Liturgia Diária
19 – DOMINGO
12º DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – 4ª semana do saltério)
O Senhor é a força de seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos (Sl 27,8s).
A liturgia nos desafia a confessar que Jesus é o Cristo de Deus, fonte de amor e de vida, aquele que sacia nossa sede. Alimentando a fé com a Palavra e a Eucaristia, podemos derrubar as barreiras e divisões discriminatórias e reconhecer que somos um em Jesus Cristo. Celebremos em comunhão com os migrantes, neste dia a eles dedicado.
Evangelho: Lucas 9,18-24
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, / minha voz estão elas a escutar; / eu conheço, então, minhas ovelhas, / que me seguem, comigo a caminhar (Jo 10,27). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Certo dia, 18Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então, Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. 20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. 23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 9,18-24
«E vós, quem dizeis que eu sou?»
Rev. D. Ferran JARABO i Carbonell
(Agullana, Girona, Espanha)
Hoje, no Evangelho, Jesus coloca-nos diante de uma pergunta fundamental. Da resposta depende a nossa vida: «E vós, quem dizeis que eu sou?» (Lc 9,20). Pedro respondeu em nome de todos: «O Cristo de Deus». Qual é a nossa resposta? Conhecemos Jesus suficientemente para poder responder? A oração, a leitura do Evangelho, a vida sacramental e a Igreja são fontes inseparáveis que nos levam a conhecê-Lo e a "vivê-Lo". Até que sejamos capazes de responder com Pedro, com todo o coração e a mesma humildade..., certamente ainda não nos deixámos transformar por Ele. Temos de conseguir sentir como Pedro, de sentir como a Igreja para poder responder satisfatoriamente à pergunta de Jesus!
Mas o Evangelho de hoje acaba com uma exortação a seguir o Senhor desde a humildade, desde a negação e a cruz. Seguir Jesus deste modo só pode dar salvação, liberdade. «O que acontece com o ouro puro, também acontece com a Igreja; ou seja, quando passa pelo fogo, não lhe acontece nenhum mal, pelo contrário, aumenta o seu esplendor» (Santo Ambrósio). Nem as contrariedades, nem a perseguição por causa do Reino, nos devem asssustar, devem antes ser motivo de esperança e até de alegria. Dar a vida por Cristo não é perdê-la, é ganhá-la para toda a eternidade. Jesus pede que nos humilhemos totalmente por fidelidade ao Evangelho, Ele quer que, livremente, lhe demos toda a nossa existência. Vale a pena dar a vida pelo Reino!
Seguir, imitar, viver a vida da graça, enfim, permanecer em Deus é o objetivo da nossa vida cristã: «Deus fez-se homem para que, imitando o exemplo de um homem, o que é possível, cheguemos a Deus, algo que antes era impossível» (Santo Agostinho). Que Deus, com a força do seu Espirito Santo, a isso nos ajude!
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Fogo e cruz, e manadas de animais selvagens, os meus ossos partidos (...), tribulações de todo o meu corpo, tormentos atrozes do diabo, venham sobre mim, na condição alcançar a Cristo» (Santo Inácio de Antioquia)
«Também sucede agora o mesmo que outrora: muitos aproximam-se de Jesus, por assim dizer, desde fora (...). Como então, também hoje as "pessoas" têm opiniões diversas sobre Jesus. E como então, assim também a nós, os discípulos de hoje, Jesus repete-nos a sua pergunta: - “E quem dizeis vós que eu sou?”» (Benedito XVI)
«É graças a esta força do Espírito que os filhos de Deus podem dar fruto. Aquele que nos enxertou na verdadeira Vide far-nos-á dar «os frutos do Espírito: caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio» (Gl 5, 22-23) (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 736)
Fonte https://evangeli.net/
PEDRO RECONHECE O MESSIAS Lc 9,18-22
HOMILIA
Lucas nos apresenta hoje a preocupação de Jesus sobre o conceito que as pessoas tem e fazem da Sua pessoa e então faz aos discípulos a inquietante pergunta: “Quem dizem as pessoas sobre quem é o Filho do Homem?” E o interessante disso tudo é que os discípulos escutavam os mesmos comentários que chegaram aos ouvidos de Herodes: que Jesus era ou João Batista, ou Elias, ou algum dos profetas antigos, que ressuscitou. Mas o que Jesus realmente queria saber era o que os seus discípulos pensavam a respeito dele. E nesse momento é Pedro quem toma a iniciativa da resposta e erguendo a voz diz: Tu és o Cristo de Deus!
