domingo, 21 de julho de 2024

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 12,46-50 - 23.07.2024

Liturgia Diária


23 – TERÇA-FEIRA 

16ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)



Evangelho: Mateus 12:46-50

Quem faz a vontade do Pai é irmão, irmã e mãe do Senhor. Ele estende a mão aos discípulos, unindo-nos em um vínculo de amor divino, transcendendo os laços terrenos.


Mateus 12:46-50 (Bíblia de Jerusalém)


46 Enquanto ele ainda falava às multidões, sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar-lhe.

47 Alguém lhe disse: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo."

48 Mas ele respondeu ao que lhe falava: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"

49 E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: "Eis minha mãe e meus irmãos.

50 Porque todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe."


Reflexão:

"Porque todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe." (Mateus 12:50)


Queridos irmãos e irmãs,

Este trecho do Evangelho nos desafia a compreender a verdadeira natureza da família de Jesus. Ele nos ensina que além dos laços de sangue, há um laço espiritual mais profundo que nos une a Ele: a busca pela vontade do Pai. Jesus estende a definição de família, incluindo todos aqueles que se comprometem a seguir os ensinamentos e a viver conforme a vontade de Deus.

Essa mensagem nos convida a refletir sobre nossas próprias relações e nosso compromisso com o Reino de Deus. Estamos dispostos a ir além dos laços familiares e sociais para criar uma comunidade baseada na fé e no amor divino? Ao nos abrirmos para essa perspectiva, somos chamados a ser irmãos e irmãs uns dos outros, unidos pelo propósito maior de cumprir a vontade de Deus em nossas vidas.

Amém.


HOMILIA

Laços Espirituais em Cristo


Queridos irmãos e irmãs,


Hoje meditamos sobre uma passagem do Evangelho de Mateus que nos desafia a repensar o conceito de família e de laços que nos unem a Cristo. Jesus nos apresenta uma visão transformadora que transcende os vínculos de sangue e nos convida a entrar em uma nova dimensão de relacionamentos fundamentados na vontade de Deus.

Enquanto Jesus falava à multidão, sua mãe e seus irmãos chegaram, querendo falar com Ele. Alguém o avisou, dizendo: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo.” Mas Jesus respondeu ao que lhe falara: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Porque todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe.”

Essa resposta de Jesus pode parecer, à primeira vista, um afastamento dos laços familiares tradicionais. No entanto, Ele não está desvalorizando sua mãe e seus irmãos, mas ampliando o entendimento de família para incluir todos aqueles que seguem a vontade de Deus. Este é um chamado à comunidade de fé para ver uns aos outros como irmãos e irmãs em Cristo, unidos por uma missão comum e por um amor que vem do Pai.

Em um mundo onde muitas vezes os laços familiares são quebrados por disputas, distâncias ou desentendimentos, Jesus nos oferece uma nova maneira de pertencer. Ele nos convida a uma família espiritual onde a unidade é construída sobre a obediência ao Pai e o amor incondicional. Este novo entendimento de família não se baseia na genética, mas na fé e na ação de viver conforme os ensinamentos de Cristo.

Jesus, ao estender a mão para os seus discípulos, nos mostra que todos nós, ao fazermos a vontade de Deus, somos parte dessa família divina. Esta é uma mensagem de inclusão e esperança, especialmente para aqueles que se sentem sozinhos ou desamparados. Em Cristo, encontramos uma comunidade que nos acolhe, nos ama e nos sustenta.

Que possamos responder ao chamado de Jesus, buscando sempre fazer a vontade do Pai e, assim, fortalecer nossos laços espirituais. Que em nossas ações diárias, sejamos testemunhas do amor de Deus, tornando visível essa família divina aqui na terra.

Amém.


EXPLICAÇÃO

A frase "Porque todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe" (Mateus 12:50) carrega uma profundidade teológica e filosófica que transcende os conceitos tradicionais de relacionamento e parentesco. Interpretada através de uma lente filosófica inspirada pelo Jesuita Teilhard de Chardin, podemos explorar essa declaração de Jesus como uma expressão da evolução espiritual e da unificação da humanidade em Cristo.


A Unificação Espiritual da Humanidade


Teilhard de Chardin vê a evolução não apenas como um processo biológico, mas também como um desenvolvimento espiritual e consciente. Jesus, ao afirmar que aqueles que fazem a vontade do Pai são seus verdadeiros irmãos, irmãs e mãe, está redefinindo a ideia de família. Ele transcende as relações de sangue para incluir todos os que compartilham um propósito divino comum.


O Papel da Vontade de Deus


Para Teilhard, a vontade de Deus é a força que impulsiona a evolução espiritual da humanidade. Fazer a vontade de Deus significa alinhar-se com essa força, participar conscientemente do processo de evolução espiritual. Aqueles que vivem segundo essa vontade estão em harmonia com o cosmos e com o propósito divino, tornando-se, assim, verdadeiros membros da família de Cristo.


Comunhão Universal


A frase de Jesus sugere uma comunhão universal baseada na obediência à vontade divina. Essa comunhão não é limitada por barreiras físicas, culturais ou biológicas. Em vez disso, é uma unidade espiritual que reflete a convergência de toda a humanidade em Cristo. Para Teilhard, essa convergência é o ponto Ômega, o momento em que toda a criação encontra sua plenitude em Deus.


A Nova Família de Deus


Essa visão de família transcende as noções tradicionais e cria uma nova identidade baseada na espiritualidade e na missão comum. Aqueles que fazem a vontade do Pai são unidos não por laços de sangue, mas pelo Espírito. Essa nova família é uma comunidade de amor e serviço, refletindo a natureza do próprio Deus.


Evolução da Consciência


A frase também aponta para a evolução da consciência humana. Ao fazer a vontade de Deus, os indivíduos despertam para uma nova compreensão de si mesmos e do mundo. Eles percebem sua conexão intrínseca com os outros e com Deus, levando a uma transformação interior que se manifesta em ações exteriores de compaixão e justiça.


O Chamado à Ação


Finalmente, essa declaração é um chamado à ação. Fazer a vontade do Pai implica um compromisso ativo com os ensinamentos de Jesus. Isso envolve não apenas a crença, mas a prática diária de amor, misericórdia e justiça. Aqueles que respondem a esse chamado se tornam verdadeiros irmãos e irmãs de Cristo, participando de sua missão redentora no mundo.


Conclusão


Assim, a frase "Porque todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe" revela uma profunda visão de unidade espiritual e evolução da humanidade. Jesus nos convida a transcender os limites tradicionais e a participar de uma comunhão universal baseada na vontade divina. Esse chamado nos direciona para uma nova compreensão de nossa identidade e missão, levando-nos a viver em harmonia com Deus, com os outros e com toda a criação.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

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