Liturgia Diária
29 – QUARTA-FEIRA
13ª SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)
Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Os atos exteriores da religião – festas, ritos e cantos – por vezes podem encobrir corações distanciados de Deus e dominados pelo egoísmo. O que o Senhor espera de nós é a prática da justiça e a vida honesta.
Evangelho: Mateus 8,28-34
Aleluia, aleluia, aleluia.
Deus nos gerou pela palavra da verdade / como as primícias de suas criaturas (Tg 1,18). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 28quando Jesus chegou à outra margem do lago, na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos. Eram tão violentos, que ninguém podia passar por aquele caminho. 29Eles então gritaram: “O que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?” 30Ora, a certa distância deles estava pastando uma grande manada de porcos. 31Os demônios suplicavam-lhe: “Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos”. 32Jesus disse: “Ide”. Os demônios saíram e foram para os porcos. E logo toda a manada atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas. 33Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até a cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que se retirasse da região deles. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 8,28-34
«Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo»
Mons. Jaume PUJOL i Balcells, Arcebispo Emérito de Tarragona
(Tarragona, Espanha)
Hoje, celebramos a solenidade de São Pedro e São Paulo, que foram fundamentos da Igreja primitiva e, portanto, da nossa fé cristã. Apóstolos do Senhor, testemunhas da primeira hora, viveram aqueles momentos iniciais de expansão da Igreja e selaram com o seu sangue a fidelidade a Jesus. Oxalá nós, cristãos do séc. XXI, saibamos ser testemunhas credíveis do amor de Deus no meio dos homens, tal como o foram estes dois Apóstolos e como têm sido tantos e tantos dos nossos conterrâneos.
Numa das suas primeiras intervenções, o Papa Francisco, dirigindo-se aos cardeais, disse-lhes que temos de «caminhar, edificar e confessar». Ou seja, temos de avançar no nosso caminho da vida, edificando a Igreja e confessando o Senhor. O Papa advertiu: «Podemos caminhar tanto quanto quisermos, podemos edificar muitas coisas, mas se não confessamos Jesus Cristo, alguma coisa não funciona. Acabaremos por ser uma ONG assistencial, mas não a Igreja, esposa do Senhor».
Escutámos no Evangelho da missa de hoje um facto central para a vida de Pedro e da Igreja. Jesus pede àquele pescador da Galileia um acto de fé na sua condição divina e Pedro não duvida em afirmar: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (Mt 16,16). Imediatamente a seguir, Jesus institui o Primado, dizendo a Pedro que será a rocha firme sobre a qual será edificada a Igreja ao longo dos tempos (cf. Mt 16,18) e dando-lhe o poder das chaves, a suprema potestade.
Embora Pedro e os seus sucessores sejam assistidos pela força do Espírito Santo, necessitam igualmente da nossa oração, porque a missão que têm é de grande transcendência para a vida da Igreja: têm de ser fundamento seguro para todos os cristãos ao longo dos tempos; portanto, todos os dias temos de rezar também pelo Santo Padre, pela sua pessoa e pelas suas intenções.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Como não há que se opor a vontade do Senhor quem decide, tem respondido com obediência para o que tem querido fazer de mim a mão misericordiosa do Mestre» (São Gregório Magno)
« E você, tem sentido alguma vez essa mirada de amor infinito que, mais além de todos seus pecados, limitações e fracassos, continua se fiando em você e mirando sua existência com esperança?» (Francisco)
« “(...) E logo começou a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus” (Act 9,20). Será este, desde o princípio, o núcleo da fé apostólica, primeiramente professada por Pedro como fundamento da Igreja» (Catecismo da Igreja Católica, n° 442)
Outros comentários
«Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo»
+ Mons. Pere TENA i Garriga Bispo Auxiliar Emérito de Barcelona
(Barcelona, Espanha)
Hoje é um dia consagrado pelo martírio dos apóstolos São Pedro e São Paulo. «Pedro, primeiro predicador da fé; Paulo, mestre esclarecido da verdade» (Prefácio). Hoje é um dia para agradecer à fé apostólica, que é também a nossa, proclamada por estas duas colunas com sua prédica. É a fé que vence ao mundo, porque crê e anuncia que Jesus é o Filho de Deus: «Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!» (Mt 16,16). As outras festas dos apóstolos São Pedro e São Paulo vêem outros aspectos, mas hoje contemplamos aquele que permite nomeá-los como «primeiros predicadores do Evangelho» (Coleta): com seu martírio confirmaram seu testemunho.
Sua fé, e a força para o martírio, não lhes veio de sua capacidade humana. Jesus então lhe disse: Feliz é Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus (cf. Mt 16,17). Igualmente, o reconhecimento “daquele que ele perseguia” como Jesus o Senhor foi claramente, para Saulo, obra da graça de Deus. Em ambos os casos, a liberdade humana que pede o ato de fé se apóia na ação do Espírito.
A fé dos apóstolos é a fé da Igreja, uma, santa, católica e apostólica. Desde a confissão de Pedro em Cesaréia de Felipe, «cada dia, na Igreja, Pedro continua dizendo: ‘Vós sois o Cristo, o Filho do Deus vivo!’» (São Leão Magno). Desde então até nossos dias, uma multidão de cristãos de todas as épocas, idades, culturas e, de qualquer outra coisa que possa estabelecer diferenças entre os homens, proclamou unanimemente a mesma fé vitoriosa.
Pelo batismo e a crisma estamos no caminho do testemunho, isto é, do martírio. É necessário que estejamos atentos ao “laboratório da fé” que o Espírito realiza em nós (João Paulo II), e que peçamos com humildade poder experimentar a alegria da fé da Igreja.
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