæc: Primus, Simon, qui dícitur Petrus, et Andréas frater eius,
Os nomes dos doze apóstolos são estes: o primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão,

3 Iacóbus Zebedǽi et Ioánnes frater eius, Philíppus et Bartholomaéus, Thomas et Matthǽus publicánus, Iacóbus Alphǽi et Thaddǽus,
Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu,

4 Simon Cananǽus et Iúdas Iscariótes, qui et trádidit eum.
Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.

5 Hos duódecim misit Iesus, præcípiens eis et dicens: “In viam géntium ne abiéritis et in civitátes Samaritanórum ne intravéritis;
A estes doze enviou Jesus, ordenando-lhes: “Não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis nas cidades dos samaritanos;

6 sed potius ite ad oves, quæ periérunt domus Israel.
mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel.

7 Euntes autem prædicáte dicéntes: 'Appropinquávit regnum cælórum.'
E indo, pregai dizendo: 'O Reino dos Céus está próximo.'

Reflexão:
Ao enviar os doze, o Cristo acende na humanidade a centelha da vocação interior, chamando cada um a participar da edificação do Reino como expressão de plenitude pessoal e comunitária. O dom dado aos apóstolos não nasce da imposição, mas do reconhecimento de sua liberdade para servir. O Reino que se aproxima não é uma estrutura, mas uma expansão da consciência, onde cada ser humano é agente do bem comum. Curar, libertar, ensinar: são expressões de uma vida que reconhece no outro a mesma dignidade. Servir às “ovelhas perdidas” é afirmar que ninguém está fora da possibilidade de florescimento.


Versículo mais importante:

O versículo mais central e revelador de Evangelium secundum Matthaeum 10,1-7 é o versículo 7, pois nele se expressa a essência da missão dos apóstolos e o núcleo da mensagem de Jesus: o anúncio do Reino.

7 Euntes autem prædicáte dicéntes: "Appropinquávit regnum cælórum."
E, indo, pregai dizendo: "O Reino dos Céus está próximo." (Mt 10:7)

Este versículo resume o propósito do envio apostólico: proclamar que uma nova realidade, transformadora e libertadora, já está ao alcance da humanidade.


HOMILIA

Chamados à Plenitude: O Reino que Se Aproxima em Nós

No silêncio da origem, cada ser humano é convocado por uma Voz que não grita, mas ressoa no íntimo. Essa voz, que chamou os doze à missão, continua a nos despertar para uma realidade maior: “Ide... o Reino dos Céus está próximo.” Este Reino não é localidade, mas estado de ser; não se instala fora, mas amadurece dentro, à medida que respondemos ao chamado da Luz que nos habita.

Ao conferir poder aos apóstolos sobre espíritos impuros e enfermidades, o Cristo não lhes dá supremacia, mas os consagra servidores da libertação. É o dom da cura que liberta a dignidade oculta nos corações oprimidos. Porque todo ser é portador de uma centelha de plenitude, mesmo quando obscurecida por dores ou esquecimentos. A missão, portanto, não é conquista; é revelação. Revelar no outro — e em si mesmo — o Reino que pulsa como semente no interior da alma.

O Cristo envia os seus àqueles que se perderam dentro da própria casa — as ovelhas da casa de Israel — sinal de que a salvação começa por dentro, por aqueles que, embora pertencentes, se afastaram de si mesmos. Ele nos recorda que há um chamado eterno à reconexão com nossa fonte, e que nenhum afastamento é definitivo quando a liberdade é honrada como caminho de retorno.

A verdadeira missão espiritual não impõe: desperta. Não subjuga: eleva. Pois cada pessoa humana, em sua individualidade sagrada, é destinada a florescer. O Reino anunciado pelos apóstolos é, em última instância, o desabrochar de nossa própria consciência até o ponto em que já não há separação entre o divino e o humano, entre a criação e o Criador.

Appropinquávit regnum cælórum” — o Reino está próximo, porque Ele pulsa em nós. A cada ato de cuidado, a cada gesto que afirma a liberdade e a dignidade do outro, um novo universo se inaugura. O envio dos apóstolos é também o nosso: missão não apenas de palavras, mas de presença viva, que encarna, serve e transforma, até que tudo em nós diga: o Reino chegou.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

Ao proferir a ordem: “E, indo, pregai dizendo: ‘O Reino dos Céus está próximo’” (Mt 10:7), Jesus entrega aos discípulos a chave para a compreensão de sua missão: não se trata apenas de anunciar algo que virá, mas de despertar em cada coração a percepção de que esse Reino habita como realidade já emergente.

  1. O Reino como Presença Interna
    O anúncio aponta para um estado de ser antes de ser um espaço geográfico: o “próximo” não se refere apenas à linha do horizonte, mas à intimidade da alma que, despertando de seu torpor, reconhece em si mesma o sopro divino.

  2. Missão e Liberdade
    Enviar implica confiar: os discípulos não recebem uma doutrina para impor, mas um mistério para oferecer livremente. Essa liberdade de proclamar reflete a convicção de que ninguém pode ser coagido a acolher a graça; cada um deve escolher despertar para a verdade que já pulsa em seu íntimo.

  3. Dignidade e Universalidade
    “O Reino dos Céus” não privilegia raça, cultura ou posição social, pois em sua essência abraça a totalidade da humanidade. Cada ser possui dignidade inalienável, pois em cada um reside a semente desse Reino, capaz de germinar em atos de compaixão, justiça e solidariedade.

  4. Dinâmica de Evolução Interior
    Ao partirem em missão, os discípulos iniciam um movimento de expansão: é o ímpeto evolutivo da consciência que, ao revelar-se, move-se rumo a níveis mais altos de unidade. Proclamar o Reino é, portanto, convocar cada pessoa a esse processo de elevação interna, onde o ego se dilui em serviço amoroso.

  5. Tensão Perenne entre ‘Já’ e ‘Ainda Não’
    O advérbio “próximo” carrega uma tensão criativa: o Reino já penetra a história através de gestos de cura e perdão, mas sua plenitude aguarda a consumação na comunhão plena com o divino. Enquanto isso, somos convidados a viver essa tensão como força propulsora de transformação.

Em essência, proclamar “O Reino dos Céus está próximo” é celebrar a convergência do finito com o infinito dentro de cada existência, lembrando-nos de que nosso verdadeiro lar não se encontra em lugares, mas no desabrochar contínuo da alma para a vida que não passa.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

#evangelho #homilia #reflexão #católico #evangélico #espírita #cristão

#jesus #cristo #liturgia #liturgiadapalavra #liturgia #salmo #oração

#primeiraleitura #segundaleitura #santododia #vulgata


Nenhum comentário:

Postar um comentário