A palavra Cristo vem do grego, é uma tradução literal de Messias, e significa ungido. Esta resposta de Pedro tem todo um significado, e é sobre isso que vamos refletir hoje.
Os livros proféticos do Antigo Testamento falam da vinda do Messias, o Salvador. E atribui a Ele o poder de curar os doentes, expulsar demônios, e trazer a paz ao povo. João Batista sabia disso. E é por isso que quando ele mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele era o Messias, Jesus pediu que os discípulos de João o acompanhassem durante aquela tarde enquanto Ele realizou a cura de cegos e aleijados. Depois disso, Jesus disse aos discípulos de João que voltassem para dizer o que tinham visto. Jesus não queria dizer, neste momento, que Ele era o Messias, pois muitas coisas ainda precisavam acontecer antes do seu martírio. João Batista, como conhecedor das Escrituras, sabia desses sinais. Se Jesus já afirmasse desde esse momento que era a Promessa de Deus, o alvoroço e a polêmica seriam ainda maiores do que este que já estava acontecendo. E isso poderia encurtar a sua trajetória no meio de nós.
Mas então as pessoas da época não sabiam que Ele era o Ungido de Deus? O Filho de Deus? Que não deveriam esperar que viesse outro? Pois é, não sabiam. Somente os discípulos sabiam disso. E foram severamente proibidos de comentar isso com alguém até que Ele passasse pelo martírio, morte e ressurreição.
Ainda hoje os judeus esperam a primeira vinda do Messias. Para eles, Jesus foi apenas mais um profeta, que teve a sua importância, mas que não libertou o povo, como eles esperavam. O entendimento deles não permite que vejam a libertação que Jesus veio trazer… A libertação da escravidão do pecado. Essa libertação vai muito além da libertação que eles esperavam, que era a libertação da servidão aos romanos da época, e depois a tantos outros povos ao longo da história. A libertação que Jesus veio trazer é de dentro para fora. Você pode estar acorrentado numa prisão, e ser livre. Você pode estar doente em um leito de hospital, rejeitado pelos seus pais e estar em um orfanato ou um asilo, pode ter perdido a saúde, a dignidade, o dinheiro, a liberdade de ir e vir… e ainda ser livre. Parece contraditório, mas é a Verdade. E a Verdade vos libertará. Nem a morte causa medo a quem tem essa liberdade. E essa é a maior prova de fé: não temer a morte.
Para Pedro, Jesus é Filho do Homem. É o Deus que se faz humano, convivendo no dia-a-dia comum entre as multidões e comunicando-lhes seu amor divino e eterno, que permanece para sempre, além da morte. E para ti quem é Jesus? A pergunta: E vós quem dizeis que Eu sou?, exige um comprometimento pessoal. Pedro corajosamente mostrou sua crescente lealdade, ao afirmar que Jesus era o Cristo de Deus. Nesta confissão Pedro quis dizer que Jesus era o único Deus, Filho ungido para seus propósitos. Quais propósitos? A maioria não tinha idéia, portanto Jesus não queria que seus discípulos divulgassem o que Pedro havia dito. Ao invés de um Rei ungido para sofrer e morrer por pecadores, a maioria dos judeus estavam à procura de um rei que trouxesse libertação política. Jesus então deixou claro o preço que teria que pagar para seguir a confissão de Pedro num mundo que não apenas estava confuso a seu respeito, como também era contra seu ministério. Concordar com a confissão de Pedro significa causar conflito entre os crentes e o mundo e os levaria a negar a si mesmos, ao carregarem a cruz do discipulado.
O discipulado de Cristo lá e aqui tem seu preço, seu custo. Dar a sua vida por amor aos seus irmãos. Esta é a mensagem para o dia de hoje. Peça e ore ao Senhor para que te ajude a abrir mão, se preciso for, da segurança, conforto e diversões deste mundo para O seguir. Que Ele te ensine a negar a ti mesmo, carregar a cruz e seguí-lo. Pois, sua promessa é: quem perder a vida por minha causa, este a salvará.
Por isso, peça a Deus esta graça. Pai, só tu podes revelar-me a identidade de teu Filho Jesus. Que eu a conheça de forma verdadeira para poder conformar com ela a minha vida.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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