terça-feira, 30 de julho de 2024

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 13:54-58 - 02.08.2024

 Liturgia Diária


2 – SEXTA-FEIRA 

17ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia da 1ª semana do saltério)



Evangelho: Mateus 13:54-58

Em sua própria terra, foi rejeitado; o profeta sem honra entre os seus, onde a incredulidade impediu milagres. Que possamos reconhecer o divino no comum e abrir nossos corações à fé verdadeira.


Mateus 13:54-58 (Bíblia de Jerusalém)


54. Jesus dirigiu-se então para a sua terra e os ensinava na sinagoga deles, de modo que se admiravam e diziam: "De onde lhe vem esta sabedoria e estes milagres?

55. Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama a sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?

56. E as suas irmãs, não vivem todas entre nós? De onde lhe vem, pois, tudo isso?"

57. E estavam chocados com ele. Jesus, porém, disse-lhes: "Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua casa."

58. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.


Reflexão:

"Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua casa." (Mateus 13:57)


A incompreensão e a rejeição de Jesus em sua própria terra revelam uma verdade profunda sobre a condição humana: o difícil reconhecimento do extraordinário no familiar. A sabedoria divina, quando se manifesta em contextos cotidianos, frequentemente passa despercebida devido à nossa tendência de subestimar o que consideramos comum. Esta passagem nos desafia a abrir os olhos e o coração para ver a profundidade e a maravilha em nossa própria vida e ao nosso redor. A fé, como um ato de confiança e abertura, permite-nos perceber e receber os dons espirituais escondidos nas realidades mais simples. A verdadeira sabedoria, portanto, reside na capacidade de reconhecer o divino no ordinário, superando a incredulidade e acolhendo a presença transformadora de Deus.


HOMILIA

A Incredulidade que Cega


Amados irmãos e irmãs,


Hoje refletimos sobre a passagem que nos narra o retorno de Jesus à sua terra natal. Ele ensina na sinagoga, e aqueles que o conheciam desde a infância se maravilham com sua sabedoria e com os milagres que ele realiza. No entanto, essa admiração rapidamente se transforma em dúvida e rejeição. "Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama a sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?" questionam eles. E estavam chocados com ele. Jesus responde: "Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua casa."

Este episódio nos convida a refletir sobre a natureza da incredulidade e como ela pode nos cegar para o divino que se manifesta ao nosso redor. Aqueles que cresceram ao lado de Jesus, que testemunharam sua vida diária, foram incapazes de reconhecer sua verdadeira natureza e missão. A familiaridade se tornou um véu que ocultou a presença de Deus entre eles. Essa incredulidade não só impediu que eles aceitassem a mensagem de Jesus, mas também limitou os milagres que ele poderia realizar ali.

Quantas vezes, em nossa própria vida, não conseguimos ver o extraordinário no ordinário? Quantas vezes deixamos de perceber a presença de Deus nas pessoas e nos acontecimentos cotidianos, porque estamos presos a preconceitos e expectativas limitantes? A verdadeira fé exige de nós uma abertura de coração e mente, uma disposição para ver além das aparências e reconhecer o sagrado em nossa vida diária.

A incredulidade dos conterrâneos de Jesus nos desafia a examinar nossa própria fé. Somos convidados a superar nossas dúvidas e preconceitos, a abrir nossos olhos para a realidade divina que permeia toda a criação. Que possamos aprender a reconhecer o toque de Deus em nossa vida, mesmo nas circunstâncias mais simples e familiares.

Através desta passagem, somos chamados a cultivar uma fé profunda e sincera, que nos permita ver o mundo com olhos renovados, capazes de discernir a presença de Deus em todas as coisas. Que a nossa fé não seja um obstáculo, mas uma ponte que nos conecta ao mistério divino que se revela no cotidiano. Que possamos, assim, experimentar a plenitude dos milagres que Deus deseja realizar em nossa vida. Amém.


EXPLICAÇÃO

A frase "Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua casa." (Mateus 13:57) é uma observação profunda sobre a dinâmica do reconhecimento e da aceitação do profético e do divino em contextos familiares e locais. Aqui está uma explicação detalhada dessa frase:


Contexto Histórico e Cultural


No contexto em que Jesus fez essa afirmação, ele estava em Nazaré, sua cidade natal. Jesus, conhecido ali desde a infância, enfrentou uma dificuldade particular: ser aceito como o Messias e o Filho de Deus em um lugar onde todos o conheciam como o "filho do carpinteiro". Essa familiaridade criou um obstáculo significativo para o reconhecimento de sua verdadeira identidade e missão.


Significado da Frase


1. Desconexão entre Conhecimento Familiar e Reconhecimento Profético:

   - Familiaridade vs. Revelação: A frase destaca uma tendência comum de rejeição que ocorre quando pessoas estão tão familiarizadas com alguém que não conseguem reconhecer ou aceitar algo novo ou extraordinário sobre essa pessoa. A familiaridade muitas vezes leva à subestimação, tornando difícil ver o potencial verdadeiro ou o impacto profundo de alguém.


2. Resistência ao Novo e ao Incomum:

   - Preconceitos e Expectativas: As pessoas de Nazaré estavam presas a suas próprias percepções e expectativas sobre Jesus. Elas conheciam-no como alguém de origem humilde e, portanto, estavam predispostas a duvidar de qualquer afirmação sobre sua capacidade de realizar milagres ou de ser um profeta. Esse preconceito impediu-as de ver além do conhecido e aceitar o novo papel de Jesus como Messias.


3. A Incredulidade e Seus Efeitos:

   - Impacto na Manifestação do Divino: A incredulidade e a rejeição nas próprias terras de um profeta limitam o impacto de sua missão. No caso de Jesus, a falta de fé em Nazaré resultou na incapacidade de realizar muitos milagres ali. A fé e a aceitação são condições essenciais para a manifestação do divino e para a realização do potencial completo de qualquer missão espiritual.


4. Lição Espiritual e Pessoal:

   - Reconhecimento do Divino em Todos os Contextos: Esta frase nos convida a refletir sobre nossa própria capacidade de reconhecer e aceitar o divino em nossas vidas diárias. Às vezes, estamos tão acostumados com certos aspectos da nossa vida ou com pessoas que conhecemos bem, que nos tornamos insensíveis ao que elas podem oferecer de novo e profundo. A verdadeira sabedoria espiritual envolve a capacidade de ver além do superficial e reconhecer a presença e a ação de Deus em todos os lugares, inclusive no familiar e no cotidiano.


5. Desafio à Nossa Percepção e Fé:

   - Desafios à Aceitação: A frase nos desafia a examinar nossas próprias atitudes e preconceitos. Estamos dispostos a ver e aceitar o divino onde ele se manifesta, mesmo que isso desafie nossas expectativas ou preconceitos? A verdadeira fé envolve uma abertura para o inesperado e uma disposição para reconhecer e acolher o que Deus nos apresenta, mesmo que isso venha de lugares e pessoas que conhecemos bem.


Reflexão Final


"Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua casa" reflete um problema universal de reconhecimento e aceitação do divino e do profético. Ele nos alerta para a necessidade de superar a familiaridade e os preconceitos, para que possamos estar abertos à presença e ação de Deus em todos os aspectos de nossas vidas. Esta abertura é fundamental para a plena realização espiritual e para experimentar a profundidade e a maravilha da revelação divina.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

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