Evangelho (Mateus 9,14-15)
Sexta-Feira, 15 de Fevereiro de 2013
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de
Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os
teus discípulos não?”
15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem
estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será
tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Jesus e o jejum
“Vocês acham que os convidados
de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que
não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim
eles vão jejuar”! Com estas palavras Jesus não aboliu nem o jejum e nem a
oração.
Simplesmente Ele quis dizer aos discípulos de João Batista,
e todos aqueles que ainda estavam presos ao passado que, jejum é feito em casos
específicos, quando queremos servir melhor a Deus, quando estamos passando por
tribulações, perseguições, doenças e calamidades, nos arrependimentos de
pecados por nós e pelo povo, e conversões em massa.
Alías, Jejum, oração e boas obras são mencionados
frequentemente por ambos judeus e cristãos. Oração não fica a frente do jejum,
e boas obras, independente deles, mas como algo que os liga de dentro. O mais
completo entendimento da oração é particularmente oferecido em conexão com o
jejum. Quando nós olhamos o que é dito sobre a oração, e como ela é definida,
nós podemos ver que a ênfase é naturalmente mais no estado do coração e alma
que no corpo, como possível expressão da oração em geral.
Segundo São João Damasceno: “Oração é a subida da mente e do
coração de alguém a Deus ou o pedido das boas coisas de Deus”.
Primariamente, a conversa com Deus como atividade espiritual
é enfatizada. Todavia, há também a prática e a experiência de que não apenas
pensamentos, conversa e atos espirituais por si só estão inclusos na oração,
mas também é o corpo. A oração torna-se mais completa por meio do corpo e do
movimento, que acompanha as palavras da oração. O corpo e seu movimento tornam
a oração mais completa e expressiva para que ela possa mais facilmente envolver
a pessoa inteira.
A unificação do corpo e da alma na oração é particularmente
manifestada em jejuar e orar. O jejum físico torna a oração mais completa. Uma
pessoa que jejua reza melhor e uma pessoa que reza, jejua mais facilmente.
Desta forma, a oração não permanece somente uma expressão ou palavras, mas
cobre o ser humano inteiro. O jejum físico é uma admissão para Deus diante dos
homens que alguém não pode fazer sozinho e necessita de ajuda. Uma pessoa
experimenta sua impotência mais facilmente quando ela jejua, e por isso, por
meio do jejum físico, a alma está mais aberta a Deus. Sem jejum, nossas
palavras na oração permanecem sem uma fundação verdadeira. No Antigo
Testamento, os crentes jejuavam e rezavam individualmente, em grupos e em
várias situações da vida. Por causa disso, eles sempre experimentavam a ajuda
de Deus. Jesus confere uma força especial ao jejum e a oração, especialmente na
batalha contra os espíritos do mal.
O jejum é um tipo de penitência no qual abrimos mão de algo
que nos agrada, e oferecemos esse “sacrifício” por alguma boa intenção. E aqui
entra um detalhe: só Deus precisa saber desse jejum! Não precisa sair por aí se
gabando de jejuar, ou se mostrando abatido por causa do jejum! Pelo contrário,
o verdadeiro jejum é feito escondido, para que somente o nosso Deus, que vê o
que está escondido, tome conhecimento.
No evangelho de hoje, Jesus justificou que os seus
discípulos não estavam em jejum porque Ele próprio estava presente, e isso era
motivo de festa! E festa não combina com jejum! Chegaria o dia em que Jesus não
estaria mais com eles. E aí sim, eles jejuariam. Querendo, pois fazer uma
caminhada de penitência, sigámo-lO. Hoje é o dia esta é a hora da prática do
jejum. Abrindo mão de certos prazeres, ou até oferecendo as nossas dores e
sofrimentos a Deus, a fim de que Ele amenize o sofrimento nosso ou de outras
pessoas.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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